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Literatura 2019 - Quinhentismo ao Arcadismo

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LITERATURA
2019
Profª.: Deise Macedo
1 (ifsp) Considere o trecho para responder à questão.
No final do século XV, a Europa passava por grandes mudanças 
provocadas por invenções como a bússola, pela expansão 
marítima que incrementou a indústria naval e o desenvolvimento 
do comércio com a substituição da economia de subsistência, 
levando a agricultura a se tornar mais intensiva e regular. Deu-se o 
crescimento urbano, especialmente das cidades portuárias, o 
florescimento de pequenas indústrias e todas as demais mudanças 
econômicas do mercantilismo, inclusive o surgimento da 
burguesia.
Questão - Humanismo 
Tomando-se por base o contexto histórico da época e os conhecimentos a 
respeito do Humanismo, marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso e 
assinale a alternativa correta.
( ) O Humanismo é o nome que se dá à produção escrita e literária do 
final da Idade Média e início da moderna, ou seja, parte do século XV e 
início do XVI. 
( ) Fernão Lopes é um importante prosador do Humanismo português. 
Destacam-se entre suas obras: Crônica Del-Rei D. Pedro I e Crônica de El-
Rei D. João. 
( ) Gil Vicente é um importante autor do teatro português e suas 
principais obras são: Auto da Barca do Inferno e Farsa de Inês Pereira. 
( ) Gil Vicente é um autor não reconhecido em Portugal, em virtude de sua 
prosa e documentação histórica não participarem da cultura portuguesa. 
A) V, V, V, F. D) V, F, V, V. 
B) F, V, V, F. E) V, F, F, V. 
C) V, V, F, F. 
2 (Ifsp) São características das obras do Classicismo: 
A) o individualismo, a subjetividade, a idealização, o sentimento 
exacerbado. 
B) o egocentrismo, a interação da natureza com o eu, as formas 
perfeitas. 
C) o contraste entre o grotesco e o sublime, a valorização da 
natureza, o escapismo. 
D) a observação da realidade, a valorização do eu, a perfeição da 
natureza. 
E) a retomada da mitologia pagã, a pureza das formas, a busca da 
perfeição estética. 
Questão - Classicismo
Período que marca o início da literatura no Brasil (1500)
QUINHENTISMO
• Manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o 
século XVI, no momento em que a cultura europeia foi 
introduzida no país.
• O Quinhentismo é marcado por dois principais 
momentos de produções literárias: a literatura de 
informação e a literatura jesuítica. 
A Literatura Brasileira começa oficialmente com uma 
“certidão de nascimento”
A Carta de Pero Vaz de Caminha inaugura a Literatura 
Informativa sobre o Brasil.
 Sua principal característica é a exaltação da terra, 
resultante do assombro do europeu diante do exotismo 
e da exuberância de um mundo tropical.
Quinhentismo
Carta a El-Rei Dom Manuel sobre o achamento do Brasil
(...) A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, 
de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem 
nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir 
nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta 
inocência como têm em mostrar o rosto. (...)
Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e 
bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos, pelas 
espáduas; e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão 
limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos 
não tínhamos nenhuma vergonha. (...)
Literatura Informativa
Literatura jesuítica
Também chamada de literatura de catequese, teve como 
objetivo a conversão dos índios à fé cristã. 
Constitui-se de textos escritos por missionários jesuítas e 
tem como expoente máximo Padre José de Anchieta, que 
produziu, além de peças de teatro e poemas, uma 
gramática da língua tupi.
Literatura jesuítica
Padre Anchieta misturava a moral religiosa católica 
com os costumes indígenas. Os elementos vindos da 
cultura europeia eram representados como o bem, e os 
elementos indígenas eram sempre reveladores do mal. 
Literatura jesuítica
Padre Anchieta
• Mistura de elementos europeus com a realidade Indígena.
“Meu irmão, perdoa tu a mim; eu tenho dor, eu estou 
doente. Eis que também minhas presas hei de dar 
algumas para ti, para que quebres suas cabeças. 
Arranca-te o nome por causa dos malditos. Para que 
sejas muito famoso.”
(ANCHIETA, 1999, p. 47) 
Importância
A visão que o europeu tem dos índios baseia-se numa 
concepção de mundo eurocêntrica e eivada de 
preconceitos. Em uma época como a nossa, em que a 
alteridade e a diversidade são paradigmas essenciais para 
a formação do cidadão, a visão quinhentista dos nativos 
brasileiros é de extrema importância para o vestibular.
3 (Enem 2013)
TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí 
a pouco começaram a vir mais. E parece-me que viriam, 
este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e 
cinquenta. Alguns deles traziam arcos e flechas, que todos 
trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes 
davam. […] Andavam todos tão bem-dispostos, tão bem 
feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
CASTRO, S. “A carta de Pero Vaz de Caminha”. Porto Alegre: L&PM, 
1996 (fragmento).
TEXTO II
Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de 
Caminha e a obra de Portinari retratam a chegada dos portugueses ao 
Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras 
manifestações artísticas dos portugueses em terras brasileiras e 
preocupa-se apenas com a estética literária. 
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja 
grande significação é a afirmação da arte acadêmica brasileira e a 
contestação de uma linguagem moderna. 
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do 
colonizador sobre a gente da terra, e a pintura destaca, em primeiro 
plano, a inquietação dos nativos. 
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes — verbal e 
não verbal —, cumprem a mesma função social e artística. 
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos 
diferentes, produzidas em um mesmo momentos histórico, retratando a 
colonização. 
Poética de Anchieta
Anchieta escrevia na areia, 
E a maré levava... 
Anchieta escrevia na areia, 
E a maré levava... 
O bom jesuíta havia assim criado 
uma espécie de antecipação 
do computador ... 
Zuca Sardanga
4 - MACKENZIE
Assinale a alternativa correta. 
a) No poema, valoriza-se a obra do jesuíta pelo fato de, já no século 
XVI, Anchieta ter inventado uma técnica que seria utilizada 
somente no século XX.
b) O poema deixa evidente que não há diferenças entre “escrever 
na areia” e “escrever no computador”, já que os registros serão 
sempre apagados da memória histórica. 
c) Explicita-se, no texto, o seguinte aspecto da manifestação 
artística: as qualidades literárias de um autor dependem, 
essencialmente, do suporte utilizado. 
d) No texto está subentendida a ideia de efemeridade do registro 
gráfico, dada a facilidade com que se podem “perder” os textos. 
e) Ao evidenciar a inutilidade da produção jesuítica no verso E a 
maré levava..., o texto desqualifica o teor poético da obra de 
Anchieta.
5 (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:
Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço Ediouro[s
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, 
pronunciada pelos meninos índios em procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua 
concretude mais visível, como produto final de todo um 
empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa 
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e 
acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, 
ao mencionar as danças rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figura alegóricas cuja construção como 
personagens atende a todos os requintesda dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a 
catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão logo 
seja possível.
Gabarito
1 A
1 E
3 C
4 D
5 A
Barroco
O Barroco se desenvolve após o processo de Reformas
Religiosas, ocorrido no século XVI; a Igreja Católica
havia perdido muito espaço e poder. Mesmo assim, os
católicos continuavam influenciando muito o cenário
político, econômico e religioso na Europa.
A Igreja recorreu a arte barroca para resgatar os
fiéis, na tentativa de restabelecer os valores
teocêntricos perdidos no renascimento.
Barroco - Contrarreforma*
Barroco
Os artistas barrocos foram patrocinados pelos
burgueses e pelo clero. As obras deste período
são rebuscadas, detalhistas e expressam as
emoções da vida e do ser humano. A palavra
barroco significa “pérola irregular” ou "pérola
deformada”.
Barroco
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/clero.htm
Características do Barroco
• Culto do contraste: o dualismo barroco coloca em contraste:
matéria/espírito, bem/mal, Deus/Diabo, céu/terra,
pureza/pecado, alegria/tristeza, vida/morte.
• Consciência da transitoriedade da vida/fugacidade: a ideia de
que o tempo consome tudo, e que conduz irrevogavelmente a
morte.
• Gosto pela grandiosidade: característica comum expressa com o
auxílio de hipérboles, ou seja, exageros.
• Frases interrogativas: refletem dúvidas e incertezas,
questionamentos: Que busco? Que desejo? Que quero da vida?
• Cultismo: é o jogo de palavras, o estilo trabalhado.
Predominam hipérboles, hipérbatos (alteração da ordem
natural das palavras ou das orações no período) e metáforas
(comparações).
• Conceptismo: é o jogo de ideias ou conceitos, com a técnica
da argumentação e do raciocínio. É comum o uso de antítese,
ou seja, ideias contrárias, paradoxos.
 Enquanto os cultistas tinham a visão direcionada aos
sentidos, os conceptistas eram direcionados à inteligência.
Correntes do Barroco
Barroco no Brasil (séc. XVII)
Contexto
•Bahia (Salvador-capital do Brasil);
•Ciclo da Cana-de-açúcar;
• Invasões holandesas.
A publicação da obra Prosopopeia (1601), de Bento Teixeira, 
inicia o Barroco no Brasil. É um poema épico, de estilo 
cancioneiro que procura imitar Os Lusíadas (Camões). 
Os escritores que mais se destacaram foram: 
Na poesia: 
- Gregório de Matos *
- Bento Teixeira 
Na prosa: 
- Pe. Antônio Vieira 
Barroco no Brasil
• Gregório de Matos é o maior poeta barroco brasileiro, 
suas obras são ricas em sátiras; além de retratar a Bahia 
com bastante irreverência, o autor não foi indiferente à 
paixão humana e religiosa, à natureza e a reflexão. 
• As poesias de Gregório de Matos oferecem um rico 
panorama da sociedade de seu tempo.
Gregório de Matos Guerra
De acordo com a temática, as obras de Gregório de Matos são:
• Poesia lírica amorosa;
• Poesia satírica;
• Poesia religiosa;
• Poesia erótica/profana.
Gregório de Matos Guerra
• A lírica amorosa: é marcada pela dualidade amorosa entre 
carne/espírito, ocasionando um sentimento de culpa no 
plano espiritual; 
• A mulher é vista como ser contraditório, é, ao mesmo 
tempo MULHER (terrena) e ANJO (celestial);
• O eu lírico coloca-se entre os desejos do corpo e a culpa 
pelo pecado.
Lírica Amorosa – Gregório de Matos
“Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Se Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara? 
(...)”
Lírica Amorosa – Gregório de Matos
Poesia Satírica - Gregório de Matos
• A POESIA SATÍRICA de Gregório de Matos não poupava 
ninguém. Dos poderosos, religiosos, comerciantes até a 
classe mais baixa da cidade da Bahia;
• Em virtude de suas sátiras, Gregório de Matos ficou 
conhecido como o “Boca do Inferno”, pois o poeta não 
economizou palavrões nem críticas em sua linguagem;
• Através da sátira, o poeta registra o cotidiano da Bahia, 
critica sua situação econômica. Uma realidade que o 
discurso oficial procurava esconder. 
A cada canto um grande conselheiro, 
Que nos quer governar cabana, e vinha, 
Não sabem governar sua cozinha, 
E podem governar o mundo inteiro. 
Em cada porta um frequentado olheiro, 
Que a vida do vizinho, e da vizinha 
Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha, 
Para levar à Praça, e ao Terreiro. 
(...)
Estupendas usuras nos mercados, 
Todos, os que não furtam, muito pobres, 
E eis aqui a cidade da Bahia. 
O poeta expõe os personagens que circulavam pela cidade de Salvador - conhecida 
como Bahia - desde as mais altas autoridades até os mais pobres
Poesia Satírica - Gregório de Matos
• O autor está dividido entre pecado e virtude (sente culpa
por pecar e busca a salvação);
• O autor vê o pecado como um erro humano, mas também, 
como a única forma de Deus cometer o ato do perdão;
• O eu-lírico, muitas vezes, se comporta como advogado que 
faz a própria defesa diante de Deus (para tal, usava, até 
mesmo, trechos da Bíblia).
Poesia Religiosa – Gregório de Matos
http://www.infoescola.com/escritores/gregorio-de-matos-guerra/
Pequei Senhor: mas não porque hei pecado,
Da vossa Alta Piedade me despido:
Antes, quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida, já cobrada,
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,
Eu sou, Senhor, ovelha desgarrada;
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória
Poesia Religiosa – Gregório de Matos
• Chamado de profano, o poeta exalta a sensualidade e os prazeres, 
além dos escândalos sexuais envolvendo os conventos da cidade.
Se Pica-Flor me chamais,
Pica-Flor aceito ser,
Mas resta agora saber,
Se no nome que me dais,
Meteis a flor que guardais
No passarinho melhor!
Se me dais este favor,
Sendo só de mim o Pica,
E o mais vosso, claro fica,
Que fico então Pica-Flor.
Gregório de Matos Guerra (1636 - 1695)
Poesia Erótica – Gregório de Matos
Padre Antônio Vieira
• Um dos mais influentes personagens do século XVII em 
termos de política e Oratória, destacou-se como 
missionário em terras brasileiras;
• Defendeu os direitos humanos dos povos indígenas, 
combatendo a sua exploração, e a abolição da escravatura;
• Criticou severamente os sacerdotes da sua época e a 
própria Inquisição;
• Escreveu 200 sermões - entre os quais pode-se destacar o 
"Sermão da Sexagésima" .
Sermão da Sexagésima
“...Ouçamos o Evangelho, e ouçamo-lo todo, que todo é do caso
que me levou e trouxe de tão longe.
Diz Cristo que «saiu o pregador evangélico a semear» a palavra
divina. Bem parece este texto dos livros de Deus. Não só faz
menção do semear, mas também faz caso do sair: Exiit, porque
no dia da messe hão-nos de medir a semeadura e hão-nos de
contar os passos. O Mundo, aos que lavrais com ele, nem vos
satisfaz o que dispendeis, nem vos paga o que andais. Deus não
é assim. Para quem lavra com Deus até o sair é semear, porque
também das passadas colhe fruto.”
Padre Antônio Vieira - Prosa
O conceptismo do Padre Antônio Vieira, volta-se para a 
argumentação e o raciocínio lógico
“(...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os 
pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte 
está branco, da outra há de estar negro (...). Basta que não 
havemos de ver um sermão de duas palavras em paz? Todas hão 
de estar sempre em fronteira com o seu contrário? (...) Como hão 
de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito 
distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, 
muito distinto e muito claro.” “(...) O estilo há de ser muito fácil e 
muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear. (...)
Cultismo
(jogo de palavras)
“O todo sem a parte não é todo;
A parte sem o todonão é parte;
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga que é parte, sendo o todo.”
(Gregório de Matos)
• Em nenhuma outra época se produziu tamanha quantidade de 
igrejas, capelas, estátuas de santos e monumentos sepulcrais;
• As obras de arte deviam falar aos fiéis com a maior eficácia 
possível, mas em momento algum descer até eles;
• A arte barroca tinha que convencer, conquistar e impor 
admiração.
Arte Barroca
Todo o rebuscamento presente na arte e literatura
barroca é reflexo dos conflitos dualistas entre o
terreno e o celestial, o homem e Deus, o pecado e o
perdão, a religiosidade medieval e o paganismo
presente no período renascentista.
Importância
RESUMO
O Barroco: século XVII
CONTEXTO HISTÓRICO
- Contrarreforma;
- Renascimento.
CARACTERÍSTICAS
- Conflito entre corpo e alma;
- Passagem do tempo;
- Cultismo e conceptismo;
- Figuras de linguagem.
PRINCIPAIS AUTORES
- Bento Teixeira (marco inicial);
- Gregório de Matos Guerra(poesia);
- Padre Antonio Vieira(prosa).
Com referência ao Barroco, todas as alternativas são corretas, 
exceto:
a) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo 
em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina.
b) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito 
de tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o 
teocentrismo medieval e, de outro, o antropocentrismo 
renascentista.
c) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma 
e corpo, morte e vida.
d) A arte barroca é vinculada à Contrarreforma.
e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole 
e de metáforas.
Arcadismo
Arcadismo – século XVIII
• O Arcadismo ou Neoclassicismo surge em 1756 com a 
fundação da Arcádia Lusitana: movimento de reação 
ao Barroco. 
• Procurava restabelecer o equilíbrio, a harmonia e a 
simplicidade da literatura renascentista, rompida pelo 
período anterior.
*Arcádia Lusitana -Academia literária
http://educacao.globo.com/literatura/assunto/movimentos-literarios/barroco.html
CONTEXTO HISTÓRICO
EUROPA
• Século das Luzes (Iluminismo) - influenciou os 
pensamentos dos intelectuais e ocasionou a pesquisa e 
análise do mundo pela perspectiva da razão e da ciência;
• Revolução Francesa - que pregava os princípios de 
liberdade, igualdade e fraternidade;
• Revolução Industrial;
Características do Arcadismo
• Bucolismo - busca por uma vida simples, pastoril;
• Valorização da natureza e do viver o presente (“fugere
urbem” – fugir da cidade, “locus amoenus” – lugar calmo,
“carpe diem”- aproveite o dia);
• Pastoralismo (ideal do eu lírico – pastor);
• Fingimento poético (pseudônimo);
• Objetividade – “Inutilia Truncat” – cortar o inútil;
• Linguagem simples;
• Retomada da cultura greco-romana – mitologia.
• Imitação do clássico;
CONTEXTO HISTÓRICO
BRASIL (colônia)
•Ciclo da Mineração (MG);
• Inconfidência Mineira;
Há produções Líricas e Épicas.
Teve início no ano de 1768, com a publicação do 
livro de poemas “Obras Poéticas” de Cláudio 
Manuel da Costa.
Arcadismo no Brasil
Arcadismo no Brasil
Houve dois momentos do Arcadismo no Brasil:
• Poético (essencialmente árcade): retorno à tradição 
clássica com a utilização dos seus modelos e a valorização 
da natureza e da mitologia.
• Ideológico: influenciado pela filosofia presente no 
Iluminismo, que traduz a crítica da burguesia culta aos 
abusos da nobreza e do clero.
Os principais autores árcades são:
• Cláudio Manoel da Costa, 
• Tomás Antônio Gonzaga, 
• Basílio da Gama, 
• Frei José de Santa Rita 
• Manuel Maria Barbosa du Bocage - Arcadismo Português
Arcadismo ou Neoclassicismo
Cláudio Manuel da Costa (1729 - 1789)
Nasceu em Mariana (MG), filho de um rico minerador
português. Formou-se em Direito na cidade de
Coimbra. Ocupou altos cargos na máquina burocrática
colonial. Quando foi preso por suposta participação na
Inconfidência, era um dos homens mais ricos e
poderosos da província. Deprimido e amedrontado,
acabou suicidando-se na prisão.
Pseudônimo: Glauceste Satúrnio
Obras: Obras poéticas (1768), Vila Rica (1839)
Cláudio Manoel da costa
Trecho do poema Vila Rica, Canto VII 
O conceito, que pede a autoridade, 
Necessária se faz uma igualdade 
De razão e discurso; quem duvida, 
Que de um cego furor corre impelida 
A fanática idéia desta gente? 
Que a todos falta um condutor prudente 
Que os dirija ao acerto? Quem ignora 
Que um monstruoso corpo se devora 
A si mesmo, e converte em seu estrago 
O que pensa e medita? (...)
Eu ponho esta sanfona, tu, Palemo,
Porás a ovelha branca, e o cajado;
E ambos ao som da flauta magoado
Podemos competir de extremo a extremo.
Principia, pastor; que eu te não temo;
Inda que sejas tão avantajado
No cântico amebeu: para louvado
Escolhamos embora o velho Alcemo.
Que esperas? Toma a flauta, principia;
Eu quero acompanhar te; os horizontes
Já se enchem de prazer, e de alegria:
Parece, que estes prados, e estas fontes
Já sabem, que é o assunto da porfia
Nise, a melhor pastora destes montes.
Cláudio Manoel da costa
Onde estou! Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado!
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado:
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era:
Mas que venho a estranhar, se estão presentes,
Meus males, com que tudo degenera!
Claudio Manuel da Costa
Frei José de Santa Rita Durão
Nasceu em Minas Gerais e doutorou-se em Filosofia e
Teologia por Coimbra.
Sua manifestação poética expressa o nativismo, exalta a
paisagem brasileira, os índios: seus costumes e suas
tradições. Durão faz referências a fatos históricos, do
século XVI até sua época. Valoriza a vida natural e simples,
distante da corrupção.
Santa Rita Durão
Principal obra: "Caramuru" tem como subtítulo "Poema 
Épico do Descobrimento da Bahia" e conta as aventuras 
de Diogo Álvares Correia, o Caramuru. 
Entre as personagens do poema estão Paraguaçu (com 
quem Diogo se casou na França) e Moema (rival de 
Paraguaçu, que morreu afogada quando perseguia o 
navio que levava o casal para a França).
Caramuru - Santa Rita Durão
Caramuru - Santa Rita Durão
“- Bárbaro (a bela diz) tigre e não homem... 
Porém o tigre, por cruel que brame, 
Acha forças no amor, que enfim o domem; 
Só a ti não domou, por mais que eu te ame. 
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, 
Como não consumis aquele infame? 
Mas pagar tanto amor com tédio e asco... 
Ah! Que corisco és tu...raio...penhasco” 
(Trecho do Canto VI, onde narra a morte de Moema)
Basílio da gama
• Principal obra: O Uraguai, obra épica que tratava os
indígenas como matéria poética, e não apenas informativa.
• Participou da efervescência do Arcadismo português,
revelando assim, seu talento de poeta neoclássico, ao
escrever poesias líricas e, especialmente, épica.
O Uraguai - Basílio da Gama
Critica os jesuítas, alega que eles apenas defendiam os 
direitos dos índios para ser eles mesmos seus senhores. 
O enredo é a luta dos portugueses e espanhóis contra os 
índios e os jesuítas dos Sete Povos das Missões.
Este lugar delicioso e triste, 
Cansada de viver, tinha escolhido 
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia, 
Na branda relva e nas mimosas flores, 
Tinha a face na mão e a mão no tronco 
Dum fúnebre cipreste, que espalhava 
Melancólica sombra. Mais de perto 
Descobrem que se enrola no seu corpo 
Verde serpente, e lhe passeia e cinge 
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. 
Fogem de a ver assim sobressaltados 
E param cheios de temor ao longe; 
E nem se atrevem a chamá-la e temem 
Que desperte assustada e irrite o monstro, 
E fuja, e apresse no fugir a morte.
(Basílio da Gama - O Uraguai – canto IV – morte de Lindóia) 
A morte de Lindoia (1882) / O Uraguai
Filho de um magistrado brasileiro,nasceu em Portugal.
Aqui estudou com os jesuítas, na cidade da Bahia. Ficou
preso três anos no Rio de Janeiro e depois foi condenado a
dez anos de degredo em Moçambique. Lá, casou com a
filha de um rico traficante de. Morreu na África em 1810.
Pseudônimo: Dirceu
Obras: 
Marília de Dirceu (Parte I, II III);
Cartas Chilenas (1845) 
TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA
Marília de Dirceu - Tomás Antônio Gonzaga
• Marília de Dirceu permite duas abordagens igualmente válidas.
A primeira mostra-a como o texto árcade por excelência. A
segunda aponta para sua dimensão pré-romântica.
• O pastoralismo, a clareza, a recusa a subjetividade, o
racionalismo, eis alguns dos elementos que configuram o
Arcadismo nas liras de Tomás Antônio Gonzaga;
• A primeira parte do livro é produzida ainda em liberdade. A
parte final, produzida no cárcere, revela pessimismo.
• Nas liras, um pastor celebra, em tom moderadamente
apaixonado, as graças da pastora Marília, que conquistou o seu
coração
O pastor Dirceu é um pacato funcionário público que sonha com a 
tranquilidade do matrimônio, certo de que a domesticidade gratificará 
Marília. Por isso, ele ressalta a estabilidade de sua situação econômica: 
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado;
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos, e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, frutas, azeite.
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
O Desejo da Vida Comum ("Aurea Mediocritas")
Sob o pseudônimo de Critilo, Tomás Antônio Gonzaga
ironiza nas Cartas chilenas a prepotência e os
desmandos do governador Luís da Cunha Meneses,
apelidado no texto de Fanfarrão Minésio.
Cartas chilenas - Tomás Antônio Gonzaga
Cartas chilenas
As ondas desumanas; de repente
Me sobe ao pensamento que estas eram
Do nosso Fanfarrão imagem viva.
- Os mares, Doroteu, jamais descansam;
Agitam sem cessar as verdes águas,
E, depois que levantam ondas nove,
Com menos fortidão, despedem outra,
Que corre mais ligeira e que se quebra
- Nos musgosos rochedos com mais força.
Assim o nosso chefe não descansa
De fazer, Doroteu, no seu governo,
Asneiras sobre asneiras e, entre as muitas,
Que menos violentas nos parecem,
- Pratica outras que excedem muito e muito
As raias dos humanos desconcertos.
Tomás Antônio Gonzaga
Fez Marília de Dirceu
Cláudio Manuel da Costa
Vila Rica escreveu
São poetas do Arcadismo
Que em Minas Gerais nasceu
Arcadismo é campo, pastor, bucolismo
Mimese dos gregos, neoclassicismo
Arcadismo é campo, pastor, bucolismo
Mimese dos gregos, racionalismo
Grande Basílio da Gama
Escreveu O Uraguai
Frei Santa Rita Durão
Fez Caramuru, uai!
Lembre de Cartas Chilenas
Que traz críticas sociais
Arcadismo Português
Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765 – 1805)
Poeta árcade português (considerado
pré-romântico) nascido em Setúbal; o 
maior poeta da língua no século XVIII. 
Conhecido por seu estilo rebelde e 
satírico; 
Socialmente inadaptado;
Escreveu poesia satírica e lírica.
Poesia Lírica - duas fases
1ª - características árcades: bucolismo, a paz do campo,
amores realizados, pastoralismo...
Pseudônimo: Elmano Sadino
Olha, Marília, as flautas dos pastores
Que bem soam, como estão cadentes!
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes
Os Zéfiros brincar por entre as flores?
...
Que alegre campo! Que manhã tão clara!
Mas ah! Tudo o que vês, se eu te não vira,
Mais tristeza que a morte me causara
Bocage
2ª - características pré-românticas: pessimismo, melancolia, 
subjetividade, sentimentalismo...
Oh retrato da Morte, oh Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel, que a delirar me obriga.
E vós, oh cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores
Poesia Satírica
• Linguagem pesada;
• Temática sexual-erótica;
• Seus alvos eram os poderosos ou até colegas de 
academia (árcades).
Não lamentes, oh Nise, o teu estado
Não lamentes, oh Nise, o teu estado; 
Puta tem sido muita gente boa; 
Putíssimas fidalgas tem Lisboa, 
Milhões de vezes putas têm reinado: 
Dido foi puta, e puta dum soldado; 
Cleópatra por puta alcança a c'roa; 
Tu, Lucrécia, com toda a tua proa, 
O teu cono não passa por honrado: 
Essa da Rússia imperatriz famosa, 
Que inda há pouco morreu (diz a Gazeta) 
Entre mil porras expirou vaidosa: 
Todas no mundo dão a sua greta: 
Não fiques, pois, oh Nise, duvidosa 
Que isto de virgo e honra é tudo peta.
Bocage
Aos sócios da Nova Arcádia
Vós, ó Franças, Semedos, Quintanilhas,
Macedos e outras pestes condenadas
Vós, de cujas buzinas penduradas
Tremem de Jove as melindrosas filhas:
Vós, néscios, que mamais das vis quadrilhas
Do baixo vulgo insossas gargalhadas,
Por versos maus, por trovas aleijadas,
De engenhais as vossas maravilhas,
Deixai Elmano, que inicente e honrado,
Nunca de vós se lembra, meditando
Em coisas sérias, de mais alto estado.
E se quereis, os olhos alongando,
Ei-lo! Vede-o no Pindo recostado,
De perna erguida sobre vós mijando.
Bocage
Como já caiu no vestibular?
(Unifesp-SP) Leia os versos do poeta português Bocage.
Vem, oh Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.
Deixa louvar da corte a vã grandeza;
Quanto me agrada mais estar contigo,
Notando as perfeições da Natureza!
Nestes versos,
a) o poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do 
tempo.
b) a linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-
românticas do autor.
c) a emoção predomina sobre a razão, numa ânsia de se aproveitar o 
tempo presente.
d) o amor e a mulher são idealizados pelo poeta, portanto, inacessíveis 
a ele.
e) o poeta propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente de 
forma simples junto à natureza.
• Gabarito do Barroco - A 
• Gabarito do Arcadismo - E

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