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AÇÃO DE ALIMENTOS - FILHO EM FACE PAI


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA________VARA DA FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE MARÍLIA/SP. 
  
  
  
CAUÃ, nacionalidade, menor, inscrito no CPF (MF) sob o nº , neste ato representado por LUANA FERREIRA, brasileira, solteira e sem qualquer vínculo de união estável, auxiliar de enfermagem, portadora da Cédula de Identidade RG nº , inscrita no CPF (MF) sob o nº , ambos residentes e domiciliados na Av. Rodrigues Souza, nº 100, Jardim São Bento, nesta cidade de Marília-SP, vêm, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador signatário (Doc. 01), com fundamento nos artigos 1606, 1.694 a 1.710 do Código Civil e na Lei nº 5.478/68-LA, propor a presente: 
	 
AÇÃO DE ALIMENTOS
  
em face de JUCA CASTRO, brasileiro, solteiro e sem qualquer vínculo de união estável, oficial de justiça, residente e domiciliado na Avenida Monte Sião, nº 200, Parque Morumbi, nesta cidade de Marília-SP, com endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos de direito adiante deduzidos: 
  
 DOS FATOS  
  
 1.A genitora do Autor conheceu, no final do ano de 2.017, o Requerido, quando o mesmo internou-se no hospital em que ela trabalha recebendo os cuidados direto da mesma durante o período em que ficou lá internado.
 2. Em 10 JAN 2018, a representante do Autor e o Réu começaram a namorar e os encontros tornaram-se frequentes. Tal relacionamento, que durou vários meses, tornou-se sério e conseqüentemente íntimo, tendo como consequência a gravidez e nascimento de CAUÃ.
3.Após o nascimento de Cauã, a sua genitora procurou o Réu instando-o a assumir sua paternidade em face do menor, contudo, este se recusou a fazê-lo voluntariamente. 
4. Sabe-se que as necessidades de uma criança na idade do Autor são muitas e notórias, englobando, entre outras: alimentação, vestuário, moradia, educação, assistência médica e lazer. 
5. É de conhecimento da genitora do Requerente, que o Requerido exerce atividade de oficial de justiça, auferindo boa renda mensal, não tendo condições de especificar o seu montante total. 
6. O Autor, através de sua genitora, tentou uma composição amigável com o Requerido no sentido de ter reconhecida voluntariamente a paternidade da criança. Todas as conversas foram infrutíferas. 
 
 7.Diante da não concordância daquele, não resta outro meio ao Autor senão movimentar o Estado Juiz no sentido de colher deste a satisfação de seus direitos violados.
É o que se espera.
 DO DIREITO 
  
O dever de alimentar dos pais está expressamente previsto na Constituição Federal, em seu artigo 229: 
  
Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. 
  
O Código Civil, por sua vez, confere a quem necessita de alimentos, o direito de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos, nos termos do art. 1.694 e 1.696: 
  
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
[...] 
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros. 
  
Além da relação de parentesco, é imperativo que haja necessidade do alimentando, conforme preconiza o art. 1.695 do Código Civil, in verbis: 
  
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento. 
  
Assim, uma vez constatado o grau de parentesco e a necessidade, reconhece-se o dever de prestar alimentos. 
  
 In casu, o parentesco está verificado, pois o Requerido e o Requerente são pai e filho, respectivamente (Certidão de Nascimento - doc. 2). A necessidade, igualmente, está plenamente configurada, vez que o Requerente é menor impúbere e, obviamente, não pode arcar com seu sustento. 
  
 Dessa forma, o Requerido deve contribuir com as necessidades básicas de seu filho, ora Requerente. 
  
Uma vez constatado o vínculo de parentesco e a necessidade do Requerente, faz-se mister impor ao Requerido o pagamento de alimentos. 
  
Quanto ao valor dos alimentos, estes devem ser fixados na exata proporção do binômio necessidade do requerente e capacidade econômica do requerido.
Nesse sentido, constata-se que, muito embora se desconheça a situação econômica do Requerido, o Requerente é criança e tem uma série de gastos inerentes a sua idade: médico, brinquedos, material e uniforme escolar, alimentação. 
  
Assim, tem-se entendido que o percentual-base mais adequado para a fixação dos alimentos é de 30% (trinta por cento) sobre os rendimentos do alimentante, inclusas as verbas recebidas a título de férias remuneradas e décimo terceiro salário. 
DO PEDIDO 
  
Diante do exposto, requer-se: 
  
 a)liminar para fixação dos alimentos provisórios na quantia equivalente a 30% (trinta por cento) do rendimento bruto, inclusive férias e gratificação natalina, do Requerido, a ser paga até o dia 10 (dez) de cada mês, mediante depósito na Conta nº XXX, Agência nº XXX, do Banco XXXX, ou desconto na folha de pagamento; 
b) A citação do Requerido, via Oficial de Justiça, para que, querendo, apresente sua defesa, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; 
c)     A intimação do Ministério Público para que acompanhe o feito até o final;
  
 d) a presente Ação seja julgada totalmente procedente para condenar o Requerido ao pagamento de alimentos definitivos fixados em 30% (trinta por cento) sobre o valor de seus rendimentos brutos, inclusive férias e gratificação natalina, mediante depósito na Conta nº XXXX, Agência nº XXXX, do Banco do XXXXX; ou desconto na folha de pagamento; 
 
e)     A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, uma vez que se o Requerente se declara pobre, conforme Declaração de Pobreza anexa.
  
		Informa o Requerente, através de sua genitora, que não tem interesse na realização de conciliação junto ao Requerido.
 Provarão o que for necessário, usando de todos os meios de provas permitidos em Direito, em especial pela juntada de documentos e depoimento pessoal do Requerido.
 Dá-se à presente, o valor de R$ 1.000,00 (Mil reais) apenas para efeitos fiscais.
Termos em que,
Pede Deferimento.
Marília, de março de 2.020.
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Nome do advogado
OAB/SP nº