Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP/LAUREATE ESTÁGIO DE PRÁTICA SUPERVISIONADA (MEDIAÇÃO, CONCILIAÇÃO E ARBITRAGEM) PROFESSOR: MS. DOUGLAS ARAÚJO ALUNO: THIAGO HENRIQUE R. L. TURMA:RF5TA EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DE UMA DAS VARAS CÍVEL DA COMARCA DE AS ITU-SP. VICENTE, menor impúbere, inscrito no CPF sob o nº 000.000.000-00, portador do RG sob o nº 000.000.000, representado neste ato por sua genitora, a Sra. MARIA HELENA, brasileira, solteira, empregada doméstica, inscrita no CPF sob nº 000.000.000-00, portadora do RG sob nº 000.000.000, residente e domiciliada na Rua 15 de Novembro, 521, Jardim Penha de França, Itu-SP CEP: 13308-490, vêm mui respeitosamente, por intermédio de seu advogado, procuração em anexo, a presença de Vossa Excelência propor: AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS em desfavor de seu pai, MOACYR, brasileiro, empresário, residente e domiciliado na Rua 10, Jardim Residencial Nikkey, Sorocaba-Sp, CEP: 18087-809, de acordo com os fatos e fundamentos jurídicos que a seguir passa a expor: I - DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA Inicialmente, a autora vem requerer os benefícios da justiça gratuita, com fulcro no art. 98 do Código de Processo Civil, devido ao fato de que esta afirma não possuir condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios, sem que comprometa a sua subsistência; II - DOS FATOS O menor, Vicente, nascido em 23 de janeiro de 2016, é fruto do envolvimento amoroso da autora com o Sr. Moacyr. Ocorre que o relacionamento dos genitores chegou ao fim, estando à criança, atualmente, sob a guarda da Sra. Maria Helena. Ocorre que, após o nascimento da autor, o Requerido esquivou-se em conhecer seu filho e assumir a paternidade, desta forma, ao nascer, a menor recebeu apenas o nome da mãe, conforme certidão de nascimento. A autora, como bem informado, é empregada doméstica, desenvolve no momento atividade que lhe possa auferir renda, porém, não consegue chegar a renda que supra as necessidades dela e de seu filho, , enquanto o requerido, por sua vez, é empresário, recebendo em média nove salários mínimos ao mês. Dessa forma, está cristalino a viabilidade da ação em tela para dirimir a referida contenda. Nesse talante vem o requerente, por meio de sua representante legal, buscar a tutela jurisdicional do Estado, fazendo prova de parentesco em relação ao promovido, no intuito de resguardar o seu direito, por ser medida de justiça. III – DO DIREITO III.1 – DO RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE Conforme o artigo 27, do Estatuto da Criança e do Adolescente, o reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais, sem qualquer restrição. Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. A Constituição Federal assegura em seu artigo 227, § 6º, que os filhos havidos fora da relação do casamento terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas a filiação. Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. Da mesma forma, os pais têm o dever de dar total assistência aos filhos menores, conforme disposto no artigo 229, da Constituição Federal. Art. 229. “Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.” Cabe salientar que o réu até a presente data rejeita o autor, negando a sua paternidade, Contudo, é direito do menor a prova da filiação, por meio de um exame de DNA, o qual é requerido desde já de forma preferencial em relação aos demais meios de prova, tendo em vista sua alta confiabilidade, com grau de certeza praticamente absoluto. Ressaltando o fato de que haja negativa por parte do réu a submeter-se ao exame de DNA, o ordenamento jurídico brasileiro estabelece a presunção de paternidade, conforme o artigo 232, do Código Civil. Art. 232. “A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova que se pretendia obter com o exame.” Desta forma, assiste o autor o direito ao reconhecimento de paternidade por parte do réu, haja vista a importância e o dever do mesmo na criação e sustento do menor impúbere, proporcionando-lhe o cuidado, educação e total assistência em suas necessidades. III.2 - DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS A nossa doutrina conceitua os alimentos provisórios, como sendo aqueles fixados liminarmente pelo magistrado na Ação de Alimentos. Segundo o art. 13, § 3º, da Lei de Alimentos, "Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso extraordinário". Corroborando o entendimento acima exposto, temos o aresto a seguir transcrito: Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE ALIMENTOS. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. De acordo com o art. 4º da Lei de Alimentos, os alimentos provisórios devem ser fixados de forma imediata, antes da realização da audiência de tentativa de conciliação. No caso, a necessidade da agravante é presumida, decorrente da menoridade - 12 anos. O agravado é genitor da agravante, possuindo, pois, dever de sustento em relação a ela. Desta forma, não obstante ausente prova da real capacidade financeira do agravado, não há como fixar os alimentos provisórios em valor inferior a 30% do salário mínimo, como requerido na inicial da ação de alimentos. DERAM PROVIMENTO. UN NIME. (Agravo de Instrumento Nº 70065734147, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Felipe Brasil Santos, Julgado em 03/09/2015). Em face da amplitude dos encargos suportados pela autora em relação ao sustento de sua filha, bem como da situação financeira do Requerido, é bastante justo que os alimentos sejam fixados, desde agora, a título de alimentos provisórios, em 30% (trinta por cento) do salário percebido pelo Requerido, qual seja, aproximadamente R$ 10.000,00 (dez mil reais) que perfaz o quantum de R$ 3.000,00 (três mil reais), valor este que deverá ser depositado, mensalmente, na conta bancária da genitora, na Caixa Econômica Federal, Agencia: 0000, OP: 013, Conta poupança: 0000000-0. III.3 - DOS ALIMENTOS A obrigação de alimentar está pautada em um interesse superior, pois se encontra em questão a vida humana e a necessidade de dar ao menor a garantia de seu meio de subsistência. Nos termos do Código Civil brasileiro, são devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, a própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento (CC, art. 1.695). Os artigos 1.694 e 1.696 do Código Civil conferem a quem necessita de alimentos, o direito de pleiteá-los de seus parentes, em especial entre pais e filhos: Art. 1.694. “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.” § 1o Os alimentos devem ser fixados na proporçãodas necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada. Art. 1.696. “O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.” De acordo com o parágrafo 1º do artigo 1.694, supracitado, os requisitos para a sua concessão são: necessidade do alimentando e capacidade do alimentante, as quais restaram sobejamente demonstradas nos autos. O artigo 22, do Estatuto da Criança e do Adolescente, prevê a incumbência do dever que compete aos pais de sustentar, guardar e educar seus filhos. Art. 22. “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.” IV - DO PEDIDO DIANTE DO EXPOSTO, requer a Vossa Excelência: a) Que sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, visto que a Requerente, não se encontra em condições de arcar com as custas do processo e honorários advocatícios, sem incorrer em prejuízo próprio, bem como de sua família; b) A citação do Requerido, para, querendo, apresentar defesa no prazo legal; c) A intimação do ilustre representante do Ministério Público; d) Que determine, LIMINARMENTE, o pagamento do valor de R$ 3.000,00 (três mil reais), a título de ALIMENTOS PROVISÓRIOS, e ao final, seja este valor convertido em pensão definitiva em favor da menor; e) Julgue PROCEDENTE o presente pedido de alimentos, para condenar o REQUERIDO ao pagamento de pensão alimentícia mensal, destinada ao seu filho, o menor Vicente, a ser depositada na conta bancária da genitora da criança, a qual seja Caixa Econômica Federal, Agencia: 0000, OP: 013, conta poupança: 000000- 0. f) Que julgue procedente o pedido de guarda unilateral; g) O aprazamento de audiência de conciliação; h) Que condene o Requerido ao pagamento das custas processual e honorário advocatícios. Por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos. Dá-se a causa o valor de R$ 6.746,40 (seis mil, setecentos e quarenta e seis reais e quarenta centavos). Nestes termos, Pede deferimento. Itu – São Paulo, 07 de maio de 2021. THIAGO HENRIQUE RODRIGUES DE LIMA OAB/RN 00.000 DOUGLAS DA SILVA ARAÚJO ESTÁGIARIO
Compartilhar