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Introdução à Fotointerpretação Aérea

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Por José Robinson Alcoforado Dantas 
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FOTOINTERPRETAÇÃO 
 
PARTE TEÓRICA 
 
I -CONCEITOS BÁSICOS DA FOTOINTERPRETAÇÃO 
 
 QUADRO I.1 - CONCEITOS BÁSICOS DA FOTOINTERPRETAÇÃO 
FOTOGRAFIA AÉREA
OBLÍQUA VERTICAL
EM CORES PRETO/BRANCO
FOTOINTERPRETAÇÃO
FOTOLEITURA
FOTOGRAMETRIA
FOTOANÁLISE
PADRÕES DE INTERPRETAÇÃO
COR TONALIDADERELÊVOVEGETAÇÃO DRENAGEM
TEXTURA
LITOLOGIA
FOTOGEOLOGIA
ESTRUTURA
MULTIDISCIPLINASMAPA FOTOGEOLÓGICO
 
 
I .1 - FOTOGRAFIA AÉREA 
 
I.1.1 -Definição: imagem do terreno captada desde o espaço utilizando-se câmaras fotográficas 
adequadas. 
 
 
I.1.2 - Elementos da fotografia aérea: informações contidas na fotografia aérea (Fig.I.1), objetivando, 
principalmente, a resolução de problemas fotogramétricos (deslocamentos devido ao relevo, escala 
média da fotografia,elaboração de perfis topográficos e geológicos ,etc) 
 
 
 
 
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 FIGURA I.1 – ELEMENTOS DA FOTOGRAFIA AÉREA 
X
X X
X
O = ponto principal = centro da foto
Marcas fiduciais
Arquivo
Escala
N da fotoO 
N do vôoO 
Relógio Altímetro Nível
O 
 
 
Além das indicações dos números da fotografia e voo, e da escala, um outro dado importante 
encontrado em algumas fotografias, é o valor (em mm) da distância principal ( c ) da câmara fotográfica, 
que, como será visto mais adiante, não só indica qual o tipo de câmara fotográfica utilizada e, 
conseqüentemente, qual o tipo da fotografia obtida, como também tem papel fundamental na definição da 
escala. 
 
 Do ponto de vista geométrico a fotografia aérea vertical é uma projeção central do terreno, cuja 
representação esquemática é mostrada na figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 FIGURA I.2 - REPRESENTAÇÃO GEOMÉTRICA DA FOTOGRAFIA AÉREA 
RQ
Zo
Nível médio do terreno
Nível do mar
DtDt
O= centro da objetiva da câmara 
p=n
P=N
Plano do negativo
PositivoPositivo
Terreno
c
cZ
 
 
c = distância principal = distância do centro de projeção da câmara fotográfica ao plano do negativo ou 
plano da fotografia. 
 
Z = Altura de vôo = distância do centro de projeção ao plano do terreno. 
p = ponto principal = projeção ortogonal do centro de projeção do terreno (p) sobre o plano da fotografia 
(p). 
n = ponto nadir = interseção da vertical que passa pelo centro de projeção com o plano do negativo ou 
plano da fotografia. É representado com as letras “n” e “N”, na fotografia e no terreno, 
respectivamente. Na foto aérea vertical o ponto nadir se confunde com o ponto principal. 
 
I.1.3 – Classificação das fotografias aéreas 
 
Basicamente, os critérios empregados para a classificação de fotografias aéreas estão relacionados à 
inclinação do eixo da câmara fotográfica e ao seu campo angular 
 
• em função da inclinação do eixo da objetiva 
VERTICAL INCLINADA MUITO INCLINADAVERTICAL INCLINADA MUITO INCLINADA
FIGURA 1.3 - CLASSIFICAÇÃO DA FOTOGRAFIA AÉREA EM FUNÇÃO DO EIXO DA OBJETIVA
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUADRO I.2 - COMPARAÇÃO ENTRE AS FOTOGRAFIAS AÉREAS VERTICAL, INCLINADA E 
MUITO INCLINADA 
Fotografia aérea Vertical Inclinada Muito inclinada 
Características Inclinação < + 30 Inclinação entre 120 e 180 
sem horizonte visível 
> 180 com o horizonte 
visível 
Área fotografada Muito pequena Pequena Grande 
Forma da área 
foto grafada 
Retangular Trapezoidal Trapezoidal 
Escala Uniforme para um mesmo 
plano horizontal 
Decresce da parte mais 
eleva da do terreno para a 
mais baixa 
Decresce da parte 
mais elevada do 
terreno para a mais 
baixa 
Vantagem Melhor de interpretar Maior área recoberta Ilustrativa 
Uso mais 
freqüente 
Fotogrametria e 
Fotointerpretação 
Fotointerpretação Fotointerpretação 
 
 
• em função do campo angular da objetiva 
 
60º 120º
FIGURA I.4 - CLASSIFICAÇÃO DAS FOTOGRAFIAS AÉREAS EM FUNÇÃO DO CAMPO ANGULAR DA OBJETIVA
NORMAL
90º
GRANDE ANGULAR SUPER GRANDE ANGULAR
 
 
 
 
 Quadro I.3 - Relação entre campo angular e distância principal em fotografias aéreas verticais 
 de 23 cm x 23 cm 
TIPO DE OBJETIVA DA CÂMARA CAMPO ANGULAR DISTÂNCIA PRINCIPAL 
Normal 600 210 mm 
Grande angular 900 152 mm 
Super grande angular 1200 88 mm 
 
 
I.1.4 - Escala 
 
 Escala de uma fotografia aérea vertical é a relação entre uma distância medida na fotografia (df) 
e sua correspondente no terreno (Dt). Pode ser definida, também, como a relação entre a distância 
principal (c) e a altura da voo(Z ). 
 
 
 
 
 
 
 
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 FIGURA I.5 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA ESCALA DA FOTOGRAFIA AÉREA 
RQ
Nível médio do terreno
Nível do mar
ZbZa
M
B
Dt
df
Nível médio do terreno
Nível do mar
ZB
ZMZA
M
A
O
BDt
df
Zo
ZQ
HQ
HM
HB
p
c
 
 
 Dt = distância medida no terreno; 
 df = distância medida na foto; 
 Z0 = altura do vôo em relação ao nível do mar = altura absoluta de vôo; 
 ZA = altura de vôo em relação ao nível mais elevado do terreno (A); 
 ZB = altura de vôo em relação ao nível mais baixo do terreno (B); 
 ZM = altura de vôo em relação à elevação média do terreno (M); 
 ZQ = altura de vôo em relação a um ponto qualquer do terreno (Q); 
 HA = elevação do nível mais alto terreno em relação ao nível do mar; 
 HB = elevação do nível mais baixo do terreno em relação ao nível do mar; 
 HM = elevação do nível médio do terreno em relação ao nível do mar; 
 HQ = elevação de um nível qualquer do terreno em relação ao nível do mar. 
 
 Considerando a figura anterior e aplicando a definição de escala fotográfica, tem-se: 
 1\ EA = dfA \ DtA = c \ ZA = c \ Z0 - HA (escala da fotografia para o nível mais elevado); 
 1\ EB = dfB \ DtB = c \ ZB = c \ Z0 - HB ( escala da fotografia para o nível mais baixo); 
 1\ EM = dfM \ DtM = c \ ZM = c \ Z0 - HM (escala da fotografia para o nível de elevação média); 
 1\ EQ = dfQ \ DtQ = c \ ZQ = c \ Z0 - HQ (escala da fotografia para um nível qualquer ). 
 
 Em terrenos planos, como a altura de vôo é constante, a escala da fotografia pode ser calculada 
utilizando-se a seguinte equação: 1\E = df \ Dt = c \ Z0. 
 
 No caso de terrenos acidentados, a escala da fotografia corresponde à escala do nível de 
elevação média, ou seja: 1\ EM = dfM \ DtM = c \ ZM = c \ Z0 - HM. 
 
I.1.5 - Deformações geométricas 
 
 Denominam-se de deformações geométricas das fotografias aéreas os deslocamentos e 
imperfeições que afetam, quantitativamente, a qualidade da imagem fotográfica, e que influem nas 
medições a serem realizadas. Tais deformações são classificadas em: deslocamento devido ao relevo, 
deslocamento devido à inclinação da fotografia e distorção devido a imperfeições da lente da câmara 
fotográfica. Levando-se em consideração que para a prática da fotointerpretação geológica, utilizam-se 
fotografias aéreas verticais (teoricamente) e que a deformação mais comum encontrada nelas está 
 
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relacionada ao deslocamento devido ao relevo, no presente trabalho apenas será abordado este tipo de 
deformação. Convém salientar que, como veremos mais adiante, a correção do deslocamento devido ao 
relevo tem papel fundamental na determinação da espessura e mergulho de camadas. 
 
 
 FIGURA I.6 REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO DESLOCAMENTO DEVIDO AO RELEVO 
a1 a2
R
R
r
R
O
r
n=p
N=P
A
A2 A1
HR
HA
H
ZR
Nível de referência
Nível do mar
c
 
 
 
∆r = a1a2 = r. ∆H \ ZR = r . (HA - HR) = deslocamento devido ao relevo 
HA = altitude do ponto “A” em relação ao nível do mar 
HR = altitude do nível de referência 
∆H = HA - HR = diferença de altitude entre o ponto “A”e o nível de referência 
ZR = Altura de vôo em relação ao nível de referência 
A = posição do ponto “A” sobre o terreno 
A1 A2 = posição do ponto “A”sobre o nível de referência 
 R = ponto sobre o nível de referência em relação ao nível do mar 
 ∆R= A1 A2 
 a1 = imagem na fotografia do ponto A1 
 a2 = imagem na fotografia do ponto A2 
 
I.1.6 - Comparação entre fotografias aéreas e mapas 
 
 A fotografia aérea nada mais é que a imagem produzida pela projeção central do terreno, a partir 
de um ponto fixo (ponto principal), denominado de ponto Nadir. Os deslocamentos devido ao relevo e à 
inclinação da fotografia, e as distorções produzidas pela lente da câmara fotográfica, produzem 
deformações das imagens fotográficas de todos os pontos do terreno, que crescem, radialmente, a partir 
do ponto nadir ou ponto principal. Entretanto, considerando-se que o terreno fotografado é perfeitamente 
horizontal, e que a lente da câmara fotográfica não apresenta distorções, as deformações deixariam de 
existir e, conseqüentemente, a fotografia aérea representaria a imagem do terreno projetado 
ortogonalmente , assemelhando-se, portanto, a um mapa plani-altimétrico. Como as condições descritas 
são hipotéticas, na prática observa-se que fotografias aéreas e mapas diferem em vários aspectos, 
conforme pode ser visto no quadro seguinte: 
 
 
 
 
 
 
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 QUADRO I.4 - COMPARAÇÃO ENTRE FOTOGRAFIAS AÉREAS E MAPAS 
MAPA FOTOGRAFIA AÉREA 
Projeção ortogonal Projeção central 
Escala uniforme Escala variável em função da topografia do 
terreno e da inclinação da fotografia 
 
Representação geométrica correta 
Representação geométrica incorreta em função 
dos deslocamentos devido ao relevo e à 
inclinação da fotografia e à distorção da lente da 
câmara 
Os elementos aparecem deslocados de suas 
posições reais e com tamanhos diferentes, 
devido ao processo de generalização, 
exageração e simbolização 
Os objetos aparecem deslocados e desfigurados 
devido às deformações geométricas 
É uma representação abstrata do terreno, na 
qual é necessária uma legenda 
É uma representação real do terreno não 
havendo necessidade de legenda 
 Modificado de Routin (1984) 
 
 
I .2 - APLICAÇÕES DA FOTOGRAFIA AÉREA 
 
 O uso de fotografias aéreas em quaisquer tipos de levantamentos (geológico, pedológico, 
topográfico, florestal, urbanístico, etc), é viável devido a quatro fatores básicos: 
 
Fornece uma visão sinóptica do terreno; 
Permite a observação tridimensional; 
Permite a visualização de imagens não detectadas pelo olho humano; 
Tratando-se de uma imagem permanente do terreno, pode ser utilizada sempre que houver 
necessidade.. 
 
 Apesar de apresentar algumas limitações (distorções, qualidade do filme e da revelação, 
influência do meio ambiente e da atividade humana), a fotografia aérea é largamente utilizada, tendo em 
vista que: 
 
Constitui um registro permanente do terreno; 
Permite uma observação regional , rápida e a baixo custo, da área a ser estudada; 
Apresenta exagerações verticais, permitindo uma melhor análise do relevo e da drenagem; 
Permite a observação de áreas inacessíveis; 
Permite planejar o trabalho de campo; 
Permite analisar os processos dinâmicos a que foram, ou estão, submetidas às áreas levantadas 
(erosão, desmatamento, assoreamento, etc.), através do estudo comparativo entre fotografias 
tomadas em épocas diferentes (resolução temporal). 
 
Dentre as aplicações da fotografia aérea, destacam-se a Fotogrametria e a Fotointerpretação, 
que podem ser empregadas juntas ou separadas, dependendo, é evidente, dos objetivos a que se propõe 
o trabalho. 
 
 
I.2.1 - Fotogrametria 
 
 A Fotogrametria é definida como a ciência ou a arte de realizar medições com auxílio de 
fotografias aéreas objetivando determinar características métricas e geométricas (tamanho, forma e 
posição) dos objetos fotografados no terreno. 
 
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A utilização de fotografias aéreas nos levantamentos topográficos e mapeamentos regionais é de 
fundamental importância, pois as imagens obtidas, além de refletirem todas as características do terreno, 
permitem a visualização tridimensional do mesmo. Entretanto, às deformações que as mesmas 
apresentam (deslocamento devido ao relevo, deslocamento devido a inclinação da fotografia, distorções, 
etc.), inviabilizam sua aplicação em estudos de precisão. Assim torna-se necessário conhecer 
exatamente as deformações e, com auxílio de instrumentos e métodos especiais, eliminá-las ou corrigi-
las. Efetuadas todas as correções, a imagem fotográfica transforma-se numa carta imagem ou mapa 
imagem, possibilitando a sua utilização em tais estudos, sendo este, portanto, um dos principais 
objetivos da Fotogrametria. 
 
 
I.2.2 - Fotointerpretação 
 
 Análise qualitativa da fotografia aérea, visando identificar os elementos por reconhecimento ou 
dedução e interpretar seu significado. 
 
• Fases da Fotointerpretação 
• Fotoleitura: identificação dos elementos fotografados. Ex: identificação de rios, estradas, construções, 
formas de relevo, etc. 
• Fotoanálise: identificação e análise de um conjunto de elementos de mesmo significado. Ex: padrão da 
rede de drenagem, padrão das formas de relevo, lineações estruturais, litologia, etc. 
 
 
 
II. - FOTOINTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA 
 
 Quando a análise de fotos aéreas é dirigida visando identificação e interpretação de 
características e fenômenos geológicos, recebe a denominação de Interpretação Fotogeológica, 
Fotogeologia ou Fotointerpretação Geológica. 
 
 O processo básico consiste na extração, seleção e classificação dos dados geológicos que, 
seguidas de uma análise lógica, identifica, mede e interpreta o significado dos terrenos fotografados. 
 
 Desta forma, para que a aplicação do método de interpretação de fotografias aéreas e de outras 
imagens de sensores remotos (RADAR, LANDSAT, SPOT, etc.) em estudos geológicos tenha pleno 
êxito, é necessário que o fotointérprete preencha os seguintes requisitos: 
 
• Conhecimento e experiência na área da ciência geológica; 
 
• Conhecimento dos fundamentos da fotografia aérea e outras imagens de sensores remotos; 
• Conhecimento e experiência nas técnicas de fotointerpretação. 
 
O processo geral de interpretação fotogeológica não se resume apenas na interpretação das fotos 
aéreas, mas requer uma metodologia de trabalho, na qual podem ser individualizadas as seguintes 
etapas: 
 
• Compilação e avaliação das informações geológicas sobre a área a ser fotointerpretada Neste 
contexto devem ser levadas em consideração as informações sobre os aspectos geomorfológicos 
e pedológicos, além das informações sobre vegetação e hidrografia, principalmente em áreas 
onde o acervo de dados geológicos é raro ou inexistente; 
 
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
 
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• Interpretação bi-dimensional de imagens de satélites ou foto-mosáicos, através da qual o 
fotointérprete obtém uma visão regional da área, permitindo-lhe, via de regra, a identificação das 
grandes feições estruturais e litológicas da área a ser fotointerpretada; 
 
• Interpretação tri-dimensional, com auxílio do estereoscópio de espelho (preferencialmente) ou de 
bolso, das fotografias aéreas; 
 
• Elaboração do Mapa Fotogeológico Preliminar; 
 
• Planejamento dos trabalhos de campo, no qual serão definidas as áreas a serem estudadas. 
Nesta etapa serão definidas as seções geológicas a serem realizadas, bem como serão 
individualizadas as áreas com interpretação duvidosa; 
 
• Estudos de campo segundo o plano elaborado; 
 
• Reinterpretação das fotografias aéreas com base nos dados obtidos no campo; 
 
• Elaboração do Mapa Fotogeológico Final; 
 
• Confecção do Relatório Final , dando ênfase à descrição das unidades fotogeológicas 
(litológicas, estruturais e geomorfológicas) individualizadas. 
 
 
 
II.1 - ELEMENTOS BÁSICOSDA FOTOINTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA 
 
II.1.1 - Drenagem: inclui todo sistema natural produzido pelo escoamento, superficial ou subterrâneo de 
águas. O sistema de drenagem é determinado, basicamente, pelo clima, relevo, vegetação e pelas 
características do terreno (propriedades do solo, litologia e estruturas geológicas). Trata-se de um dos 
mais importantes elementos de identificação, pois reflete não só as características das rochas ou dos 
solos drenados, como também o controle exercido pela estrutura geológica. Assim, por exemplo, uma 
maior ou menor porosidade e/ou permeabilidade da rocha implica, respectivamente, numa menor ou 
maior densidade de drenagem. Portanto, a análise detalhada do sistema de drenagem permite 
diagnosticar a presença de determinados tipos de litologias, mudanças litológicas e estruturas geológicas. 
 
 
 QUADRO II.1 - PRINCIPAIS SISTEMAS DE DRENAGEM 
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
 
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SUPERFICIAL OU EXTERNO
INTERNO
EROSIONAL OU DESTRUTIVO DEPOSICIONAL OU CONSTRUTIVO
C / C ON TROLE ESTRUTURAL
Dendrítico Parreira ou treliça Meândrico Sink-hole
Radial Retangular Anastomosado Poços de infiltração
Paralelo Anular Leque aluvial
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FIGURA II.1 – FOTO ANÁLISE - PADRÕES DE DRENAGEM 
 
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2
3
1 Dendrítico de alta densidade
Raro ou ausente
Dendrítico de média a baixa densidade
1
1
1
1
1
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
3
1 Dendrítico de alta densidade
Raro ou ausente
Dendrítico de média a baixa densidade
1
1
1
1
1
3
3
3
3
3
3
2
2
2
2
2
2
800m 400 400 0 800m
 
 
II.1.2 -Relevo: As formas de relevo, resultantes de processos endogenéticos (tectonismo, extrusão, 
intrusão) e exogenéticos (desnudação, erosão de rochas e solos, transporte e deposição de sedimentos), 
estão diretamente relacionadas ao clima, às características das rochas (resistência à erosão, 
permeabilidade, porosidade, etc.) e às estruturas geológicas. O estabelecimento de um padrão de relevo 
para uma determinada unidade fotogeológica, portanto, é um tanto impreciso, pois, num clima seco ou 
numa área afetada tectonicamente a forma de relevo desenvolvida por esta unidade será diferente 
daquela desenvolvida num clima úmido ou numa área tectonicamente estável. Desta forma, cabe ao 
fotointérprete estabelecer, para a região estudada, a relação entre os padrões de relevo e as unidades 
fotogeológicas. 
 
 
 
 
 
 
 
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QUADRO II.2 - PRINCIPAIS PADRÕES DE GEOFORMAS 
LITOLOGIA GEOFORMA 
 Atectônica Tectônica 
 
Sedimentar 
 
Consolidada 
 
escarpa de erosão, mesa, cuesta, 
hogback, vale plano, vale em V, vale em 
U, etc. 
horst, graben, blocos 
escalonados, escarpa de 
falha, sinforme, antiforme 
 
Inconsolidada 
dunas, planície aluvial, leque aluvial, 
terraço fluvial, depósito de talus, vale 
aluvial 
 
 Intrusiva dique, domo 
 
Ígnea 
Vulcânica 
Extrusiva 
derrame, pseudo-terraço, cratera, cone 
vulcânico, canal de escoamento 
 
 Plutônica domo, batólito, stock, inselberg, dique 
Metamórfica colina, crista assimétrica, crista simétrica, 
vale em V 
sinforme, antiforme, escarpa 
de falha 
 
 FIGURA II.2 – FOTO ANÁLISE - PADRÕES DE RELÊVO 
800 800400 400 0
 
 
 
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II.1.3 - Vegetação: considerando-se que o desenvolvimento da vegetação está intimamente associado ao 
clima, a correlação entre um padrão de vegetação e a unidade fotogeológica, sobre a qual ela 
desenvolve-se, só é valida quando se analisa uma região isoladamente. É de se esperar, portanto, que 
em regiões sujeitas a processos climáticos distintos, em um mesmo tipo litológico pode desenvolver-se 
tipos diferentes de vegetação. O fotointérprete, ao estudar uma determinada região, deve ficar atento 
para as variações nos padrões de vegetação, pois elas podem significar, também, variações litológicas. 
Alinhamentos de vegetação podem indicar a presença de estruturas, tais como falhas, fraturas, diáclases, 
foliações, etc. 
 
II.1.4 - Tonalidade ou Tom Fotográfico: corresponde à intensidade da cor cinza no intervalo entre o 
branco e o negro. Teoricamente podem ser diferenciadas mais de 200 tonalidades cinza, entretanto na 
prática somente são reconhecidos 5 a 10 tons. A importância deste elemento diagnóstico não está 
relacionada à tonalidade cinza propriamente dita, mas aos contrastes de tons observados, pois os 
mesmos indicam a resposta diferencial do terreno à refletividade das ondas eletromagnéticas. O tom 
fotográfico é determinado por fatores inerentes ao material fotografado, ao processo fotográfico (filme 
utilizado, revelação, etc.), ao meio ambiente e, também, à atividade humana. Desta forma, é válido 
afirmar que os tons fotográficos estritamente definidos não estão associados com exclusividade a 
determinados tipos litológicos ou feições estruturais. Deve-se salientar que o contraste de tons depende 
diretamente dos efeitos atmosféricos, pois a névoa, as partículas finas de pó e a umidade atmosférica 
provocam a difusão da luz refletida, acarretando, por conseguinte, uma diminuição dos contrastes de 
tons observados na fotografia e provocando um maior brilho do objeto fotografado. 
 
II.1.5 - Cor: as cores observada nas fotografias em branco e preto refletem indiretamente a cor das 
rochas através das diferenças de tons cinza. Obviamente, rochas com colorações claras e escuras 
determinarão, respectivamente, tonalidades claras e escuras nas fotos aéreas, pois os contrastes de 
refletividade podem estar diretamente relacionados às características químicas e mineralógicas das 
rochas. Assim, as rochas básicas e ultrabásicas ricas em minerais ferromagnesianos (escuros) refletirão 
tonalidades escuras, enquanto que as rochas ácidas com pouco ou nenhum daqueles minerais, refletirão 
tonalidades claras 
 
II.1.6 - Textura: Segundo Cristancho (op. cit.), Colwell (l952) define a textura fotográfica como “a 
freqüência de mudança de tom dentro da imagem” e está diretamente relacionada à escala da fotografia. 
Assim, uma textura homogênea definida em uma fotografia pode ser considerada heterogênea em outra 
de escala diferente. A textura resulta da combinação dos elementos básicos de fotointerpretação, tais 
como o tom, o relevo, a vegetação e as características de drenagem. São reconhecidas texturas 
homogêneas ou heterogêneas, ou, ainda texturas finas, grossas, rugosas, bandadas, mosqueadas, 
granular, etc. 
 
II.1.7 - Padrão: trata-se do arranjo especial de determinados elementos de identificação. Portanto, numa 
fotoanálise, podem ser estabelecidos padrões de drenagem, relevo, vegetação, tonalidade, cor, etc., dos 
quais o de maior importância é o padrão de drenagem (Fig. II.1), tendo em vista que suas características 
permitem ao fototointérprete diferenciar litologias e identificar estruturas geológicas dentro de um limite 
razoável de confiabilidade 
. 
II.1.8 - Outros elementos: a forma, o tamanho e as sombras dos objetos fotografados podem ser 
considerados, também, como elementos de interpretação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
Realce
 
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II. 2 - CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO DAS UNIDADES FOTOGEOLÓGICAS 
 
II.2.1 - Unidades Litológicas 
 
 
 
 
 
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II.2.2 - Feições estruturais 
 
Num estudo de caráter regional, o exame cuidadoso das fotos aéreas pode fornecer ao 
fotointérprete uma quantidade de informações sobre as estruturas, que, sem sombras de dúvidas, será bem 
maior do que aquela obtida diretamente no terreno. Este comportamento deve-se ao fato de que o exame 
estereoscópico propicia uma visão bemmais ampla da área estudada do que aquela obtida por uma série 
de observações no campo. Além disso, em áreas onde, devido ao clima, a alteração das rochas e a 
vegetação mascaram qualquer expressão superficial do acamamento, da foliação ou de outras 
características, o exame do estereopar pode permitir a determinação, bem próxima da realidade, das 
atitudes das rochas. Outra vantagem das fotografias aéreas está relacionada ao exagero vertical do modelo 
estereoscópico, pois, devido a ele, os mergulhos de baixos ângulos (em torno de 2
o 
a 5
o
), difíceis de serem 
percebidos no terreno, podem ser perfeitamente identificados nas aerofotos. 
 
• Direção e mergulho da camada e/ou da foliação 
 A direção regional do acamamento ou do traço da foliação é, freqüentemente, reconhecida por 
uma série de cristas, colinas, sulcos de drenagem ou alinhamentos de vegetação alongados em uma mesma 
direção. 
 
 O uso das aéreofotos para a determinação dos mergulhos, melhor se aplica para os terrenos 
sedimentares onde se desenvolvem formas de relevo características, tais como escarpas, mesas, 
cuestas, hog backs, etc. 
 
Em áreas do embasamento cristalino pré-cambriano, especialmente no caso das rochas 
metamórficas, os mergulhos podem ser definidos através da assimetria das cristas e/ou da drenagem. Os 
lados menos íngremes das cristas e os riachos mais longos, em geral, indicam o sentido do mergulho, 
entretanto, quando os ângulos de mergulho assumem valores muito altos pode ocorrer o inverso. 
 
 As camadas horizontais ou sub-horizontais são facilmente perceptíveis quando o relevo 
modelado apresenta-se sob a forma de “mesa”. Neste caso a alternância de camadas mais e menos 
resistentes a erosão, mostra diferentes comportamentos quanto á inclinação das vertentes. As camadas 
mais resistentes (clásticas média a grosseira) tendem a formar escarpas verticais ou muito íngremes, 
enquanto as menos resistentes (clásticas finas) mostram ângulos de inclinação menor. Em geral, estas 
mudanças no comportamento no declive entre as duas camadas acompanham o contorno topográfico ou 
as curvas de nível 
 
 Nas camadas inclinadas, o sentido do mergulho está diretamente relacionado ao comportamento 
do curso principal de drenagem: 
 
a) Quando a drenagem é perpendicular à direção das camadas, o sentido do mergulho é paralelo 
ao sentido do rio principal. 
b) Quando a drenagem principal é paralela à direção das camadas, o sentido do mergulho é 
perpendicular ao sentido do rio principal. 
 
• Dobras 
 
Ao contrário das observações feitas diretamente no terreno, as fotografias aéreas, por 
proporcionarem uma visão global da área investigada, têm a vantagem de mostrar os dobramentos em 
toda sua plenitude. Quase sempre, tais dobramentos, mostram aspectos fotográficos inconfundíveis, nos 
quais, os arranjos estruturais das camadas são bem evidentes. Em áreas elevadas, os riachos principais, 
na grande maioria das vezes, curvam-se ao redor do nariz da dobra. Neste caso, analisando-se o 
comportamento das cristas e/ou colinas assimétricas é possível determinar qual o tipo de dobra. Em 
áreas de relevo suave ou onde as rochas estão mascaradas por uma vegetação densa ou por um solo 
espesso, o padrão de drenagem também reflete a existência de dobramentos, entretanto a determinação 
do sentido do mergulho torna-se bem mais difícil. 
Izabella
Realce
Izabella
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Izabella
Realce
Izabella
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Izabella
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Izabella
Realce
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
16 
 
Quando se necessita fazer uma análise regional sobre os aspectos estruturais de uma determinada área, 
é aconselhável utilizar fotografias de escala grande (em geral, 1:70.000), pois nelas os padrões ou 
anomalias de drenagem, de vegetação e de relevo são melhores observados. 
 
 
• Falhas, fraturas, juntas e diáclases 
 
 
Tendo em vista que a expressão topográfica do traço de falha é caracterizada por linhas retas ou 
ligeiramente curvas, a interpretação de falhamentos e fraturamentos a partir do estudo de aerofotos é 
aparentemente simples e prende-se essencialmente à definição dos grandes alinhamentos de drenagem, 
relevo e vegetação. Na prática, no entanto, observa-se que muitos dos alinhamentos de drenagem não 
têm nenhuma relação com fenômenos tectônicos, mas sim que estão associados às características 
inerentes a determinados tipos litológicos, tais como, estratificação, xistosidade, foliação, etc. Assim, as 
mudanças bruscas nos cursos dos rios, a linearidade da drenagem e da vegetação, e o contato retilíneo 
entre zonas de diferentes tonalidades e/ou textura, não necessariamente indicam a existência de 
falhamentos. Cabe, portanto, ao fotointérprete investigar outros detalhes que possam indicar-lhe, com 
relativa segurança, a presença de uma falha. Dentro deste contexto podem ser destacados: alinhamentos 
de cascatas e corredeiras, escarpas retilíneas, deslocamentos e truncamentos de cristas e interrupções 
bruscas, em linhas retas ou ligeiramente curvas, de cristas e vales.. Outras evidências de falhamentos, 
fraturas, diáclases e juntas são os segmentos retilíneos de drenagem dispostos obliquamente em relação 
à estrutura regional. 
 
Izabella
Realce
Izabella
Realce
Izabella
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Izabella
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Realce
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
60 
 
 FIGURA II.3– FOTOANÁLISE - PADRÕES ESTRUTURAIS 
FOTO:1493
VÔO: LS-11
REGIÃO: EQUADOR-RN
QUADRÍCULA: 1114
ESCALA: 1:40.00
N
+
800 800400 400 0
EQUADOR
Foliação
Mergulho fotogeológico
Falha
Falha inferida e/ou fratura
Antiforme inferido
Dique
Sinforme inferido
 
A associação entre as figuras II.1, II.2, II.3 e o quadro.II.3 leva à elaboração do Mapa 
Fotogeológico (Fig.II.4) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
61 
 FIGURA II.4 – MAPA FOTOGEOLÓGICO 
FOTO:1493
VÔO: LS-11
REGIÃO: EQUADOR-RN
QUADRÍCULA: 1114
ESCALA: 1:40.00
N
800 800400 400 0
+
Cobertura areno-argilosa Contato litológico Anticlinal inferido
Sinclinal inferidoArenito Falha
Pegmatito Falha inferida e/ou fratura Escarpa
Crista assimétricaXisto Foliação,xistosidade
CidadeQuartzito
Mergulho da camadaGnaisse e migmatito
Camada horizontal
+
+
+
+
+
 
 
 
III - OUTRAS APLICAÇÕES DA FOTOINTERPRETAÇÃO 
 
O emprego de fotografias aéreas como uma técnica auxiliar, não é um privilégio apenas daqueles 
que desenvolvem seus trabalhos no campo da Geologia (mapeamento geológico e pesquisa 
mineral) pois é imprescindível, também, na pesquisa e levantamento de outros recursos naturais, 
no planejamento de obras de engenharia, nas pesquisas hidrogeológicas e hidrológicas e no 
estudo do meio ambiente. Dentre as principais atividades técnicas que utilizam fotografias aéreas 
no desenvolvimento de suas pesquisas podem ser citadas: 
 
 
III.1 - HIDROGEOLOGIA: A análise detalhada dos terrenos sedimentares,através das fotos 
aéreas, fornece ao Hidrogeólogo informações, mais ou menos precisa, sobre a permeabilidade e 
porosidade das rochas, permitindo-lhe tirar algumas conclusões sobre a potencialidade das 
mesmas como reservatório de água. Isto, de certa forma, facilita a locação da sondagem para 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
62 
captação da água em sub-superfície. Por outro lado, nas áreas de domínio do embasamento pré-
cambriano, como as rochas não apresentam porosidade nem permeabilidade, a infiltração das 
águas superficiais que vão constituir o manancial subterrâneo, é feita através de falhas, fraturas e 
diáclases (“riachos fenda”). Desta maneira, na escolha dos locais para a captação das águas 
subterrâneas, torna-se imprescindível o estudo das fotografias aéreas visando à identificação das 
feições mencionadas,haja vista que as mesmas podem indicar a presença de água em sub-
superfície. 
 
 
III.2 - HIDROLOGIA: Dentre as muitas aplicações da fotointerpretação no campo da Hidrologia, o 
traçado integral da rede de drenagem e a classificação dos cursos dos rios (permanentes ou 
intermitentes) têm importância fundamental para o Hidrólogo, pois, tendo em mãos os dados 
acima referidos, ele terá condições de selecionar os pontos onde deverão ser instaladas 
estações hidrológicas, de delimitar as áreas inundáveis ou susceptíveis de inundação e de 
identificar os locais onde, devido as características litológicas e estruturais, há perda d’água por 
infiltração. A presença de exutórios naturais de água (fontes), também é ressaltada nas fotos 
aéreas. Para lograr a identificação de fontes é necessário um exame detalhado da zona de 
contato entre rochas permeáveis e impermeáveis (ex: contato arenito/folhelho, ou arenito/rocha 
cristalina). 
 
 
III.3 - ENGENHARIA: O reconhecimento das características das rochas e solos, dos aspectos 
estruturais e das condições hidrogeológicas e hidrológicas da região, permitem ao Engenheiro 
selecionar os locais mais favoráveis à construção de represa, de canais de irrigação, de túneis, 
etc. O traçado de estradas (de ferro e de rodagem), de oleodutos, de adutoras, de linhas de alta 
tensão e de outras obras de engenharia, é grandemente facilitado quando é feita uma 
fotointerpretação prévia. Finalmente a identificação de jazidas de materiais de construção (areia, 
argila, pedra para brita) nos locais onde serão desenvolvidas as citadas obras, diminui 
sensivelmente os custos das construções. 
 
 
III. 4 - ECOLOGIA: Como não poderia deixar de ser, a preservação do meio ambiente constitui-
se, atualmente, numa das grandes preocupações não só dos órgãos. governamentais e de 
entidades privadas, como também de toda humanidade. Em virtude disso, vem crescendo, cada 
vez mais, o interesse pelo uso das imagens de sensores remotos (imagens de satélites e 
fotografias aéreas), com o objetivo de identificar áreas degradadas ou em processo de 
degradação. As extensões das áreas de vegetação nativa que, ao longo dos anos, foram 
queimadas e/ou devastadas, são facilmente identificadas e calculadas quando é realizado um 
estudo comparativo entre fotografias aéreas tomadas em épocas distintas. Através da 
fotointerpretação, é possível identificar-se áreas onde, devido à intensa exploração pelo homem 
(retirada de areia e argila, queima e derrubadas de árvores, etc.), houve um recrudescimento 
dos processos de assoreamentos de barragens e rios e da erosão e meteorização das rochas e 
solos. 
III.5 - URBANISMO: Fotografias aéreas de grande escala (1:2.000 a 1:10.000) são largamente 
utilizadas no cadastramento urbano ou no planejamento de expansão urbana. 
 
 
PARTE PRÁTICA 
 
I - VISÃO ESTEREOSCÓPICA: 
 
I.1. - OBJETIVO 
 Orientar corretamente o estereopar sob os estereoscópios de espelho e de bolso. 
 
I.2. - MATERIAL 
 Fotografias aéreas, estereoscópios de espelho e de bolso, porta minas de 0,5 mm ou 
lápis, agulha, régua de 50 cm, borracha, fita adesiva. 
 
I.3 - METODOLOGIA: 
 Para se obter uma visão estereoscópica perfeita torna-se necessário obedecer a uma 
metodologia de trabalho, através da qual são estabelecidos procedimentos cuja seqüência lógica 
pode ser assim descrita: 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
63 
 
• Determinar os centros ou os pontos principais das fotografias do par estereoscópico. O ponto 
principal ou centro da fotografia é determinado pela interseção das retas que unem as marcas 
fiduciais 
 
 FIGURA I.1 - DETERMINAÇÃO DO CENTRO DA FOTOGRAFIA AÉREA 
X
X X
X
O = ponto principal = centro da foto
Marcas fiduciais
O 
 
 
• Examinar o par de fotografias, marcar os pontos principais ou centro das fotos (Figura I.1.1) e 
determinar a zona de recobrimento (zona comum às duas fotografias). 
• Colocar uma fotografia sobre a outra fazendo coincidir, aproximadamente, a zona de 
recobrimento. A posição dos pontos principais das duas fotografias indica a direção da linha de 
vôo; 
• Estando as fotografias superpostas, posicioná-las de tal maneira que a direção da linha de vôo 
fique paralela à borda da mesa. Mantendo este posicionamento, orientá-las de modo que as 
sombras caiam para o lado do observador; Este procedimento serve para definir as posições 
das fotografias (esquerda e direita.); 
• Marcar com um círculo (1 cm de diâmetro) a posição aproximada dos pontos principais nas 
fotografias adjacentes., obtendo-se, portanto a direção provável da linha de vôo; 
• Fixar a fotografia esquerda sobre a mesa, mantendo a linha de vôo paralela à borda da mesa; 
• Colocar a fotografia direita sobre a mesa, tendo o cuidado de verificar se a linha de vôo se 
encontra sobre o prolongamento da sua correspondente na fotografia esquerda. Deslocá-la na 
direção da linha de vôo até que o ponto principal (P2 ) e seu homólogo (p2)transferido para a 
fotografia esquerda se encontrem a uma distância igual à Base Instrumental do Estereoscópio 
(em torno de 25 e 26 cm) e fixá-la sobre a mesa; 
• Posicionar o estereoscópio de espelho sobre as fotografias de modo que a base ocular fique 
paralela à linha de vôo (Figura I.2); 
• Enfocar as binoculares e ajustá-las à sua distância interpupilar; 
• Obtida a visão estereoscópica, transferir os pontos principais para as fotografias adjacentes e 
em seguida traçar uma reta unindo, em cada fotografia, o ponto principal e o ponto transferido, 
obtendo-se, assim , a direção correta da linha de vôo; 
• Finalmente, satisfeitas as condições de orientação das fotografias com relação às linhas de vôo 
e à distância entre o ponto principal e seu homólogo, as mesmas encontram-se corretamente 
orientadas e prontas para serem interpretadas (Figura I.3). 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
64 
 
 FIGURA I.2 - VISÃO ESTEREOSCÓPICA: ESTEREOSCÓPIO DE ESPELHO 
b
B
B = base instrumental
b = base ocular
FOTO 1 FOTO 2
Pris ma de espelho
lente
 Olho
 espelho espelho
p2 P2
 
 
 
 FIGURA I.3 -ORIENTAÇÃO DO PAR ESTEREOSCÓPIO SOB O ESTEREOSCÓPIO DE ESPELHO 
XX
P1
p1p2
P2
P = Ponto pr incipal da foto
p = Ponto transferido de uma foto para outra 
Área de cobertura da Foto 2 = 60% (em média)
Área de cobertura da Foto 1 = 60% (em média)
FOTO 2FOTO 1
Linha de vôo
 
 
 
Como no estereoscópio de bolso, o ângulo do campo visual é bem menor do aquele do 
estereoscópio de espelho, a visão estereoscópica é obtida superpondo-se as duas fotografias. 
Inicialmente superpõe-se uma foto sobre a outra e desloca-se a foto superior, no sentido de “Y”, 
até obter-se a fusão de pontos homólogos . No caso das fotografias aéreas convencionais, de 
dimensões 23 cm x 23 cm e recobrimento longitudinal em torno de 60%, uma pequena faixa 
central só poderá ser observada estereoscopicamente levantando-se a margem de fotografia que 
está superposta (Figura I.4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
65 
 
 
 FIGURA I.4 - VISÃO ESTEREOSCÓPICA: ESTEREOSCÓPIO DE BOLSO 
 
 
 
II - APLICAÇÃO DA BARRA DE PARALAXE NA FOTOINTERPRETAÇÃO 
 
II.1 - OBJETIVO 
 
 Medir as paralaxes das imagens fotográficas de pontos do terreno, objetivando corrigir o 
deslocamento devido ao relevo; calcular diferenças de altitudes e\ou espessuras de camadas; 
determinar mergulhos de camadas e construir perfis semigráficos topográficos ou geológicos. 
 
II.2 - MATERIAL 
 
Fotografias aéreas, estereoscópio de espelho, barra de paralaxe (FiguraII.1.1), porta minas de 
0,5 mm ou lápis, agulha, régua de 50 cm, borracha, fita adesiva. 
 
 FIGURA II.1. - BARRA DE PARALAXE 
+ +Marcas de medição
Parafuso para deslocar a marca de medida esquerda(C)
Parafuso para fixarr a marca de medida esquerda (B)
Parafuso micrométrico (A)
Escala milimétrica Nônio
 
 
 
II.2.1 - AJUSTE DA BARRADE PARALAXE 
 
• Orientar corretamente o par estereoscópico 
Com o parafuso micrométrico “A” deslocar a marca de medição direita até obter a leitura igual 
ao valor médio da graduação da escala milimétrica (em geral = 20 mm); 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
66 
• Afrouxar o parafuso “B” e deslocar a marca de medição, com auxílio do parafuso “C”, no 
sentido conveniente, até que as que as duas marcas se encontrem a uma distância igual à 
Base Instrumental do estereoscópio (P1 P2), cujo valor depende da marca do aparelho e varia 
de 25 a 26 cm (Figura II.1.2) 
• Apertar o parafuso “B”. 
 
 
 FIGURA II.2 - AJUSTE DA BARRA DE PARALAXE 
 
++ +
4050 30
P1 P2
BASE INSTRUMENTAL
 
 
II.4 -OPERAÇÕES COM A BARRA DE PARALAXE NA INTERPRETAÇÃO FOTOGEOLÓGICA 
 
II.4.1 – CÁLCULO DA ESPESSURA DAS CAMADAS 
 
 Na fotointerpretação geológica, a espessura de uma camada horizontal corresponde 
à diferença de altitude entre seu topo e sua base (Figura II.1.6) e é calculada através da fórmula: 
 
 e = ∆Hab = ∆Pab (Zm \ Pb + ∆Pab) 
 a e b = equivalentes na foto aérea dos pontos A e B do Terreno 
 
 FIGURA II.3 - ESPESSURA DA CAMADA HORIZONTAL 
A
B e
e1
 
 
Para camadas inclinadas o cálculo da espessura é um pouco mais complicado e requer, por 
parte do foto interpréte, algum conhecimento de geometria e trigonometria, além da determinação 
fotogramétrica das distâncias longitudinal e vertical entre o topo e a base da camada, e do seu 
ângulo de mergulho (Figura II.1.7) 
 
 Da figura seguinte, podem ser determinadas as seguintes relações: 
 h = diferença de altitude entre o topo e a base da camada; 
 d = distância horizontal corrigida entre o topo e a base da camada; 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
67 
 a = ângulo de mergulho 
 e = espessura da camada = x + x’ 
 x = h . cos a 
 x’= d . sen a 
 e = h . cos a + d . sen a 
 
 FIGURA II.4 - ESPESSURA DA CAMADA INCLINADA 
a
a
d
hx
x ’e
 
 
 
 
 
 
 
 
II.4.2 - DETERMINAÇÃO DA ESCALA MÉDIA DA FOTOGRAFIA AÉREA 
 
 OBJETIVO 
 
 Determinação da escala média da fotografia aérea utilizando-se: 
 1o Os dados do vôo fotogramétrico 
 2o Mapas topográficos de escala conhecida 
 3o Distâncias medidas no terreno 
 
MATERIAL 
 
 Fotografia aéreas, estereoscópio de espelho, barra de paralaxe, mapa topográfico de 
escala conhecida “Em”, régua de 50 cm, lápis ou porta mina de 0,5 mm e borracha. 
 
METODOLOGIA 
 
 No caso de terrenos acidentados, a escala da fotografia corresponde à escala do nível de 
elevação média, ou seja: 1\ EM = dfM \ DtM = c \ ZM = c \ Z0 - HM. 
 
• Em função da distância principal e da altura de vôo 
 
. Anotar o valor da distância principal “c” e da altura de vôo “Zo", contidos nos registros da 
fotografia; 
. Utilizando o mapa topográfico calcular a altura média do terreno = “Hm” 
. Calcular a altura média de vôo = “Zm”; 
 Zm = Zo - Hm 
. Calcular a escala média da fotografia 
 1 \ E = c \ Zm = c \ (Zo - Hm) 
 
• Comparação com mapa de escala conhecida 
 
. Selecionar nas fotografias as distâncias “ab” e “cd” correspondentes às distâncias “AB” e “CD” 
sobre o nível de altitude média do mapa; 
 . Medir com a régua as distâncias selecionadas na fotografia aérea: 
. Calcular as escala correspondentes para cada uma das distâncias; 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
68 
 1 \ H = (ab \ AB) (1 \ Em) e 1 \ E2 = (cd \ CD) (1 \ Em) 
. Calcular a escala média. 
 1 \ E = 1 \ (E1 + E2) \ 2 
 
 
• Comparação entre as distâncias medidas no terreno e suas correspondentes na 
fotografia 
 
. Selecionar na fotografia as distâncias “ab” e “cd” correspondentes às distâncias “AB” e “CD” 
medidas no terreno. 
. Medir com a régua as distâncias selecionadas na fotografia aérea: 
. Calcular as escalas correspondentes para cada uma das distâncias; 
 1 \ E1 = (a’b’ \ AB) (1 \ Em ) e 1 \ E2 = (c’d’ \ CD) (1 \ Em ) 
 a’b’ = distancia ab após a correção do deslocamento devido ao relevo 
 c’d’ = distancia cd após a correção do deslocamento devido ao relevo 
. Calcular a escala média. 
 1 \ E = 1 \ (E1 + E2) \ 2 
 
 FIGURA II.5 - REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DA ESCALA DA FOTOGRAFIA AÉREA 
RQ
Nível médio do terreno
Nível do mar
ZbZa
M
B
Dt
df
Nível médio do terreno
Nível do mar
ZB
ZMZA
M
A
O
BDt
df
Zo
ZQ
HQ
HM
HB
p
c
 
 
 Dt = distância medida no terreno; 
 df = distância medida na foto; 
 Z0 = altura do vôo em relação ao nível do mar = altura absoluta de vôo; 
 ZA = altura de vôo em relação ao nível mais elevado do terreno (A); 
 ZB = altura de vôo em relação ao nível mais baixo do terreno (B); 
 ZM = altura de vôo em relação à elevação média do terreno (M); 
 ZQ = altura de vôo em relação a um ponto qualquer do terreno (Q); 
 HA = elevação do nível mais alto terreno em relação ao nível do mar; 
 HB = elevação do nível mais baixo do terreno em relação ao nível do mar; 
 HM = elevação do nível médio do terreno em relação ao nível do mar; 
 HQ = elevação de um nível qualquer do terreno em relação ao nível do mar. 
 
Considerando a figura anterior e aplicando a definição de escala fotográfica, tem-se: 
 1\ EA = dfA \ DtA = c \ ZA = c \ Z0 - HA (escala da fotografia para o nível mais elevado); 
 1\ EB = dfB \ DtB = c \ ZB = c \ Z0 - HB (escala da fotografia para o nível mais baixo); 
 1\ EM = dfM \ DtM = c \ ZM = c \ Z0 - HM (escala da fotografia para o nível de elevação 
média); 
 1\ EQ = dfQ \ DtQ = c \ ZQ = c \ Z0 - HQ (escala da fotografia para um nível qualquer ). 
 
Em terrenos planos, como a altura de vôo é constante, a escala da fotografia pode ser calculada 
utilizando-se a seguinte equação: 1\E = df \ Dt = c \ Z0. 
 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
69 
No caso de terrenos acidentados, a escala da fotografia corresponde à escala do nível de 
elevação média, ou seja: 1\ EM = dfM \ DtM = c \ ZM = c \ Z0 - HM. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
CONDORE, R.V. - Princípios de Fotointerpretação. Centro Panamericano de Aperfeiçoamento 
para Pesquisa de Recursos Naturais. 1967 
 
CRISTANCHO, P..A. - Princípios Básicos de Interpretacion de Fotografias Aéreos Aplicados a 
Geologia. Centro Interamericano de Fotointerpretacion. Bogotá - Colômbia, 1984. 
 
FORERO, J. A. M. - Ejercicios practicos de Fotogrametria Elemental. Centro Interamericano de 
Fotointerpretacion (CIAF). Bogotá - Colômbia, 1984. 
 
LAHEE, F.H. - Geologia Práctica. Ediciones Omega, S./A . Barcelona. 1962. 
 
MILLER, V.C. & MILLER, C.F. - Photogeology. McGraw-Hill Book Company, INC. New York. 
1961. 
 
RAY, R.G. - Fotografias Aéreas na Interpretação e Mapeamento Geológico. Instituto Geográfico e 
Geológico. São Paulo. 1963. 
 
RICCI, M . & PETRI, S. - Princípios de Aerofotogrametria e Interpretação Fotogeológica. 
Biblioteca Nacional. Cia Editora Nacional, São Paulo, 1965. 
 
ROUTIN, D. D. - Introduccion a la Fotogrametria. Centro interamericano de Fotointerpretacion. 
Bogotá - Colômbia, 1984 
 
SMITH, H.T.U. - Aerial Photographs and Theirs Applications. Appleton-Century-Crofts, Inc. New 
York. 1943. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
60 
 
 
ANEXO 1 - PLANILHA ORIENTATIVA DA FOTOINTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA 
 
UNIDADE FOTO-CARACTERÍSTICAS EXPRESSÃO TOPOGRAFICA PROPRIEDADES DAS ROCHAS 
 tonalidade textura drenagem relevo 
 rocha vegetaçã
o 
cultivo rocha vegetaçã
o 
tipo padrã
o 
densidad
e 
forma do 
vale 
plano ondulad
o 
resistênci
a 
acamamen
to 
atitud
e 
fratura contato 
A 
B 
 
UNIDADE COBERTURA CONCLUSÕES 
 material superficial vegetaçã
o 
cultivo ou outra atividade 
humana 
LITOLOGIAS E ESTRUTURAS 
PROVÁVEIS 
 VERIFICAÇÃO DE CAMPO 
A 
B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Por José Robinson Alcoforado Dantas 
61 
ANEXO 2 – GUIA PARA O PREENCHIMENTO DA PLANILHA ORIENTATIVA DA FOTOINTERPRETAÇÃO GEOLÓGICA 
 
Tonalidade TexturaDrenagem Relevo 
Cobertura 
 externa interna densidade forma do 
vale 
 material 
superficial 
vegetação cultivo 
branca homogênea dendrítica sink-hole alta plano plano fino homogênea muito denso 
cinza clara heterogênea retangular poço de 
infiltração 
média V Mesa médio heterogênea denso 
cinza média fina paralela baixa U escarpa grosso muito densa pouco 
cinza escura média subparalela Cuesta espesso densa raro 
negra grossa treliça Hog-back delgado pouco 
densa 
ausente 
 Lisa anular Crista simétrica ausente rara 
 áspera radial Crista 
assimétrica 
 ausente 
 bandada meandrante Ondulado 
 anastomosa
da 
 colinoso 
 leque aluvial 
 
PROPRIEDADES DAS ROCHAS 
Acamamento Atitude da 
camada Fraturamento 
Relação de contato CLASSIFICAÇÃO 
fino Horizontal grau tipo 
médio Fraco fraco falha encoberto 
grosso Médio médio fratura normal 
maciço Forte forte diáclase gradacional 
 Subvertical junta brusco 
 vertical discordante 
 falhado

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