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Impugnação à contestação- NAILSON

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ABDALLA &ALCKMIM
Advocacia e Consultoria Especializada
____________________________________________________________________________________
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA VARA DO JUIZADO ESPECIAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE GOIÁS
Processo nº: 027069-56.2016.4.01.3500
NAILSON DE JESUS MORAES, devidamente qualificado nos autos em epígrafe da AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E DANOS MORAIS que move em desfavor da TRIUNFO CONCEBRA e DNIT-DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES, igualmente qualificadas, por meio de seu procurador subscritor vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência apresentar:
IMPUGNAÇÃO
aos termos da contestação, pelos fatos e fundamentos adiante consignados, o que faz pelas razões de direito que passa a expor a seguir:
01. RESUMO DAS ALEGAÇÕES:
Douto Juiz, em apertada síntese e sob infundados argumentos, alega a parte requerida preliminarmente que é parte manifestamente ilegítima para figurar no polo passivo do presente processo, sendo de responsabilidade do Consórcio das Rodovias Centrais do Brasil S.A. (CONCEBRA), que arrematou licitação para concessão da rodovia federal.
Alega ainda a parte requerida a falta de comprovação de que o dano ocorrido no veículo tenha sido provocado por atropelamento de animal no trecho da BR-153, haja visto que não possui nenhuma foto do suposto animal, que segundo a requerida estaria morto, no local da colisão. Alega também que o dano teria ocorrido contra alguma “parede, muro ou mureta na própria cidade de Goiatuba”. Alega ainda o requerido, que o requerente não tomou as devidas providencias para comprovar que o trecho do acidente era realmente a BR-153, pressupondo que o requerente não estava efetivamente na pista da BR-153.
Alega que a responsabilidade objetiva deve ser afastada pela questão da “causa de pedir não se tratar de dano por ação do Estado, mas sim por suposta omissão na prestação na prestação dos serviços e conservações/manutenção da rodovia. ”, tendo a DNIT, somente a responsabilidade subjetiva. Alega ainda que a conservação e sinalização que cabia ao DNIT foi feita de forma satisfatória. Alega que não há “informações policiais sobre o registro da ocorrência”.
Que o Autor trafegava na pista de maneira negligente e imprudente e que dirigia seu veículo sem condições ideais de visibilidade, e que devido a isso se deu o devido acidente. Alega que não houve laudo pericial para a comprovação do acidente. Alega ainda que o requerente estava em excesso de velocidade, não havendo elementos que comprovam que o requerente trafegava com padrões de segurança e em condições de manutenção preventiva do veículo, estando o mesmo desatento.
Alega o requerido que não há nexo de causalidade, devido as provas não serem propriamente suficientes para comprovar o dano, haja vista que isso consequentemente eximiria a responsabilidade do DNIT, tendo a Administração da mesma tomado todas as medidas cabíveis para que a pista estivesse em boas condições de trafego.
Alega ainda a parte passiva da demanda que não há provas suficientes para comprovar o fato alegado, e que sendo desta forma não existiria culpa por parte da Administração, não existindo qualquer foto tirada pelo requerente do animal morto que pudesse comprovar tal fato.
Alega ainda que o autor estaria se aproveitando do evento de ter utilizado a rodovia e que pelo fato de que algum motivo, para proceder reparos em seu veículo, em razão de degradação natural das peças, utilizando deste fim para que ocorresse a devida reparação. Alega ainda que não houve documentos que comprovam a necessidade do reparo do carro, como notas fiscais de peças e serviços.
Alegou ainda que devido ao fato de não haver culpa do requerido de não ter lhe dado segurança no transito do seu veículo, não haveria de se questionar a existência dos Danos Morais, não tendo sendo comprovado as alegações da parte autora para isso, não existindo nexo de causalidade entre a conduta do servidor público e o dano sofrido.
Destarte, é a presente para impugnar as teses lançadas em contestação pela ré, bem como para tecer considerações sobre seus efeitos nos presentes autos, pedindo vênia para fazê-lo. Insta trazer neste momento aos autos, entendimento que se coaduna perfeitamente ao caso em questão, e que afasta todas as alegações realizadas pela empresa ré em sua contestação.
02. PREELIMINARMENTE:
Há de se impugnar sobre a alegação da parte requerida a respeito primeiramente sobre as questões preliminares haja vista de que, como foi mencionado na Inicial, sobre a condição da parte requerida DNIT, configurar no polo passivo da demanda.
A requerida alega que é parte manifestamente ilegítima para se configurar no polo passivo da demanda. Como já foi mencionado no seguinte julgado, também proferido recentemente, entendeu-se pela responsabilidade objetiva do Estado, com apoio no art. 37 §6º, independentemente de ser dele, diretamente, ou de um concessionário, a incumbência de fiscalizar a via:
“ACIDENTE. RESPONSABILIDADE CIVIL. AUTARQUIA ADMINISTRADORA DE RODOVIA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA POR DANOS CAUSADOS POR COLISÃO DE VEÍCULO COM ANIMAL NA PISTA. CUIDADO E VIGILÂNCIA INSUFICIENTES. PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DE FORMA INADEQUADA E INSEGURA. Mesmo quando o Estado utiliza terceiros (agentes) para a prestação de serviços públicos, ocorrendo danos, responde objetivamente, sem prejuízo da via de regresso (art. 37, §6° da CF) ”
AGRAVO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. AUSÊNCIA DE CONTRARIEDADE AO INC. IX DO ART. 93 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.Relatório 1. Agravo nos autos principais contra inadmissão de recurso extraordinário interposto com base na al. a do inc. III do art. 102 da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da Quinta Região: �ADMINISTRATIVO. DNIT. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO ESTADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. ANIMAL NA PISTA (RODOVIA FEDERAL). BOLETIM DE OCORRÊNCIA POLICIAL. DANO MORAL E MATERIAL. 1. Ação em que o DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte foi condenado em indenização por danos morais e materiais, em face de acidente de veículo decorrente de invasão de animal em Rodovia Federal. 2. Segundo o Boletim de Ocorrência o acidente ocorreu ao amanhecer (às 04:10 horas), com céu claro, num trecho reto da rodovia, com sinalização vertical e horizontal, porém não se tratavam de sinalizações luminosas, e que a pista tinha acostamento e pista de rolamento com bom estado de conservação, e que o veículo do autor possuía pneus em bom estado de conservação, não havendo indícios de alcoolemia ou que o mesmo tenha cochilado ao volante. Também inexistem alegações ou provas de que o demandante necessitou de atendimento médico ou internação médico-hospitalar, ou que houve sequelas físicas ao mesmo. 3. Nas espécie, o DNIT não logrou comprovar que o acidente foi ocasionado por culpa exclusiva da vítima, o que poderia afastar sua responsabilidade. Ao contrário, encontra-se suficientemente evidenciada a omissão do Poder Público e sua relevância na existência do acidente. 4. A Lei nº 10.233/2001, que criou o DNIT, prevê, em um de seus dispositivos (art. 82, IV), que cumpre a essa autarquia administrar programas de operação de rodovias, donde decorre o dever de fiscalização da presença de animais nas estradas, como,também, o dever de adoção de providências preventivas, a exemplo da atuação junto aos proprietários dos animais, instalação de barreiras físicas à beira da estrada, de modo a evitar ou minimizar a circulação de animais na pista, e instalação de sinalização indicativa da presença de animais. O não cumprimento desses deveres, pela não adoção das medidas indicadas, é suficiente para caracterizar a falha na prestação do serviço público, suficiente para embasar a responsabilizaçãocivil subjetiva do Estado. 5. Evidenciado o nexo de causalidade entre a falta do serviço público imputável ao DNIT e a ocorrência do evento apontado como lesivo, são inquestionáveis os danos morais e materiais decorrentes do acidente. 6. A omissão estatal, de forma indubitável, causou transtornos e abalos psíquicos ao autor, devendo ser majorado o valor da indenização por danos morais, porém, inexistindo prova de que o demandante necessitou de atendimento médico ou internação médico-hospitalar, ou que houve sequelas físicas ao mesmo, fixa-se a indenização no correspondente ao quantum de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), em harmonia com o entendimento jurisprudencial de nossos Tribunais de que o valor da indenização por danos morais não pode ser módico, de forma a representar ausência de sanção efetiva ao ofensor; nem excessivo, a fim de evitar o enriquecimento sem causa da vítima. 7. Em relação aos danos materiais, referentes aos gastos com o conserto com o carro do autor, correta a sentença que determinou sua apuração em liquidação por artigos; pois restou provada a avaria ao veículo, mas não foi demonstrada a forma de mensuração dos referidos danos, já que nenhum documento foi colacionado aos autos, - relativos aos danos sofridos pelo veículo e o orçamento para conserto do mesmo -, o que será oportunizado na execução de sentença. 8. Apelação do Autor provida em parte. Apelação do Réu e Remessa Oficial improvidas.". 2. O Agravante afirma ter o Tribunal de origem contrariado os arts. 5º, inc. LV, 37, § 6º, e 93, inc. IX, da Constituição da República. Argumenta que �a teoria do risco administrativo pressupõe sempre a ação positiva do Estado, que coloca o terceiro em risco�. 3. O recurso extraordinário foi inadmitido sob o fundamento de incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal. Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO. 4. O art. 544 do Código de Processo Civil, com as alterações da Lei n. 12.322/2010, estabeleceu que o agravo contra inadmissão de recurso extraordinário processa-se nos autos do recurso, ou seja, sem a necessidade de formação de instrumento, sendo este o caso. Analisam-se, portanto, os argumentos postos no agravo, de cuja decisão se terá, na sequência, se for o caso, exame do recurso extraordinário. 5. Razão jurídica não assiste ao Agravante. 6. A alegação de nulidade do acórdão por contrariedade ao art. 93, inc. IX, da Constituição da República não pode prosperar. Embora em sentido contrário à pretensão da Agravante, o acórdão recorrido apresentou suficiente fundamentação. Firmou-se na jurisprudência deste Supremo Tribunal: �O que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional� (RE 140.370, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 21.5.1993). 7. O Tribunal de origem reconheceu a existência de nexo de causalidade entre o evento e o dano sofrido pelo Agravado. A apreciação do pleito recursal demandaria o reexame das provas constantes dos autos, procedimento inviável de ser adotado validamente nesta senda recursal. Incide, na espécie, a Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal: �AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. CONTROVÉRSIA SOBRE A EXISTÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO� (AI 860.320-AgR, de minha relatoria, Segunda Turma, DJe 28.3.2014). �AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. COMPROVAÇÃO DE CULPA DO ESTADO. ACIDENTE EM VIA PÚBLICA. ART. 37, § 6º, CF. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO JÁ CARREADO AOS AUTOS.IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. 1. A Súmula 279/STF dispõe verbis: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. 2. É que o recurso extraordinário não se presta ao exame de questões que demandam revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, adstringindo-se à análise da violação direta da ordem constitucional. 3. In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RODOVIA FEDERAL. ANIMAL NA PISTA. COLISÃO.RESPONSABILIDADE OBJETIVA. AUTARQUIA RESPONSÁVEL PELA GUARDA E SINALIZAÇÃO DAS RODOVIAS FEDERAIS. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA DE CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR. TETRAPLEGIA DA VÍTIMA. DANOS PERMANENTES. SEQUELAS. INDENIZAÇÃO POR DANO MATERIAL E MORAL. FIXAÇÃO DE PENSÃO. CC/1916, ART. Nº 1.539. CUMULAÇÃO COM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. JURISPRUDÊNCIA DO COLENDO STJ. 4. Agravo regimental desprovido� (AI 855.343-AgR, Relator o Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 5.9.2012). 8. No julgamento do Agravo em Recurso Extraordinário n. 748.371, Relator o Ministro Gilmar Mendes, este Supremo Tribunal assentou inexistir repercussão geral quanto às alegações de contrariedade aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, quando o exame da questão depende de prévia análise da adequada aplicação de normas infraconstitucionais: �Alegação de cerceamento do direito de defesa. Tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal. Julgamento da causa dependente de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Rejeição da repercussão geral� (DJe 1º.8.2013). Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários e agravos de instrumento que suscitarem a mesma questão constitucional devem ter o seu seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Nada há a prover quanto às alegações do Agravante. 9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 544, § 4º, inc. II, al. a, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Publique-se. Brasília, 23 de setembro de 2014.Ministra CÁRMEN LÚCIA Relatora) (grifo nosso)
Deste ensejo, há de se averiguar a responsabilidade do Requerido no polo passivo da demanda, haja visto que a como menciona a Lei 10.233/2001, prevê em seu artigo 82, IV, o dever de administrar programas de operação de rodovias, donde decorre o dever de fiscalização da presença de animais nas estradas, como, também, o dever de adoção de providências preventivas, fazendo instalação de barreiras físicas à beira da estrada, de modo a evitar ou minimizar a circulação de animais na pista, e instalação de sinalização indicativa da presença de animais.
Providencia esta não tomada pela parte requerida onde, se verifica que a rodovia, pelo trecho BR-153, KM 563, na verdade, havia falta de sinalização, e precariedade em sua manutenção, e não ao que se alega em contestação que a conservação e a manutenção da pista estava “procedida de modo satisfatório”.
Deste modo há de se confirmar a configuração do DNIT, no polo passivo da demanda, haja vista que responde sobre a administração e conservação da BR-153.
03. DA IMPUGNAÇÃO DO MÉRITO:
3.1. DO DANO DO VEÍCULO:
A parte requerida alegou sobre a falta de provas que pudessem comprovar efetivamente que o fato ocorreu, ou seja, se o carro da parte autora realmente colidiu com um animal, haja visto que não possui nenhuma foto do animal, que segundo a requerida estaria morto.
Sobre essa ótica há de se analisar a situação, o requerente após colidir seu veículo com o animal, mesmo com o susto, não acreditou que o choque tivesse causado algum estrago de grande proporção em seu veículo, e como já estava de madrugada, o mesmo, preferiu seguir viajem e parar, em algum ponto seguro da estrada onde poderia, efetivamente saber quais foram os reais prejuízos que sofrera com a colisão.
O requerido indaga ainda se o requerente, realmente se encontrava na BR-153, mencionando que esse não seriaa única estrada para se chegar a cidade de Goiatuba, indagando que o requerente poderia ter pegado um outro caminho alternativo, visto também que não possui nenhuma foto tirada pelo mesmo que comprovasse que estivera naquela estrada.
Há de se constatar, que o Requerente, dirigia em Destino a Goiânia, o que se verifica que o mesmo não se encontrava em nenhum outro trajeto alternativo a não ser pela BR- 153, haja visto que como consta em próprios documentos anexados aos autos, o mesmo teve de passar por um pedágio, tendo de pagar pela taxa, e que após descrever o ocorrido para os funcionários locais, pediu ajuda, porém, foi tratado com descaso.
Há de se questionar sobre o fato do autor não ter tirado foto de placas da pista para a identificação da estrada, simplesmente pelo fato de no local não possuir nenhuma placa de identificação do mesmo, sendo impossível tirar a foto para o propósito de comprovação.
Sobre a alegação de que não havia fotos do animal morto, há de se constar que após o requerente ter pedido ajuda aos funcionários do pedágio que foram omissos e negligentes com a questão, e após verificar a falta do parachoque, o requerente voltou ao local do acidente, e após identificar o parachoque na estrada, resolveu tirar as devidas fotos como prova do fato.
Que o requerente não tirou fotos do animal que colidiu com seu veículo, simplesmente pelo fato notoriamente do animal não ter morrido com a colisão, provavelmente, vindo a se esconder entre a mata, haja visto que se fosse possível, obviamente o requerente teria também aproveitado a oportunidade e também tirado fotos do devido animal morto, o que claramente não o fez, simplesmente pelo fato do animal ainda ter continuado vivo após a colisão. Podendo assim apenas tirar foto do parachoque.
Há de se questionar também sobre a alegação do requerido, que discute sobre a possibilidade de “O dano pode ter sido provocado em acidente contra alguma parede, muro ou mureta na própria Cidade de Goiatuba”, alegando ainda que poderia ter sido feito, para se obter alguma vantagem sobre a entidade DNIT. Alegação está totalmente infundada e inverídica, haja vista que a alegação levanta hipótese até do autor não possuir idoneidade moral, e utilizar-se da má-fé, em benefício próprio para se obter vantagens de forma ilícita.
Há de se mencionar que o autor sempre foi uma pessoa idônea e correta em seus compromissos, haja vista que nunca praticou nenhum ato delituoso, sempre se mostrando ser um cidadão de bem, e que sempre ágil dentro dos preceitos e ordenamentos jurídicos legais, nunca tendo qualquer problema vinculado com a lei ou com a justiça, ao menos não até o presente momento. Sempre se demostrando ser uma pessoa ética e coerente em suas ações. Desta forma, não haveria motivo algum para tentar obter alguma vantagem de forma ilícita perante aos órgãos da DNIT.
O requerido ainda alega ainda, com relação ao trecho em que o parachoque do veículo estava caído, que “ bastaria abrir o ângulo da foto que se identificaria a pista duplicada. No entanto, o autor fechou o ângulo da foto para não dar essa possibilidade de defesa. ”.
Desta forma há de se destacar que, tirar a foto do ângulo para identificar a pista duplicada, não seria determinante para se definir que a estrada seria efetivamente a BR-153, como afirma veementemente o requerido. Que para comprovar que o requerente estava na rodovia, há os tickets do pedágio, determinando que estava efetivamente no trecho mencionado, haja vista que não haveria outra forma de estar em um outro caminho alternativo como menciona o requerido, tendo o autor pago os tickets do pedágio.
Cabe esclarecer ainda que os prejuízos sofridos pelo autor alcançaram uma média de $3,500,00 (três mil e quinhentos reais) a título do concerto do veículo, conforme pode se verificar em documentos acostados aos autos, devido ao grande estrago causado devido ao acidente, conforme fotos em anexo ao processo.
DA RESPONSABILIDADE CVIL DO SUJEITO PASSIVO:
Há de se destacar que o requerido da demanda alega que o requerente dirigia com desatenção na estrada, e que devido a sua imprudência, se sujeitou aos riscos que propiciaram a quebra do seu parachoque. Visto que, segundo o requerido, a conservação e sinalização da estrada a que cabia ao DNIT, tinham sido procedidos de modo satisfatório.
Observar-se, até uma incongruência, na explanação de argumentos aos quais foram explicitadas pela parte requerida, haja vista que, ao mesmo tempo que menciona ser parte ilegítima da ação, também, confirma que possui, responsabilidades com relação a manutenção da pista, o que o torna efetivamente parte legítima para configurar no polo passivo, pois o que se discute aqui seria justamente sobre a falta de sinalização e conservação da rodovia BR-153, que demostrou ser precária, e que demostrou apresentar uma série de falhas, com relação a falta de manutenção da estrada.
Como menciona no artigo 82, inciso IV, da Lei 10.233/2001:
“Art. 82. São atribuições do DNIT, em sua esfera de atuação:
IV - administrar, diretamente ou por meio de convênios de delegação ou cooperação, os programas de operação, manutenção, conservação, restauração e reposição de rodovias, ferrovias, vias navegáveis, eclusas ou outros dispositivos de transposição hidroviária de níveis, em hidrovias situadas em corpos de água de domínio da União, e instalações portuárias públicas de pequeno porte; (Redação dada pela Lei nº 13.081, de 2015) ”
Neste ensejo, o dever de administrar programas de operação de rodovias, donde decorre o dever de fiscalização da presença de animais nas estradas, como, também, o dever de adoção de providências preventivas, fazendo instalação de barreiras físicas à beira da estrada, de modo a evitar ou minimizar a circulação de animais na pista, e instalação de sinalização indicativa da presença de animais, seria da própria DNIT. 
Como é notório, a atividade de manutenção e conservação das rodovias caracteriza-se como um serviço público, e, como tal, deve ser exercido pelo Poder Público, podendo este delegar a particulares sua execução, após regular procedimento licitatório (Constituição Federal, art. 175), no entanto a responsabilidade da empresa é objetiva, pois tem o dever de manutenção, conservação e fiscalização.
A consagração da responsabilidade civil do Estado constitui-se em imprescindível mecanismo de defesa do indivíduo face ao Poder Público. Mediante a possibilidade de responsabilização, o cidadão tem assegurada a certeza de que todo dano a direito seu ocasionado pela ação de seus agentes e contratados será prontamente ressarcido pelo Estado. Funda-se nos pilares da equidade e da igualdade, como salientou em doutas palavras PONTES DE MIRANDA:
“O Estado - portanto, qualquer entidade estatal - é responsável pelos fatos ilícitos absolutos, como o são as pessoas físicas e jurídicas. O princípio de igualdade perante a lei há de ser respeitado pelos legisladores, porque, para se abrir exceção à incidência de alguma regra jurídica sobre responsabilidade extranegocial, é preciso que, diante dos elementos fácticos e das circunstâncias, haja razão para o desigual tratamento”.
Define, com acurácia, Celso Antônio BANDEIRA DE MELO a responsabilidade civil do Estado:
“Entende-se por responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado a obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos à esfera juridicamente garantida de outrem e que lhe sejam imputáveis em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos, comissivos ou omissivos, materiais ou jurídicos”. 
Importante frisar que a responsabilidade estatal não se confunde com a de seu funcionário, nem de seus contratados, uma vez que estes, no exercício de suas funções, podem causar dano tanto a bens estatais quanto a de particulares. Em ambos os casos, comprovada sua culpa, deverá ressarcir os prejuízos causados. Entretanto, o cidadão lesionado em seu direito por ato decorrente do agir estatal, ou de seus órgãos prestadoras de serviços públicos por delegação, não depende desta prova para requerersua indenização, pois pode acionar diretamente o Estado, que responderá sempre que demonstrado o nexo de causalidade entre o ato do seu funcionário e o dano injustamente sofrido pelo indivíduo. A culpa do agente apenas será discutida em um segundo momento, caso o Estado impetre ação de regresso. Assim:
“(...) diz-se que a responsabilidade deste [o Estado] é objetiva, porque não se impõe ao particular, lesado por uma atividade de caráter público (ou alguma omissão), que demonstre a culpa do Estado ou de seus agentes. Sinteticamente, a responsabilidade do Estado se caracteriza pelo preenchimento dos seguintes pressupostos: 1) que se trate de pessoa jurídica de direito público ou de direito privado prestadora de serviços públicos; 2) que estas entidades estejam prestando serviço público; 3) que haja um dano causado a particular; 4) que o dano seja causado por agente (a qualquer título) destas pessoas jurídicas e; 5) que estes agentes, ao causarem dano, estejam agindo nesta qualidade”. (CZAJKOWSKI, Rainer. Sobre a Responsabilidade Civil do Estado. In Jurisprudência Brasileira: cível e comércio. Curitiba: Juruá, 1993, no. 170, pp.11/12)
Na espécie, o ponto nevrálgico envolve a responsabilidade estatal por atos lícitos. Com efeito, dado tratar-se de responsabilidade objetiva, a análise deve partir do polo passivo da relação, isto é, o que deve ser analisado é o teor de injustiça do dano sofrido pelo particular, não se devendo enfatizar o caráter ilícito ou não da atuação do agente administrativo estatal. Portanto, cumpre desde logo esclarecer que a licitude do ato estatal não constitui excludente de sua responsabilidade, pois retira o teor de culpabilidade da ação, mas não tem o condão de interromper a cadeia causal.
Diane ao caso em questão não resta outra dúvida de que existe a responsabilidade objetiva dos requeridos, devido a problemas de manutenção com a rodovia, o qual é de responsabilidade da concessionária TRIUNFO CONCEBRA, e por questões da falta de manutenção da Rodovia BR-153, da falta de sinalização de providências preventivas, para a não transição de animais na estrada, de responsabilidade da DNIT. Visto que a rodovia estava em más condições de trafego.
A administração pública tem o dever legal de conservar e fiscalizar as rodovias, bem público de uso comum, garantindo aos administrados a segurança no tráfego. Esse dever também pode ser atribuído aos membros da administração pública indireta, responsável pela prestação de serviço público descentralizado. (CAHALI, 2007).
O Código de Trânsito Brasileiro, Lei 9.503/98, constitui um importante instrumento de defesa quando ocorre omissão do estado na conservação das rodovias. Visa garantir o direito a um trânsito seguro, estabelecendo deveres e obrigações do Poder Público no sentido de garantir trafegabilidade segura nas pistas.
A garantia da correta sinalização das rodovias, vem insculpida no art. 90 §1° do Código de Trânsito Brasileiro dispondo que “[...] o órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação”.
Assim, considerando que a conservação das rodovias se trata de serviço público de responsabilidade da administração pública (direta ou indireta), cabe a ela a manutenção das estradas públicas de maneira eficiente e segura para os membros da coletividade, ou ainda, manter uma boa sinalização para que se possam evitar danos (RIZZARDO, 2002).
Nesse sentido, a reiterada jurisprudência tem reconhecido a responsabilidade de indenizar da administração, quando ocorrerem danos que possuam como causa a via pública mal conservada, diante da ausência de manutenção por parte da administração direta ou indireta, ou, ainda, diante da ausência de sinalização, afinal, quando o defeito está sinalizado, há uma alerta ao condutor para evitar o dano.
Isso por que, embora não seja possível exigir estradas impecáveis, quando aparece um defeito que possa por em risco a incolumidade física, impõe-se ao órgão responsável a sua sinalização. Nesse contexto a ideia vem reforçada pelo art. 22 do Código de Defesa do Consumidor, que menciona:
“Art. 22: Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. ”
Nesse sentido, Stoco refere o seguinte entendimento jurisprudencial:
“Ocorrido o acidente por falha exclusiva do serviço público, que mantinha pista defeituosa e sem sinalização adequada, responde a autarquia encarregada desse mister administrativo pelos prejuízos causados” (1º TACSP-4.ª C.-Ap.-Rel. Benini Cabral-j. 5.10.83-RT 586/126) (1999, p. 647).
Desse modo, verifica-se que a conservação é dever do poder público e, no caso de má conservação, que pelo menos haja uma visível sinalização, posto que os usuários devem ser prevenidos da existência de perigo na via.
Alega ainda, a parte requerida sobre o fato de não haver nenhum registro de ocorrência policial, que ensejaria diligencia na aferição das informações, ou que se permitisse a aferição do contraditório. E que o fato gerado, na verdade ocorreu de uma imprudência de condução do próprio autor. Alegações estas notoriamente inverídicas.
Há de se constar que, o autor, após a colisão com o animal, preferiu seguir caminho na estrada, haja vista que acreditava que não havia qualquer dano efetivo ou de prejuízos mais graves sobre a existência de algum dano em seu veículo. Que devido o acidente ter ocorrido de madrugada, o autor, preferiu, seguir viajem, e analisar possíveis danos em algum local que se considerasse mais seguro. Há de se constar que o requerente ao passar, pelo pedágio, e após efetuar o pagamento do ticket, em anexo nos autos, narrou os fatos do incidente ao responsável pelo pedágio, que foi totalmente negligente e agiu com total descaso e foi omisso perante a situação.
Que o autor após verificar a perda do parachoque, decidiu voltar ao local do acidente, ao qual pode tirar fotos, para tomar as devidas medidas cabíveis afim de que providencias fossem tomadas perante ao reparo de seu veículo, sendo assim feito através do presente instrumento.
Há de se constatar que o requerente posteriormente ao acidente, ainda procurou resolver a questão administrativamente perante aos órgãos competentes pela manutenção, fiscalização e assistência na rodovia o qual tem a concessão, procurando conseguir uma solução pacífica e extrajudicial, porem foram tentativas frustradas e infrutíferas.
Desta forma, não se fundamenta sobre a questão de não existir o registro de ocorrência policial no dia do fato, e assim não haver ensejo a aferição do contraditório, simplesmente pelo fato de que houve omissão em prestar assistência ao responsável do pedágio. Não havendo como haver qualquer tipo de ocorrência policial, haja vista que não haviam policiais localizados nas mediações para a prestação de tal ocorrência. Há de se afirmar que houve a procura do autor para que pudesse ser resolvida a questão de forma administrativa, e a própria razão dos autos, permite que tal contraditório seja amplamente argumentado e discutido sobre a questão em análise.
Neste ensejo cabe salientar que todos os tipos de provas possíveis a serem analisados, e todos os tipos de provas que puderem ser colhidas em juízo a fim de esclarecer sobre os fatos da questão poderão ainda estar sobre apreciação, de acordo com entendimento de Vossa Excelência.
Há de se destacar que o autor, de forma alguma dirigia de forma imprudente no momento da conduta, sendo surpreendido simplesmente, por um animal que se locomovia na Rodovia da BR-153, não podendo tomar qualquer providencia a fim de evitar a colisão de seu veículo com o animal, haja vista que era tarde da noite, que a rodovia apresentava poucas sinalizações, e em condições ruins de trafego.
Que não haveria nenhum motivo aparente para o autor tomar medidas imprudentes mediante a situação, haja vista que estavam também no veículocom sua mãe, com sérios problemas de saúde, o que deve ser demostrado que o zelo em conduzir o veículo, era ainda maior pelo bem-estar do seu familiar, que fora justamente o motivo de tal viajem, ou seja, para que sua mãe pudesse fazer tratamentos em Goiânia perante a sua enfermidade. Além disso o autor, sempre cumpriu com as normas e Legislações de Trânsito, nunca sendo um condutor imprudente ao conduzir qualquer veículo, não havendo motivo algum para fazer isso, principalmente ao trafegar em rodovias, ao qual os cuidados devem ser de extrema cautela e atenção.
DA EXISTÊNCIA DO NEXO DE CAUSALIDADE
Leciona Cahali sobre a responsabilidade civil do estado na conservação e fiscalização das rodovias:
“A conservação e fiscalização das ruas, estradas, rodovias e logradouros públicos inserem-se no âmbito dos deveres jurídicos da Administração razoavelmente exigíveis, cumprindo-lhe proporcionar as necessárias condições de segurança e incolumidade às pessoas e aos veículos que transitam pelas mesmas. A omissão no cumprimento desse dever jurídico, quando razoavelmente exigível, e identificada como causa do evento danoso sofrido pelo particular, induz, em princípio, a responsabilidade indenizatória do Estado (2007 p. 230). ”
Assim, cabe ao poder público ou ao órgão com circunscrição sobre a via, conservar as rodovias, de modo a evitar danos aos administrados, o que também pode fazê-lo através de uma eficiente sinalização.
Cumpre agora analisar qual a responsabilidade do estado quando se omite na conservação das rodovias.
Sabe-se que a responsabilidade que se refere o art. 37 § 6º da Constituição Federal se trata de responsabilidade objetiva, contudo, não vem expresso no texto constitucional se esta responsabilidade é decorrente de uma conduta comissiva ou omissiva.
Para a caracterização do dever de indenizar devem estar presentes os requisitos clássicos: ação ou omissão voluntária, relação de causalidade ou nexo causal, dano e, finalmente, culpa. Como reitera o que já foi exposto anteriormente, o nexo de causalidade se demonstra, pela falta de fiscalização, manutenção e assistência da rodovia, que se demonstrou propício a obter animais transitando em meio ao asfalto, ensejando assim possível acidente, como foi o que se consta no caso em tela.
Haja vista que que o autor mesmo após ter explanado a situação decorrente com a colisão com o animal, quando já se encontrava no pedágio, os responsáveis pelo mesmo, foram omissos, em lhe prestar qualquer tipo de assistência, visto que não possuía nenhuma viatura policial próxima ao local também para o autor poder fazer qualquer tipo de ocorrência. Demostrando assim imenso descaso pelas autoridades responsáveis pela manutenção e conservação da pista.
DA EXISTÊNCIA DO DANO MORAL:
Considera-se dano moral quando uma pessoa se acha afetada em seu ânimo psíquico, moral e intelectual, seja por ofensa à sua honra, na sua privacidade, intimidade, imagem, nome ou em seu próprio corpo físico, e poderá estender-se ao dano patrimonial se a ofensa de alguma forma impedir ou dificultar atividade profissional da vítima.
Vislumbra claramente que o requerente sofreu um dano moral a sua honra, a sua imagem, e a sua integridade psicofísica, visto que o mesmo já sofreu consequências proporcionadas pela parte requerida, haja vista que o mesmo não prestou a assistência necessária a parte requerente no momento do fato, apenas lavrando um termo de ocorrência, narrando o que teria acontecido, sem tomar mais nenhuma outra providência a fim de minimizar os prejuízos ocorridos.
Demonstra-se assim no presente caso uma conduta totalmente negligente e imprudente por parte do requerido, que de maneira irresponsável não tomou as diligências necessárias com relação a averiguação dos fatos, além de não ter tomado providências preventivas ao fazer a sinalização sobre a presença de possíveis animais transitando na pista, podendo evitar que o acidente ou que outros acidentes possam vir a ocorrer. 
Além da perda do parachoque, que deu ao requerente um prejuízo financeiro e material, há de se mencionar a angustia e o sofrimento que o mesmo passou perante o acidente, que se sentiu humilhado perante a situação, haja vista que não recebeu nenhuma assistência necessária por parte aos responsáveis pela manutenção e conservação da rodovia, que nada fizeram para ajudar o autor, sendo totalmente omissos e negligentes e o tratando com imenso descaso.
Há de se mencionar ainda que o autor, procurou conseguir por todos os meios amigáveis e extrajudiciais, a solução da devida questão, porém o requerido recusou-se a dar qualquer esclarecimento sobre os motivos que lhe vieram a praticar a omissão e a negligência no caso.
A sensação de impotência ao tentar solucionar o problema junto ao requerido, sendo tratado por este com descaso e negligência mesmo diante da explanação do problema, atingiu de pronto sua alma. A dor, o sofrimento e a angústia do requerente por ter sua credibilidade abalada em virtude do fato inesperado, foi imensa.
Com relação ao dano moral puro, resta igualmente comprovado que a requerida, com sua conduta negligente, violou diretamente direito do requerente, qual seja, de ter sua paz interior e exterior inabalada por situações com ao qual não concorreu. Trata-se do direito da inviolabilidade à intimidade e à vida privada.
Os efeitos do ato ilícito praticado pelo requerido alcançaram a vida íntima do requerente, que se vê violentado perante o sistema financeiro, o comércio em geral e a sociedade, restado quebrada a paz, a tranquilidade, a harmonia e originando sequelas que lhe causaram sérios danos morais.
05. DOS PEDIDOS:
Pelo exposto requer:
a) Tem-se por Impugnada a Contestação apresentada, requerendo, desde já, sejam ratificados os argumentos explanados na inicial, sendo julgada totalmente procedente a ação, quais sejam, pela condenação do requerido a restituir o valor pago pelo requerente pelas despesas provenientes do seu veículo, a fim de danos materiais, e a condenação do requerido a um valor i indenização com intuito pedagógico, a fim de se valer pelos danos morais sofridos pelo requerente.
b) protesta provar o alegado por toda espécie de prova admitida (CF, art. 5º, inciso LV), nomeadamente pelo depoimento do representante legal do Requerido, oitiva de testemunhas, juntada posterior de documentos como contraprova, exibição de documentos, comprovando assim de que forma foi feito o efetivo saque em sua conta.
c) por conseguinte, revela-se razoável que Vossa Excelência defira e fixe um valor a indenização pelos danos morais causados pela parte autora com intuito pedagógico.
d) os benefícios da assistência judiciária, nos termos da Lei 1.060/50, art. 2º, parágrafo único, e Lei 13. 105/15 art. 98 a 102 por não ter condições de pagar as taxas, custas e despesas processuais sem prejuízo de seu sustento próprio e de sua família.
e) A condenação do demandado no pagamento de custas e honorários na ordem de 20% sobre o valor da causa.
f) pede-se pelo arbitramento de multa diária em caso de descumprimento pela parte requerida de todas as medidas peticionadas na inicial pelo autor, que, por ser uma questão de justiça, serão todos os pedidos do autor deferidos por este respeitável Juízo.
Nestes termos, pede deferimento.
Goiânia, 09 de setembro de 2016
Larissa Abdalla José Pereira M. M. Alkmin
OAB-GO 24.566 OAB-GO 40.050
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