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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DO JÚRI DA COMARCA DE __. JOÃO DA SILVA, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), (RG), (CPF), (endereço), vem por meio de seu advogado, conforme procuração em anexo (documento 01), requerer à Vossa Excelência o pedido de RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, visando declaração de nulidade do auto de prisão em flagrante (nº) com a correspondente expedição de alvará de soltura com o fundamento no art. 5º LXV, da Constituição Federal e artigo 310, inciso I, do Código de Processo Penal, pelas seguintes razões fáticas e jurídicas: DOS FATOS: O requerente foi preso em flagrante no dia xxxx por ter, supostamente, incorrido no crime de furto qualificado Art. 155 - do Código Penal. Ocorre que, a prisão em flagrante foi realizada com diversas violações aos arts. 302 a 310 do CPP. Pois houve por meio dos policiais um flagrante preparado, para que assim a parte ré fosse instigado a cometer o delito. A polícia criou “veículo-isca” que foi estacionado na região mais perigosa da cidade. Em seu motor, foi instalado um dispositivo para o corte do combustível a distância. No momento em que alguém tentasse subtraí-ló, o motor seria desligado, então quando o réu tentou subtrair para si o veículo em poucos metros o carro parou e houve a prisão em flagrante. Ressalte-se que até o presente momento o auto de prisão em flagrante não foi encaminhado ao Juiz competente. DO DIREITO: Dispõe art. 5º, LXV, da Constituição Federal: “A prisão será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”. No caso em tela é de rigor o relaxamento da prisão em flagrante, como será demonstrado a seguir. Registre-se, embora ocioso, que a situação exposta não enseja o auto de prisão em flagrante delito nos moldes do artigo 302 do Código de Processo Penal. É notória a ilegalidade desta prisão, tendo em vista que se trata de crime impossível, do art. 17 do CP, em razão do flagrante preparado Conforme visto, é ilegal o flagrante quando o agente é instigado a praticar o delito. Existe até Súmula do STF (n. 145) sobre o assunto: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. Exemplo de flagrante preparado: sabendo que, em determinado bairro, há grande incidência de furto de veículos, a polícia estaciona um automóvel em uma das vias da região e, em campana, aguarda até que alguém o subtraia. No momento em que o ladrão arromba a porta do veículo, a polícia efetua a sua prisão em flagrante. Perceba que, nesta hipótese, por mais que o ladrão fosse habilidoso, o crime jamais se consumaria – crime impossível, portanto (CP, art. 17). Como bem explica Renato Brasileiro, o autor do delito não passa de protagonista inconsciente de uma comédia. Ressalte-se, ainda, conforme disposto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Demais disso, não se olvida, por óbvio, que a prisão em flagrante, no caso em tela, não observou as formalidades essenciais elencadas no artigo 306, § 1o do Código de Processo Penal, ou seja, não foi remetida a lavratura e remessa do auto de prisão em flagrante ao juiz competente no prazo de 24 horas. Pede-se, contudo, o imediato relaxamento dessa prisão ilegal, nos termos do art. 310, I, do Código de Processo Penal, uma vez que é ilegal o flagrante quando o agente é instigado a praticar o delito (CP, art. 17). DO PEDIDO: Ante o exposto, requer à Vossa Excelência, uma vez que a prisão em flagrante foi ilegal. Em consequência, quem foi preso ilegalmente deve ser solto. Assim determinar o relaxamento da prisão, colocando o requerente em liberdade. Por fim, que seja ouvido o representante do Ministério Público, expedindo-se o competente alvará de soltura e, caso haja necessidade, que seja designada Audiência de Custódia, nos termos do provimento conjunto nº 3/2015 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Nesses termos, Pede e espera deferimento. Rio de Janeiro, 09 de outubro de 2020 Rayssa Souza Ribeiro Avila OAB xxxxxx
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