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Teoria do produtor
A produção consiste na combinação de vários elementos no sentido de obter, a partir deles, um em que satisfaça uma necessidade humana.
Um produtor é, ao mesmo tempo, vendedor (do seu bem) e consumidor (de factores produtivos). Isso faz com que ele tenha duas questões: quanto produzir do bem e como produzir essa quantidade.
Função de produção: relação que existe entre a quantidade de produto e as quantidades de recursos (trabalho, terra, capital). Em princípio, a produção é o resultado da acção independente dos factores (manter todos os recursos constantes e variar apenas a quantidade aplicada de um deles).
Curva do produto total
Curva do produto ou produtividade marginal – regista-se apenas a o acréscimo do produto que a última unidade de trabalho trouxe.
Normalmente, a curva do produto marginal é negativamente inclinada, ou seja, acréscimos sucessivos de um factor feitos sobre quantidades constantes dos outros factores levam a acréscimos sucessivamente menores de produto – Lei dos rendimentos marginais decrescentes.
Quando não se varia apenas um, mas todos os factores produtivos simultaneamente, ou seja, quando o que varia é toda a escala de produção dá-se origem a rendimentos de escala, que podem ser rendimentos de escala constantes, decrescentes ou crescentes consoante a quantidade produzida varie proporcionalmente, menos ou mais que proporcionalmente.
A distinção entre rendimentos marginais e rendimentos de escala tem a ver com o tempo, em particular, com o prazo de análise e de equilíbrio – momentâneo, curto-prazo e longo-prazo. Outro efeito que a passagem do tempo tem sobre a produção é o aparecimento de novas formas de produção, que competem com as antigas, vencendo as melhores. É o fenómeno do progresso tecnológico. Quando as técnicas melhoram, as curvas do produto total e marginal sobem.
Como produzir?
Isoquantas – “curvas de indiferença de produção”, curvas compostas por pontos que geram a mesma produção. São negativamente inclinadas, devido à substituibilidade do produto (se desce a quantidade de um factor é necessário subir a quantidade do outro para manter o nível de produto) e são convexas devido à lei dos rendimentos marginais decrescentes (que corresponde à lei da utilidade marginal decrescente). Ou seja, à medida que utilizamos menos terra na produção, cada vez é preciso utilizar mais trabalho para substituir uma unidade de terra e manter o produto. E isto devido ao facto de a produtividade marginal da terra ir subindo e a do trabalho descendo, quando diminui a primeira e se aumenta o segundo.
Assim, é possível traçar um mapa de isoquantas que determina, para cada ponto (terra, trabalho), qual o produto gerado por essa combinação de factores. Quanto mais acima estiver a isoquanta, maior o nível de produção que lhe corresponde. É claro que a quantidade de produto que é registada em cada isoquanta é o máximo de quantidade que essas quantidades de factores conseguem produzir, a aplicação da racionalidade assim o exige (não desperdício de recursos).
A inclinação da isoquanta chama-se Taxa Marginal de Substituição Técnica. Esta taxa diz-nos quantas unidades de trabalho têm de ser empregues para, mantendo a produção, substituir uma unidade de terra a menos. A TMST é igual ao quociente das produtividades marginais dos dois factores. 
Também podemos encontrar uma recta de isocusto, definida pelo custo total que a empresa está disposta a suportar pelos preços dos factores.
A recta do isocusto representa as possibilidades de consumo dos dois factores pela empresa, dados o dinheiro que a empresa tem disponível e o preço dos factores. A inclinação da recta, igual ao rácio dos preços dos factores, significa a taxa a que o mercado está disposto a trocar um factor pelo outro.
O que se pretende decidir nesta parte do problema do produtor é maximizar a quantidade produzida para determinados custos. Note-se que dado um certo custo, o que significa uma certa recta de isocusto, o ponto que fornece maior nível de produção é aquele que toca a isoquanta mais acima.
Neste ponto de tangencia, em que a inclinação da isoquanta e da recta de custo são iguais a TMST iguala o rácio de preços.
O problema de como produzir pode ver-se de dois lados: qual o máximo que e pode produzir com certos custos ou qual o mínimo de custo que se pode ter com certa produção.
Quanto produzir?
Esta questão tem a ver com dois aspectos essenciais: a tecnologia de produção da empresa e a estrutura do mercado em que a empresa se situa.
Tecnologia e Custos
O problema de quanto produzir está intimamente ligado à tecnologia de produção. É ela que determina quanto se pode produzir. No entanto, a questão não é apenas tecnológica pois queremos determina quanto se quer produzir.
Podemos tratar a questão de “quanto produzir” pelo lado dos custos, maximizando a produção para certos custos ou minimizando os custos para certa produção.
Podemos definir uma função do Custo Total C(Q) onde, associado a cada quantidade produzida do bem, vem o mínimo custo total de produzir esse bem. A função relaciona, pois, cada quantidade do bem (Q) com o seu custo de produção (C).
Ao produzir, o empresário tem muitos custos monetários directos (salários, rendas, juros). Se ele não tivesse produzido, poderia ter feito muitas coisas com o dinheiro. Desses usos alternativos do dinheiro, ele escolheria aquele que lhe desse maior utilidade. É esse máximo de utilidade alternativa que é o custo de oportunidade.
Um mercado competitivo tem como preço de mercado o custo de oportunidade, ou seja, um mercado a funciona bem fornece directamente os custos de oportunidade através dos preços.
Num processo produtivo existem elementos que se podem mudar e ajustar (número de trabalhadores, quantidade de matéria-prima) enquanto outros são muito mais rígidos (número de máquinas ou dimensão de uma fabrica). A distinção entre custos fixos e custos variáveis tem, no fundo, a ver com o tempo. No equilíbrio momentâneo não há elementos variáveis. Mas se o horizonte se alarga e é possível prever a curto e a médio-prazo, então aí existem componentes dos custos que são fixas e outras variáveis. Se se deixar passar tempo suficiente, num planeamento a longo-prazo, é de prever que tudo seja ajustável e, portanto, variável. A questão central situa-se no horizonte de análise, que determina qual a parte dos custos que varia com a quantidade (CV, função da quantidade Q) e qual a parte fixa, que deve ser suportada qualquer que seja a quantidade produzida (CF).
CT= CF + CV(Q)
Um outro elemento importante da análise do custo de uma empresa é o chamado Custo Médio, ou custo por unidade. Trata-se do custo que, em média, se pode atribuir a cada unidade produzida, e é definido pela média dos custos totais.
CM=CT/Q
Igualmente importante é a medição do Custo marginal, o custo da última unidade produzida, o custo da unidade marginal.
Na maior parte dos casos, podemos encontrar uma curva dos custos médios (CM) em forma de U, o que resulta do comportamento dos rendimentos marginais. Inicialmente, a curva tem uma zona decrescente, que corresponde a uma fase de rendimentos marginais crescentes. Quando a produção é muito baixa, um aumento dessa produção pode fazer descer significativamente o custo atribuído a cada unidade. Mas, a partir de certa altura, produzir mais começa a ser cada vez mais caro (saturação, engarrafamento) e a curva cresce. Passou-se à fase dos rendimentos marginais decrescentes que, ao fim de certo tempo, faz subir CM. Deste modo a curva dos custos médios apresenta um padrão geral em U. A curva dos custos marginais (Cm), fortemente ligada à dos custos médios, tem também um padrão em U, mas mais vincado, e começando a crescer antes de CM. A curva Cm corta CM no mínimo desta, ou seja, o custo médio é decrescente enquanto o custo marginal estiver abaixo do custo médio e vice-versa.
Existem outros tipos de custos: 
- Os custos médios fixos e variáveis são fáceis de definir. Trata-se do cálculo da média nas duas quantidades do custototal.
- Os custos médios de curto-prazo e de longo-prazo são conceitos ligados aos anteriores pois a fixidez de custos está relacionado com o prazo de análise.
Aqui liga-se a distinção importante entre lei dos rendimentos marginais decrescentes e a existência de rendimentos (de)crescentes à escala. A distinção tem a ver com quais os factores que variam e os que se mantêm fixos. No curto-prazo, há recursos que se mantêm fixos (como a dimensão de uma fábrica, como um certo parque de máquinas instalado) e esse facto define o quadro de uma situação. Nesse quadro é possível calcular uma curva CM e Cm, como os custos de produzir certas quantidades do bem, dado aquele parque de máquinas.
Se for construída uma fábrica maior, isso aumenta os custos de produzir certas quantidades (fica mais caro produzir pequenos montantes visto que o equipamento adicional fica desperdiçado), mas, provavelmente, reduzirá o custo de produzir outros montantes. Assim, para a nova dimensão da fábrica, teremos novas curvas de CM e Cm:
Estes dois conjuntos de curvas representam curvas de curto-prazo, visto que cada uma delas foi definida dentro de certo condicionante particular (a dimensão da fábrica). Teremos, assim, uma colecção de curvas (CM, Cm), cada uma relativa a uma dimensão da fábrica.
Mas quando a análise é feita a longo-prazo, por definição, tudo é variável. No fundo, equivale a planear a produção antes de qualquer decisão de dimensão da fábrica, podendo escolher qualquer uma. Então, há várias situações (dimensões de fábricas) possíveis e todas são tomadas simultaneamente em conta. Para produzir certo montante, como a escolha é livre, naturalmente será escolhido o custo médio menor. Assim, a curva de custo médio de longo-prazo é definida como o mínimo das curvas de curto prazo.
Estrutura de Mercado
O que um produtor produz depende crucialmente do tipo de mercado em que ele se situa. Uma empresa, com uma dada tecnologia, comporta-se de maneira diferente consoante o número de concorrentes que tem. A quantidade de produto que ela vai lançar no mercado será muito diferente caso se encontre em: concorrência perfeita, concorrência monopolística, monopólio ou oligopólio. Em toda esta análise é tomada como hipótese global que as empresas maximizam o lucro. A razão desta escolha reside na interpretação mais simples da racionalidade: o objectivo do empresário é não desperdiçar, procurando obter o máximo proveito da sua actividade produtiva.
Concorrência perfeita
A situação de concorrência perfeita define-se quando existem muitos produtores e consumidores, todos pequenos. Consequentemente, nenhum deles pode influenciar o mercado e, assim, todos tomam o preço como um dado (se a empresa tentar vender a um preço acima do preço vigente no mercado ninguém lhe compra, tentar vender a baixo desse preço não lhe traz benefício, pois perde dinheiro por cada unidade vendida e a descida de preço não lhe traz ganho por clientes adicionais que compense a perda de receitas, visto ser um produtor muito pequeno). O produto deve ser homogéneo, deve haver perfeita informação de todos os participantes no mercado sobre os aspectos relevantes e livre mobilidade de recursos. 
Como pretende maximizar o lucro, o produtor vai vendendo mais uma unidade enquanto tenha benefício líquido positivo da venda, ou seja, enquanto o seu lucro aumentar. Vender mais uma unidade traz como benefício o preço. Por outro lado, o custo dessa unidade adicional é o custo marginal. O produtor ganha enquanto o benefício adicional for maior que o custo. Mas vender mais do que isso, quando o custo marginal é maior que o benefício, reduz o lucro. Logo, o produtor vende até preço = custo marginal. Esta é a regra de lucro máximo por parte do produtor.
Assim se vê mais uma vez a aplicação do truque marginalista. Em vez de perguntar “quanto produzir”, pergunta-se “vale a pena produzir mais uma unidade?”.
Qualquer que seja o nível de preços, a regra de lucro máximo é a do preço = custo marginal. Logo, a cada preço eu ofereço a quantidade dada pela intercessão desse preço na curva do custo marginal, É aí que se maximiza o lucro. Logo, a curva do custo marginal é a curva da oferta na concorrência perfeita.
O lucro pode ser visto em qualquer curva de custos:
O facto de o lucro ser máximo não quer dizer que seja positivo. Como o preço é constante, ele representa não só o benefício marginal, da última unidade, mas também o benefício médio. Assim, para se verificar se, na situação final, existe lucro ou prejuízo, deve-se comprara o benefício médio com a curva dos custos médios. Se o preço (para certa quantidade) for acima da curva CM, há lucro. Senão há prejuízo.
Assim, o ponto da curva da oferta (Cm) que toca a curva CM (que, sabemos, é o mínimo de CM) dá o preço mínimo em que a empresa não tem prejuízo – Limiar de Rentabilidade.
Se houver prejuízo:
· No curto-prazo – ou seja, a primeira reacção face aos prejuízos ou se estes forem de curta duração – a atitude correcta não é necessariamente fechar a empresa. Na verdade, se fechar, continua a pagar os custos fixos. Logo, enquanto as receitas cobrirem os custos variáveis e parte dos custos fixos, é melhor funcionar, mesmo com prejuízo.
Só se a empresa não puder cobrir, com as receitas, os custos variáveis, é que vale a pena fechar. O ponto de intercepção da curva da oferta com a curva dos custos variáveis médio (CVM) é que dá o limiar de encerramento. 
Podemos agora definir a curva da oferta de curto prazo do produtor: ela é igual à curva dos custos marginais até ao ponto em que esta intercepta a curva dos custos variáveis médios. Para preços inferiores a esse ponto a curva passa a coincidir com o eixo das ordenadas, indicando que a empresa fechou as portas. No troço da curva entre as curvas do custo total médio e do custo variável médio a empresa funciona, embora com prejuízos.
· Mas no longo-prazo – quando os prejuízos se mantêm muito tempo, embora a estrutura de mercado se mantenha, os custos fixos tornam-se variáveis. Como todos os custos são variáveis, os limiares de rentabilidade e de encerramento ficam iguais. Dado que não tem custos fixos, a empresa fecha logo que detecta prejuízo.
Mas no longo-prazo não se passa apenas este facto. Dado que o longo prazo é definido como aquela situação em que há tempo suficiente para se verificarem todas as alterações, temos de entrar em conta com outros aspectos. Por exemplo, se se supuser que há liberdade e saída de empresas do mercado, a situação representada pela curva da oferta não é estável.
Na verdade, se o preço estiver acima do limiar de encerramento (igual ao de rentabilidade), existem lucros para as empresas instaladas pelo que se vai verificar um fenómeno de entrada de empresas neste mercado. Ao entrarem, as empresas aumentam a oferta do mercado e o preço desce. Quando este atingir o nível igual ao mínimo dos custos médios (limiar de encerramento-rentabilidade) o lucro acaba, tal como a entrada de empresas. Inversamente, se o preço descer abaixo do limiar de encerramento, as empresas têm prejuízo e fecham. A saída das empresas faz descer a oferta e subir o preço. Quando o preço chegar ao valor do limiar, o prejuízo cessa e pára a saída de empresas. Assim, no longo-prazo, o único valor sustentável do preço é igual ao limiar de rentabilidade. A indústria vai encontrar-se sempre na situação preço = MinCM
O equilíbrio de curto-prazo tem empresas insatisfeitas que querem entrar ou sair do mercado. No longo-prazo, depois desses movimentos se darem, toda a gente está satisfeita. A oferta é horizontal e os lucros (económicos) são nulos.
A eficiência de mercado
Segundo Pareto, o conceito de óptimo está apenas ligado à eficiência. Assim, o ponto de equilíbrio de um mercado de concorrência perfeita representa uma situação eficiente, ou seja, uma situação em que não é possível melhorar num sentido sem piorar noutro (óptimo de Pareto). Não é possível reorganizar a produção de modo a melhorar a situação de alguém sem piorar a de outra pessoa.A eficiência apenas tem a ver com a existência ou não de desperdício.
No mercado de concorrência perfeita a curva da procura representa a soma das utilidades marginais dos consumidores, e a curva da oferta representa a soma dos custos marginais dos produtores. Logo, o ponto de equilíbrio é aquele onde o preço da procura iguala a utilidade marginal do mercado e o preço da oferta iguala o custo marginal do mercado. Ao igualar os dois, garantimos a igualdade da utilidade marginal e do custo marginal.
Cm = Um Ponto óptimo, à Pareto. Se se consumir noutro ponto, o benefício líquido total é menor. Logo, o ponto de equilíbrio do mercado é o melhor que se puder obter nestas condições: maximiza o excedente do consumidor (o do produtor desaparece, pois o lucro é nulo). Noutro ponto, ou há oportunidades desaproveitadas, ou há demasiados custos para os benefícios.
Teoremas fundamentais do bem-estar:
· 1º Teorema fundamental: Qualquer equilíbrio competitivo é Pareto óptimo. O ponto de equilíbrio é obtido na liberdade de mercado. O agente faz o que quer e, sem ninguém se esforçar para obter esse resultado, verifica-se o óptimo em que Um=Cm, logo é Pareto óptimo.
· 2º Teorema fundamental: Qualquer ponto Pareto eficiente pode ser obtido por equilíbrio competitivo.
Estes teoremas pressupõem que todos os elementos relevantes têm de estar presentes nas curvas da oferta e da procura, ou seja, que não pode haver externalidades. Por outro lado, o mercado tem de ser perfeitamente competitivo, sem interferências de ninguém.
A eficiência verifica-se sempre e só se não houver desperdício. Assim, a eficiência não é condição suficiente para a existência de uma situação de óptimo social, mas é certamente condição necessária.
Imperfeições na concorrência
Nas situações em que não existe concorrência perfeita, ou em que existem imperfeições na concorrência, isso significa que algumas empresas têm poder de mercado, ou seja, têm influência sobre o preço. As razões desse poder são essencialmente duas:
- Padrões de custo e procura. A curva de custos relativa a uma certa tecnologia define a zona de produção da empresa que é economicamente razoável. Se essa dimensão de produção for muito próxima da quantidade procurada, então o número de empresas que são possíveis nesse mercado é relativamente baixo. Ou seja, se a curva de custo médio só se torna crescente a quantidades muito grandes face à procura, há poder de mercado.
- Barreiras à concorrência. A existência de leis que forçam a existência de limites à concorrência é uma das principais causas da falta de concorrência nos mercados. Existem também barreiras naturais e artificiais que impedem a livre competitividade entre todos os potenciais participantes num mercado. 
Monopólio
Mercado caracterizado pela existência de um só produtor que, portanto, controla todos os aspectos relativos à produção. Na concorrência perfeita, a regra de óptimo era P=Cm. Aqui, se quiser vender mais uma unidade, o custo adicional é ainda o custo marginal, mas o ganho adicional não é o preço pois, agora, ao variar a quantidade oferecida, existe uma alteração no preço. A oferta monopolística já não é muito pequena face à do mercado e por isso a curva da procura da empresa já não é horizontal. Aliás, essa curva é exactamente igual à do mercado, visto que o monopolista tem de, sozinho, satisfazer toda a procura.
Assim, partindo de um certo ponto (que tem de estar sobre a curva da procura), se o produtor decidir aumentar a produção em uma unidade, ele paga a mais o custo marginal e recebe um valor inferior ao preço de mercado que se verificava, pois o preço desce ao longo da curva da procura. De novo se usa o truque marginalista, de ver uma unidade de cada vez, na margem. No gráfico abaixo podemos comparar a receita do produtor quando a quantidade oferecida é q1 e quando é q2=q1+1. À diferença entre as duas receitas chamamos benefício ou receita marginal. Esta receita marginal define a variação da receita por variação da quantidade oferecida.
Na concorrência perfeita o preço representava o benefício marginal. Por essa razão se igualava o preço ao custo marginal. Agora temos de igualar o custo marginal à receita marginal, só que esta já não é constante e igual ao preço. A Rm é agora representada por uma curva, sempre abaixo da curva da procura que, para cada valor de Q, nos informa qual a variação da receita. Note-se que a curva da procura equivale à curva da receita média.
Assim, a condição de equilíbrio continua a ser Receita marginal = Custo marginal e a razão para isto continua a ser a mesma que era: se Cm não fosse igual a Rm, o lucro não seria máximo, visto que existiriam variações de quantidade que subiriam o lucro.
Mas se a quantidade a oferecer é encontrada pela condição Rm = Cm, o preço que o monopolista pode receber por essa quantidade é lido na curva da procura. É aí que se vê o que os consumidores estão dispostos a dar por essa quantidade. Note-se que, por esta razão, o monopolista não tem curva da oferta Não existe uma curva que relacione P e Q, mas sim três. Deste modo, no equilíbrio do monopolista, o preço é muito superior ao custo marginal.
Embora isto seja assim, isso não quer dizer que o lucro obtido pela última unidade seja muito grande. Na verdade, esse lucro é nulo, visto que a receita marginal é igual ao custo marginal. Se o monopolista produzisse mais uma unidade, embora o preço que recebia por essa unidade fosse maior que o custo marginal dessa unidade, o produtor veria o lucro reduzido pois como o preço descera ao aumentar a oferta (ao longo da curva da procura), todas as unidades que ele vendia antes seriam agora pagas a preço inferior e isso mais do que anularia o ganho adicional de vender mais uma unidade. O equilíbrio, tal como na concorrência perfeita, encontra-se, pois, no ponto em que o ganho total de produzir mais uma unidade é exactamente igual ao custo mais uma unidade. 
No entanto, aqui existe um lucro elevado. No gráfico é possível ver o lucro monopolista, que vai acima da remuneração normal que o empresário deveria receber, que já está incluída no custo económico. Deste modo, o lucro apresentado é um lucro anormal ou não económico, porque ultrapassa a definição económica simples de lucro.
Repare-se que, embora a condição de máximo seja igual à da concorrência perfeita, o ponto encontrado tem características bastante diferentes. Se esta empresa estivesse em concorrência perfeita a quantidade oferecida era maior e o preço mais baixo (intersecção de Cm com a curva da procura)
Pode-se ver, então, que a situação de monopólio é ineficiente; na verdade, como por definição, do lado do consumidor, o preço iguala a utilidade marginal, e como aqui o preço é maior que a utilidade marginal, a qual é igual, no equilíbrio, ao custo marginal, então temos em consequência que a utilidade marginal que a sociedade obtém devido a este bem é superior ao seu custo marginal.
P=Um, e P<Rm=Cm, então Um>Cm
Isso quer dizer que a sociedade deveria produzir mais do bem pois o que ganha pelo seu consumo, na margem, é superior ao custo. Logo, o equilíbrio do monopolista não garante a eficiência e causa o desperdício de recursos.
O facto de os monopólios serem maus sistemas de produção leva à existência de políticas de intervenção (nacionalização da empresa, fixação de preços, impostos sobre o monopolista) para sugar o lucro.
A ineficiência do monopolista verifica-se sobretudo a curto-prazo. Há que ter em conta que a estabilidade da situação de monopolista e os lucros que daí resultam podem ser muito mais favoráveis à criação de um ambiente próprio para a descoberta e implantação de novas técnicas, de que a situação incerta e feroz da concorrência. São estas inovações que dão dinamismo ao sistema económico. Por essa razão, o monopólio poderá ser um importante factor de desenvolvimento, o que compensaria as suas desvantagens imediatas.
Oligopólio
Caracteriza-se pela existência de algumas empresas, poucas, que concorrem no mercado de um produto. O facto de serem poucas,dá a cada uma poder de influência sobre o mercado, mas isso não quer dizer que não exista concorrência entre elas.
- Oligopólio coligado – Algumas empresas, poucas, que dominam um mercado, mas, além disso, combinam entre si estratégias, preços e quantidades (cartel ou trust). O cartel apresenta um problema económico muito interessante. Em termos de incentivo económico, e uma vez combinado com os parceiros um certo preço ou quantidade a vender, cada membro tem vantagem em enganar os parceiros, quebrar esse acordo e vender mais e mais barato, roubando clientes aos concorrentes. Por isso, os cartéis acabam, normalmente, em guerras de preços ou de quantidade, ou seja, na situação normal de oligopólio.
A Teoria dos Jogos estuda estes fenómenos.
Cada jogador escolhe a sua estratégia. A sua escolha tem em conta o que faz mais sentido para si próprio e tendo em conta que o opositor está a analisar a sua estratégia e a actuar de acordo com o seu próprio interesse. A decisão de casa empresa depende, então, do que ela pensa que as outras vão fazer e vice-versa.
· Estratégia Dominante: existe uma estratégia dominante quando se identifica uma estratégia melhor independentemente do que o opositor faça.
· Equilíbrio de Nash: nenhum jogador pode melhorar o seu resultado, dada a estratégia do outro jogador.
· Dilema do Prisioneiro: o equilíbrio de Nash nem sempre corresponde à melhor situação para ambas as empresas. Pode até acontecer que ambas as empresas tenham estratégias dominantes, mas se cooperassem poderiam encontrar um resultado muito melhor para ambas. Normalmente os jogadores têm incentivo a quebrar esse acordo.
· Estratégias Mistas: nenhum dos jogadores consegue identificar claramente qual a estratégia a seguir. A sua melhor decisão depende sempre do que o outro jogador fizer, e o outro jogador enfrenta este mesmo problema.
· 
Concorrência Monopolística
Estrutura de mercado em que existem muitos produtores, mas cada um deles produz e vende um produto ligeiramente diferente do produzido pelos concorrentes. Assim, no seu produto particular, cada empresa é um monopólio, mas como os produtos satisfazem necessidades semelhantes, existe uma intensa concorrência entre eles.
Como no bem que produz a empresa é um monopólio, ela vai comportar-se como tal. Mas, ao contrário do caso monopolista e tal como na concorrência perfeita, se a empresa tem lucro, outras empresas vão entrar no mercado e produzir bens parecidos. Esse facto vai reduzindo a procura do bem da empresa, o que lhe vai esgotando o lucro. Na situação de lucro nulo, pára a entrada de novas empresas e o mercado está em equilíbrio de longo prazo.
No curto-prazo, a empresa comporta-se exactamente como um monopolista. Na verdade, a situação objectiva é igual à de um monopolista, sendo a única empresa a produzir o tipo de produto. O que é radicalmente diferente é o facto de existirem outras empresas que, produzindo produtos diferentes, exercem, no entanto, pressão sobre o mercado deste bem. Essa pressão revela-se num esforço para captar consumidores à empresa, o que no nosso gráfico se manifesta por uma descida da curva da procura disponível para este “monopolista” particular.
Esta pressão vai exercer-se enquanto existir lucro na empresa, ou seja, enquanto houver incentivo para entrarem novas variantes ou marcas no mercado. Assim, só se está em equilíbrio de longo prazo numa situação de lucro nulo. O único ponto, numa estrutura de decisão monopolista, que dá lucro nulo é aquele em que a curva do custo médio é tangente à curva da procura. Apenas nessa situação o custo médio iguala o preço monopolista, esgotando o lucro anormal que é habitual na situação de monopólio.
Segundo alguns, um dos principais defeitos da economia de mercado é a tendência que ela mostra para criar marcas e variantes ligeiramente diferentes que, no fundo, representam a mesma coisa, mas que permitem criar artificialmente poder de monopólio. Segundo estes autores, esta tendência gera uma grave ineficiência, ao criar desperdício na concepção, divulgação e distribuição de coisas diferentes que, no fundo, são as mesmas. O erro desta crítica reside no facto de não avaliar objectivamente as necessidades dos consumidores, que gostam de diversidade. O que verdadeiramente interessa não é a distinção física do produto, mas económica: ou seja, a diferença de utilidade que o consumidor tira das variantes. Essa diferença existe e é bem real, porque se fosse igual, a situação seria de concorrência perfeita.
Teoria Monetária
Moeda – ente paradoxal que é simultaneamente um bem, apesar de não ter utilidade, e um recurso, que não tem custo.
Moeda é todo o meio que serve para facilitar as trocas.
O bem que sirva como moeda deve ser útil para ser aceite por todos, mas deve ser inútil no sentido que não deve ter procura não monetária para que o seu uso como moeda não seja prejudicado pelo montante disponível e consequente instabilidade nos preços.
Características:
- Divisibilidade – facilita os trocos
- Durabilidade – não se desgasta facilmente no tempo
- Aceitabilidade geral – reconhecida por todos como meio de troca
- Reduzida procura não monetária – existe em grande disponibilidade
- Fácil de movimentar – facilita trocas e movimentações
- Dificilmente falsificável
Funções:
- Intermediário geral das trocas – é contrapartida corrente das trocas económicas.
- Unidade de conta – é o padrão comum de medida de valor. As trocas são todas feitas através de moeda, logo esta passa a ser usada para avaliar todas as coisas transaccionadas.
- Reserva de valor – As trocas não são sempre feitas instantaneamente, e por isso a moeda tem de guardar valor em si, para o transferir para o futuro.
Crédito, bancos e política monetária
A moeda é constituída pelas notas e moedas em circulação que o Estado emitiu. Essa emissão é da responsabilidade do banco central e dá-se a esse montante o nome de “circulação monetária” (C). No entanto, também os cheques são moeda. Logo, o montante depositado deve constituir moeda, porque sobre eles pode passar-se cheques. Mas só se pode emitir cheques sobre certos tipos de contas bancárias, depósitos à ordem (DO). Logo:
M1 = C + DO (Massa monetária)
Existem também depósitos a prazo (DP), que têm uma menor liquidez, mas uma maior rentabilidade devido aos juros.
M2 = M1 + DP
Multiplicador monetário
A alma do negócio bancário está em emprestar dinheiro que não é seu. Assim, quando os agentes depositam o dinheiro no banco, este utiliza-o para empréstimo. Mas não empresta todo o dinheiro que possui dos agentes que lá o depositaram, não só porque o depositante pode querer levantar parte do seu dinheiro, mas também porque a lei o obriga a ter certas reservas (reservas legais) para garantir que o banco pode cumprir as suas responsabilidades com os depositantes.
Assim, supondo que o banco tem uma taxa de reserva de 10% (quer as obrigatórias, quer as voluntárias), o banco concede crédito de 90% (se são depositado 1000 euros no banco, este reserva 100 e dispõe-se a emprestar 900). Ao emprestar dinheiro, o banco fica com um crédito sobre as pessoas a quem emprestou, ou seja, com um papel que diz que essas pessoas devem dinheiro ao banco, o que significa que, nesse momento, o banco criou moeda (aumenta a moeda no montante de crédito que foi concedido). O crédito é utilizado por que o pediu para gastar. E, depois de gasto, quem o recebeu decide depositar esse dinheiro (presumindo que o deposita todo) no banco. Assim, o banco, por outras vias, torna a receber em depósitos o montante que emprestou, embora continue com crédito sobre os seus devedores. Desta forma, o banco fica com mais reservas do que pretende, pelo que pode tornar a conceder mais crédito, no valor do excedente, pelo que o total de crédito concedido aumenta e o banco torna, novamente, a criar moeda. Este mecanismo vai funcionando sucessivamente até que as reservas sejam todas necessárias, ou seja, quando o banco já não puder dar mais dinheiro em crédito.
O multiplicador monetário consiste no processo de conceder crédito e uma parte dodinheiro depositado, ficando a totalidade dos depósitos segura apenas pelas reservas parciais. Supondo uma taxa de reserva (r)de 10%, então o banco concede crédito de 90% (1-r) dos seus depósitos. Isso aumenta a moeda no montante do crédito concedido. Se parte desse crédito concedido for depositado na banca, isso permite aumentar o crédito de 90% desse depósitos, renovando a criação de moeda e o processo continua com novos depósitos deste segundo crédito. Este mecanismo vai funcionando sucessivamente até que a totalidade dos depósitos sejam iguais a dez vezes as reservas. Nessa altura, um montante de dinheiro foi multiplicado por 10, ou seja por 1/(1+r), que é o multiplicador monetário
Bancos e Juros
O banco emite crédito para ganhar dinheiro. O que ele recebe por esse crédito, a receita do banco, que é paga por quem pediu emprestado, é o juro. Visto que as pessoas pedem crédito de diferentes montantes, o pagamento é definido como uma percentagem do crédito, uma taxa de juro.
Taxa de juro activa – é a que o banco recebe por emprestar (taxa de crédito).
Taxa de juro passiva – é a taxa que o banco paga pelos depósitos.
Spread – diferença entra a taxa activa e a taxa passiva (é a receita do banco).
Maturidade – duração do depósito ou crédito. Quanto maior for a maturidade maior é a taxa, pois é mais vantajoso para quem o recebe.
Liquidez – quanto mais fácil é movimentar o dinheiro (maior liquidez), menor é a taxa recebida pelo depósito.
Risco – quanto mais arriscado é um crédito, mais caro ele é.
Custos administrativos – são pagos através das receitas do banco. Se este tem custos altos (porque é ineficiente), sobe a taxa dos seus créditos e baixa a dos depósitos.
Política Monetária
Para além de ter o monopólio da emissão de moeda, o Estado é responsável pelo controle do sistema através da política monetária. A primeira responsabilidade do Banco Central é a de emitir moedas e notas que podem estar em circulação na economia (C) ou em reservas nos bancos (R). A esse montante é chamado “base monetária” (BM = C + R). 
Mas, o total de moeda que o país tem em circulação não é só a parte que depende do Banco Central, mas os bancos comerciais também a influenciam, criando créditos. Por isso, a moeda total de uma economia não é a base monetária, mas sim a soma da circulação da moeda (C) com os depósitos (D): 
M = C + D
Assim, através da Base Monetária, o BC não tem poder de definir directamente os depósitos e os créditos, mas pode influenciá-los e, como é da sua responsabilidade orientar e controlar o sistema, é essencial que o faça. É isso a política monetária.
Quais os meios que o BC tem para influenciar o total de moeda em circulação?
· A primeira maneira de controlar o sistema monetário é alterando directamente a base monetária, lançando ou retirando moeda da circulação. Fá-la através de compras (aumenta a moeda em circulação) e vendas (sai moeda da circulação) ou empresta aos bancos, convencendo-os a pedir emprestado baixando a taxa de redesconto (taxa que o banco paga ao BC) de forma a que estes façam lucro ao concederem crédito a taxas de crédito superiores a esta.
· Pode também influenciar as reservas dos bancos. O BC controla a lei que obriga os bancos a terem as suas reservas legais, fixando ele próprio a taxa de reserva legal. Se o BC subir a taxa está a imobilizar dinheiro, que por isso não pode ser emprestado em crédito e, assim, desce o montante de moeda no país (afecta em grandes escala as fugas ao multiplicador monetário).
· Por outro lado, o BC representa o poder do Estado, logo, pode “mandar” nos bancos pelo que tem grande influência neles (desde “conselhos” a “ordens”). Algumas das fixações mais frequentes são a fixação das taxas de juro e os limites de crédito, sendo estas intervenções directas sobre o mercado bancário, ditando o preço e/ou quantidade do crédito.
Razões da procura de moeda
Como intermediário geral das trocas, a moeda é melhor do que os outros activos porque é mais líquida visto ser de aceitabilidade geral. Quanto mais trocas de fazem, mais moeda se quer pelo que a procura de moeda está directamente relacionada com o nível de actividade, por exemplo, medida pelo produto ou rendimento (Y). 
Equação das trocas / Equação de Fisher
Assim, a procura de moeda (Md) depende positivamente do nível de rendimento. Como intermediário das trocas, a moeda depende do montante das trocas e, como cada troca tem sempre a moeda como contrapartida, o valor da moeda tem de ser igual ao valor das trocas.
M = P x T
M é o montante de moeda em circulação e P x T é o valor das transacções realizadas num certo período de tempo. T é o número de transacções realizadas e P o nível geral de preços. 
Como a moeda faz mais que uma troca é possível falar em “velocidade de circulação da moeda”, o número de transacções que cada moeda faz por ano.
M x V = P x T
Se medirmos o número de transacções pelo produto (Y), alterando correspondentemente V, temos a forma corrente da equação de Fisher:
M x V = P x Y
Esta equação diz-nos muito sobre a procura de moeda, indica-nos uma forma de relacionar preços, a actividade produtiva e o funcionamento do sistema monetário e financeiro (V)
· Enquanto intermediário geral das trocas, a moeda manifesta o seu paradoxo ao aparecer como um bem sem utilidade. A definição de bem económico baseia-se na satisfação das necessidades humanas e, por isso, na utilidade. Não há, pois, bens que não tenham utilidade, pois é a utilidade que define os bens. Mas a moeda é uma entidade que serve para trocar pelos outros bens, apesar de não ter utilidade. Daí a sua natureza paradoxal.
· Por outro lado, a moeda desempenha a tarefa de guardar valor para o futuro. Como reserva de valor, a moeda funciona como um activo, um instrumento de acumulação de riqueza mas que, ao contrário de outros activos, não tem qualquer rentabilidade. Ao contrário dos outros activos, que sobem e descem de valor e dão um juro, a moeda vale sempre o que vale e não dá qualquer remuneração.
Desta forma, a taxa de juro (i) funciona como o custo de oportunidade de ter moeda, pois representa o ganho que se deixa de ter por guardar moeda em vez de investir a prazo ou comprar activos com rentabilidade. Deste modo, a procura de moeda desce quando a taxa de juro sobe e cresce com a descida das taxas de juro.
Md = Md ( Y , i )
A taxa de juro sobe, os agentes desejam menos moeda, cada moeda é obrigada a fazer mais trocas.
M x V ( i ) = P x Y
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