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Direito Penal Peça 3

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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE / CE
AUTOS Nº: XXXXXXX-XXXX-XXXX-XXX
AUTOR: MINISTÉRIO PÚBLICO DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE / CE 
RÉU: JOSÉ PERCIVAL DA SILVA 
JOSÉ PERCIVAL DA SILVA, já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-assinado, apresentar suas CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, por meio de memoriais, com fundamento no art. 588 do CPP, interposto pelo Ministério Público, propugnando pela manutenção da decisão de primeiro grau.
Assim, requer o recebimento das inclusas contrarrazões e atendida às formalidades de praxe, se digne Vossa Excelência determinar a remessa dos autos para apreciação do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Nesses termos, pede deferimento.
Conceição do Agreste/CE, 07 de junho de 2018.
[Assinatura do Advogado] [OAB...]
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Egrégio Tribunal
Nobres Julgadores
CONTRARRAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Processo de Origem nº XXXXXXX-XXXX-XXXX-XXX-XX
Vara de Origem: Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE
Autor: Ministério Público da Comarca de Conceição do Agreste/CE 
Réu: José Percival da Silva 
I. Breve Histórico do Processo
 Conforme consta na denúncia, oferecida perante a Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE, o acusado Zé da Farmácia, foi denunciado como incurso nas penas dos arts.288 e 317 do CP. Associação criminosa e Corrupção passiva, por que diante a denúncia da testemunha Paulo Matos a o Delegado Dr. João Rajão, onde fora exigido a ele o pagamento de uma determinada quantia de três vereadores aos membros da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara de Vereadores do Município de Conceição do Agreste/CE.
O magistrado local recebeu parcialmente a denúncia, perante as teses arguidas pelo Ministério Público recebeu a denúncia apenas em relação ao delito de corrupção passiva (artigo 317 do CP). No tocante à imputação de associação criminosa (art. 288 do CP), a denúncia foi rejeitada, nos termos do artigo 395, III do CPP, por ausência de justa causa para a ação penal. Concordando com os argumentos trazidos pela defesa, o Exmo. Sr. Juiz entendeu ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa, uma vez que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP, por não existir o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação.
O promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, ao ser intimado desta decisão, inconformado, interpôs, requerendo a reforma da decisão para que a denúncia seja recebida também em relação ao crime de associação criminosa, sob o argumento de que, por se tratarem todos os denunciados de membros da Câmara dos Vereadores, havia estabilidade e durabilidade na associação.
Após a apresentação de resposta preliminar, nos termos do artigo 514 do CPP, a denúncia foi rejeitada em relação ao delito de associação criminosa. Inconformado, o Ministério apresentou recurso em sentido estrito, requerendo a reforma da decisão. Após, vieram os autos para apresentação de contrarrazões.
II. Das Contrarrazões de Recurso em Sentido Estrito
Insurge-se as alegações do Autor, que pleiteia a reforma da decisão proferida pelo Nobre Julgador, alegando sob o argumento de que, por se tratarem todos os denunciados de membros da Câmara dos Vereadores, alegando que havia estabilidade e durabilidade na associação.
Tal alegação não procede de cabimento, vejamos a conduta prevista no art. 288 do Código Penal, que diz:
“Art. 288. Associarem - se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. Pena - reclusão de 1(um) a 3(três) anos. “
A Lei 12.850/2013 deu nova redação ao art. 288 do Código Penal, abolindo o antigo título do delito antes denominado quadrilha ou bando para adotar a nova denominação de associação criminosa. Inseriu-se a expressão “fim específico” apenas para sinalizar o caráter de estabilidade e durabilidade da referida associação, distinguindo-a do mero concurso de pessoas para o cometimento de um só delito. Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim específico de praticar crimes (plural – demonstrando durabilidade). Desta feita, faltam indícios de materialidade, uma vez que não há a prática de mais de um crime, o que por sua vez é determinante para a configuração do tipo penal para não ser confundido com o concurso de pessoas, e, portanto, sendo de um único crime não estará caracterizada a tipicidade específica do artigo 288, do Código Penal. Esse é, inclusive, o entendimento da jurisprudência pátria: 
STF: DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE QUADRILHA. CONFIGURAÇÃO
TÍPICA. REQUISITOS. Para a configuração do crime de associação criminosa do art. 288 do Código Penal brasileiro, exige-se a associação de mais de três pessoas "para a prática de crimes", não sendo suficiente o vínculo para a prática de um único ato criminoso. É o que distingue, principalmente, o tipo de associação criminosa da figura delitiva assemelhada do crime de conspiracy do Direito anglo-saxão que se satisfaz com o planejamento da prática de um único crime. Se, dos fatos tidos como provados pelas instâncias ordinárias, não se depreende elemento que autorize conclusão de que os acusados pretenderam formar ou se vincular a uma associação criminosa para a prática de mais de um crime, é possível o emprego do habeas corpus para invalidar a condenação por esse delito, sem prejuízo dos demais. Habeas corpus concedido e estendido de ofício aos coacusados em idêntica situação. (HC 103.412/SP – Rel. Min. Rosa Weber – dj. 19/06/2012). 
Não restam dúvidas, que os pedidos interpostos no recurso do Ministério Público são infundados e não merecem ser conhecidos, uma vez que não satisfaz o parâmetro legal exigido para tal. 
III. Preliminarmente 
a) Da Intempestividade do Recurso Apresentado pelo MP
O promotor de Justiça Titular da Comarca de Conceição do Agreste/CE, foi intimado da decisão em 24 de maio de 2018, inconformado, interpôs, em 30 de maio de 2018, recurso em sentido estrito, um dia após o término do prazo (dia 29 de maio de 2018).
A luz dos Arts. 586 e 588 CPP:
“Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados. ”
“Art. 588.  Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo.
Parágrafo único.  Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do defensor. ”
IV. Do Mérito
Da manutenção da decisão de rejeição da denúncia. Fica clara a inépcia da acusação, pois as condutas dos acusados não restaram individualizadas, ficando dificultosa propiciar o devido exercício da ampla defesa e do contraditório. Caracteriza-se por dois fatores; a inexistência de indícios suficientes de autoria e materialidade, ou seja, deve a petição inicial trazer elementos probatórios mínimos a que justifiquem a admissão do processo.
Conduta prevista no art. 288 do Código Penal, que diz:
“Art. 288. Associarem - se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes. Pena - reclusão de 1(um) a 3(três) anos. “
Na peça de acusação, não há narrativa fática de qualquer indício de autoria do acusado para qualquer um dos crimes nos quais lhe são imputados. Diante dos relatos, prima-se pela manutenção da decisão de rejeição da denúncia, conforme abordado pelo Art. 395, III, do CPP:
“Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando:
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. “
V. Do Pedido 
Ante o exposto, nos termos da resposta preliminar, pugnao defendente pela rejeição do pedido, não sendo dado provimento ao recurso interposto, já que é intempestivo, pugna-se para que seja confirmada a decisão prolatada pelo Nobre Julgador a quo, sendo a decisão de primeiro grau mantida.
No mérito, caso a preliminar não seja acatada, requer-se o não provimento do recurso, com a manutenção da decisão recorrida. 
	Termos em que pede e espera deferimento.
	Conceição do Agreste, 07 de junho de 2018.
______________________________
Advogado (a)
OAB n xxxxxxxx

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