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Aula 14 - Família - Parte I

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DIREITO CIVIL
FAMÍLIA – PARTE I
Livro Eletrônico
PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro
VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes
ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho
SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo
ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Jéssica Sousa, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima
REVISOR: Equipe Gran Online
DIAGRAMADOR: Weverton Carvalho
CAPA: Washington Nunes Chaves
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SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF
CEP: 70.070-120
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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode 
ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida 
sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos 
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DICLER FORESTIERI
Ex-Auditor-Fiscal do Estado da Paraíba, Ex-
Auditor-Fiscal de Tributos do Município de São 
Paulo e atual Conselheiro Substituto do TCM-RJ 
(aprovado em 2º lugar). Também foi aprovado 
nos concursos de Auditor-Fiscal do Estado do Rio 
Grande do Sul e Conselheiro Substituto do TCE-
AM. Ministra aulas das disciplinas Direito Civil, 
Direito Penal e Legislação Tributária Municipal.
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DIREITO CIVIL
Família – Parte I
Prof. Dicler Forestieri 
Casamento e Relações de Parentesco ............................................................6
Introdução ................................................................................................6
1. Como o Código Civil divide o Direito de Família? ..........................................8
2. Casamento ............................................................................................9
2.1. Casamento Válido ..............................................................................10
2.2. Casamento Putativo ...........................................................................10
2.3. Casamento Nuncupativo e em Caso de Moléstia Grave ............................11
2.4. Casamento Religioso com Efeitos Civis ..................................................12
2.5. Casamento Consular ...........................................................................14
2.6. Conversão da União Estável em Casamento ...........................................14
2.7. Causas Impeditivas do Matrimônio .......................................................16
2.8. Causas Suspensivas do Matrimônio ......................................................19
2.9. Processo de Habilitação do Casamento ..................................................23
2.10. Celebração do Casamento .................................................................25
2.11. Provas do Casamento .......................................................................28
2.12. Invalidade do Casamento ..................................................................29
2.13. Eficácia do Casamento ......................................................................35
2.14. Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal ....................................37
2.15. Proteção da Pessoa dos Filhos ............................................................41
3. Relações de Parentesco .........................................................................43
3.1. Parentesco Consanguíneo em Linha Reta ...............................................43
3.2. Parentesco Consanguíneo em Linha Colateral, Transversal ou Oblíqua .......45
3.3. Parentesco Natural e Parentesco Civil ....................................................46
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3.4. Parentesco por Afinidade .....................................................................46
3.5. Filiação .............................................................................................48
3.6. Reconhecimento dos Filhos ..................................................................55
3.7. Adoção .............................................................................................62
3.8. Poder Familiar ...................................................................................62
Questões de Concurso ...............................................................................83
Gabarito ..................................................................................................95
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Família – Parte I
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CASAMENTO E RELAÇÕES DE PARENTESCO
Introdução
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, caput, afirma que a família, 
base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem 
e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer 
dos pais e seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente 
pelo homem e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade respon-
sável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar 
recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer for-
ma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a inte-
gram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
O nosso ordenamento jurídico reconhece expressamente três modelos de en-
tidades familiares: o casamento (art. 226, §§ 1º e 2º, CF), a união estável 
(art. 226, § 3º, CF), e ainda as denominadas famílias monoparentais, constituí-
das por qualquer dos pais e seus descendentes (art. 226, § 4º, CF).
MODELOS DE ENTIDADES FAMILIARES
CASAMENTO UNIÃO ESTÁVEL FAMÍLIAS MONOPARENTAIS
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A família homoafetiva foi reconhecida pela jurisprudência. O Supremo Tribu-
nal Federal reconheceu a possibilidade da união estável entre pessoas de mesmo 
sexo e o Superior Tribunal de Justiça reconheceu a possibilidade do próprio casa-
mento homoafetivo.
Nesse sentido, foi aprovada a Resolução n. 175/2013 do CNJ, que veda aos res-
ponsáveis pelos cartórios recusar a “habilitação, celebração de casamento civil ou 
de conversão de união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo”.
Questão 1 (FCC/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2015) Sobre a pluralidade do con-
ceito de família,a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, em sua 
redação original, reconheceu expressamente como entidades familiares
a) as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo, chamadas pela doutrina de fa-
mílias homoafetivas, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal no ano de 2011.
b) apenas as matrimoniais, informais e monoparentais, mas não impede o reco-
nhecimento de outros possíveis arranjos familiares como decorrência dos princípios 
e direitos fundamentais. 
c) apenas as matrimoniais e informais, equiparando-as expressamente pelo prin-
cípio da igualdade entre cônjuges e companheiros, de modo que qualquer distinção 
que a lei estabeleça entre o casamento e a união estável é inconstitucional.
d) as famílias anaparentais, que são aquelas formadas por pessoas sem ascendên-
cia ou descendência entre si, mas que se reúnem com base no afeto e no objetivo 
de juntos constituírem uma família.
e) as famílias pluriparentais ou recompostas, como aquelas decorrentes de vários 
casamentos, uniões estáveis ou outros relacionamentos afetivos de seus membros.
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Letra b.
Pudemos perceber que três espécies de entidades familiares estão reconhecidas 
em nosso ordenamento jurídico:
• as oriundas do casamento: matrimoniais;
• as decorrentes de união estável: informais; e
• as monoparentais.
Além disso, conforme jurisprudência citada, é possível o reconhecimento de outros 
arranjos familiares.
1. Como o Código Civil divide o Direito de Família?
O Código Civil trata do Direito de Família no Livro IV, a partir do art. 1.511 até 
o art. 1.783. Os dois primeiros Títulos são destinados ao estudo do Casamento, 
sendo que no Título I são abordados os seus aspectos pessoais e no Título II os 
aspectos patrimoniais. O Título III é reservado à União Estável e o Título IV prevê 
os institutos da Tutela e da Curatela.
Ou seja, o Direito de Família se divide em quatro partes:
1) Direito pessoal (casamento e relações de parentesco);
2) Direito patrimonial (regime de bens do casamento, usufruto e administra-
ção dos bens de filhos menores, alimentos e bem de família);
3) União estável; e
4) Tutela e curatela.
Por ser um assunto extremamente vasto, irei me ater apenas aos detalhes prin-
cipais de cada ponto.
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2. Casamento
Disposições Gerais
Iniciando o assunto casamento, o CC apresenta as disposições gerais, ou seja, 
os aspectos introdutórios.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade 
de direitos e deveres dos cônjuges.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na co-
munhão de vida instituída pela família.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifes-
tam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara 
casados.
Casamento é a união legal entre um homem e uma mulher, com o objetivo de 
constituírem a família legítima. Reconhece o efeito de estabelecer comunhão plena 
de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. Como comple-
mento, surge a norma protetiva do art. 1.513.
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão se-
rão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, 
sob as penas da lei.
A celebração do casamento é gratuita, porém, podem ser cobrados selos, emo-
lumentos e custas para a habilitação, o registro e a emissão da certidão. Entretanto, 
perceba que existe, no Direito Brasileiro, a possibilidade de pessoas reconhecida-
mente pobres se casarem independentemente do pagamento de emolumentos do 
cartório. O Código Civil, em seu artigo 1.512, parágrafo único, assegura às pessoas 
cuja pobreza for declarada, o direito à isenção de emolumentos e despesas 
para o casamento, registro e primeira certidão.
Vejamos quais são as espécies de casamentos.
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2.1. Casamento Válido
Primeiramente, é necessário verificar se o casamento existe. Existindo, ele pode 
ser válido ou inválido. Para que o casamento seja válido, é preciso que ele seja re-
alizado mediante todos os requisitos estabelecidos em lei.
2.2. Casamento Putativo
O casamento putativo pode ser nulo ou anulável, é aquele em que um ou ambos 
os cônjuges desconhecem algum impedimento. Para o cônjuge de boa-fé, ele pro-
duz efeitos de casamento válido. Produz efeitos desde a celebração do casamento 
até a data da sentença anulatória, após a sentença, cessam todos os deveres que 
são resultantes do casamento.
Os filhos que porventura nascerem de um casamento putativo, terão seus direi-
tos garantidos.
Art. 1561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os côn-
juges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o 
dia da sentença anulatória. 
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis 
só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos 
civis só aos filhos aproveitarão.
Questão 2 (FCC/TJ-AL/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A respeito do casamento putativo, 
é correto afirmar que 
a) não encontra previsão legal, sendo criação da jurisprudência, para regularizar a 
posse do estado de casado. 
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b) produz todos os efeitos, embora nulo ou anulável, independentemente de 
boa-fé de um ou de ambos os cônjuges, tendo em vista a necessidade de segu-
rança jurídica em matéria de casamento. 
c) se não for nulo, mas apenas anulável, se contraído de boa-fé, por ambos os 
cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos 
até o dia da sentença anulatória. 
d) embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônju-
ges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até 
o dia da sentença anulatória. 
e) não produz nenhum efeito, porque o casamento se regula por normas de ordem 
pública. 
Letra d.
Questão simples com base no art. 1561 do CC.
2.3. Casamento Nuncupativo e em Caso de Moléstia Grave
O casamento nuncupativo ou “articulo mortis”, ou “in extremis vitae momenti”, 
é uma forma especial de celebração do casamento, em que um dos nubentes está 
em iminente risco de vida, e assim, devido à urgência e à falta de tempo, não foram 
cumpridas todas as formalidades para a celebração. É dispensada ainda a presença 
de autoridade, possuindo apenas seis testemunhas, desde que não sejam parentes 
dos nubentes.Tais testemunhas precisam ser convocadas pelo enfermo e, ouvir do 
casal a manifestação de vontade de contrair núpcias. Após a celebração, as tes-
temunhas devem procurar a autoridade competente para reduzir a termo as suas 
declarações, devendo fazer isso em 10 (dez) dias.
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Já a celebração, em caso de moléstia grave, consiste em um casamento civil, 
em que um dos nubentes encontra-se em com uma doença grave que o impeça de 
locomover-se e também de adiar tal cerimônia.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá ce-
lebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas 
testemunhas que saibam ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento su-
prir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por 
outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro 
dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
2.4. Casamento Religioso com Efeitos Civis
Maria Helena Diniz, preceitua que “o casamento é civil, mas é perfeitamente 
válido que os nubentes se casem no religioso, atribuindo-lhe efeitos civis desde que 
haja habilitação prévia ou não”.
O casamento religioso com efeitos civis, é realizado perante um ministro de 
qualquer fé religiosa, logo após a habilitação dos nubentes.
Existem duas formas de casamento religioso com efeitos civis: com habilitação 
prévia (para o qual será apresentado ao ministro religioso o certificado de habili-
tação e ele irá arquivá-lo – o registro civil tem que ser feito dentro do prazo de-
cadencial, que é de noventa dias da celebração) e com habilitação posterior (e os 
nubentes podem requerer o registro a qualquer tempo).
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do 
casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzin-
do efeitos a partir da data de sua celebração.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exi-
gidos para o casamento civil.
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§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa 
dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou 
por iniciativa de qualquer interessado, desde que haja sido homologada previamente a 
habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova 
habilitação.
§ 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá 
efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro 
civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo 
do art. 1.532.
§ 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos con-
sorciados houver contraído com outrem casamento civil.
Questão 3 (FCC/MANAUSPREV/TÉCNICO PREVIDENCIÁRIO/2015) De acordo 
com o ordenamento jurídico vigente, a equiparação do casamento religioso ao 
casamento civil é
a) incabível, salvo por decisão judicial.
b) admitida, desde que atendidas as exigências da lei para validade do casamento 
civil e registrado no registro próprio.
c) incabível, dado o caráter laico do Estado.
d) possível, apenas para evitar o cumprimento de pena criminal ou no caso de 
gravidez
e) exceção absoluta, apenas sendo admissível na hipótese de um dos nubentes 
encontrar-se em risco iminente de vida.
Letra b.
Questão com base no art. 1.515 do CC.
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2.5. Casamento Consular
Para Carlos Roberto Gonçalves, é chamado de casamento consular, “aquele ce-
lebrado por brasileiro no estrangeiro, perante autoridade consular brasileira”.
Sílvio de Salvo Venosa dispõe que o casamento consular “pode ser realizado no 
consulado ou fora dele, segundo as normas e solenidades do país estrangeiro, mas 
os efeitos do ato obedecem à lei brasileira”.
Quando realizado o casamento consular, este terá que ser registrado em 180 
(cento e oitenta) dias, contados da data em que um ou ambos os cônjuges volta-
rem ao Brasil.
Vide art. 7º, § 2º da LINDB:
Art. 7º, § 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades di-
plomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.
2.6. Conversão da União Estável em Casamento
Vejamos o art. 1726 do CC.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos 
companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
Assim, ficará mais fácil a conversão de união estável em casamento, tornando 
os modos mais ágeis para tal realização. A conversão começa a valer a partir da 
data em que for realizado o registro.
Interessa ao Estado que as famílias se constituam regularmente. Por isso, o 
casamento possui um verdadeiro ritual, exigindo o cumprimento de uma série de 
formalidades. As formalidades preliminares dizem respeito ao processo de habilita-
ção, que se desenvolve perante o oficial do Registro Civil. Destina-se à constatar a 
capacidade para o casamento, a inexistência de impedimentos matrimoniais e dar 
publicidade à pretensão dos nubentes.
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CAPACIDADE PARA O CASAMENTO
Quem pode casar?
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se auto-
rização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a 
maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no pará-
grafo único do art. 1.631.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a auto-
rização. 
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido o casamento de quem ainda não alcan-
çou a idade núbil (art. 1517), para evitar imposição ou cumprimento de pena criminal 
ou em caso de gravidez.
Percebe-se que a idade núbil (para casar) ocorre a partir dos 16 anos. Entretan-
to, antes de completar 18 anos, é necessário que os pais ou representantes legais 
autorizem o casamento. Se houver divergência entre os pais, a solução é dada via 
judicial. Ainda existe outra exceção, possibilitando o casamento antes dos 16 anos, 
para evitar o cumprimento de pena criminal ou em caso de gravidez.
Dessa forma, o esquema gráfico a seguir sintetiza o assunto:
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2.7. Causas Impeditivas do Matrimônio
Não basta ser maior ou ter idade núbil para a pessoa se casar. É necessário, 
ainda, que ela esteja desimpedida. Com os impedimentos, objetiva a lei compatibi-
lizar o casamento com valores cultivados pela espécie humana, alguns deles desde 
a pré-história, como a proibição do incesto. Outros valores da sociedade ocidental 
de raízes europeias, como a monogamia, também são prestigiados pelas normas 
sobre impedimentos matrimoniais.
Vejamos o art. 1521 do CC:
Art. 1.521. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do ado-
tante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclu-
sive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio 
contra o seu consorte.
Caso algum impedimento acima seja desrespeitado, o casamento será conside-
rado nulo.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do 
casamento, por qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência 
de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
O art. 1522 do CC dá razão para a famosa pergunta: “alguém aqui sabe de algo 
que impeça este casamento?”
Como as causas impeditivas são bastante importantes, vamos falar de cada 
uma delas separadamente.
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CAUSAS IMPEDITIVAS → Casamento NULO
a) Pessoas casadas 
Quem porta o estado civil de casado não pode casar-se com mais ninguém. Para se casar, assim, 
a pessoa deve ter um de três estados civis: solteiro, divorciado ou viúvo. Esse impedimento se 
enraíza no primado da monogamia. Na cultura predominante no Brasil, ninguém pode ligar-se, 
por vínculo de conjugalidade, a mais de uma pessoa do sexo oposto. A ordem jurídica espelha 
esse forte traço cultural: o desrespeito a esse impedimento é criminalizado; bigamia é crime, 
punido com reclusão de 2 a 5 anos (CP, art. 235).
b) Ascendentes com descendentes
Pais e filhos, avós e netos não podem casar-se. O direito brasileiro reproduz, nesse impedimento, 
um dos aspectos da ancestral proibição do incesto. Trata-se da primeira lei adotada pela espécie 
humana. A vedação de relações sexuais entre ascendentes e descendentes era uma forma de garan-
tir a diversidade genética, fator essencial à melhor capacitação de homens e mulheres no enfren-
tamento da seleção natural. Cedo, arraigou-se na cultura dos povos primitivos. Hoje, com ampla 
acessibilidade aos métodos contraceptivos, o incesto na linha reta permanece vedado em vista dos 
enormes danos psicológicos e sociais que a relação sexual entre pais e filhos pode ocasionar nesses 
últimos. Por essa razão, inclusive, é que o impedimento alcança também a hipótese de filiação não 
biológica. Sendo natural ou civil o parentesco, ascendentes e descendentes não podem casar-se.
c) Irmãos e o adotado com o filho do adotante
Os irmãos estão impedidos de se casarem, independentemente do vínculo de parentesco exis-
tente entre eles. Irmão e irmã não se casam, sejam filhos dos mesmos pais (bilaterais) ou 
tenham só o pai ou a mãe em comum (unilaterais); sejam filhos biológicos ou adotados.
d) Parentes colaterais de terceiro grau
Para se casarem, tio e sobrinha ou tia e sobrinho precisam passar por exame de saúde prévio, 
feito por dois médicos nomeados pelo juiz competente para a habilitação. O casamento poderá 
acontecer se atestada a inexistência de inconvenientes, sob o ponto de vista da saúde dos nuben-
tes e dos filhos que possam ter (Decreto-Lei n. 3.200/41, arts. 1º a 3º). Uma vez mais, a preo-
cupação da lei ecoa a incessante busca da diversidade genética da espécie humana. Os parentes 
colaterais de terceiro grau provêm de tronco comum, mas não descendem uns dos outros nem 
dos mesmos pais. Essas circunstâncias biológicas e mais a da separação por três gerações entre 
os nubentes reduzem os riscos que a pequena diversidade genética representa à perpetuação 
da espécie. Daí a admissibilidade do casamento quando não existirem óbices de ordem médica.
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e) Parentes afins em linha reta, o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o ado-
tado com quem foi cônjuge do adotante
O casamento e o estabelecimento de união estável vinculam cada cônjuge e companheiro com os 
parentes do outro. É o parentesco por afinidade. Genro ou nora e os sogros são parentes afins, 
assim como os cunhados. Também são parentes afins o marido e os filhos exclusivos da mulher, 
bem como a mulher e os filhos exclusivos do marido. Padrasto e madrasta são, portanto, afins 
do filho de seu cônjuge ou companheiro. O impedimento guarda remota relação com a proibição 
do incesto, no plano simbólico, na medida em que o matrimônio fazia dos sogros uma espécie de 
segundos pais. Padrasto e madrasta são igualmente uma espécie de segundos pais. Não vai além 
da linha reta o impedimento no parentesco afim. Quer dizer, o viúvo pode-se casar com a irmã 
da falecida, a divorciada com o irmão de seu ex-marido, e assim por diante. Nas relações verti-
cais, o matrimônio é sempre impedido. Quem já foi casado com a mãe não pode desposar a filha, 
nem a neta; quem já foi esposa do filho, não pode se casar com o pai ou o avô; o adotado não 
pode casar-se com quem já foi cônjuge do adotante; nem o adotante pode-se casar com quem 
foi cônjuge do adotado. O impedimento dos parentes afins em linha reta persiste, mesmo depois 
do fim do casamento ou da união estável de que se originou o parentesco (CC, art. 1.595, § 2º).
f) Cônjuge sobrevivente com o condenado pelo homicídio ou tentativa de homicídio do 
consorte
Por fim, se um dos cônjuges ou companheiros tiver sido vítima de homicídio ou de tentativa de 
homicídio, a condenação penal imposta ao autor faz surgir novo impedimento. O cônjuge ou compa-
nheiro supérstite está impedido de se casar com o condenado. Para que se constitua o impedimento, 
é indispensável que tenha sido doloso o crime. Trata-se de norma visando o desencorajamento do 
assassinato do esposo ou esposa combinado entre o cônjuge e pessoa com quem pretende se ligar 
quando enviuvar. A lei, ao frustrar o objetivo colimado, contribui para desestimular o crime.
Questão 4 (FCC/TJ-PE/JUIZ/2013) São impedidos de casar 
a) o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos 
bens do casal.
b) o tutor com a pessoatutelada, enquanto não cessar a tutela e não estiverem 
saldadas as respectivas contas.
c) os parentes colaterais até o quarto grau.
d) os afins em linha reta e em linha colateral.
e) o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante. 
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Letra e.
A única alternativa que descreve uma causa impeditiva prevista no art. 1521 do CC 
é a letra “e”, que se amolda ao inciso III.
2.8. Causas Suspensivas do Matrimônio
Causas suspensivas são as que impedem a livre escolha, pelos nubentes, do 
regime de bens do casamento. Ou seja, o casamento pode ocorrer, mas a lei impõe 
a utilização do regime de separação de bens.
Art. 1.523. Não devem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário 
dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até 
dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos 
bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou cura-
tela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplica-
das as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a 
inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a 
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimen-
to de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Os incisos I, III e IV destinam-se a evitar a confusão patrimonial. Se o divor-
ciado, por exemplo, pudesse casar-se em regime de comunhão, antes de parti-
lhados os bens que tinha em comum com o ex-cônjuge, isso poderia dificultar a 
identificação do patrimônio deste e do novo cônjuge. Daí a obrigatoriedade do 
regime de separação.
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O juiz pode liberar os nubentes da restrição imposta por essas causas suspen-
sivas diante da prova de inexistência de prejuízo para o herdeiro, o ex-cônjuge e a 
pessoa tutelada ou curatelada. Quer dizer, se o sujeito cujos interesses a lei quer 
amparar claramente não está exposto ao risco de danos com o casamento sob o 
regime da comunhão, então não há razões para obrigar o da separação. Liberada a 
restrição, os nubentes podem escolher livremente o regime do casamento.
A causa suspensiva do inciso II destina-se a evitar a chamada confusão de 
sangue. Casando-se a viúva ou a mulher cujo casamento foi invalidado logo em 
seguida ao falecimento do cônjuge ou dissolução da sociedade conjugal, e vindo a 
dar à luz criança nos nove meses seguintes, poderiam restar dúvidas sobre a pater-
nidade do rebento. Como hoje existe a facilidade do exame de DNA, a possibilidade 
de confusão de sangue está totalmente descartada, não produzindo efeitos este 
comando. De qualquer modo, provando a nubente que, antes de vencido o prazo 
de dez meses, nasceu o filho (e, portanto, presume-se pai o seu antigo consorte) 
ou não existe gravidez, ela poderá casar-se no regime da comunhão.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pe-
los parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos 
colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
Diferentemente das causas impeditivas que podem ser suscitadas por qualquer 
pessoa, nas causas suspensivas só tem legitimidade para arguir os parentes em 
linha reta e os colaterais em segundo grau de qualquer dos nubentes, consanguíne-
os ou afins. Ou seja, só podem opor-se ao casamento no regime de comunhão de 
bens, nas hipóteses delineadas pelas causas suspensivas, os ascendentes, descen-
dentes de qualquer um dos noivos, os ascendentes e descendentes do ex-cônjuge 
deles, assim como os irmãos e cunhados.
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Não se confunda:
CAUSA IMPEDITIVA CAUSA SUSPENSIVA
O casamento é nulo. O casamento é valido, mas deve vigorar a separação de bens.
Qualquer pessoa pode arguir.
Somente podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de 
um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colate-
rais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
Questão 5 (FCC/TJ-SE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) A violação de causas suspensi-
vas da celebração do casamento acarreta a:
a) nulidade relativa do casamento.
b) obrigatoriedade do regime de separação de bens, não sendo permitido ao juiz 
relevá-las em nenhuma hipótese.
c) obrigatoriedade do regime da separação de bens, exceto no caso de o juiz a 
relevar, conforme lhe permite a lei, quando se tratar de viúva grávida antes de dez 
meses do início da viuvez.
d) obrigatoriedade do regime da separação de bens, exceto se relevadas pelo juiz, 
quando a lei o permitir.
e) nulidade absoluta do casamento, exceto se relevada pelo juiz, quando a lei o 
permitir.
Letra d.
Devemos lembrar que a violação à causa suspensiva, em regra, impõe o regime da 
separação de bens. Entretanto, é possível que o juiz releve as causas suspensivas, 
de forma excepcional, nos termos do art. 1523, § único do CC.
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Questão 6 (FCC/MANAUSPREV/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/2015) Considere as 
seguintes afirmações, relativas a vedações, impedimentos e suspensões à capaci-
dade para contrair casamento: 
I – São impedidos de casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o ado-
tado com quem o foi do adotante. 
II – O divorciado não poderá casar enquanto não houver sido homologada a par-
tilha do casal, podendo essa condição suspensiva ter sua aplicação afastada pelo 
juiz, se comprovada a inexistência de prejuízo para o ex-cônjuge. 
III – Os impedimentos e causas suspensivas para celebração de casamento podem 
ser arguidas por qualquer pessoa, independentemente da existência de vínculo 
com os nubentes. 
De acordo com o Código Civil, está correto o que se afirma APENAS em
a) II e III
b) I e II. x
c) III.
d) I
e) II.
Letra b.
A afirmativa I está de acordo com o art. 1.521, III do CC.
A afirmativa II está em conformidade com o art. 1.523, III e seu § único.
A afirmativa III está incorreta. A causa suspensiva pode ser arguida por qualquer 
pessoa, ao passo que a causa impeditiva somentepode ser arguida pelos parentes 
em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colate-
rais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins.
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O pródigo não figura no rol das pessoas impedidas de casar, nem o seu estado 
constitui causa suspensiva ou de anulabilidade do casamento, mesmo porque a sua 
interdição acarreta apenas incapacidade para cuidar de seu patrimônio. Todavia, o 
inciso II do art. 1.525 do Código Civil exige a autorização por escrito do seu cura-
dor. A lavratura do pacto antenupcial deverá ser assistida pelo curador, tendo em 
vista a possibilidade de tal ato acarretar a transferência de bens de seu patrimônio 
ao cônjuge, conforme o regime de bens adotado.
O surdo-mudo somente poderá casar validamente se receber educação adequa-
da, que o habilite a enunciar a sua vontade.
2.9. Processo de Habilitação do Casamento
O casamento compreende duas etapas, sendo a primeira a da habilitação. Nela, 
após o requerimento dos noivos, o oficial do registro civil providencia a publicação 
dos proclamas, mediante a afixação do edital nos cartórios (das circunscrições dos 
domicílios dos dois pretendentes) e publicação pela imprensa, se houver. Também 
na fase de habilitação, podem-se processar as oposições, fundadas em impedimen-
to ou causa suspensiva.
O assunto é tratado nos arts. 1.525 a 1.532 do CC.
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos 
os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído 
com os seguintes documentos:
I – certidão de nascimento ou documento equivalente;
II – autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato 
judicial que a supra;
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III – declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-
-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV – declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de 
seus pais, se forem conhecidos;
V – certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de 
anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, 
com a audiência do Ministério Público. 
Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, 
a habilitação será submetida ao juiz. 
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afi-
xará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, 
obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a 
publicação.
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos 
que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes 
de bens.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em de-
claração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação 
do lugar onde possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da 
oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova con-
trária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de 
má-fé.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistên-
cia de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi 
extraído o certificado.
Questão 7 (FCC/TJ-PE/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Na habilitação para o casamento, 
se houver oposição de impedimento, o oficial
a) indeferirá o pedido de habilitação e remeterá o oponente e os nubentes às vias 
ordinárias em juízo, para decisão do magistrado
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b) encaminhará a oposição ao juiz, sem efeito suspensivo do procedimento, que, 
depois de regular instrução e manifestação do Ministério Público, decidirá até a 
data do casamento.
c) encaminhará os autos, imediatamente, ao juiz, que intimará o oponente e os 
nubentes a indicarem provas, que serão produzidas e, ouvido o Ministério Público, 
decidirá.
d) dará ciência do fato aos nubentes para que indiquem provas que desejam pro-
duzir, colhendo-as e em seguida remeterá os autos ao juiz que, ouvido o Ministério 
Público, decidirá.
e) dará ciência do fato aos nubentes, para que indiquem provas que desejam pro-
duzir e remeterá os autos ao juiz que decidirá depois da produção das provas pelo 
oponente e pelos nubentes, com a participação do Ministério Público.
Letra e.
Se, na habilitação do casamento, alguma pessoa alegar uma situação impeditiva, 
segundo o art. 1.530 do CC, o oficial dará ciência do fato aos nubentes, para que 
indiquem provas que desejam produzir, além disso, conforme o art. 1.526, § único, 
deverá remeter os autos ao juiz.
2.10. Celebração do Casamento
A cerimônia do casamento, que deve ocorrer num prédio de portas abertas, é 
marcada por algumas falas sacramentais. Depois de cada contraente manifestar de 
modo claro sua livre e espontânea vontade de casar, o celebrante os declara sole-
nemente casados. Proferidas essas falas, o ato está consumado.
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O assunto é tratado nos arts. 1.533 a 1.542 do CC.
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados 
pela autoridade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se 
mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a por-
tas abertas, presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, 
ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público 
ou particular.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas du-
rante o ato.
§ 2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos 
contraentes não souber ou não puder escrever.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, junta-
mente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nu-
bentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará 
efetuado o casamento, nestes termos: “De acordo com a vontade que ambos acabais 
de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, 
vos declaro casados.”
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de 
registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, 
e o oficial do registro, serão exarados:
I – os prenomes, sobrenomes, datasde nascimento, profissão, domicílio e residência 
atual dos cônjuges;
II – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência 
atual dos pais;
III – o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casa-
mento anterior;
IV – a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
V – a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
VI – o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;
VII – o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi 
lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o 
obrigatoriamente estabelecido.
Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar transcrever-se-á integralmente na 
escritura antenupcial.
Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos 
contraentes:
I – recusar a solene afirmação da sua vontade;
II – declarar que esta não é livre e espontânea;
III – manifestar-se arrependido.
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Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der 
causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá ce-
lebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas 
testemunhas que saibam ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento su-
prir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por 
outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro 
dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não ob-
tendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, 
poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nu-
bentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a au-
toridade judicial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a 
declaração de:
I – que foram convocadas por parte do enfermo;
II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, rece-
ber-se por marido e mulher.
§ 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências ne-
cessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, 
ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias.
§ 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autori-
dade competente, com recurso voluntário às partes.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos re-
cursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos 
cônjuges, à data da celebração.
§ 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo 
convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do 
oficial do registro.
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento pú-
blico, com poderes especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; 
mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ci-
ência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar 
no casamento nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
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Em algumas situações especiais, o rito ordinário da habilitação e celebração do 
casamento não precisa ser observado. É o caso do casamento religioso com efeitos 
civis ou do realizado quando um dos nubentes se encontra gravemente enfermo ou 
em iminente risco de vida.
2.11. Provas do Casamento
A certidão do registro é a prova do casamento. Admitem-se outras apenas no 
caso de perda do registro, isto é, do livro em que fora feito o assento e também de 
todas as cópias das certidões expedidas. Nesse caso, o interessado pode requerer 
ao juiz que declare a existência do vínculo matrimonial, seu início e regime, à vista 
da prova do “estado de casado” por meio de depoimento de testemunhas, exibição 
de escritos, fotografias e documentos etc.
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer 
outra espécie de prova.
Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas 
autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, 
a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo 
domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam 
manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole 
comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma 
delas, quando contraiu o casamento impugnado.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo 
judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca 
aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do 
casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casa-
mento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse 
do estado de casados.
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2.12. Invalidade do Casamento
Exige-se, para que um casamento seja considerado existente, três requisitos: a 
dualidade de sexos (homem e mulher), a celebração e o consentimento. 
REQUISITOS PARA A VALIDADE DO CASAMENTO
1. Dualidade de sexos;
2. Celebração; e 
3. Consentimento.
No entanto, mesmo existindo, o casamento poderá padecer de vícios que o tor-
nam nulo ou que ensejem a possibilidade de ser anulado.
Anteriormente, o casamento era nulo em duas situações: quando contraído 
pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; 
e quando houvesse infringência a qualquer das causas impeditivas previstas no 
art. 1.521 do CC.
Entretanto, a Lei n. 13.146/2015 (Estatuto do Deficiente) revogou a primeira cau-
sa, dando maior autonomia ao deficiente. Dessa forma, atualmente só existe uma 
causa de nulidade absoluta para o casamento que é a infringência de impedimento.
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) 
II – por infringência de impedimento.
Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo 
antecedente, pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou 
pelo Ministério Público.
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O casamento será anulável (nulidade relativa) em seis situações:
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revoga-
ção do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1º. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada. (Re-
dação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) 
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair 
matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou 
curador. (Incluído pela Lei n. 13.146, de 2015) 
Vejamos cada uma das situações separadamente.
HIPÓTESES DE CASAMENTO ANULÁVEL
a) A pessoa não completou a idade mínima para casar (16 anos): nesta hi-
pótese, possuem legitimidade para a propositura da ação de anulação: o pró-
prio menor, no prazo decadencial de 180 dias contados a partir do momento 
em que perfez a idade; e também seus representantes legais ou seus ascen-
dentes, no mesmo prazo, contado a partir da celebração do casamento. Não se 
anulará, todavia, o casamento se dele resultou gravidez. Importante ressaltar 
que o menor pode confirmar o casamento quando atingir a idade núbil, desde 
que haja autorização de seus representantes legais ou suprimento judicial.
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
I – pelo próprio cônjuge menor;
II – por seus representantes legais;
III – por seus ascendentes.
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Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, con-
firmar seu casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, 
ou com suprimento judicial.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu 
representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta 
dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de 
seus herdeiros necessários.
§ 1º O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapaci-
dade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do 
incapaz.
§ 2º Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os repre-
sentantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
b) Quando um ou ambos os cônjuges fossem maior de 16 e menor de 18 
anos sem que tenha havido a autorização dos representantes legais 
ou suprimento judicial: nessa situação têm legitimidade para pleitear a 
anulação o próprio menor, seus representantes legais e seus herdeiros ne-
cessários. O prazo para o ajuizamento da ação é de 180 dias contados: no 
caso do menor, a partir do momento em que perfez a idade; para os repre-
sentantes legais, a partir da celebração do casamento e para os herdeiros ne-
cessários, a partir da morte. Aplica-se também a regra de que não se anulará 
o casamento por defeito de idade se dele resultou gravidez. Deve-se frisar, 
ainda, que os representantes legais ou os ascendentes não poderão pleitear 
a anulação se estiveram presentes na celebração ou se de qualquer forma 
manifestaram sua aceitação com o casamento.
c) Quando o casamento é celebrado com vício de vontade (erro essen-
cial ou coação): o erro essencial pode se referir à honra, à identidade ou à 
boa fama do outro cônjuge; à ignorância de crime, anterior ao casamento; à 
ignorância de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível 
e pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge 
ou de sua descendência. 
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Após o início da vigência do Estatuto do Deficiente (Lei n. 13.146/2015), a ig-
norância de doença mental grave não é mais causa de erro essencial que anula o 
casamento.
O erro sempre deve ser referente a um fato existente antes do casamento que 
o cônjuge só veio a descobrir depois da celebração. A ação de anulação por erro 
essencial só poderá ser ajuizada pelo cônjuge no prazo de três anos contados da 
data da celebração do casamento e não do momento em que soube do erro.
Sobre a coação no momento de manifestar o consentimento, só tem legitimi-
dade para ajuizar a ação o próprio cônjuge, o que deve fazer no prazo de quatro 
anos a contar da data da celebração do casamento.
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de 
um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que 
o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insu-
portável a vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracte-
rize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz 
de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela 
Lei n. 13.146, de 2015) 
IV – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015) 
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento 
de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal 
considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar 
a anulação do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, 
ressalvadas as hipóteses dos incisos III e IV do art. 1.557.
d) quando contraído pelo incapaz de consentir ou de manifestar de for-
ma inequívoca seu consentimento: o prazo para que seja requerida a 
anulação é de 180 dias a contar da data da celebração do casamento.
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e) quando realizado pelo mandatário, sem que eleou o outro contraente 
soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre 
os cônjuges: o mandante poderá requerer a anulação do casamento no prazo 
de 180 dias contados a partir da data em que teve ciência da celebração.
f) quando celebrado por autoridade incompetente: a incompetência a que 
se trata é em razão do lugar (ratione loci). a ação deve ser ajuizada no prazo 
de dois anos a contar da celebração do casamento.
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a compe-
tência exigida na lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa 
qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil.
Acerca da incompetência, importante lembrar que o art. 1.554 afirma subsistir 
o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, 
exercer publicamente as funções de juiz de casamento, e, nessa qualidade, tiver 
registrado o ato no Registro Civil.
Sendo a nulidade relativa, se a ação não for ajuizada dentro do prazo, o negócio 
convalesce e não pode ser mais questionado. Na ação de anulação, importante fri-
sar não haver mais a figura do curador do vínculo, previsto na legislação anterior. A 
sentença que anula o casamento é de natureza desconstitutiva e só produz efeitos 
dali em diante (ex nunc).
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da 
data da celebração, é de:
I – cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II – dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III – três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV – quatro anos, se houver coação.
§ 1º Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores 
de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da 
data do casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
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§ 2º Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de 
cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da cele-
bração.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os côn-
juges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o 
dia da sentença anulatória.
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis 
só a ele e aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos 
civis só aos filhos aproveitarão.
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de se-
paração judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá reque-
rer a parte, comprovando sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida 
pelo juiz com a possível brevidade.
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua 
celebração, sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de 
boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado.
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cônjuges, este in-
correrá:
I – na perda de todas as vantagens havidas do cônjuge inocente;
II – na obrigação de cumprir as promessas que lhe fez no contrato antenupcial.
Questão 8 (FCC/DPE-CE/DEFENSOR PÚBLICO/2014) Maria casou-se com Frede-
rico, que, três anos depois, passou a ingerir bebida alcoólica em excesso, a ponto 
de tornar insuportável a vida conjugal. Muito abalada, requereu a anulação do ca-
samento, alegando erro essencial quanto à pessoa do cônjuge. O pedido de Maria, 
por esta causa, deverá ser
a) indeferido, pois o erro essencial somente teria se caracterizado se a causa fosse 
anterior ao casamento.
b) indeferido, pois transcorrido prazo prescricional de dois anos para a formulação 
do pedido.
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c) deferido, pois incidiu em erro da vontade.
d) deferido, pois o alcoolismo tornou insuportável a vida em comum.
e) indeferido, pois transcorrido prazo decadencial de dois anos para a formulação 
do pedido.
Letra a.
Estudamos que o erro sempre deve ser referente a um fato existente antes do ca-
samento que o cônjuge só veio a descobrir depois da celebração.
2.13. Eficácia do Casamento
Pelo casamento, os cônjuges assumem mutuamente a condição de consortes, 
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
Art. 1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de 
consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1º Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2º O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar 
recursos educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo 
de coerção por parte de instituições privadas ou públicas.
O art. 1.566, § 2º do CC reproduz parcialmente a norma contida no art. 226, § 
7º da CF, que afirma ainda que o planejamento familiar é fundado nos princípios da 
dignidade humana e da paternidade responsável.
Ainda quando do casamento, qualquer dos noivos poderá acrescer ao seu o so-
brenome do outro.
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Com relação aos direitos e deveres dos cônjuges, o art. 226, § 5º, da CF afirma 
que serão exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Referidos direitos e 
deveres são enumerados no art. 1.566 do CC:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I – fidelidade recíproca;
II – vida em comum, no domicílio conjugal;
III – mútua assistência;
IV – sustento, guarda e educação dos filhos;
V – respeito e consideração mútuos.
O rol dos direitos e deveres, todavia, não se esgota na relação supracitada. 
Deve-se incluir também a obrigação de ambos os cônjuges de concorrer, na pro-
porção dos seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e 
a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial de bens.
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos 
rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer 
que seja o regime patrimonial.
A direção da entidade familiar é diárquica, competindo a ambos os cônjuges. A 
Constituição de 1988 abandonou definitivamente a predominância do homem sobre 
a mulher (que formava a família patriarcal que perdurou por séculos na sociedade 
brasileira) para adotar o regime de igualdade no art. 226, § 5º. O Código Civil, con-
firma tal regra em seu art. 1.567:
Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo mari-
do e pela mulher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, 
que decidirá tendo em consideração aqueles interesses.
Finalizando o assunto, temos os arts. 1.568 a 1.570 do CC.
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Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos 
rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer 
que seja o regime patrimonial.
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e outro 
podem ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício 
de sua profissão, ou a interesses particulares relevantes.
Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarce-
rado por mais de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodica-
mente, de consciência, em virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com 
exclusividade a direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens.
2.14. Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal
O casamento válido só se dissolve definitivamente por duas formas: pela morte 
de um dos cônjuges e pelo divórcio.
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I – pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial;
IV – pelo divórcio.
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, 
aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá 
manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença 
de separação judicial.
Antes de julho de 2010, cogitava-se sobre a separação como meio de dissolver 
a sociedade conjugal; a partir de tal mês, porém, foi promulgada a Emenda Cons-
titucional n. 66, que retirou do texto constitucional as menções à separação e à lei 
que previa requisitos para a obtenção do divórcio. O art. 226, § 6º, da CF, passou 
a ter a seguinte redação: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.
A doutrina vem debatendo, desde então, as consequências da modificação do 
texto constitucional, especialmente no que tange à persistência ou não do ins-
tituto da separação judicial no sistema jurídico, podendo ser identificadas três 
posições a respeito:
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a) 1ª corrente: a emenda constitucional deve ser aplicada imediatamente com 
máxima eficácia. Assim, além de não se exigir mais qualquer requisito para o divór-
cio, o instituto da separação judicial foi suprimido de nosso ordenamento jurídico. 
Com efeito, se a separação judicial era considerada um caminho ou, como preferem 
alguns, um “estágio probatório” para o divórcio, com sua retirada da Constituição 
Federal, ela perdeu sua razão de ser. Portanto, os arts. 1.571, III, 1.572, 1.573, 
1.574, 1.575, 1.576, 1.577 e 1.578 do Código Civil (que abordam a separação) 
foram revogados pela Constituição Federal. Já outros dispositivos (como os arts. 
1.571, § 2º, 1.583, 1.584, entre outros) deverão passar por uma releitura, supri-
mindo-se a referência à separação.
Esta corrente parece-nos ser majoritária na doutrina e é defendida, entre ou-
tros, por Maria Berenice Dias, Rodrigo da Cunha Pereira, Zeno Veloso, Paulo Lôbo, 
Silvio Venosa, Flávio Tartuce e José Fernando Simão. Há diversas decisões judiciais 
que acolhem tal posicionamento e deferem pedidos de divórcio sem exigir qualquer 
requisito temporal ou demonstração de motivos.
b) 2ª corrente: a emenda tem efeito imediato em relação ao divórcio, que 
pode ser concedido sem a necessidade de qualquer requisito ou causa. Quanto 
à separação judicial, como não foi extinta expressamente pela Constituição, ela 
subsiste em nosso ordenamento jurídico, sendo uma alternativa para aqueles que 
desejam dissolver a sociedade conjugal, mas não o vínculo matrimonial.
c) 3ª corrente: A emenda constitucional apenas eliminou os requisitos cons-
titucionais para o divórcio, que continua sendo regulado pela legislação ordinária; 
enquanto não houver alteração nesta, continuam em vigor os dispositivos do Có-
digo Civil que tratam da matéria. Desta forma, não só subsistiria o instituto da 
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separação judicial, como também ainda se exige, nos termos do art. 1.580, do CC, 
dois anos de separação de fato ou um ano do trânsito em julgado da sentença da 
separação judicial para o divórcio. Esta corrente parece-nos minoritária.
Como não há posição consolidada, e como esta obra tem por objetivo a pre-
paração para o exame da OAB, optamos por manter o texto relativo ao instituto 
da separação, deslocando-o para o final desse tópico; tal regramento, destaca-se, 
deve ser lido e estudado sempre com a ressalva aqui feita.
O divórcio, assim como a morte, dissolve o vínculo matrimonial. Tem previsão 
constitucional no art. 226, § 6º, que, com a redação da Emenda Constitucional n. 
66, assim dispõe: “O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.
O divórcio é admitido em duas modalidades: o divórcio conversão e o divórcio 
direto. A nova redação do dispositivo constitucional revoga tacitamente o art. 1.580 
do CC. Não há mais qualquer requisito para o divórcio.
Aqueles que se encontram separados judicialmente podem requerer a conver-
são da separação em divórcio (Divórcio conversão). Insta salientar que, mesmo 
se entendendo que a Emenda Constitucional n. 66 aboliu o instituto da separação, 
aqueles que estão separados judicialmente não passaram automaticamente a ser 
divorciados. Para tanto, deverão obter a sua conversão.
A conversão da separação em divórcio pode ser feita de forma consensual, in-
clusive por escritura pública, ou litigiosa.
De qualquer forma, não há mais necessidade de se aguardar um ano do trân-
sito em julgado da decisão que homologou a separação judicial ou da decisão que 
autorizou a separação de corpos.
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DIREITO CIVIL
Família – Parte I
Prof. Dicler Forestieri 
A dissolução da sociedade conjugal produz diversos efeitos pessoais tanto 
em relação ao casal como também aos filhos advindos da união.
Quanto à manutenção ou não do nome de casado: tanto o homem quanto 
a mulher podem acrescer ao seu o sobrenome do outro. Dissolvido o casamento 
pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado 
(salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial). 
Assim, cabe ao cônjuge optar entre continuar a usar o nome de casado ou voltar a 
usar o nome de solteiro.
A princípio, somente na hipótese do art. 1.578 do CC, o cônjuge poderia ser 
compelido a voltar a usar o nome de solteiro. 
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito 
de usar o sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge ino-
cente e se a alteração não acarretar:
I – evidente prejuízo para a sua identificação;
II – manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união 
dissolvida;
III – dano grave reconhecido na decisão judicial.
§ 1º O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a qualquer 
momento, ao direito de usar o sobrenome do outro.
§ 2º Nos

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