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DIREITO CIVIL
CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E MONOPARENTALIDADE. 
DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO E DA UNIÃO ESTÁVEL. 
PARENTESCO. PODER FAMILIAR
Livro Eletrônico
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Dicler Ferreira
Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e da 
União Estável. Parentesco. Poder Familiar .....................................................................3
1. Introdução ..................................................................................................................3
2. Casamento .................................................................................................................4
3. União Estável ...........................................................................................................27
4. Relações de Parentesco ...........................................................................................29
Questões de Concurso ................................................................................................. 50
Gabarito ...................................................................................................................... 60
Gabarito Comentado ..................................................................................................... 61
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E 
MONOPARENTALIDADE. DISSOLUÇÃO DO CASAMENTO 
E DA UNIÃO ESTÁVEL. PARENTESCO. PODER FAMILIAR
1. Introdução
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 226, caput, afirma que a família, base da so-
ciedade, tem especial proteção do Estado.
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher 
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e 
seus descendentes.
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem 
e pela mulher.
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o pla-
nejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais 
e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de institui-
ções oficiais ou privadas.
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando 
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
O nosso ordenamento jurídico reconhece expressamente três modelos de entidades fa-
miliares: o casamento (art. 226, §§ 1º e 2º, CF), a união estável (art. 226, § 3º, CF), e ainda as 
denominadas famílias monoparentais, constituídas por qualquer dos pais e seus descenden-
tes (art. 226, § 4º, CF).
MODELOS DE ENTIDADES FAMILIARES
CASAMENTO UNIÃO ESTÁVEL FAMÍLIAS MONOPARENTAIS
Entidade familiar matrimonial Entidade informal Família constituída por um 
dos pais e seus filhos
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
A família homoafetiva foi reconhecida pela jurisprudência. O Supremo Tribunal Federal 
reconheceu a possibilidade da união estável entre pessoas de mesmo sexo e o Superior Tri-
bunal de Justiça reconheceu a possibilidade do próprio casamento homoafetivo.
Nesse sentido, foi aprovada a Resolução 175/2013 do CNJ, que veda aos responsáveis 
pelos cartórios recusar a “habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de 
união estável em casamento entre pessoas do mesmo sexo”.
Como o Código Civil divide o Direito de Família?
O Código Civil trata do Direito de Família no Livro IV, a partir do art. 1.511 até o art. 1.783. 
Os dois primeiros Títulos são destinados ao estudo do Casamento, sendo que no Título I são 
abordados os seus aspectos pessoais e no Título II os aspectos patrimoniais. O Título III é 
reservado à União Estável e o Título IV prevê os institutos da Tutela e da Curatela.
O Direito de Família se divide em quatro partes:
• direito pessoal (casamento e relações de parentesco);
• direito patrimonial (regime de bens do casamento, usufruto e administração dos bens 
de filhos menores, alimentos e bem de família);
• união estável; e
• tutela e curatela.
Por ser um assunto extremamente vasto, irei me ater apenas aos detalhes principais de 
cada ponto.
2. Casamento
Disposições Gerais
Iniciando o assunto casamento, o CC apresenta as disposições gerais, ou seja, aspectos 
introdutórios.
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e 
deveres dos cônjuges.
Art. 1.513. É defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida 
instituída pela família.
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante 
o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Casamento é a união legal entre duas pessoas, com o objetivo de constituírem a família 
legítima. Reconhece o efeito de estabelecer comunhão plena de vida, com base na igualdade 
de direitos e deveres dos cônjuges. Como complemento, surge a norma protetiva do art. 1.513.
Art. 1.512. O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de 
selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
A celebração do casamento é gratuita, porém, podem ser cobrados selos, emolumentos e 
custas para a habilitação, o registro e a emissão da certidão. Entretanto, perceba que existe, 
no Direito Brasileiro, a possibilidade de pessoas reconhecidamente pobres se casarem in-
dependentemente do pagamento de emolumentos do cartório. O Código Civil, em seu artigo 
1.512, parágrafo único, assegura às pessoas cuja pobreza for declarada, o direito à isenção de 
emolumentos e despesas para o casamento, registro e primeira certidão.
Casamento Homoafetivo
Com a resolução do CNJ 175/2013, os cartórios passaram a ser obrigados a realizarem 
casamento entre casais do mesmo sexo. Ainda que, em 2011, o STF tenha afirmado essa 
possibilidade durante o julgamento de uma ADI, a  decisão dava margem a interpretações 
diversas.E, sendo assim, os cartórios não se sentiam obrigados. Com a norma do CNJ deter-
minando o casamento independentemente do entendimento pessoal do notário ou do regis-
trador, a questão ficou pacificada.
Vejamos quais são as espécies de casamentos...
Casamento válido: primeiramente é necessário verificar se o casamento existe. Existindo, 
ele pode ser válido ou inválido. Para que o casamento seja válido, é preciso que ele seja reali-
zado mediante todos os requisitos estabelecidos em lei.
Casamento putativo: o casamento putativo pode ser nulo ou anulável, é aquele em que 
um ou ambos os cônjuges desconhecem algum impedimento. Para o cônjuge de boa-fé, ele 
produz efeitos de casamento válido. Produz efeitos desde a celebração do casamento até a 
data da sentença anulatória, após a sentença, cessam todos os deveres que são resultantes 
do casamento.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Os filhos que porventura nascerem de um casamento putativo, terão seus direitos garanti-
dos.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o ca-
samento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anu-
latória.
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele 
e aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só 
aos filhos aproveitarão.
Casamento nuncupativo e em caso de moléstia grave: o casamento nuncupativo ou “ar-
ticulo mortis”, ou “in extremis vitae momenti”, é uma forma especial de celebração do casa-
mento, onde um dos nubentes está em iminente risco de vida, assim devido a urgência e a 
falta de tempo não foram cumpridas todas as formalidades para a celebração. Entretanto, 
é dispensada a presença de autoridade, possuindo apenas seis testemunhas, desde que não 
sejam parentes dos nubentes. Tais testemunhas precisam ser convocadas pelo enfermo e, 
ouvir do casal a manifestação de vontade de contrair núpcias. Após a celebração as teste-
munhas devem procurar a autoridade competente para reduzir a termo as suas declarações, 
devendo fazer isso em 10 (dez) dias.
Já a celebração em caso de moléstia grave, consiste em um casamento civil, onde um dos 
nubentes encontra-se em com uma doença grave que o impeça de locomover-se e também 
de adiar tal cerimônia.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde 
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam 
ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por 
qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo 
presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em 
cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Casamento religioso com efeitos civis: Maria Helena Diniz, preceitua que “o casamento é 
civil, mas é perfeitamente válido que os nubentes se casem no religioso, atribuindo-lhe efeitos 
civis desde que haja habilitação prévia ou não”.
O casamento religioso com efeitos civis, é realizado perante um ministro de qualquer fé 
religiosa, logo após a habilitação dos nubentes.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Existem duas formas de casamento religioso com efeitos civis: com habilitação prévia 
(onde será apresentado ao ministro religioso o certificado de habilitação e ele irá arquivá-lo, 
o registro civil tem que ser feito dentro do prazo decadencial que é de 90 dias da celebração)
e com habilitação posterior (onde os nubentes podem requerer o registro a qualquer tempo).
Art. 1.515. O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento 
civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da 
data de sua celebração.
Art. 1.516. O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o 
casamento civil.
§ 1º O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua re-
alização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer 
interessado, desde que haja sido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. 
Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação.
§ 2º O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos ci-
vis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia 
habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532.
§ 3º Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados 
houver contraído com outrem casamento civil.
Casamento consular: para Carlos Roberto Gonçalves, é chamado de casamento consular, 
“aquele celebrado por brasileiro no estrangeiro, perante autoridade consular brasileira”.
Sílvio de Salvo Venosa dispõe que o casamento consular “pode ser realizado no consula-
do ou fora dele, segundo as normas e solenidades do país estrangeiro, mas os efeitos do ato 
obedecem à lei brasileira”.
Quando realizado o casamento consular, este terá que ser registrado em 180 (cento e oi-
tenta) dias, contados da data em que um ou ambos os cônjuges voltarem ao Brasil.
Vide art. 7º, § 2º da LINDB:
Art. 7º
§ 2º O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consu-
lares do país de ambos os nubentes.
Conversão da união estável em casamento: vejamos o art. 1726 do CC.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companhei-
ros ao juiz e assento no Registro Civil.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Assim, ficará mais fácil a conversão de união estável em casamento, tornando os modos 
mais ágeis para tal realização. A conversão começa a valer a partir da data em que for reali-
zado o registro.
Interessa ao Estado que as famílias se constituam regularmente. Por isso, o casamento 
possui um verdadeiro ritual, exigindo o cumprimento de uma série de formalidades. As forma-
lidades preliminares dizem respeito ao processo de habilitação, que se desenvolve perante o 
oficial do Registro Civil. Destina-se a constatar a capacidade para o casamento, a inexistên-
cia de impedimentos matrimoniais e dar publicidade à pretensão dos nubentes.
Capacidade para o Casamento
Quem pode casar?
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-seautorização de 
ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do 
art. 1.631.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, 
observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei n. 13.811, de 2019)
Percebe-se que a idade núbil (para casar) ocorre a partir dos 16 anos. Entretanto, antes 
de completar 18 anos, é necessário que os pais ou representantes legais autorizem o casa-
mento. Se houver divergência entre os pais, a solução é dada via judicial. Existia uma exceção 
possibilitando o casamento antes dos 16 anos, para evitar o cumprimento de pena criminal 
ou em caso de gravidez. Entretanto, com o advento da Lei 13.811/2019, o art. 1.520 do CC foi 
alterado e a exceção deixou de existir.
Dessa forma, o esquema gráfico a seguir sintetiza o assunto:
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Causas Impeditivas do Matrimônio
Não basta ser maior ou ter idade núbil para a pessoa se casar. É necessário, ainda, que 
ela esteja desimpedida. Com os impedimentos, objetiva a lei compatibilizar o casamento com 
valores cultivados pela espécie humana, alguns deles desde a pré-história, como a proibição 
do incesto. Outros valores da sociedade ocidental de raízes europeias, como a monogamia, 
também são prestigiados pelas normas sobre impedimentos matrimoniais.
Vejamos o art. 1521 do CC:
Art. 1.521. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;
VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o 
seu consorte.
Caso algum impedimento acima seja desrespeitado, o casamento será considerado nulo.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por 
qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impe-
dimento, será obrigado a declará-lo.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
O art. 1522 do CC dá razão para a famosa pergunta: “alguém aqui sabe de algo que impeça 
este casamento?”
Como as causas impeditivas são bastante importantes, vamos de cada uma delas sepa-
radamente.
CAUSAS IMPEDITIVAS  casamento NULO
a) Pessoas casadas
Quem porta o estado civil de casado não pode casar-se com mais ninguém. Para se casar, assim, a pessoa deve 
ter um de três estados civis: solteiro, divorciado ou viúvo. Esse impedimento se enraíza no primado da mono-
gamia. Na cultura predominante no Brasil, ninguém pode ligar-se, por vínculo de conjugalidade, a mais de uma 
pessoa do sexo oposto. A ordem jurídica espelha esse forte traço cultural: o desrespeito a esse impedimento é 
criminalizado; bigamia é crime, punido com reclusão de 2 a 5 anos (CP, art. 235).
b) Ascendentes com descendentes
Pais e filhos, avós e netos não podem casar-se. O direito brasileiro reproduz, nesse impedimento, um dos aspec-
tos da ancestral proibição do incesto. Trata-se da primeira lei adotada pela espécie humana. A vedação de 
relações sexuais entre ascendentes e descendentes era uma forma de garantir a diversidade genética, fator 
essencial à melhor capacitação de homens e mulheres no enfrentamento da seleção natural. Cedo, arraigou-
-se na cultura dos povos primitivos. Hoje, com ampla acessibilidade aos métodos contraceptivos, o incesto na 
linha reta permanece vedado em vista dos enormes danos psicológicos e sociais que a relação sexual entre 
pais e filhos pode ocasionar nesses últimos. Por essa razão, inclusive, é que o impedimento alcança também a 
hipótese de filiação não biológica. Sendo natural ou civil o parentesco, ascendentes e descendentes não podem 
casar-se.
c) Irmãos e o adotado com o filho do adotante
Os irmãos estão impedidos de se casarem, independentemente do vínculo de parentesco existente entre eles. 
Irmão e irmã não se casam, sejam filhos dos mesmos pais (bilaterais) ou tenham só o pai ou a mãe em comum 
(unilaterais); sejam filhos biológicos ou adotados.
d) Parentes colaterais de terceiro grau
Para se casarem, tio e sobrinha ou tia e sobrinho precisam passar por exame de saúde prévio, feito por dois 
médicos nomeados pelo juiz competente para a habilitação. O casamento poderá acontecer se atestada a ine-
xistência de inconvenientes, sob o ponto de vista da saúde dos nubentes e dos filhos que possam ter (Dec.-Lei 
n. 3.200/41, arts. 1º a 3º). Uma vez mais, a preocupação da lei ecoa a incessante busca da diversidade genética 
da espécie humana. Os parentes colaterais de terceiro grau provêm de tronco comum, mas não descendem uns 
dos outros nem dos mesmos pais. Essas circunstâncias biológicas e mais a da separação por três gerações 
entre os nubentes reduzem os riscos que a pequena diversidade genética representa à perpetuação da espécie. 
Daí a admissibilidade do casamento quando não existirem óbices de ordem médica.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
e) Parentes afins em linha reta, o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem foi côn-
juge do adotante
O casamento e o estabelecimento de união estável vinculam cada cônjuge e companheiro com os parentes do 
outro. É o parentesco por afinidade. Genro ou nora e os sogros são parentes afins, assim como os cunhados. 
Também são parentes afins o marido e os filhos exclusivos da mulher, bem como a mulher e os filhos exclusivos 
do marido. Padrasto e madrasta são, portanto, afins do filho de seu cônjuge ou companheiro. O impedimento 
guarda remota relação com a proibição do incesto, no plano simbólico, na medida em que o matrimônio fazia 
dos sogros uma espécie de segundos pais. Padrasto e madrasta são igualmente uma espécie de segundos pais. 
Não vai além da linha reta o impedimento no parentesco afim. Quer dizer, o viúvo pode-se casar com a irmã da 
falecida, a divorciada com o irmão de seu ex-marido, e assim por diante. Nas relações verticais, o matrimônio é 
sempre impedido. Quem já foi casado com a mãe não pode desposar a filha, nem a neta; quem já foi esposa do 
filho, não pode se casar com o pai ou o avô;o adotado não pode casar-se com quem já foi cônjuge do adotante; 
nem o adotante pode-se casar com quem foi cônjuge do adotado. O impedimento dos parentes afins em linha 
reta persiste, mesmo depois do fim do casamento ou da união estável de que se originou o parentesco (CC, 
art. 1.595, § 2º).
f) Cônjuge sobrevivente com o condenado pelo homicídio ou tentativa de homicídio do consorte
Por fim, se um dos cônjuges ou companheiros tiver sido vítima de homicídio ou de tentativa de homicídio, a con-
denação penal imposta ao autor faz surgir novo impedimento. O cônjuge ou companheiro supérstite está impe-
dido de se casar com o condenado. Para que se constitua o impedimento, é indispensável que tenha sido doloso 
o crime. Trata-se de norma visando o desencorajamento do assassinato do esposo ou esposa combinado entre 
o cônjuge e pessoa com quem pretende se ligar quando enviuvar. A lei, ao frustrar o objetivo colimado, contribui 
para desestimular o crime.
Causas Suspensivas do Matrimônio
Causas suspensivas são as que impedem a livre escolha, pelos nubentes, do regime de 
bens do casamento. Ou seja, o casamento pode ocorrer, mas a lei impõe a utilização do regi-
me de separação de bens.
Art. 1.523. Não devem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do 
casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses 
depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, 
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem 
saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas 
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, 
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respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no 
caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na flu-
ência do prazo.
Os incisos I, III e IV destinam-se a evitar a confusão patrimonial. Se o divorciado, por 
exemplo, pudesse casar-se em regime de comunhão, antes de partilhados os bens que tinha 
em comum com o ex-cônjuge, isso poderia dificultar a identificação do patrimônio deste e do 
novo cônjuge. Daí a obrigatoriedade do regime de separação.
O juiz pode liberar os nubentes da restrição imposta por essas causas suspensivas dian-
te da prova de inexistência de prejuízo para o herdeiro, o ex-cônjuge e a pessoa tutelada ou 
curatelada. Quer dizer, se o sujeito cujos interesses a lei quer amparar claramente não está 
exposto ao risco de danos com o casamento sob o regime da comunhão, então não há razões 
para obrigar o da separação. Liberada a restrição, os nubentes podem escolher livremente o 
regime do casamento.
A causa suspensiva do inciso II destina-se a evitar a chamada confusão de sangue. Ca-
sando-se a viúva ou a mulher cujo casamento foi invalidado logo em seguida ao falecimento 
do cônjuge ou dissolução da sociedade conjugal, e vindo a dar à luz criança nos nove meses 
seguintes, poderiam restar dúvidas sobre a paternidade do rebento. Como hoje existe a faci-
lidade do exame de DNA, a possibilidade de confusão de sangue está totalmente descartada, 
não produzindo efeitos este comando. De qualquer modo, provando a nubente que, antes de 
vencido o prazo de dez meses, nasceu o filho (e, portanto, presume-se pai o seu antigo con-
sorte) ou não existe gravidez, ela poderá casar-se no regime da comunhão.
Art. 1.524. As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos paren-
tes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segun-
do grau, sejam também consanguíneos ou afins.
Diferentemente das causas impeditivas que podem ser suscitadas por qualquer pessoa, 
nas causas suspensivas só tem legitimidade para arguir os parentes em linha reta e os co-
laterais em segundo grau de qualquer dos nubentes, consanguíneos ou afins. Ou seja, só 
podem opor-se ao casamento no regime de comunhão de bens, nas hipóteses delineadas 
pelas causas suspensivas, os ascendentes, descendentes de qualquer um dos noivos, os as-
cendentes e descendentes do ex-cônjuge deles, assim como os irmãos e cunhados.
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Não se confunda:
CAUSA IMPEDITIVA CAUSA SUSPENSIVA
O casamento é nulo. O casamento é valido, mas deve vigorar o regime da separação de bens.
Qualquer pessoa pode arguir. Somente podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nuben-
tes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam 
também consanguíneos ou afins.
O pródigo não figura no rol das pessoas impedidas de casar, nem o seu estado constitui 
causa suspensiva ou de anulabilidade do casamento, mesmo porque a sua interdição acar-
reta apenas incapacidade para cuidar de seu patrimônio. Todavia o inciso II do art. 1.525 do 
Código Civil exige a autorização por escrito do seu curador. Para a lavratura do pacto ante-
nupcial deverá ser assistido pelo curador, tendo em vista a possibilidade de tal ato acarretar 
a transferência de bens de seu patrimônio ao cônjuge, conforme o regime de bens adotado.
O surdo-mudo somente poderá casar validamente se receber educação adequada, que o 
habilite a enunciar a sua vontade.
Processo de Habilitação do Casamento
O casamento compreende duas etapas, sendo a primeira a da habilitação. Nela, após o 
requerimento dos noivos, o oficial do registro civil providencia a publicação dos proclamas, 
mediante a afixação do edital nos cartórios (das circunscrições dos domicílios dos dois pre-
tendentes) e publicação pela imprensa, se houver. Também na fase de habilitação podem-se 
processar as oposições, fundadas em impedimento ou causa suspensiva.
O assunto é tratado nos arts. 1525 a 1532 do CC.
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, 
de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes docu-
mentos:
I – certidão de nascimento ou documento equivalente;
II – autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que 
a supra;
III – declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afir-
mem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV – declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, 
se forem conhecidos;
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V – certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de 
casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Art. 1.526. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência 
do Ministério Público.
Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilita-
ção será submetida ao juiz.
Art. 1.527. Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante 
quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se 
publicará na imprensa local, se houver.
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
Art. 1.528. É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem 
ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens.
Art. 1.529. Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração 
escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde 
possam ser obtidas.
Art. 1.530. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, in-
dicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos 
alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
Art. 1.531. Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato 
obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação.
Art. 1.532. A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o 
certificado.
Celebração do Casamento
A cerimônia do casamento, que deve ocorrer num prédio de portas abertas, é marcada por 
algumas falas sacramentais. Depois de cada contraente manifestar de modo claro sua livre e 
espontânea vontade de casar, o celebrante os declara solenemente casados. Proferidas es-
sas falas, o ato está consumado.
O assunto é tratado nos arts. 1533 a 1542 do CC.
Art. 1.533. Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autori-
dade que houver de presidir o ato, mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados 
com a certidão do art. 1.531.
Art. 1.534. A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas, 
presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes 
e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular.
§ 1º Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas durante o ato.
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§ 2º Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes 
não souber ou não puder escrever.
Art. 1.535. Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as 
testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que 
pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: 
“De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por ma-
rido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.”
Art. 1.536. Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No 
assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, 
serão exarados:
I – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos 
cônjuges;
II  – os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual 
dos pais;
III – o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior;
IV – a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento;
V – a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro;
VI – o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas;
VII – o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada 
a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente 
estabelecido.
Art. 1.537. O instrumento da autorização para casar transcrever-se-á integralmente na escritura 
antenupcial.
Art. 1.538. A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes:
I – recusar a solene afirmação da sua vontade;
II – declarar que esta não é livre e espontânea;
III – manifestar-se arrependido.
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à sus-
pensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia.
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde 
se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam 
ler e escrever.
§ 1º A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por 
qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo 
presidente do ato.
§ 2º O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em 
cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
Art. 1.540. Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a pre-
sença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento 
ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em 
linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541. Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judi-
cial mais próxima, dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração de:
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I – que foram convocadas por parte do enfermo;
II – que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo;
III – que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por 
marido e mulher.
§ 1º Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para 
verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados 
que o requererem, dentro em quinze dias.
§ 2º Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade com-
petente, com recurso voluntário às partes.
§ 3º Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos inter-
postos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos.
§ 4º O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, 
à data da celebração.
§ 5º Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se oenfermo convalescer e 
puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
Art. 1.542. O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com po-
deres especiais.
§ 1º A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, cele-
brado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, 
responderá o mandante por perdas e danos.
§ 2º O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamen-
to nuncupativo.
§ 3º A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias.
§ 4º Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
Em algumas situações especiais, o rito ordinário da habilitação e celebração do casamen-
to não precisa ser observado. É o caso do casamento religioso com efeitos civis ou do realiza-
do quando um dos nubentes se encontra gravemente enfermo ou em iminente risco de vida.
Provas do Casamento
A certidão do registro é a prova do casamento. Admitem-se outras apenas no caso de 
perda do registro, isto é, do livro em que fora feito o assento e também de todas as cópias das 
certidões expedidas. Nesse caso, o interessado pode requerer ao juiz que declare a existência 
do vínculo matrimonial, seu início e regime, à vista da prova do “estado de casado” por meio 
de depoimento de testemunhas, exibição de escritos, fotografias e documentos etc.
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie 
de prova.
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Art. 1.544. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autorida-
des ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de 
um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º 
Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar 
vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante 
certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento 
impugnado.
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o re-
gistro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que 
respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os 
cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
Invalidade do Casamento
Exigia-se, para que um casamento seja considerado existente, três requisitos: a dualidade 
de sexos (homem e mulher), a celebração e o consentimento.
REQUISITOS PARA A VALIDADE DO CASAMENTO
1. Dualidade de sexos;
2. Celebração; e
3. Consentimento
Sabemos que a dualidade de sexos deixou de ser exigida. Além disso, mesmo existindo, 
o casamento poderá padecer de vícios que o tornam nulo ou que ensejem a possibilidade de 
ser anulado.
Anteriormente, o casamento era nulo em duas situações: quando contraído pelo enfermo 
mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; e quando houvesse infrin-
gência a qualquer das causas impeditivas previstas no art. 1.521 do CC.
Entretanto, a Lei 13.146/2015 (Estatuto do Deficiente) revogou a primeira causa, dando 
maior autonomia ao deficiente. Dessa forma, atualmente só existe uma causa de nulidade 
absoluta para o casamento que é a infringência de impedimento.
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – (Revogado); (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
II – por infringência de impedimento.
Art. 1.549. A decretação de nulidade de casamento, pelos motivos previstos no artigo antecedente, 
pode ser promovida mediante ação direta, por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público.
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O casamento será anulável (nulidade relativa) em seis situações:
Art. 1.550. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do man-
dato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1º. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, 
expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador.
Vejamos cada uma das situações separadamente.
Hipóteses de Casamento Anulável
A pessoa não completou a idade mínima para casar (16 anos): nesta hipótese, possuem 
legitimidade para a propositura da ação de anulação: o próprio menor, no prazo decadencial 
de 180 dias contados a partir do momento em que perfez a idade; e também seus represen-
tantes legais ou seus ascendentes, no mesmo prazo, contado a partir da celebração do casa-
mento. Não se anulará, todavia, o casamento se dele resultou gravidez. Importante ressaltar 
que o menor pode confirmar o casamento quando atingir a idade núbil, desde que haja auto-
rização de seus representantes legais ou suprimento judicial.
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez.
Art. 1.552. A anulação do casamento dos menores de dezesseis anos será requerida:
I – pelo próprio cônjuge menor;
II – por seus representantes legais;
III – por seus ascendentes.
Art. 1.553. O menor que não atingiu a idade núbil poderá, depois de completá-la, confirmar seu 
casamento, com a autorização de seus representantes legais, se necessária, ou com suprimento 
judicial.
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante le-
gal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, 
ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1º O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no pri-
meiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
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§ 2º Não se anularáo casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes 
legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
Quando um ou ambos os cônjuges fosse maior de 16 e menor de 18 anos sem que tenha 
havido a autorização dos representantes legais ou suprimento judicial: nessa situação têm 
legitimidade para pleitear a anulação o próprio menor, seus representantes legais e seus her-
deiros necessários. O prazo para o ajuizamento da ação é de 180 dias contados: no caso do 
menor, a partir do momento em que perfez a idade; para os representantes legais, a partir da 
celebração do casamento e para os herdeiros necessários, a partir da morte. Aplica-se tam-
bém a regra de que não se anulará o casamento por defeito de idade se dele resultou gravidez. 
Deve-se frisar, ainda, que os representantes legais ou os ascendentes não poderão pleitear a 
anulação se estiveram presentes na celebração ou se de qualquer forma manifestaram sua 
aceitação com o casamento.
Quando o casamento é celebrado com vício de vontade (erro essencial ou coação): o erro 
essencial pode se referir à honra, à identidade ou à boa fama do outro cônjuge; à ignorância 
de crime, anterior ao casamento; à ignorância de defeito físico irremediável, ou de moléstia 
grave e transmissível e pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro 
cônjuge ou de sua descendência.
Após o início da vigência do Estatuto do Deficiente (Lei n. 13.146/2015), a ignorância de 
doença mental grave não é mais causa de erro essencial que anula o casamento.
O erro sempre deve ser referente a um fato existente antes do casamento que o cônjuge 
só veio a descobrir depois da celebração. A ação de anulação por erro essencial só poderá ser 
ajuizada pelo cônjuge no prazo de três anos contados da data da celebração do casamento e 
não do momento em que soube do erro.
Sobre a coação no momento de manifestar o consentimento, só tem legitimidade para 
ajuizar a ação o próprio cônjuge, o que deve fazer no prazo de quatro anos a contar da data 
da celebração do casamento.
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nu-
bentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhe-
cimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
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II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida 
conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize defici-
ência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a 
saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
IV – (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.146, de 2015)
Art. 1.558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de 
ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente 
para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
Art. 1.559. Somente o cônjuge que incidiu em erro, ou sofreu coação, pode demandar a anulação 
do casamento; mas a coabitação, havendo ciência do vício, valida o ato, ressalvadas as hipóteses 
dos incisos III e IV do art. 1.557.
Quando contraído pelo incapaz de consentir ou de manifestar de forma inequívoca seu 
consentimento: o prazo para que seja requerida a anulação é de 180 dias a contar da data da 
celebração do casamento.
Quando realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revo-
gação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges: o mandante poderá re-
querer a anulação do casamento no prazo de 180 dias contados a partir da data em que teve 
ciência da celebração.
Quando celebrado por autoridade incompetente: a incompetência a que se trata é em ra-
zão do lugar (ratione loci). a ação deve ser ajuizada no prazo de dois anos a contar da cele-
bração do casamento.
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na 
lei, exercer publicamente as funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o 
ato no Registro Civil.
Acerca da incompetência, importante lembrar que o art. 1.554 afirma subsistir o casamen-
to celebrado por aquele que, sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente 
as funções de juiz de casamento, e, nessa qualidade, tiver registrado o ato no Registro Civil.
Sendo a nulidade relativa, se a ação não for ajuizada dentro do prazo, o negócio convales-
ce e não pode ser mais questionado. Na ação de anulação, importante frisar não haver mais 
a figura do curador do vínculo, previsto na legislação anterior. A sentença que anula o casa-
mento é de natureza desconstitutiva e só produz efeitos dali em diante (ex nunc).
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da ce-
lebração, é de:
I – cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II – dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III – três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV – quatro anos, se houver coação.
§ 1º Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezes-
seis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da data do casamento, 
para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2º Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta 
dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o ca-
samento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anu-
latória.
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele 
e aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos 
filhos aproveitarão.
Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judi-
cial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando 
sua necessidade, a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade.
Art. 1.563. A sentença que decretar a nulidade do casamento retroagirá à data da sua celebração, 
sem prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de boa-fé, nem a resultante de 
sentença transitada em julgado.
Art. 1.564. Quando o casamento for anulado por culpa de um dos cônjuges, este incorrerá:
I – na perda de todas as vantagens havidas do cônjuge inocente;
II – na obrigação de cumprir as promessas que lhe fez no contrato antenupcial.
Eficácia do Casamento
Pelo casamento, os cônjuges assumem mutuamentea condição de consortes, compa-
nheiros e responsáveis pelos encargos da família.
Art.  1.565. Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, 
companheiros e responsáveis pelos encargos da família.
§ 1º Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro.
§ 2º O planejamento familiar é de livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos 
educacionais e financeiros para o exercício desse direito, vedado qualquer tipo de coerção por par-
te de instituições privadas ou públicas.
O art. 1.566, § 2º do CC reproduz parcialmente a norma contida no art. 226, § 7º da CF, que 
afirma ainda que o planejamento familiar é fundado nos princípios da dignidade humana e da 
paternidade responsável.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
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Ainda quando do casamento, qualquer dos noivos poderá acrescer ao seu o sobrenome 
do outro.
Com relação aos direitos e deveres dos cônjuges, o art. 226, § 5º, da CF afirma que serão 
exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Referidos direitos e deveres são enumera-
dos no art. 1.566 do CC:
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges:
I – fidelidade recíproca;
II – vida em comum, no domicílio conjugal;
III – mútua assistência;
IV – sustento, guarda e educação dos filhos;
V – respeito e consideração mútuos.
O rol dos direitos e deveres, todavia, não se esgota na relação supracitada. Deve-se incluir 
também a obrigação de ambos os cônjuges de concorrer, na proporção dos seus bens e dos 
rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que 
seja o regime patrimonial de bens.
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos 
do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patri-
monial.
A direção da entidade familiar é diárquica, competindo a ambos os cônjuges. A Consti-
tuição de 1988 abandonou definitivamente a predominância do homem sobre a mulher (que 
formava a família patriarcal que perdurou por séculos na sociedade brasileira) para adotar o 
regime de igualdade no art. 226, § 5º. O Código Civil, confirma tal regra em seu art. 1.567:
Art. 1.567. A direção da sociedade conjugal será exercida, em colaboração, pelo marido e pela mu-
lher, sempre no interesse do casal e dos filhos.
Parágrafo único. Havendo divergência, qualquer dos cônjuges poderá recorrer ao juiz, que decidirá 
tendo em consideração aqueles interesses.
Finalizando o assunto temos os arts. 1568 a 1570 do CC.
Art. 1.568. Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos 
do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patri-
monial.
Art. 1.569. O domicílio do casal será escolhido por ambos os cônjuges, mas um e outro podem 
ausentar-se do domicílio conjugal para atender a encargos públicos, ao exercício de sua profissão, 
ou a interesses particulares relevantes.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
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DIREITO CIVIL
Art. 1.570. Se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou não sabido, encarcerado por mais 
de cento e oitenta dias, interditado judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em 
virtude de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a direção da família, 
cabendo-lhe a administração dos bens.
Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal
O casamento válido só se dissolve definitivamente por duas formas: pela morte de um dos 
cônjuges e pelo divórcio.
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I – pela morte de um dos cônjuges;
II – pela nulidade ou anulação do casamento;
III – pela separação judicial;
IV – pelo divórcio.
§ 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-
-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o 
nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
Antes de julho de 2010, cogitava-se sobre a separação como meio de dissolver a socie-
dade conjugal; a partir de tal mês, porém, foi promulgada a Emenda Constitucional n. 66, que 
retirou do texto constitucional as menções à separação e à lei que previa requisitos para a 
obtenção do divórcio. O art. 226, § 6º, da CF, passou a ter a seguinte redação: “O casamento 
civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.
A doutrina vem debatendo, desde então, as consequências da modificação do texto cons-
titucional especialmente no que tange à persistência ou não do instituto da separação judicial 
no sistema jurídico, podendo ser identificadas três posições a respeito:
1ª corrente: a emenda constitucional deve ser aplicada imediatamente com máxima efi-
cácia. Assim, além de não se exigir mais qualquer requisito para o divórcio, o  instituto da 
separação judicial foi suprimido de nosso ordenamento jurídico. Com efeito, se a separação 
judicial era considerada um caminho ou, como preferem alguns, um “estágio probatório” para 
o divórcio, com sua retirada da Constituição Federal ela perdeu sua razão de ser. Portanto, 
os arts. 1.571, III, 1.572, 1.573, 1.574, 1.575, 1.576, 1.577 e 1.578 do Código Civil (que abordam 
a separação) foram revogados pela Constituição Federal. Já outros dispositivos (como os 
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arts. 1.571, § 2º, 1.583, 1.584, entre outros) deverão passar por uma releitura suprimindo-se 
a referência à separação.
Esta corrente parece-nos ser majoritária na doutrina e é defendida, entre outros, por Maria 
Berenice Dias, Rodrigo da Cunha Pereira, Zeno Veloso, Paulo Lôbo, Silvio Venosa, Flávio Tar-
tuce e José Fernando Simão. Há diversas decisões judiciais que acolhem tal posicionamento 
e deferem pedidos de divórcio sem exigir qualquer requisito temporal ou demonstração de 
motivos.
2ª corrente: a emenda tem efeito imediato em relação ao divórcio, que pode ser concedido 
sem a necessidade de qualquer requisito ou causa. Quanto à separação judicial, como não foi 
extinta expressamente pela Constituição, ela subsiste em nosso ordenamento jurídico, sendo 
uma alternativa para aqueles que desejam dissolver a sociedade conjugal, mas não o vínculo 
matrimonial.
3ª corrente: a emenda constitucional apenas eliminou os requisitos constitucionais para 
o divórcio, que continua sendo regulado pela legislação ordinária; enquanto não houver alte-
ração nesta, continuam em vigor os dispositivos do Código Civil que tratam da matéria. Desta 
forma, não só subsistiria o instituto da separaçãojudicial, como também ainda se exige, nos 
termos do art. 1.580, do CC, dois anos de separação de fato ou um ano do trânsito em julgado 
da sentença da separação judicial para o divórcio. Esta corrente parece-nos minoritária.
Como não há posição consolidada, e como esta obra tem por objetivo a preparação para o 
exame da OAB, optamos por manter o texto relativo ao instituto da separação, deslocando-o 
para o final desse tópico; tal regramento, destaca-se, deve ser lido e estudado sempre com a 
ressalva aqui feita.
O divórcio, assim como a morte, dissolve o vínculo matrimonial. Tem previsão constitu-
cional no art. 226, § 6º, que, com a redação da Emenda Constitucional n. 66, assim dispõe: “O 
casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio”.
O divórcio é admitido em duas modalidades: o divórcio conversão e o divórcio direto. 
A nova redação do dispositivo constitucional revoga tacitamente o art. 1.580 do CC. Não há 
mais qualquer requisito para o divórcio.
Aqueles que se encontram separados judicialmente podem requerer a conversão da se-
paração em divórcio (Divórcio conversão). Insta salientar que, mesmo se entendendo que a 
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
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DIREITO CIVIL
Emenda Constitucional n. 66 aboliu o instituto da separação, aqueles que estão separados 
judicialmente não passaram automaticamente a ser divorciados. Para tanto, deverão obter a 
sua conversão.
A conversão da separação em divórcio pode ser feita de forma consensual, inclusive por 
escritura pública, ou litigiosa.
De qualquer forma, não há mais necessidade de se aguardar um ano do trânsito em julga-
do da decisão que homologou a separação judicial ou da decisão que autorizou a separação 
de corpos.
A dissolução da sociedade conjugal produz diversos efeitos pessoais tanto em relação ao 
casal como também aos filhos advindos da união.
Quanto à manutenção ou não do nome de casado: tanto o homem quanto a mulher podem 
acrescer ao seu o sobrenome do outro. Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por 
conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado (salvo, no segundo caso, dispondo em 
contrário a sentença de separação judicial). Assim, cabe ao cônjuge optar entre continuar a 
usar o nome de casado ou voltar a usar o nome de solteiro.
A princípio, somente na hipótese do art. 1.578 do CC, o cônjuge poderia ser compelido a 
voltar a usar o nome de solteiro.
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na ação de separação judicial perde o direito de usar o 
sobrenome do outro, desde que expressamente requerido pelo cônjuge inocente e se a alteração 
não acarretar:
I – evidente prejuízo para a sua identificação;
II – manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos havidos da união dissolvida;
III – dano grave reconhecido na decisão judicial.
§  1º O cônjuge inocente na ação de separação judicial poderá renunciar, a  qualquer momento, 
ao direito de usar o sobrenome do outro.
§ 2º Nos demais casos caberá a opção pela conservação do nome de casado.
Entendendo-se que a separação foi abolida de nosso ordenamento jurídico, não mais 
subsiste a exceção contida no art. 1.578 do CC, que, aliás, foi revogado tacitamente. Portanto, 
a manutenção ou não do nome de casado será sempre uma livre decisão daquele que acres-
centou o sobrenome quando do casamento.
Quanto aos alimentos entre os cônjuges: mesmo com o divórcio, pode ocorrer que um 
dos cônjuges fique obrigado a prestar alimentos ao outro. Se consensual o divórcio, as partes 
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têm autonomia para dispor sobre os alimentos entre ambos. Eventual cláusula que estipule a 
renúncia recíproca aos alimentos deve ser considerada válida. A irrenunciabilidade do direito 
a alimentos somente é admitida enquanto subsistir vínculo de Direito de Família.
Os alimentos entre cônjuges devem ser pleiteados até o divórcio, pois este rompe o víncu-
lo matrimonial e põe termo ao dever de mútua assistência. Os alimentos devem ser discutidos 
em ação autônoma, e não na ação de divórcio. Para que haja a obrigação legal de alimentos é 
necessária a presença do binômio necessidade/possibilidade, ou seja, a necessidade daquele 
que requer os alimentos e a possibilidade daquele a quem se pleiteia.
Em regra, os alimentos devem ser fixados de acordo com a condição social das partes 
(alimentos civis). No entanto, tendo havido violação dos deveres conjugais, parece-nos ser 
possível discutir a culpa para fins de alimentos, conforme se infere do art. 1.704 do Código 
Civil.
Assim, aquele que violou deveres conjugais somente terá direito de exigir do outro ali-
mentos caso não tenha aptidão para o trabalho e também não possua nenhum outro parente 
em condições de prestá-los. Mesmo assim, os alimentos nesta situação de culpa deverão ser 
fixados apenas no montante indispensável à subsistência.
Proteção da Pessoa dos Filhos
A guarda dos filhos, consiste numa ação conjunta, apenas se individualizando quando 
ocorre a separação do pai e da mãe.
A grande novidade sobre o assunto é a possibilidade de guarda compartilhada detalhada 
em nosso ordenamento pela Lei 13.058/2014.
Sendo assim, a guarda pode ser de dois tipos: unilateral ou compartilhada. A lei estabelece 
a possibilidade da guarda unilateral, mas dá preferência claramente à guarda compartilhada.
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada.
§ 1º Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o 
substitua (art. 1.584, § 5º) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício 
de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder 
familiar dos filhos comuns.
§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equi-
librada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos 
filhos.
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Casamento, União Estável e Monoparentalidade. Dissolução do Casamento e 
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§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que 
melhor atender aos interesses dos filhos.
§ 4º (VETADO).
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos 
filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para 
solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações 
que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser:
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em açãoautônoma de se-
paração, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar;
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribui-
ção de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe.
§ 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compar-
tilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções 
pelo descumprimento de suas cláusulas.
§ 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se am-
bos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se 
um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor.
§ 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda com-
partilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orien-
tação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do 
tempo com o pai e com a mãe.
§ 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral 
ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor.
§ 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a 
guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferên-
cia, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade.
§ 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer 
dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 
(quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação.
3. unIão estável
O estudo sobre a união estável deve ser iniciado por meio da Constituição Federal que 
reconhece a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, prevendo que a 
lei deve facilitar a sua conversão em casamento.
Dessa forma, podemos concluir que:
• a união estável não é igual ao casamento; e
• não há hierarquia entre casamento e união estável.
O assunto é tratado entre os arts. 1723 a 1727 do CC.
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Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, confi-
gurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição 
de família.
Do conceito de união estável previsto no art. 1723 do CC podemos extrair elementos ca-
racterizadores essenciais e acidentais.
ELEMENTOS CARACTERIZADORES DA UNIÃO ESTÁVEL
ESSENCIAIS ACIDENTAIS
– Publicidade da união
– Continuidade da união
– Estabilidade da união
– Objetivo de constituição de família
– Tempo
– Prole
– Coabitação
A lei não exige prazo mínimo para a sua constituição, devendo ser analisadas as cir-
cunstâncias do caso concreto (nesse sentido: TJSP, Apelação com Revisão 570.520.5/4, 
Acórdão 3543935, São Paulo, 9.ª Câmara de Direito Público, Rel. Des. Rebouças de Car-
valho, j. 04.03.2009, DJESP 30.04.2009).
Não há exigência de prole comum (TJMG,Acórdão 1.0024.02.652700-2/001, Belo Hori-
zonte, l.” Câmara Cível, Rel. Des. Eduardo Guimarães Andrade, j. 16.08.2005, DJMG 
26.08.2005).
Não se exige que os companheiros ou conviventes vivam sob o mesmo teto, o que consta 
da remota Súmula 382 do STF, que trata do concubinato e que era aplicada à união 
estável. A  jurisprudência atual continua aplicando essa súmula (por todos: STJ, REsp 
275.839/SP, 3.” Turma, Rel. Min. Ari Pargendler, Rel. p/ Acórdão Min. Nancy Andrighi, j. 
02.10.2008, DJe 23.10.2008).
§ 1º A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se apli-
cando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicial-
mente.
Os impedimentos matrimoniais previstos no art. 1.521 do CC também impedem a carac-
terização da união estável, havendo, na hipótese, o concubinato citado no art. 1.727 do CC. 
Porém, o CC de 2002 passou a admitir que a pessoa casada, desde que separada de fato ou 
judicialmente constitua união estável.
§ 2º As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
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Não confunda! As causas impeditivas matrimoniais impossibilitam a caracterização da 
união estável. Por outro lado, as  causas suspensivas matrimoniais não impossibilitam a 
união estável.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, res-
peito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações 
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companhei-
ros ao juiz e assento no Registro Civil.
Os arts. 1.724 a 1.727 são de simples entendimento.
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem 
concubinato.
Por fim, temos o conceito de concubinato. Para que tal instituto seja diferenciado do ca-
samento, veja a tabela a seguir:
UNIÃO ESTÁVEL CONCUBINATO
É uma entidade familiar Não é uma entidade familiar, mas sim uma mera socie-
dade de fato
Pode ser constituída por pessoas solteiras, viúvas, 
divorciadas ou separadas de fato, judicialmente ou 
extrajudicialmente
Será constituída entre pessoas casadas não separa-
das, ou havendo impedimento matrimonial decorrente 
de parentesco ou crime
As partes são denominadas companheiros ou con-
viventes
As partes são chamadas de concubinos
Há direito à meação patrimonial, direito à alimentos 
e direitos sucessórios
Não há direito à meação patrimonial, direito a alimen-
tos ou direito sucessório
4. relações de ParentesCo
Parentesco é o vínculo existente não só entre as pessoas que descendem umas das ou-
tras ou de um mesmo tronco familiar comum, mas também entre o cônjuge ou companheiro 
e os parentes do outro.
Dessa forma, podemos listar as seguintes espécies de parentesco:
• natural consanguíneo em linha reta;
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da União Estável. Parentesco. Poder Familiar
DIREITO CIVIL
• natural consanguíneo em linha colateral, transversal ou oblíqua;
• civil; e
• por afinidade.
Parentesco Consanguíneo em Linha Reta
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação 
de ascendentes e descendentes.
Trata-se do vínculo existente entre pessoas que estão ligadas umas às outras por um 
vínculo de ascendência e descendência.

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