Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE POTIGUAR ESCOLA DA SAÚDE E BEM ESTAR CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM SAÚDE DO ADULTO Assistência de enfermagem ao paciente em estado de choque séptico e Protocolo Gerenciado de Sepse 2020.2 FACILITADORA: Ms. Nathácia Almeida Lima nathacia.lima@unp.br 84- 996727662 O termo sepse origina-se do grego sêpsis, que significa putrefação. Citado nos poemas de Homero (700 a.C.), foi descrito por Hipócrates como perigoso, odorífero comprometimento biológico que poderia ocorrer no organismo. Sepse Estima-se que haja 400 mil novos casos por ano de SEPSE no Brasil. Por isso, é fundamental reconhecimento precoce da doença e o tratamento adequado para evitar mortes. Uma higiene adequada das mãos e cuidados com o equipamento médico podem ajudar a prevenir infecções hospitalares. A doença não acontece só dentro dos hospitais. Por isso, bons hábitos de saúde e evitar a automedicação e o uso desnecessário de antibióticos. SEPSE As medidas de prevenção da sepse são simples e estão associadas à segurança do paciente. As medidas são sensibilização e treinamento para lavagem de mãos, vacinação, uso racional de antibióticos, prevenção da infecção associada ao cateter, dentre outras. Também são importantes os protocolos de manuseio da sepse baseados em evidências, que resultam na redução da mortalidade relacionada à sepse. SEPSE A sepse pode ser definida como a resposta sistêmica a uma doença infecciosa, seja ela causada por bactérias, vírus, fungos ou protozoários. Manifestando-se como diferentes estágios clínicos de um mesmo processo fisiopatológico, é um desafio para o médico de praticamente todas as especialidades, dada a necessidade de pronto reconhecimento e tratamento precoce. Cerca de 30% dos leitos das UTIs são ocupados por pacientes com sepse e a taxa de mortalidade pode chegar a 55% dos pacientes que apresentam sepse nas UTIs. SEPSE A despeito de a sepse poder estar relacionada a qualquer foco infeccioso, as infecções mais comumente associadas à sua ocorrência são a pneumonia, a infecção intra-abdominal e a infecção urinária. Tanto infecções de origem comunitária como aquelas associadas à assistência à saúde podem evoluir para sepse ou choque. SEPSE O desconhecimento entre os profissionais de saúde, principalmente médicos e enfermeiros, sobre os sinais de alerta de gravidade associados a quadros infecciosos, fazendo com que esses pacientes sejam reconhecidos tardiamente. Parte dessa limitação também se deve à falta de infraestrutura e número inadequado de profissionais para atendimento. Sabe-se que os pacientes, quando sobreviventes da sepse, desenvolvem complicações decorrentes do próprio processo de saúde-doença, das medidas terapêuticas necessárias ao tratamento da afecção, bem como do prolongado período de internação. síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS) SÍNDROME DA RESPOSTA INFLAMATÓRIA SISTÊMICA (SRIS) INFECÇÃO SEM DISFUNÇÃO SEPSE CHOQUE SÉPTICO É definida pela presença de no mínimo dois dos sinais abaixo: • temperatura > 38,3º C ou < 36ºC; • frequência cardíaca > 90 bpm; • frequência respiratória > 20 rpm, • leucócitos totais > 12.000/mm³; ou < 4.000/mm³ triagem para a identificação de pacientes com infecção e sob risco de apresentar sepse ou choque séptico Entende-se como paciente com infecção sem disfunção aquele que, tendo ou não os critérios de SRIS, possui foco infeccioso suspeito ou confirmado (bacteriano, viral, fúngico, etc.) sem apresentar disfunção orgânica. • hipotensão • oligúria • necessidade de O2 para manter SpO2 > 90%; • contagem de plaquetas < 100.000/mm³ ou redução de 50% no número de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias; • lactato acima do valor de referência; • rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium.. É definido pela presença de hipotensão não responsiva à utilização de fluídos, independente dos valores de lactato. Pele fria e pegajosa Coloração da pele é pálida PA diminuída Nível de Consciência está alterado Enchimento capilar retardado INSTITUTO LATINO AMERICANO DE SEPSE (ILAS), 2018 SEPSE A conduta terapêutica, incluindo a antimicrobiana, vai diferir, substancialmente, de acordo com o local da infecção primária. O controle do foco é pré-requisito para que as defesas do hospedeiro, bem como a antibioticoterapia, tenham sucesso na eliminação do agressor. SEPSE Devido ao aumento da morbimortalidade, recomenda-se realizar hemocultura de todos os pacientes com suspeita de sepse ou choque séptico, independente do foco infeccioso, antes da administração da terapia antimicrobiana empírica. Deve-se administrar terapia antimicrobiana adequada e precoce, assim que for feito diagnóstico de sepse grave ou choque séptico. A taxa de mortalidade é maior em indivíduos que receberam terapia antimicrobiana inadequada. SEPSE A terapia empírica de amplo espectro deve ser utilizada nos pacientes com sepse ou choque séptico, com o objetivo de oferecer melhor cobertura antimicrobiana precoce para o paciente. Na escolha da terapia de amplo espectro deve-se considerar os seguintes critérios: o foco primário da infecção, a suscetibilidade dos patógenos conforme o local de aquisição da infecção (hospital ou comunidade), infecções prévias e uso recente de antimicrobianos. SEPSE O tempo ideal de administração dos antibióticos é estabelecido pela necessidade de adequar o tempo para se obter efetividade e evitar o uso excessivo e seus efeitos colaterais. Tempos menores de terapêutica, orientados pela evolução clínica, podem ser seguros no tratamento desses pacientes com sepse. Quadro clínico A sepse se caracteriza pela presença de sinais de disfunção orgânica, com manifestações clínicas decorrentes dos órgãos em disfunção. As manifestações clínicas da sepse incluem aquelas associadas ao foco infeccioso em questão. As principais disfunções são cardiovascular, respiratória, neurológica, renal, hematológica, intestinal e endócrina. As principais disfunções orgânicas são: • hipotensão (PAS < 90 mmHg ou PAM < 65 mmHg ou queda de PA > 40 mmHg) • oligúria (≤0,5mL/Kg/h) ou elevação da creatinina (>2mg/dL); • necessidade de O2 para manter SpO2 > 90%; • contagem de plaquetas < 100.000/mm³ ou redução de 50% no número de plaquetas em relação ao maior valor registrado nos últimos 3 dias; • lactato acima do valor de referência; • rebaixamento do nível de consciência, agitação, delirium; • aumento significativo de bilirrubinas (>2X o valor de referência). Necessário à assistência Coleta de lactato. Além da coleta de hemoculturas, deve-se colher culturas de todos os sítios pertinentes ao foco suspeito de infecção, como espécimes de secreção do trato respiratório, urocultura, secreções de abcessos ou coleções, líquidos articulares, pontas de cateteres, liquor etc. Antibióticos: não se deve aguardar a identificação do agente infeccioso para instituir a terapêutica A implementação de protocolos gerenciados Todas as instituições tenham estratégias para a detecção de pacientes com sepse e tentem instituir programas de melhoria da qualidade de atendimento baseados em indicadores bem definidos. A enfermagem, ao identificar um paciente potencial procederia a “abertura do protocolo” com o preenchimento da ficha e acionamento da equipe médica. A implementação de protocolos gerenciados O protocolo institucional deverá ser disponibilizado para todas as áreas do hospital. Em cada uma delas é necessário estabelecer a forma como os pacientes sépticos serão detectados e qual será o fluxo de atendimento. Algumas instituições adotam um kit sepse no qual podem ser encontrados todos os materiais necessários para o atendimento inicial: fichas de triagem, checklists, solicitação de exames, material para coleta desses exames e uma dose de cada um dos principais antimicrobianos. Indicadores a serem utilizados no protocolo Tempo de disfunção orgânica Lactato Hemoculturas AntibióticoTempo para antibioticoterapia Vasopressor (norepinefrina, dopamina, dobutamina) Reavaliação da volemia e da perfusão Mensuração de novo lactato Letalidade Indicadores a serem utilizados no protocolo A equipe deve definir a classificação inicial do paciente. As possíveis classificações seriam: infecção sem disfunção com seguimento do protocolo, sepse ou choque, afastado sepse/choque ou paciente sob cuidados de fim de vida. Após identificação do paciente com suspeita de sepse os seguintes passos devem ser cumpridos: 1. registre o diagnóstico no prontuário ou na folha específica de triagem do protocolo institucional. Todas as medidas devem ser tomadas a partir do momento da formulação da hipótese de sepse. 2. todos os pacientes com protocolos de sepse abertos devem ter seu atendimento priorizado com o objetivo de otimizar a coleta de exames, o início de antibioticoterapia e a ressuscitação hemodinâmica; 3. realize anamnese e exame físico dirigidos, com atenção especial aos sinais clínicos de disfunção orgânica; Indicadores a serem utilizados no protocolo 4. pacientes com disfunção orgânica grave e ou choque devem ser alocados em leitos de terapia intensiva assim que possível, a fim de garantir o suporte clínico necessário. 5. a ficha do protocolo de sepse deve acompanhar o paciente durante todo o atendimento de tratamento. Concluindo... O paciente deve ser seguido e atendido de forma adequada durante toda a internação hospitalar. O atendimento multidisciplinar contribui para os desfechos favoráveis tanto dentro do hospital como após a alta. A enfermagem tem fundamental importância para a recuperação funcional, desde o momento do reconhecimento precoce até a alta hospitalar. Referências https://www.scielo.br/pdf/rbti/v23n2/a06v23n2.pdf https://ilas.org.br/ https://ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm- ilas.pdf https://www.scielo.br/pdf/reben/v71n3/pt_0034-7167-reben-71-03-1106.pdf http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFT-01.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1110083/PRO.SCIH.007+- +PROTOCOLO+SEPSE.pdf/7dd04537-04c2-4508-b71b-89bf34679e96 Instituto Latino-Americano de Sepse. Sepse: um problema de saúde pública / Instituto Latino- Americano de Sepse. Brasília: CFM, 2015. 90p. Disponível em: https://ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm- ilas.pdf https://www.scielo.br/pdf/rbti/v23n2/a06v23n2.pdf https://ilas.org.br/ https://ilas.org.br/assets/arquivos/ferramentas/livro-sepse-um-problema-de-saude-publica-cfm-ilas.pdf https://www.scielo.br/pdf/reben/v71n3/pt_0034-7167-reben-71-03-1106.pdf http://www.ans.gov.br/images/stories/prestadores/E-EFT-01.pdf http://www2.ebserh.gov.br/documents/214336/1110083/PRO.SCIH.007+-+PROTOCOLO+SEPSE.pdf/7dd04537-04c2-4508-b71b-89bf34679e96
Compartilhar