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aula Infecção hospitalar

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Infecções
hospitalares
/ IRAS
Agentes infecciosos 
Profa. Dra. Larissa F. Matos 
FCE/UnB
Infecções relacionadas a assistência a 
saúde (IRAS) = Infecções hospitalares
Atualmente, tem sido 
sugerida a mudança do 
termo infecção hospitalar 
(nosocomial) por 
INFECÇÃO RELACIONADA 
À ASSISTÊNCIA À SAÚDE 
(IrAS), que reflete melhor 
o risco de aquisição 
dessas infecções.
Problema de saúde pública mundial
U$ 4,5-6 
bilhões
A cada 100 pacientes: - 7 / países desenvolvidos
- 10 / países em desenvolvimento
2 milhões
pessoas
infectadas
/ano
100.000 
mortos
/ano
• Análise de 1 dia:
• 303 pacientes: 155 (51,2%) estavam infectados e 
123 (79,4%) tiveram pelo menos uma infecção 
adquirida na UTI. 
– pneumonia (53,0%)
– infecção de corrente sanguínea (27,6%)
• 27,1% Acinetobacter baumannii 
• 27,1% Pseudomonas aeruginosa 
• 39,0% Staphylococcus aureus 
I.A. Braga et al. / Journal of Hospital 
Infection 99 (2018) 318e324
↑ ↑ ↑ Taxas IRAS hospitais brasileiros
X 
maioria dos países europeus e
EUA.
+
↑ taxa de uso de antimicrobianos
=
necessidade urgente de que as IRAS 
sejam uma prioridade na agenda de 
saúde pública do Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=izxdrkJIhQ4
https://www.youtube.com/watch?v=-FfMCv8FUXI
Definição
• IRAS: é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante
a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares, e que não estava presente, e nem em período de
incubação por ocasião da admissão do paciente.
– Infecções adquiridas no hospital que se detectam após a alta (30 dias), 
– Infecções ocupacionais nos profissionais de saúde.
– Infecções de recém-nascido, exceto se a transmissão for transplacentária
Infecção comunitária: constatada 
ou em incubação no ato de 
admissão do paciente, desde que 
não relacionada com internação 
anterior no mesmo hospital.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html
• São diagnosticadas, em geral, A PARTIR DE 72 HORAS após a
internação.
Antes de 72 horas quando associadas a procedimentos diagnósticos
e/ou terapêuticos realizados na admissão.
 quando for isolado um microrganismo diferente de uma IC, seguido do agravamento
das condições clínicas do paciente;
 quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver
evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da internação - a partir
de 72 h após a admissão
 quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticas, realizados durante
este período - antes de 72 h da internação;
 as infecções no recém-nascido com exceção das transmitidas de forma transplacentária e
aquelas associadas a bolsa rota superior a 24h;
 pacientes provenientes de outro hospital que se internam com infecção, são
considerados portadores de infecção hospitalar do hospital de origem infecção.
Caso
Clínico
Paciente de 75 anos com AVC,
internado há 15 dias sob
antibioticoterapia, desenvolve
pneumonia por K. pneumoniae após
ventilação mecânica.
Perguntas:
1) É um caso de Infecção hospitalar?
2) Quais os fatores essenciais para o
desenvolvimento desta infecção neste
paciente?
Casos clínicos: IRAS ou comunitária (IC)??
CASO 1: Bebê com 12 dias de idade, internado em UTI pediátrica, apresenta
conjuntivite purulenta no 5º dia de internação.
CASO 2: Paciente internado em serviço de emergência por fratura de tíbia e
fíbula posterior a atropelamento apresenta pneumonia bacteriana no 1º dia
de internação. E se este mesmo paciente tivesse sido entubado à
admissão?
CASO 3: Paciente do sexo feminino internada para tratamento de diabetes
em unidade de clínica médica que apresenta ao exame de admissão, febre,
dor pélvica e secreção vaginal purulenta. Não há história de internações
anteriores.
CASO 4: Menino com 10 anos internado por pneumonia bacteriana (mais
tarde de etiologia estabelecida como estafilocócica) e desidratação,
apresentou septicemia causada por este mesmo agente no 5º dia de
internação.
IRAS
IC
IRAS
IC
IC
Casos clínicos: IRAS ou comunitária (IC)??
CASO 5: Paciente adulto, 30 anos, referido por pequeno hospital do interior do
estado, deu ingresso no hospital regional com supuração de ferida cirúrgica de
hernioplastia realizada quinze dias antes. No hospital de origem, foi isolado
um estafilococo como agente causal. O paciente foi internado em isolamento e
instituída terapia antimicrobiana sem resultados satisfatórios. Com o
agravamento do quadro, após uma semana de internação, foi colhido novo
material e realizada nova cultura uma semana depois. Nesta segunda cultura
foi isolado E. coli.
CASO 6: Criança internada sem patologia infecciosa em unidade de pediatria e
que apresenta episódio de gastroenterite infeciosa (febre, diarréia, vômitos)
no 4º dia de internação e cuja etiologia foi assumida como viral uma vez que
não se isolou agente bacteriano.
CASO 7: Paciente internado para cirurgia eletiva, clinicamente bem, que evolui
satisfatoriamente durante o ato operatório (durante o qual foi sondado) e no
pós operatório desenvolve infecção urinária clinicamente manifesta no
segundo dia após a cirurgia.
IRAS
IRAS
IRAS
Fatores essenciais para 
desenvolvimento de IRAS
1.Microrganimos no 
ambiente hospitalar
2.Susceptibilidade do 
hospedeiro (paciente)
3.Cadeia de transmissão
Como se adquire?
1) Endógeno ou auto –infecção: agente causador do próprio paciente, 
desenvolve-se quando há diminuição da resistência do paciente no período 
de internação..
2) Exógeno ou infecção cruzada: paciente entra em contato com agente 
infeccioso externo
Microrganimos no ambiente hospitalar
• Reservatório de grande variedade de patógenos
• Maioria – patógenos oportunistas
• 1940-1950: gram (+) - (S.aureus)
• 1970: gram (–) - (E. coli e P. aeroginosa)
• 1980: S. aureus resistente a antibióticos e outras gram (+) – Enterococcus sp.
• 1990 – atual: microrganimos resistentes aos antimicrobianos: KPC, NDM....
– bactérias Gram (-): Enterobacter spp., E.coli, Serratia spp., Klebsiella spp., Proteus 
spp., Citrobacter spp, P. aeruginosa e Acinetobacter baumannii)
– bactérias Gram(+): S.aureus, Staphylococcus coagulase-negativa e Enterococcus sp.
– fungos: Candida albicans, C. parapsilosis, C. tropicalis e C. glabrata.
Microrganismos mais encontrados 
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZTFiOGRhOTYtYzZjOS00NmZmLWE5MWUtN2RkNDhiZGJiOGE1IiwidCI6ImI2N2FmMjNmLWMzZjMtNGQzNS04MGM3LWI3MDg1ZjVlZGQ4MSJ9
% Cocos Gram-positivos resistentes
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZTFiOGRhOTYtYzZjOS00NmZmLWE5MWUtN2RkNDhiZGJiOGE1IiwidCI6ImI2N2FmMjNmLWMzZjMtNGQzNS04MGM3LWI3MDg1ZjVlZGQ4MSJ9
% Bacilos Gram-negativos 
resistentes
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiZTFiOGRhOTYtYzZjOS00NmZmLWE5MWUtN2RkNDhiZGJiOGE1IiwidCI6ImI2N2FmMjNmLWMzZjMtNGQzNS04MGM3LWI3MDg1ZjVlZGQ4MSJ9
Em outubro de 2014....
Enterococcus 
KPC
Acinetobacter baumanii
Cadeia de transmissão
• Principais modos de transmissão de IRAS:
1) contato direto
paciente/ paciente; paciente/ profissional 
mãos e luvas contaminadas
2) contato indireto
Via fômites: procedimentos diagnósticos ou tratamento 
(catéteres, seringas, agulhas, sondas, etc.); Roupas (jalecos, 
lençóis contaminados), 
3) veículos: sistema de ventilação do hospital (ar).
VRE: Enterococcus resistente a Vancomicina
Persistência das bactérias de 
importância clínica nas superfícies secas
Manual Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: 
Limpeza e Desinfecção de Superfícies/2012, Anvisa.
 limpeza concorrente (diária – 2-3 X /dia)
 limpeza terminal (alta, óbito, transferência ou 
internação prolongada – >15 dias)
https://www.youtube.com/watch?v=s9IygrezZ88
https://www.youtube.com/watch?v=M8AKTACyiB0
Hospedeiro susceptível
• ↑risco infecções: 
Procedimentos invasivos e/ou cirúrgicos
Uso de catéter/sondas na bexiga e intravenoso
Tempo de internação
Intubação intratraqueal
Idade do paciente: idosos e bebês
Imunossupressão
Queimaduras
Desnutrição
https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/b4/2020/05/27/20052020---ala-de-uti-para-pacientes-internados-com-coronavirus-no-hospital-gilberto-novaes-em-manaus-am-
1590608746885_v2_1024x682.jpg
Principais sítios de IRAS
Principais sítios de infecções hospitalares
Trato urinário 40%
Uso de cateter
Sítio cirúrgico 20% 
(5-25% pacientes com 
infecções pós-cirurgicas)
+ comum: intestino e 
amputações
Trato respiratório 15%
Pneumonias 
Alta taxa mortalidade (13-
55%)
Uso de equipamentos e 
administração 
medicamentos
Cutâneo 8%
+ comum: recém-nascidos
Sangue 6%
Bacteremia e fungemia
Uso de cateter intravenoso 
Outros 11%
Infecções urinárias
Causa mais comum de IH
80% relacionadas a catéter 
vesical
• 15-25% pacientes internados 
são cateterizados
Tempo hospitalização: 1-4 
dias adicionais
↑Bacteriúria - ↑tempo de 
uso do catéter.
• Fatores de risco
Sexo: feminino (2X ↑)
 Idosos
Doença de base: uropatias obstrutivas, politraumatizados, 
prostáticos, imunodeprimidos, etc.
Antibioticoterapia
• Presença do cateter: lesões traumá cas, ↓defesa local , 
↑mul plicação de bactérias
– Manipulação de vias urinárias
– Uso prolongado
– Qualidade do cuidado do cateter
– Abertura do sistema
Infecções urinárias
 Evitar o uso de cateter/ rápida remoção
 Lavagem das mãos antes da sondagem
 Utilizar técnica asséptica e equipamento estéril
 Uso de coletor de urina fechado com sistema antirrefluxo
Manter drenagem contínua- checar obstruções do sistema
 Esvaziar a bolsa coletora cada 8h ou ao transportar o paciente
Prevenção das Infecções urinárias
Infecções sítio cirúrgico
• Incisão cirúrgica ou em tecidos 
manipulados durante o 
procedimento cirúrgico, 
• Pode ser diagnosticada até 30 dias 
após realização do procedimento, 
ou, no caso de implante de 
próteses, até um ano.
• Microrganismos endógenos: 
disseminação
• Microrganismos exógenos: mãos 
profissionais saúde, instrumentos 
e equipamentos, ambiente (ar).
• Risco X tipo de procedimento
Tipos de procedimento
Limpa • Tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação;
• Eletiva, não traumática, não infectada;
• Nenhuma falha na técnica asséptica;
• Sem sinais de inflamação
• Sem contato com TR, TGI, TGU.
• Ex: mamoplastia
Potencialmente
contaminada
• Tecidos colonizados por microrganismos pouco numerosos (até 100.000
col/mL);
• Tecidos de difícil descontaminação;
• Ausência de processo infeccioso local;
• Cirurgias com pequena quebra de técnica asséptica.
• Ex: cirurgia eletiva de intestino delgado; cirurgia esofágica, gástrica
Contaminada • Tecidos colonizados por microrganismos abundantes (˃100.000 col/mL);
• Tecidos de difícil ou impossível descontaminação;
• Extravasamento de material do TGI;
• Falhas técnicas em ausência de supuração local.
• Ex: apendicectomia sem supuração, cirurgia oral e dental, vias biliares em
presença de bile contaminada, fratura exposta (menos de 6 horas)
Infectada • Tecidos com presença de processo infeccioso local já estabelecido ou
ferida traumática aberta abordada tardiamente (+ 6 h)
• Ex: cirurgia de reto e ânus com pus, cirurgia abdominal em presença de
• conteúdo de cólon
• Localização do sítio cirúrgico
• Idade
• Estado clínico do paciente
• Neoplasias
• Drogas imunossupressoras
• Diabetes, obesidade, desnutrição
• Internação pré-operatória 
prolongada
• Tempo de procedimento 
• Tricotomia
• Presença de drenos
• Perfuração nas luvas
• Técnica do cirurgião
Fatores de Risco: Infecções sítio cirúrgico
Pele e 
tecido
subcutâneo
Superficial
Fáscia e músculos
Profunda
Órgão ou cavidades
Específica
• Cuidados pré-cirúrgicos
– Preparo da pele do paciente
– Preparo da pele dos profissionais de 
saúde
– Controle diabetes
– ↓ tempo internação pré-operatório
– Remoção adequada dos pêlos
– Uso de antibiótico profilático
– Materiais estéreis
• Cuidados cirúrgicos
– Ambiente e equipamentos livres de 
contaminação
– Técnicas cirurgicas assépticas
– Cuidado com roupas e vestimentas
• Cuidados pós-cirúrgicos
– Curativos adequados
Prevenção: Infecções sítio cirúrgico
Pneumonia hospitalar
Fatores de risco:
 Ventilação mecânica (6-21X)
 Idade - idoso ou bebê, desnutrição, imunossupressão
 Aspiração e refluxo (dificuldade deglutição)
 Colonização orofaringe
 Equipamentos respiratórios: uso prolongado (contaminação mão profissional 
saúde)
Medidas preventivas Pneumonia 
hospitalar
• Elevação da cabeceira do 
leito (30-45º )
– ↓risco bronco-aspiração
• Avaliação diária da sedação
• Higiene oral com 
clorexidina
– ↓ colonização trato 
respiratório
• Controle e higiene das 
mãos profissionais de 
saúde
http://pneumologia.facafisioterapia.net/2019/09/fisioterapia-no-
paciente-sob-ventilacao.html
Fisioterapia e ventilação 
mecânica
Infecções na corrente sanguínea
• 90% relacionadas ao uso de cateter venoso:
administração de nutrientes, medicamentos,
derivados sanguíneos, etc
Prevenção das infecções corrente sanguínea –
associadas a uso de cateter
• Evitar o uso de cateter intravenoso
• Uso de técnica asséptica e materiais estéreis
• Higiene das mãos, Precauções de barreira máxima 
para a inserção do cateter: uso gorro, máscara, 
avental e luvas estéreis e campos estéreis grandes 
que cubram toda área a ser puncionada. 
• Realizar troca sempre que necessário (com secreções, 
sujidade, etc)
• Curativos de gaze e esparadrapo sempre secos – trocas 
a cada 24-48h
• Antissepsia com PVPI ou clorexidina antes da inserção 
e a cada troca
Avaliação por cultura microbiana 
da ponta do catéter
Cultura semi-quantitativa da ponta
do cateter
> 15 UFC/ placa
Como controlar o 
desenvolvimento de 
IRAS?
The Surgeon oil 
painting on 
canvas by David 
Teniers the 
Younger (1610–
1690)
This painting 
illustrates some 
of the procedures 
performed by 
seventeenth 
century barber 
surgeons, 
including 
bleeding and 
lancing boils.
1753 Traversi Operation anagoria
Henri Gervex (1852-1929)
Before the Operation, also called, Dr 
Péan Teaching His Discovery of the 
Compression of Blood Vessels at St 
Louis Hospital (1867)
Breve Histórico controle de infecções
Introdução da profilaxia asséptica na medicina
Médico obstetra húngaro
↓ febre puerperal: 18% para 2%
Estudantes X parteiras
Taxa infecção
Lavagem das mãos após necrópsias. 
Joseph Lister
(1827-1912)
Pesquisador inglês
1860-Uso de compostos 
fenólicos como 
antissépticos
1867- 1ª cirurgia 
asséptica
Louis Pasteur 
(1822-1895)
Pesquisador francês
1871- Uso de fervura 
em materiais cirúrgicos
Teoria germinal das 
enfermidades infecciosas
Pasteurização 
Primeira vacina para raiva
Derrubou a teoria da 
abiogênese
Breve Histórico controle de infecções
Florence Nightingale
(1820-1910)
enfermeira inglesa
1854 - Implantação de 
medidas de higiene e 
limpeza no hospital que 
atendia os militares 
feridos na Guerra da 
Criméia (Inglaterra, 
França e Turquia X 
Rússia).
William S. Halsted
(1852-1922)
Cirurgião americano 
Introdução do uso de 
Luvas nos 
procedimentos 
hospitalares. 
Controle de 
sangramento e 
cirurgias estéreis.
Hoje
• CDC - Centers for Disease Control and Prevention
• Estimativa que 5-15% pacientes adquirem IRAS
• Brasil: 15,5% (18,4% instituições públicas)
• Últimos 20 anos=> aumento de 36% de IRAS, mesmo com uso de 
técnicas assépticas, esterilização e materiais descartáveis.
• Criação de leis e portarias para controle de infecção hospitalar.
• Comissões de Controle de infecções hospitalares (CCIH)
• Programas de controle de infecções hospitalares (No Brasil, desde 
1983, Portaria MS 196).
• LEI FEDERAL N° 9431, DE 6 DE JANEIRO DE 1997:
Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de
Infecções Hospitalares – PCIH
•PORTARIA 2.616/98, DE 13 DE MAIO DE 1998
Anexo I: ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIAS DA CCIH E DO PCIH.
Anexo II: CONCEITOS E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DAS INFECÇÕES HOSPITALARES.
Anexo III: ORIENTAÇÕES SOBRE A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DAS INFECÇÕES HOSPITALARES E
SEUS INDICADORES.
Anexos IV e V: RECOMENDAÇÕES SOBRE A LAVAGEM DAS MÃOS, uso de germicidas, microbiologia,
lavanderia e farmácia,etc.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/1998/prt2616_12_05_1998.html
Comissão de Controle de Infecção 
Hospitalar (CCIH)
Órgão de assessoria da direção da instituição composta 
por profissionais de nível superior, formalmente 
designados, constituída por:
- Membros Consultores (representantes dos serviços 
médico, de enfermagem, farmácia hospitalar, laboratório 
de microbiologia e da administração do hospital).
- Membros Executores (2 técnicos de nível superior-> 
200 leitos, sendo um dos membros preferencialmente da 
enfermagem).
Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998
COMPETÊNCIAS DA CCIH
 Elaborar o Regimento Interno da CCIH.
 Manter e avaliar o PCIH.
 Implantar Sistema de Vigilância Epidemiológica.
 Adequar, implementar e supervisionar normas e rotinas.
 Promover educação em serviço.
 Implantar política de uso racional de antimicrobianos.
 Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS.
 Interagir com os demais setores e serviços do hospital.
 Aplicar medidas que visem controlar a IH.
Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998
Programa de Controle de Infecção 
Hospitalar (PCIH)
É UM CONJUNTO DE AÇÕES DESENVOLVIDAS, DELIBERADAS E 
SISTEMATIZADAS,COM VISTAS À REDUÇÃO MÁXIMA POSSÍVEL 
DA INCIDÊNCIA E DA GRAVIDADE DAS
INFECÇÕES HOSPITALARES
•Principais objetivos:
•Proteção dos pacientes
•Proteção dos profissionais de saúde
•Redução de custos
Portaria MS n° 2616 de 12/05/1998
Assembleia Mundial de Saúde (2015)
• Plano de Ação Global em Resistência Microbiana
• Assegurar a continuidade da capacidade de tratar e prevenir doenças
infecciosas utilizando medicamentos eficazes, seguros e com qualidade
comprovada, usados de forma responsável.
– melhorar a consciência e a compreensão da resistência antimicrobiana;
– fortalecer o conhecimento através da vigilância e investigação;
– reduzir a incidência de infecção através de saneamento eficaz, higiene e medidas de
prevenção de infecção;
– otimizar a utilização de agentes antimicrobianos na saúde humana e animal;
– garantir o investimento sustentável em novos medicamentos, diagnósticos, vacinas e
outras intervenções para as necessidades de todos os países
(WHO, 2015; WHO, FAO, OIE 2016).
Prevenção de infecções hospitalares/ IRAS 
1. Educação dos profissionais da saúde
- Higiene nas salas de recepção, espera, corredores, quartos, e 
centros cirúrgicos.
- Uso de técnicas cirúrgicas adequadas e assépticas.
- Lavagem das mãos (apenas 40% das vezes profissionais 
lavam as mãos antes de lidar com paciente)
2. Esterilização e desinfecção adequadas
- Banheiros, aparelhos de diagnóstico, respiradores, materiais 
cirúrgicos, etc.
3. Cuidado especial e isolamento de pacientes 
infectados.
-Áreas reservadas para queimados, hemodiálise, recuperação, 
cuidado intensivo, oncologia, etc.
4. Cuidado especial com pacientes de alto risco, 
imunossuprimidos.
5. Identificação correta do agente causador e 
tratamento adequado.
6. Uso racional de antibióticos, evitar procedimentos 
invasivos e minimizar uso de quimioterápicos.
- Detecção de uso abusivo de antibióticos
7. Vigilância de infecções no hospital pela equipe de 
controle de infecção
- Detecção de fontes de contaminação, bactérias 
resistentes a antibiótico, técnicas incorretas de 
esterilização, inspeção periódica de equipamentos, coleta 
de amostras, etc.
Prevenção de infecções hospitalares/ IRAS 
Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços em 
Saúde (ANVISA)
– Programa Nacional de Prevenção e Controle IRAS 
(2016-2020)
– Notificação eletrônica IRAS
• SINAIS: Sistema Nacional de Informação para Controle de 
Infecções em Serviços de Saúde
– infecção de corrente sanguínea (IPCS) em pacientes em uso de 
cateter venoso central (CVC) 
– Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC) relacionadas ao parto cirúrgico: 
cesariana 
– Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAV) 
– Infecção do trato urinário (ITU) associadas à sonda vesical de 
demora 
5 pilares do controle de infecção 
hospitalar
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Participação do profissional de saúde é 
fundamental!
• Estudo com 150 
profissionais: (50 
paramédicos, 50 enfermeiros, 
50 médicos)
• Estetoscópios - 89% 
contaminados
– 48% descontaminação diária
ou semanal;
– 37% mensal;
– 7% anual;
– 7% nunca descontaminaram
REDUÇÃO IMEDIATA DOS MICRORGANISMOS: 
↓ 94% com uso de álcool 
Uso de jalecos fora do ambiente 
de é crime!
Custos: 
tratamento 
X
prevenção
das infecções 
hospitalares/ IRAS 
Custo de tratamento de IH
ISCMSP
Infecção Qtde Valor (R$)
Cir. Profunda 336 674.554 ano 2000
Urinária 335 781.455 TxIH: 3,94%
Respiratória 300 1.204.560
Cir. Incisional 270 237.924
Vascular 265 233.518
Corr. Sangüínea 255 1.023.876
Total 1.761 4.155.887
Dados: site ANVISA
Custo de Manutenção Programa de 
Controle de Infecção Hospitalar no 
ISCMSP
Custo médio mensal: R$ 49.000,00 
Recursos Humanos : 53,64% 
Insumos : 36,63%
Infra-estrutura : 9,73%
Dados: site ANVISA
Infecção Hospitalar Carga Sócio-Econômica
PHLS - Inglaterra
Primeiro estudo neste sentido: www.his.org.uk
4000 pacientes TIH = 10%
Resultados
custo paciente IH = 2,9 x custo paciente sem IH
custo adicional = £ 3.154 ( R$ 9.462)
dias extras de internação = 14 dias
Dados: site ANVISA
Custo da resistência bacteriana
Hospital Central da Santa Casa
Staphylococcus aureus
OXA-S Staficilin® (Penicil) R$ 252
OXA-R Vancocina® (glicopep) R$ 881
Targocid® (glicopep) R$ 6.456
Pseudomonas aeruginosa
GENTA-S Garamicina® (aminoglicosid)R$ 30
GENTA-R Fortaz® (cefalosp- 3ª) R$ 1.615
Tienam® (carbapenem) R$ 5.691
Enterococcus spp.
VANCO-S Binotal® (Penicil) R$ 350
+ Garamicina® (aminoglicosid)
VANCO-R Zyvox® (oxazolidinona) R$ 3.320
Synercid® R$ 7.900
(Streptogramina) 
Dados: site ANVISA
Custo da lavagem das mãos
R$ 0,50
Lavagem 
correta 
das mãos
4 momentos de lavagem das mãos
ANTES DE CONTATO COM PACIENTE
Lavar as mãos antes de tocá-lo ou manusear equipamento, 
mobília ou a superfície do leito.
ANTES DE PROCEDIMENTO ASSÉPTICO
APÓS EXPOSIÇÃO A FLUÍDOS CORPORAIS
Lavar as mãos imediatamente após contato com fluídos 
corporais ou retirar as luvas
APÓS CONTATO COM O PACIENTE
Lavar as mãos imediatamente após tocá-lo ou manusear 
equipamento, mobília ou a superfície do leito
https://www.youtube.com/watch?
v=G6z5-RikOsg
https://www.youtube.com/watch?v=13s7cEBkJS4 
http://jicareblog.org/interprofessional-teams-and-integrated-care-can-they-make-a-difference/
Interprofessional teams and integrated care – Can they make a 
difference?
By Kunal Patel | 27th July 2017 
COVID19 e IRAS
• RECOMENDAÇÕES SOBRE PROCEDIMENTOS DE DESINFECÇÃO 
DE ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE
• https://www.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2020/04/Manual-de-
Condutas-corrigido-15.04.2020.pdf
https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2020/05/21/hrc-recebe-acoes-de-desinfeccao-contra-covid-19/
O trabalho durou em torno de seis 
horas e utilizou cerca de 40 litros de 
produto à base de hipoclorito para 
higienizar vários pontos do hospital 
com maior fluxo de pessoas
Limpeza e desinfecção de superfícies ambientais no contexto da 
COVID-19: Orientação provisória, OMS
hipoclorito tem alto poder 
desinfetante. A própria Organização 
Mundial da Saúde apresenta 
parâmetros que referenciam esse 
dado. O procedimento para 
utilização do túnel é simples e basta 
que o profissional entre no 
equipamento com os braços 
suspensos e dê uma volta de 360 
graus. É muito rápido”. 
Precauções COVID19
• https://www.youtube.com/watch?v=syh5UnC
6G2k
COVID19 e IRAS
Sant’Ana G, Imoto AM, Amorim FF, Taminato M, Peccin MS, Santana LA, et al. Infection and death in 
healthcare workersdue to COVID-19: a systematic review. Acta Paul Enferm. 2020; eAPE20200107.
Fatores de risco:
 escassez, uso inadequado ou
não uso de EPI
 sobrecarga de trabalho
 contato próximo com pacientes 
potencialmente infectados
e / ou colegas de trabalho
 risco de procedimentos 
geradores de aerossol
 diagnóstico tardio 
 renovação inadequada do ar.
1.716 a 17.306 
profissionais de saúde 
infectados / país 
. 605 mortes por COVID-19 
em todo o mundo
* Saúde – física e mental
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2020/08/12/pesquisa-aponta-que-60percent-dos-profissionais-do-sus-estao-com-sintomas-de-exaustao-em-novo-hamburgo-devido-a-pandemia.ghtml
https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/286/o/WhatsApp_Image_2020-04-14_at_21.32.18.jpeg
https://dorcronica.blog.br/wp-content/uploads/2020/07/os-profissionais-da-saude-da-linha-de-frente-e-o-medo-do-covid19.png
54,1h
Os sistemas de saúde do Brasil estão 
suficientemente preparados? 
Provavelmente não.
 Dimensões continentais – diferenças macro e micro regionais em 
relação aos hospitais existentes, população assistida e recursos 
disponíveis. 
 Além das IRAS e resistência bacteriana 
+ IRAS como infecções secundárias
bem como resistência a antibióticos em pacientes com COVID-19.
Quais impactos que a epidemia de COVID-19 deixará 
para o nosso sistema de saúde??
Referências
Capítulo 14
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudele
gis/gm/1998/prt2616_12_05_1998.html
https://integrada.minhabibliotec
a.com.br/#/books/9788582713
549/cfi/423!/4/4@0.00:0.00
Para quem se 
interessar em 
aprofundar no tema
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/search?q=INFEC%C3%87%C3%83O
Vídeos IRAS
• https://www.youtube.com/watch?v=kOBNspvwxPI
• https://www.youtube.com/watch?v=9R8fHo6WfzY
 https://www.youtube.com/watch?v=s9IygrezZ88
 https://www.youtube.com/watch?v=2PuRQZEL1oU
• https://www.youtube.com/watch?v=IRhEKLbo3Y0
• https://www.youtube.com/watch?v=_o9SxDFPUiA
 https://www.youtube.com/watch?v=M8AKTACyiB0
• https://www.youtube.com/watch?v=g4VI_1_DZPQ
 https://www.youtube.com/watch?v=izxdrkJIhQ4
 https://www.youtube.com/watch?v=-FfMCv8FUXI
• https://www.youtube.com/watch?v=wMtpo_-r83I
 https://www.youtube.com/watch?v=13s7cEBkJS4
• Lavagem das mãos
 https://www.youtube.com/watch?v=G6z5-RikOsg
• https://www.youtube.com/watch?v=tmMGwO4N0Vc
• Precauções COVID19
 https://www.youtube.com/watch?v=syh5UnC6G2k

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