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CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Maiko Jhonatan Alves Ferreira SÃO JOÃO DEL REI – MINAS GERAIS 2017 ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO USO DE ACETILENO E GLP COMO GASES COMBUSTÍVEIS NO PROCESSO OXICORTE MAIKO JHONATAN ALVES FERREIRA ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DO USO DE ACETILENO E GLP COMO GASES COMBUSTÍVEIS NO PROCESSO OXICORTE Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de São João Del Rei. COMISSÃO EXAMINADORA ______________________________________ Prof. Dr. José Antônio da Silva Universidade Federal de São João Del Rei ______________________________________ Prof. Dr. Ricardo Luiz Labozetto Universidade Federal de São João Del Rei ______________________________________ Prof. Dr. Daniel Sampaio Souza Universidade Federal de São João Del Rei São João Del Rei, 17 de novembro de 2017 I DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais Hamilton e Cristina, que sempre me apoiaram incondicionalmente, e não mediram esforços para que eu pudesse levar meus estudos adiante. E também a minha namorada Priscila que sempre me auxiliou nos momentos bons e ruins. Muito obrigado por tudo! II AGRADECIMENTOS A Deus por ter me dado saúde e força para vencer as dificuldades encontradas ao longo do percurso. Ao professor e Orientador Dr. José Antônio Silva, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, sempre me apoiando e mostrando confiança. Ao professor e Co-orientador Flávio Neves Teixeira, por sempre me auxiliar quando necessário. Á empresa White Martins pelo fornecimento de materiais, ferramentas e recursos financeiros, em especial ao Eng. MSc. Marcos Müller Lobato pelo incentivo e motivação. Á minha namorada Priscila, por estar sempre presente, me auxiliando na maior parte do tempo. Sendo paciente em minhas ausências e me ajudando bastante dando dicas e apoio moral para o desenvolvimento deste e de outros trabalhos da minha graduação. Aos meus pais, pelo amor, incentivo е apoio incondicional. Aos amigos da República DeLá e Igor por serem companheiros dе trabalho е irmãos qυе fizeram parte dа minha formação е qυе vão continuar presentes еm minha vida cоm certeza. A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado. III EPÍGRAFE “Por que você quer tanto isto? Porque disseram que eu não conseguiria” Homens de Honra IV FERREIRA, Maiko Jhonatan Alves. Análise da viabilidade econômica do uso de acetileno e GLP como gases combústiveis no processo oxicorte. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Mecânica. Universidade Federal de São João Del Rei, 2017. RESUMO O oxicorte é o processo de seccionamento através da combustão localizada e contínua. O processo é feito com o auxilio de um maçarico especial, próprio para corte, através de um aquecimento localizado. Objetivou-se com este estudo realizar a análise termoeconômica na utilização do gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e do acetileno como gases combustíveis no processo de oxicorte. Foram realizados dois testes para cada gás combustível. Os experimentos feitos se constituíram em posicionar a chama no corpo de prova em seu centro geométrico por um tempo pré- determinado de 20 segundos e em direcionar a chama até que a peça atingisse sua temperatura de rubro, que tem por característica uma cor avermelhada. Os testes foram realizados três vezes para ambos os gases combustíveis, sempre resfriando- se o corpo de prova para que ele retornasse a temperatura ambiente. O Valor Presente Líquido (VPL) quando o acetileno é utilizado como gás combustível atingiu um valor de US$ 29.856,76. Quando o GLP é utilizado como gás combustível, o VPL atingiu um valor de US$ 9.880,58. Como a Taxa Interna de Retorno (TIR) é uma taxa de juros, ela é dada em porcentagem. A TIR para o acetileno atingiu um valor de 178,29 % e para o GLP atingiu um valor de 64,78 %. Embora apresentem um custo por combustão muito diferente, sendo o GLP muito mais barato, o acetileno se mostra o gás mais vantajoso devido a sua alta eficiência e por possuir velocidade de corte muito superior a do GLP. Um valor superior do lucro diário para o acetileno também propicia valores maiores de valor presente líquido e de taxa interna de retorno se comparados com os valores obtidos pelo GLP, isso torna o acetileno o gás mais viável economicamente como combustível no processo oxicorte. Palavras chave: oxicorte; GLP; acetileno; economia V FERREIRA, Maiko Jhonatan Alves. Analysis of the economic feasibility of using acetylene and GLP as combustible gases in the oxycut process. Monograph for the Bachelor Degree in Mechanics Engineering. Federal University São João Del Rei, 2017. ABSTRACT Oxyfuel is the process of sectioning through localized and continuous combustion. The process is carried out with the aid of a special torch, suitable for cutting, through a localized heating. The objective of this study was to perform the thermoeconomic analysis on the use of LPG (Liquefied Petroleum Gas) and acetylene as combustibles gases in the oxyfuel process. Two tests were performed for each fuel gas. The experiments were carried out in positioning the flame in the test specimen in its geometric center for a predetermined time of 20 seconds and in directing the flame until the piece reached its temperature of red, which has a reddish color. The tests were performed three times for both fuel gases, always cooling the test body so that it returned to room temperature. The Net Present Value (NPV) when acetylene is used as fuel gas reached a value of US $ 29.856,76. When LPG is used as a fuel gas, the NPV reached a value of US $ 9.880,58. Since the Internal Rate of Return (IRR) is an interest rate, it is given as a percentage. The IRR for acetylene reached 178,29% and for LPG reached a value of 64,78%. Although they have a very different combustion cost, with LPG being much cheaper, acetylene is the most advantageous gas because of its high efficiency and because it has cutting speed much higher than LPG. A higher daily profit for acetylene also leads to higher values of net present value and internal rate of return compared to the values obtained by LPG, making the acetylene the gas most economically viable as a fuel in the oxycut process. Key words: oxyfuel; LPG; acetylene; economy VI LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Comparativo entre os processos de corte............................................................................ 4 Tabela 2 - Informações sobre propriedades físico-químicas básicas do gás acetileno............................................. 9 Tabela 3 - Informações sobre propriedades físico-químicas básicas do gás GLP.................................................... 11 Tabela 4 - Variáveis utilizadas para o cálculo do VPL em cada caso............................................................................. 13 Tabela 5 - Dados experimentais do processo de oxicorte (I)................................................................................. 21 Tabela 6 - Dados experimentais do processo de oxicorte (II)................................................................................. 23 Tabela 7 - Custo dos gases utilizados........................................... 24 Tabela 8 - Variáveis utilizadas para calculo de VPL...................... 29 VII LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Esquema de funcionamento do processo oxicorte.............................................................................6 Figura 2 - Configuração para o processo de oxicorte...................... 7 Figura 3 - Gráfico percentual de O2 x temperatura......................... 10 Figura 4 - Maçarico de corte............................................................ 14 Figura 5 - Bico de corte para oxicorte com acetileno....................... 15 Figura 6 - Bico de corte para oxicorte com GLP.............................. 15 Figura 7 - Mangueiras para trabalhos de solda e corte................... 16 Figura 8 - Válvula de segurança...................................................... 16 Figura 9 - Regulador de pressão da série R-71 para utilização em cilindros de acetileno....................................................... 17 Figura 10 - Regulador de pressão da série R-72 para utilização em cilindros de oxigênio............................................................. 17 Figura 11 - Cilindros para armazenamento de gases industriais......................................................................... 18 Figura 12 - Configuração dos equipamentos para o processo de oxicorte............................................................................. 18 Figura 13 - Medidas da chapa de aço ASTM A36 em milímetros......................................................................... 19 Figura 14 - Chama oxiacetilênica neutra............................................ 20 Figura 15 - Interface do software Gaseq............................................ 22 VIII LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES GLP Gás liquefeito de petróleo VPL Valor presente líquido TIR Taxa interna de retorno CL Comprimento linear da peça ASTM American Society for Testing and Material CT Custo total por combustão CPP Custo de produção por peça CPG Custo de produção por gás LDG Lucro diário alcançado por gás TMA Taxa mínima de atratividade SÍMBOLOS O2 Oxigênio CO Monóxido de carbono H2 Hidrogênio FeO Óxido de ferro II Δ Delta Fe2O3 Óxido de ferro III Fe3O4 Óxido de ferro misto (II e III) Cl2 Cloro C2H2 Acetileno H2O Água C4H10 Butano C3H8 Propano CO2 Dióxido de carbono IX SUMÁRIO DEDICATÓRIA ............................................................................................................. I AGRADECIMENTOS .................................................................................................. II EPÍGRAFE ................................................................................................................. III RESUMO................................................................................................................... IV ABSTRACT ................................................................................................................ V LISTA DE TABELAS ................................................................................................ VI LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VII LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS .............................................. VIII 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1 2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 2 2.1 Objetivos Específicos ..................................................................................... 2 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 3 3.1 Processo Oxicorte .............................................................................................. 3 3.2 Combustão ......................................................................................................... 7 3.3 Gás Comburente ................................................................................................ 8 3.4 Gases Combustíveis ........................................................................................ 10 3.4.1 Acetileno .................................................................................................... 11 3.4.2 GLP ........................................................................................................... 12 4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 14 4.1 Equipamentos .............................................................................................. 14 4.2 Procedimento Experimental ......................................................................... 19 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 22 5.1 Número de peças produzidas por cada gás combustível ............................. 24 5.2 Custo de produção de cada peça ................................................................ 26 5.3 Lucro diário alcançado por cada gás............................................................ 27 5.4 Análise Econômica do Processo .................................................................. 27 5.4.1 Valor Presente Líquido .......................................................................... 28 5.4.2 Taxa Interna de Retorno ........................................................................ 30 6 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 31 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 32 1 1 INTRODUÇÃO Uma importante etapa na cadeia de aços é o corte dos materiais. Existem quatro tipos de corte: mecânicos, por fusão do metal, por combinação de fusão e vaporização e por reação química. O oxicorte enquadra-se neste último. O processo de corte por reação química é definido como o aquecimento através de reações exotérmicas e de chama, seguido da oxidação do metal e posterior expulsão através de jato de O2 (RAMALHO, 2008). Embora existam outros processos de corte, como o corte por feixe de elétrons e o corte a plasma, o oxicorte ainda é o processo mais aplicado nas indústrias. Isso se deve ao fato de ser o processo com maior custo-benefício presente no meio industrial, pois apresenta um baixo custo na sua implementação. O equipamento é mais simples, se comparado com os outros processos de corte, e seu operador pode ser facilmente treinado, caso seja uma solda manual. O processo também pode ser feito por máquinas portáteis e de grande porte. Pode-se definir o oxicorte como “um processo de seccionamento de metais pela combustão localizada e contínua devido à ação de um jato de O2 de elevada pureza, agindo sobre um ponto previamente aquecido por uma chama oxi- combustível” (RAMALHO, 2008). O processo é feito com um maçarico especial próprio para corte através de um aquecimento localizado. Quando a temperatura de oxidação viva é atingida, o oxigênio é injetado através do orifício central do bico de corte fixado no maçarico. Os combustíveis caracterizam-se por ser uma substância química que na presença de ar ou oxigênio, sofrem um fenômeno químico denominado combustão, liberando energia em forma de calor (reação exotérmica). Em geral, os hidrocarbonetos têm como característica compor uma das partes necessárias para o surgimento da chama, com a exclusão do hidrogênio puro (H) e do monóxido de carbono (CO). A segunda parte constituinte na obtenção da chama é o gás comburente. É possível obter a combustão quando esse gás é associado quimicamente com o combustível, na presença de uma fonte primária de calor (CARVALHO JR. e MCQUAY, 2007).“ Segundo Modenesi, Marques e Bracarense (2011) os gases utilizados como combustível no processo oxicorte devem ter alta temperatura de chama, alta taxa de propagaçãode chama e alto potencial energético. Levando em conta essas 2 condições, utiliza-se o acetileno com maior frequência. Também são utilizados outros gases como combustíveis, porém apresentam maior consumo de oxigênio, elevando assim seu custo. Um gás que também é bastante utilizado devido seu custo inferior, se comparado ao do acetileno, é o gás liquefeito de petróleo (GLP), que será um dos assuntos abordados nesse trabalho. Este estudo teve como objetivo complementar uma tese de mestrado do programa de engenharia de energia da Universidade Federal de São João del Rei, realizado por Carlos (2017). A tese entitulada como “Análise energética e econômica de gases combustíveis para o processo de oxicorte’’ teve ênfase na análise da eficiência térmica para cada gás utilizado como combustível. Enquanto este trabalho objetivou-se em uma análise econômica mais viável para utilização dos mesmos gases. 2 OBJETIVO GERAL Este estudo tem como objetivo realizar uma análise termoeconômica na utilização do gás GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) e do acetileno como gases combustíveis no processo oxicorte. 2.1 Objetivos Específicos Efetuar o cálculo do VPL (Valor do Produto Líquido) e da TIR (Taxa internade Retorno) para os dois gases combustíveis, com o intuito de analisar qual gás é mais rentável como combustível no processo de corte via oxigás. 3 3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Processo Oxicorte Os principais processos de corte utilizados na indústria, atualmente, são: plasma, laser, jato de água e oxicorte. Cada um desses cortes foi desenvolvido para um determinado fim, obtendo-se assim um melhor funcionamento na aplicação em questão. A Tabela (1) compara os quatro tipos de corte mais utilizados na indústria através de características relevantes no processo, variando-se entre valores de 1 (menor valor) à 5 (maior valor). 4 Tabela 1. Comparativo entre os processos de corte. Fonte: Adaptado de Guerra, 2015 Característica Processo Oxicorte Plasma Jato de Água Laser Espessura cortada 5-1000 mm 0-100 mm 0-100 mm 0-30 mm Qualidade do corte 3 4 5 5 Nível de deformação 4 3 1 2 Velocidade de corte 1 2 3 5 Investimento inicial 1 3 5 5 Largura de corte 3 5 1 2 Custo de manutenção 1 3 5 5 Materiais cortados Somente aço carbono e baixa liga Apenas materiais condutores elétricos Todos os materiais Todos os materiais não reflexivos Característica do corte Reto, depende de pressão e vazão do O2 de corte, do bico e do maçarico. Com desvio angular, sempre com a largura da sangria menor na saída que na entrada. Reto, dependente da pressão da água e tipo abrasivo utilizado. Reto, dependente da intensidade do feixe que diminui conforme o inverso do quadrado da distância do foco. 5 Ramalho (2008) diz que se comparado aos outros processos de corte, o oxicorte apresenta algumas vantagens, como: disponibilidade dos gases utilizados no processo, pequeno investimento inicial, facilidade operacional e baixa manutenção. Nas indústrias utiliza-se com maior frequência o processo oxicorte, contudo este processo não é útil em materiais metálicos com pequena reatividade ao oxigênio. Pode-se citar como exemplos de materiais em que não se emprega o oxicorte: o aço inoxidável, o cobre e o latão. O processo de corte oxicombustível surgiu no começo do século XX e tem seu princípio de funcionamento baseado em um “bico de corte que conduz o oxigênio, circundado pela chama de aquecimento, até a peça a ser cortada” (TRINDADE, 2012). No oxicorte, o metal reage com oxigênio puro em alta temperatura para cortar peças constituídas de aço carbono e aços baixa, média e alta liga. A reação recebe o auxílio da adição de fluidos e pós metálicos quando é necessário o corte de materiais resistentes a oxidação. A peça a ser cortada é aquecida por uma chama de pré- aquecimento até a temperatura de ignição (temperatura que ocorre a reação do metal com o oxigênio). Logo em seguida ela receberá um jato de oxigênio de alta pureza, promovendo a formação de óxidos líquidos do metal. “A oxidação do metal produz uma quantidade de calor capaz de fundir o óxido formado, que é retirado pelo jato de oxigênio, ocasionando o corte e o aquecimento do metal de base adjacente” (MODENESI, MARQUES E BRACARENSE, 2011). O esquema do processo oxicorte pode ser visto na Figura (1). 6 Figura 1. Esquema de funcionamento do processo oxicorte. Fonte: Ramalho, 2008 O ferro é muito instável em seu estado líquido, então ele tende a se reduzir para o estado de óxido, como falado anteriormente. No processo oxicorte ocorre uma elevada liberação de energia em forma de calor e luz (reação exotérmica). As reações do ferro puro com o O2 são as seguintes (RAMALHO, 2008): Fe + 1 2 O2 ↔ FeO + ∆ (64 kcal) (1) 2 Fe + 3 2 O2 ↔ Fe2O3 + ∆ (109,7 kcal) (2) 3 Fe + 2O2 ↔ Fe3O4 + ∆ (266 kcal) (3) Com o objetivo de garantir a segurança e a produtividade do processo oxicorte, os equipamentos devem ser escolhidos corretamente. Para que isso ocorra são utilizados reguladores de pressão no controle dos gases, maçaricos e bicos de corte no controle da mistura dos gases. A capacidade do corte é proporcionada pela regulagem de pressão, vazão e dimensionamento do equipamento. Peças com 7 espessura de 0,5 a 250 mm podem ser cortadas (HONGTHONG et al, 2016). Os Equipamentos usados podem ser manuais ou mecanizados (máquinas portáteis e de grande porte), realizando cortes retos, curvilíneos, múltiplos, etc. Figura 2. Configuração para o processo de oxicorte. Fonte: Angeli, 2011. 3.2 Combustão A reação de combustão é caracterizada por ser uma reação química onde os elementos combustíveis se misturam com um gás comburente, geralmente o oxigênio, liberando energia em forma de calor e luz quando estes combustíveis atingem a temperatura de ignição (LOPES et al, 2003). Segundo Ribeiro (2002) os agentes liberadores de calor que estão na composição dos combustíveis são geralmente o hidrogênio, o carbono e o enxofre. Para que ocorra a queima completa do carbono, do hidrogênio e do enxofre é necessário um fornecimento de ar suficiente, este ar é denominado “teórico”. Muitas vezes, essa quantidade de ar não é suficiente para gerar uma combustão completa necessitando-se assim de um “excesso de ar”. Este valor é comumente expresso em porcentagem de ar teórico. Por outro lado, ar em quantidades inferiores ao valor de ar teórico devem ser evitados, pois proporcionam a combustão incompleta, gerando carbono nas cinzas, 8 fuligem e escória. O monóxido de carbono (CO), gás altamente tóxico, é outro produto da combustão incompleta. Pera (1990) diz que o consumo de combustível aumenta conforme o excesso de ar diminui. Quantidades superiores ao estabelecido representam a introdução de mais volume de ar comburente contendo mais oxigênio e nitrogênio. Estes gases irão se tornar inertes e subtrairão energia do sistema através de sua saída as custas da energia liberada pelo combustível. Nas palavras de Bazzo (1995) o processo de combustão deve atender a princípios que garantam a viabilidade econômica ou eficiência na queima de combustível. Contudo, o aproveitamento total da energia disponível no combustível é muito difícil, o que leva a necessidade da otimização do processo de combustão com o intuito de minimizar as perdas de energia (LOPES et al, 2003). Camargo et al (2017) afirma que para que a combustão aconteça de maneira eficiente, três condições são necessárias: temperatura elevada o suficiente para o início e a manutenção da queima do combustível, misturasatisfatória do ar com o combustível e tempo suficiente para que a reação de combustão ocorra. 3.3 Gás Comburente O gás comburente caracteriza-se por ser um elemento químico que quando associado a um gás combustível provoca a combustão na presença de uma fonte primária de calor. A combustão não acontece sem a presença do gás comburente, ou seja, ele é a substância que alimenta a combustão. O oxigênio é o mais comum dos comburentes, tendo sua utilização iniciada no processo de corte de materiais em 1888 (SLOTTMAN E ROPER, 1951). A Tabela (2) apresenta algumas propriedades físico- químicas do oxigênio. 9 Tabela 2. Informações sobre propriedades físico-químicas básicas do gás oxigênio. Fonte: White Martins gases industriais Ltda, 2017. Propriedades organolépticas Incolor, inodoro, insípido Solubilidade em água Pouco solúvel Fórmula molecular O2 Massa molar 32,00 Kg/Kmol Ponto de fusão -219 ºC (1 atm) Ponto de ebulição -183 ºC (1 atm) Massa específica no estado gasoso 1,325 Kg/m3 (20ºC, 1 atm) Reatividade química Comburente e oxidante O oxigênio é utilizado no processo de corte oxicombustível devido as suas propriedades como gás comburente. Para o processo pode-se utilizar ar atmosférico ou oxigênio puro, entretanto quando o oxigênio puro é usado as reações de combustão são acentuadas intensificando-se a temperatura de chama. Além disso, muitas substâncias que não inflamam em contato com o ar atmosférico inflamam facilmente na presença de oxigênio puro (CARLOS, 2017). Para ser utilizado na operação de corte, o oxigênio deve apresentar pureza elevada, maior ou igual a 99,5%. Um decréscimo de apenas 1% desta pureza pode ocasionar em uma perda de até 15% na velocidade de corte e aumentar o consumo de oxigênio em até 25% em relação a condições normais de trabalho (MODENESI, MARQUES E BRACARENSE, 2011). Outros gases podem ser utilizados como comburentes na reação de combustão, contudo isso não acontece com frequência. Pode-se citar como exemplo o cloro (Cl2), que é um gás que apresenta um odor característico acre e irritante, venenoso e corrosivo. O cloro é um elemento químico não inflamável nem explosivo, mas possui afinidade com a maioria das substâncias, tornando-se em temperaturas elevadas um gás comburente que alimenta a reação de combustão como o oxigênio (SASIL, 2008). 10 3.4 Gases Combustíveis Segundo Ramalho (2008) existem vários gases que podem ser utilizados para ignição da reação e para a manutenção da chama de aquecimento na combustão, estes gases são denominados combustíveis. Para a viabilidade do processo oxicombustível os gases necessitam apresentar certas características, dentre elas, possuir elevadas taxa de propagação e temperatura de chama, alto potencial energético, calor suficiente para manter a reação de combustão e um mínimo de reação química com os metais de base e adição. Dentre os principais gases utilizados como combustíveis, destacam-se: propano, propileno, hidrogênio, acetileno, GLP e até mesmo mistura de mais de um destes gases. Eles apresentam características específicas, influenciando na temperatura da chama e no consumo de oxigênio, aumentando o custo final do processo (GUERRA, 2015). A Figura (3) descreve a temperatura em graus célsius versus a porcentagem do consumo de oxigênio dos gases mais utilizados como combustíveis no processo oxicorte. Figura 3. Gráfico percentual de O2 x temperatura. Fonte: Ramalho, 2008 11 No Brasil, os gases mais utilizados na função de aquecimento e corte são o acetileno e o GLP, isso se deve ao fato deles apresentarem características satisfatórias (chama com alta temperatura e baixo consumo de oxigênio) e melhor acessibilidade. Questões comerciais e financeiras também interferem na maior utilização do acetileno e do GLP no processo oxicorte (GUERRA, 2015). 3.4.1 Acetileno O acetileno (C2H2) um gás incolor a temperatura ambiente de odor desagradável. Por não ser encontrado na natureza, esse gás precisa ser sintetizado. Devido ao fato de ter a maior temperatura de chama (3.160 °C) entre os vários gases utilizados como combustíveis possui um maior interesse industrial. Isso ocorre pois o acetileno é um hidrocarboneto (composto químico constituído apenas por átomos de carbono e de hidrogênio) que dispõe, se comparado aos outros gases combustíveis, maior percentual em peso de carbono. Seu uso não é recomendável em operações que utilizem pressões acima de 1,5 kg/cm3, visto que é um gás estável a temperatura e pressão ambiente, podendo decompor-se explosivamente acima desta pressão. Na Tabela (3), localizam-se algumas informações físico-químicas do gás acetileno (RAMALHO, 2008 e AGOSTINI, 2006): Tabela 3. Informações sobre propriedades físico-químicas básicas do gás acetileno. Fonte: White Martins gases industriais Ltda, 2017 Propriedades organolépticas Incolor e inodoro Solubilidade em água Pouco solúvel Fórmula molecular C2H2 Massa molar 26,038 Kg/Kmol Ponto de fusão -80,8 ºC (1 atm) Ponto de ebulição -84,0 ºC (1 atm) Massa específica no estado gasoso 1,107 Kg/m3 (20 ºC, 1 atm) Poder calorífico inferior 48.330 KJ/Kg Reatividade química Combustível, extremamente inflamável 12 A combustão completa do acetileno, teoricamente é dada pela Equação (4): 2 C2H2(g) + 5 O2(g) → 4 CO2(g) + 2 H2O(g) (4) A Equação (4) mostra a níveis estequiométricos (cálculo que permite relacionar quantidades de reagentes e produtos) que 2 volumes do gás acetileno mais 5 volumes do gás oxigênio reagem , na existência de calor, originando como produtos 4 volumes de gás carbônico mais 2 volumes de vapor d’água. 3.4.2 GLP O gás liquefeito de petróleo, também conhecido como GLP, é um hidrocarboneto que apresenta em sua composição três ou quatro átomos de carbono (propano, propeno, butano e buteno). Todavia em sua composição principal, apenas apresenta Butano (C4H10) e Propano (C3H8), que são hidrocarbonetos saturados. É oriundo do processamento do gás natural e do refino do petróleo bruto. Quando encontrado em concentrações abaixo de 2% no ar, o GLP, é incolor e inodoro, pesando cerca de 60% a mais que o ar. Para que se detecte a ocorrência de vazamentos de GLP, o gás leva aditivos à base de enxofre que possibilita sua percepção através do olfato (MORAIS, 2005). Na Tabela (4), encontram-se algumas informações físico-químicas do gás GLP. 13 Tabela 4. Informações sobre propriedades físico-químicas básicas do gás GLP. Fonte: White Martins gases industriais Ltda, 2017. Propriedades organolépticas Incolor e odor característico Solubilidade em água Insolúvel Fórmula molecular Proporção variável de propano/propeno e butano/buteno Massa molar 28,9022 Kg/Kmol Ponto de fusão -187,7 °C (1 atm) Ponto de ebulição 2,2 °C (1 atm) Densidade no estado gasoso 2,097 Kg/m3 (20°C, 1 atm) Poder calorífico inferior 46.860 KJ/Kg Reatividade química Combustível, inflamável No Brasil, o GLP é conhecido como “gás de cozinha”, devido ao fato de ser amplamente utilizado para cocção. Possui uma vasta aplicabilidade como combustível, por ter facilidade quando trata-se de armazenamento e de transporte á partir do seu engarrafamento em tanques, cilindros e botijões. Também é usado para aquecimento e oxicorte (ALBURQUEQUE et al., 2004 e RAMALHO, 2008). O GLP é usado no processo oxicorte basicamente, por ser uma fonte de energia barata, menos poluente e ter seu armazenamento, transporte e operação de maneiras mais seguras, se comparado a outras fontes de energia. Diferentemente do acetileno que é distribuído pelas indústrias na fase gasosa, o gás liquefeito de petróleo é distribuído em sua forma liquefeita. O maior empecilho na substituição do acetileno por GLP como gás mais utilizado na função de combustível no processooxicorte, é seu baixo aporte térmico (insumo de calor que quantifica a energia gerada pelo processo de soldagem), demandando assim maior consumo de oxigênio, tendo em vista que o GLP possui menor temperatura de chama. Além disso, em consequência da intensidade das chamas dos gases envolvidos, apresenta uma menor velocidade de corte. 14 Em relação a sua composição a níveis estequiométricos, o GLP é composto de volumes iguais de propano e butano. Sua combustão completa se dá pelas equações (5) e (6): C3H8(g) + 5 O2(g) → 3 CO2(g) + 4 H2O(g) (5) 2 C4H10(g) + 13 O2(g) → 8 CO2(g) + 10 H2O(g) (6) 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Equipamentos Para executar o processo de corte por oxicombustível e coletar informações para realizar este trabalho, foram utilizados os seguintes equipamentos: • Um maçarico de corte TS-530 do tipo misturador; Figura 4. Maçarico de corte. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. Esse tipo de equipamento é projetado para situações contínuas e prolongadas de cortes manuais, de chapas e perfis. Pode-se citar como exemplo onde utiliza-se esse maçarico: montagem de estruturas metálicas, construção e reparo naval, pátios de sucata e construções diversas de caldeiraria em todos os tipos de oficina e indústrias. 15 • Um bico de corte da série 3502 para o gás acetileno; Figura 5. Bico de corte para oxicorte com acetileno. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. O bico de corte da série 3502 é fabricado em liga de cobre e latão, cortando chapas de aço com até 300 mm de espessura . Essa série de bico possui grande resistência ao retrocesso de chamas. • Um bico de corte da série 106-D7 para o gás GLP; Figura 6. Bico de corte para oxicorte com GLP. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. O bico de corte da série 106-D7 apresenta duas características semelhantes ao bico de corte da série 3502: é fabricado em liga de cobre e latão e possui grande resistência ao retrocesso de chamas. Contudo essa série de bicos corta chapas de aço com até 500 mm de espessura. Tem acabamento cromado que prolonga a sua vida útil. 16 • Duas mangueiras Soldox de alta pressão; Figura 7. Mangueiras para trabalhos de solda e corte. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. Estas mangueiras são feitas Para trabalhos de soldas, corte e aquecimento oxi-acetilênico. Destacando-se em trabalhos com oxigênio e acetileno. Apresentam resistência a abrasão e cortes. • Válvulas de segurança Proteflux; Figura 8. Válvula de segurança. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. “As válvulas de segurança Proteflux são feitas para uso em maçaricos que evitam a reversão do fluxo de gás nos maçaricos de solda, corte e aquecimento, reduzindo assim o risco de retrocesso de chamas.” 17 • Um regulador de pressão da série R-71 para o acetileno e um regulador de pressão da série R-72 para o oxigênio; Figura 9. Regulador de pressão da série R-71 para utilização em cilindros de acetileno. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. Figura 10. Regulador de pressão da série R-72 para utilização em cilindros de oxigênio. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. Estes tipos de reguladores são utilizados para trabalhos médios. Possuem ajuste preciso da pressão de saída. Seu uso é dado em oficinas mecânicas, caldeirarias leves, serviços de manutenção, fundições e metalúrgicas de grande porte. 18 • Três cilindros de armazenamento; Figura 11. Cilindros para armazenamento de gases industriais. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. Estes cilindros foram utilizados para o armazenamento dos gases constituintes do processo oxicorte, sendo um para o gás combustível acetileno, outro para o GLP e outro para o gás oxigênio. A Figura (12) apresenta a configuração de todos os equipamentos que foram utilizados no processo de corte por oxicombustível para realização deste trabalho. Figura 12. Configuração dos equipamentos para o processo de oxicorte. Fonte: White Martins Gases Industriais Ltda, 2016. 19 4.2 Procedimento Experimental Os testes foram realizados no laboratório de análise da empresa White Martins, situada na cidade de Duque de Caxias – RJ, no dia 31 de março de 2017. Primeiramente foi feita a conecção das mangueiras de oxigênio e de acetileno em seus correspondentes reguladores de pressão nos cilindros de armazenamento dos gases. Posteriormente realizou-se um teste de estanqueidade para se certificar que o sistema não continha qualquer vazamento. Uma chapa de aço SAE 1010/20 - A36 foi utilizada como corpo de prova para coleta de dados. A Figura (13) apresenta as dimensões dessa chapa. Figura 13. Medidas da chapa de aço ASTM A36 em milímetros. Fonte: Carlos, 2017 Seguiram-se os seguintes estágios para a realização do processo oxicorte: abertura dos cilindros de gases e regulagem das pressões de trabalho, acendimento e regulagem da chama. Para que o bico de corte e o maçarico sejam utilizados corretamente são recomendados alguns valores de pressão de trabalho. Para os gases combustíveis o valor adotado de pressão manométrica foi de 0,3 Kgf/cm2 e para o oxigênio 2,9 Kgf/cm2. Vale ressaltar que a regulagem das pressões de trabalho foi realizada com os registros de gás do maçarico abertos, pois quando as saídas estão fechadas, as pressões indicadas nos manômetros tendem a ser mais altas. 20 Logo em seguida foi utilizado um gerador de fagulha para o acendimento da chama, que foi regulada até se obter um chama neutra, apresentando um leve ruído característico. A chama é apresentada na Figura (14). Figura 14. Chama oxiacetilênica neutra. Fonte: Carlos, 2017 A partir desse ponto, os testes foram iniciados. Foram realizados dois testes para cada gás combustível. Os experimentos feitos se constituíram em posicionar a chama no corpo de prova em seu centro geométrico por um tempo pré-determinado de 20 segundos e em direcionar a chama até que a peça atingisse sua temperatura de rubro, que tem por característica uma cor avermelhada. A distância de 20 mm entre o bico de corte e a peça foi adotada. Os testes foram realizados três vezes para ambos os gases combustíveis, sempre resfriando-se o corpo de prova para que ele retornasse a temperatura ambiente. Para cada teste realizado no corpo de prova, foram levados em consideração os seguintes parâmetros: • Tempo de aquecimento da chapa de aço pré-determinado; • Tempo para a peça alcançar a temperatura de rubro; • Pressão do gás comburente e dos gases combustíveis; • Vazões mássicas do acetileno, do GLP e do oxigênio; • Consumo de oxigênio para cada gás combustível; • Temperatura inicial e final da chapa de aço utilizada como corpo de prova. 21 Esses parâmetros foram considerados com o intuito de se obter o preço total para cada combustão dos gases utilizados como combustíveis no processo oxicorte, levando em consideração o consumo de oxigênio gasto no processo. A Tabela (5) apresenta os dados obtidos no procedimento experimental: Tabela 5. Dados experimentais do processo de oxicorte (I). Fonte: Carlos, 2017. P [KPa] �̇�𝒄𝒐𝒎𝒃𝒖𝒔𝒕í𝒗𝒆𝒍 [Kg/s] 𝑻𝒊𝒏𝒊𝒄𝒊𝒂𝒍 [°C] 𝑻𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 [°C] ∆𝒕𝒑𝒐𝒏𝒕𝒐 𝒅𝒆 𝒓𝒖𝒃𝒓𝒐 [s] Acetileno 130,742 0,002090 30 491,5 17,2 GLP 130,742 0,001368 32 360 27,2 Através desses dados foi possível a obtenção das equações químicas de combustão balanceadas dos gases combustíveis com a utilização do software gratuito Gaseq®. Segundo Carlos (2017), “esse software tem sua modelagem computacionalbaseada no Método Lewis NASA desenvolvido por Svehla e McBride (1973)”. Com uma vasta biblioteca disponível, o Gaseq® apresenta seu princípio de funcionamento dado por um algoritmo iterativo capaz de formular a partir do levantamento do equilíbrio de massas das espécies e do equilíbrio termodinâmico a análise termo- química para algumas reações de combustão (Alencar, 2007). A interface do software é mostrada na Figura (15): 22 Figura 15. Interface do software Gaseq. Fonte: Morley, 2017 Para realizar a simulação das reações dos gases combustíveis no software, foram adotadas para os reagentes como condições de contorno as temperaturas e pressões de trabalho resultantes do procedimento experimental de cada reação. O gás combustível acetileno trabalhou com uma temperatura de 303 K (30°C) e pressão de 0,3 kgf/ cm2 . Já o GLP trabalhou com uma temperatura de 305 K (32°C) e pressão de 0,3 kgf/ cm2. Para fins de análise o GLP foi considerado como uma mistura de 50% de propano e 50% de butano. Por ser utilizado no processo oxicorte, o oxigênio foi o gás comburente adotado na realização das simulações. A Equação (7) apresenta a fórmula química da combustão incompleta do gás acetileno, enquanto as equações (8) e (9) mostram a fórmula química para a combustão incompleta do gás GLP: 2 C2H2 + 5 O2 → 1,044 CO2 + 0,912 H2O + 2,955 CO + 1,104 O2 + 0,825 OH + 0,690 H + 1,009 O + 0,329 H2 + CALOR (7) 23 C3H10 + 5 O2 → 1,210 CO2 + 2,786 H2O + 1,789 CO + 0,860 O2 + 0,854 OH + 0,464 H + 0,427 O + 0,553 H2 + CALOR (8) 2C4H10 + 13O2 → 3,230 CO2 + 6,938 H2O + 4,769 CO + 2,260 O2 + 2,186 OH + 1,184 H + 1,122 O + 1,376 H2 + CALOR (9) A partir das equações químicas balanceadas da combustão incompleta do acetileno e do GLP obteve-se o consumo de cada gás combustível e comburente em cada reação de combustão. A Tabela (6) apresenta esses valores. Tabela 6. Dados experimentais do processo de oxicorte (II). Fonte: Carlos, 2017. 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝒄𝒐𝒎𝒃𝒖𝒔𝒕í𝒗𝒆𝒍 [𝑲𝒈] 𝑪𝒐𝒏𝒔𝒖𝒎𝒐𝒐𝒙𝒊𝒈ê𝒏𝒊𝒐 [𝒎𝟑] Acetileno 0,04180 0,00338 GLP 0,02736 0,00418 Através do consumo dos gases utilizados no processo oxicorte, juntamente com o preço médio de custo praticado para cada gás no mercado, foi possível calcular o preço total por combustão do acetileno e do GLP. Os custos dos gases comburentes e combustíveis são fornecidos em US$/m3 e US$/Kg respectivamente. Os valores praticados no mercado para os gases utilizados no processo de corte oxicombustível são mostrados na Tabela (7): 24 Tabela 7. Custo dos gases utilizados. Fonte: White martins gases industriais ltda, 2017. O processo de cálculo do custo total por combustão de cada gás combustível pode ser constatado pela Equação (10): CT = (Consumo de gás combustível x Custo) + (Consumo de gás oxigênio x Custo) (10) Resultando-se assim em um preço por combustão para o acetileno de US$ 0,3871 e para o GLP de US$ 0,7542 (CARLOS, 2007). 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para uma análise econômica mais precisa entre os gases acetileno e GLP em sua utilização como combustíveis no processo oxicorte é necessário calcular o número de peças produzidas por cada gás diariamente. Esse processo é realizado com o intuito de se obter uma estimativa em relação ao lucro diário alcançado por cada gás. 5.1 Número de peças produzidas por cada gás combustível O número de peças produzidas ou cortadas por hora através da utilização de acetileno e GLP como gases combustíveis é calculado por uma relação que envolve a velocidade de corte da peça e seu comprimento linear. A Equação (11) mostra essa relação: Número de peças produzidas por hora = Velocidade de corte da peça por hora Comprimento Linear da Peça (11) Acetileno 𝟗, 𝟎𝟗 US$/Kg GLP 1,21 US$/Kg Oxigênio industrial 2,12 US$/m3 25 Segundo McQuade, o comprimento linear da peça (CL) é obtido utilizando-se a Equação (12): CL = comprimento da peça x 2 lados + largura da peça x 2 lados (12) As dimensões da peça analisada são mostradas na Figura (13), como visto anteriormente. O comprimento é de 259 mm (0,259 m) e a largura é de 222 mm (0,222 m). Pela Equação (8), tem- se que o comprimento linear da peça (CL) é de 0,962 metros. A velocidade de corte da peça varia segundo sua espessura. Diversos estudos apresentam a velocidade de corte da peça quando o acetileno é usado como gás combustível no processo oxicorte. Segundo Sebastião (1996) a velocidade de corte para uma espessura de 15,9 mm é de 46 cm/minuto (0,46 m/minuto). A peça utilizada no experimento apresenta uma espessura de 16 mm. Já que a diferença é irrisória, considera-se a velocidade de corte do acetileno como 0,46 m/minuto. A Equação (11) apresenta a velocidade de corte em horas, então deve-se multiplicar 0,46 por 60, resultando em uma velocidade de 27,6 metros/hora. Quando o gás combustível em análise é o acetileno pela Equação (11), obtém- se um número de peças produzidas por hora igual a 28,69 peças. Como frações de peças não são relevantes para este estudo, considera-se que 28 peças são produzidas por hora. Segundo dados da empresa de petróleo Indian Oil Corporation (2015) para uma espessura de 16 mm, a velocidade de corte do GLP é de 290 mm/minuto (0,29 m/minuto). Multiplica-se a velocidade de corte do GLP em metros/minuto por 60 para se obter a velocidade de corte em horas, resultando em uma velocidade de corte de 17,4 metros/hora. Quando o gás combustível em análise é o GLP através da Equação (11), tem- se o número de peças produzidas por hora igual a 18,08. Como dito anteriormente, frações de peças não são relevantes para este estudo, portanto o número de peças produzidas por hora é igual a 18. 26 *Valor da cotação do dólar em 27 de setembro de 2017: R$ 3,193 5.2 Custo de produção de cada peça Para se estimar o lucro diário obtido com a utilização de cada gás, é necessário primeiramente, o cálculo do custo de produção por peça (CPP). Pode-se chegar neste valor através da obtenção de mais duas variáveis: o custo de produção horário em relação ao consumo de cada gás combustível (CPG) e o custo por hora de trabalho para um operador de corte. Analisando-se inicialmente o acetileno, 28 combustões são realizadas por hora, pois 28 peças são produzidas. Cada combustão do acetileno, já levando em conta a quantidade de oxigênio gasta no processo, custa US$ 0,3871 (CARLOS, 2017). Logo, 28 combustões do acetileno totalizam um custo de produção horário em relação ao consumo de gás igual a US$ 10,84. Com a utilização do mesmo método analítico para o GLP, tem-se que: 18 combustões são realizadas por hora, pois 18 peças são produzidas. Cada combustão do GLP, já considerando a quantidade de oxigênio consumida no processo, custa US$ 0,0419 (CARLOS, 2017). Portanto, o custo de produção horário em relação ao consumo de gás, quando são realizadas 18 combustões do GLP é de US$ 0,75. Para uma análise mais precisa do custo de produção por peça, o salário de um operador de corte também é levado em consideração. Neste estudo, considerou- se um salário médio de R$ 1.800,00* (US$ 563,73) por mês, com um fator de encargos sociais igual a 1,8, que deve ser multiplicado ao salário mensal. Uma jornada de trabalho de oito horas diárias, com uma média de 22 dias úteis no mês foram consideradas (FONSECA, 2017). Desta maneira, através da Equação (13), foi possível chegar em um custo por hora de trabalho para um operador de corte de US$ 5,7654. Custo do operador (US$ hora) =⁄ Salário (US$ mês) ∗ Fator de encargos⁄ Horas trabalhadas por mês (hora mês)⁄ (13) Com a utilização do custo de produção horário em relação ao consumo de cada gás combustível e do custo por hora de trabalho para um operador de corte, através da Equação (14), pode-se calcularo custo de produção por peça para ambos os casos. 27 O custo de produção por peça quando o acetileno é utilizado como gás combustível é de US$ 0,59. Quando o GLP é utilizado como gás combustível, o custo de produção por peça cai para US$ 0,36. CPP = CPG + custo do operador por hora número de peças produzidas por cada gás (14) 5.3 Lucro diário alcançado por cada gás Já que o custo de produção por peça foi calculado para cada gás, pode-se agora estimar seu lucro diário. Considera-se para esta estimativa um lucro de 100% na venda de cada peça produzida. Outra consideração importante a se fazer é do número de horas de trabalho diárias. Como 8 horas diárias de trabalho foram consideradas anteriormente para o cálculo do custo de um operador de corte, adota- se este valor para se estimar o lucro diário alcançado por cada gás (LDG). Com o auxílio da Equação (15), que mostra uma relação entre o custo de produção por peça, o número de peças produzidas por hora e o número de horas trabalhadas por dia, o lucro diário alcançado por cada gás foi encontrado. O lucro diário alcançado pelo acetileno foi de US$ 132,83, já o lucro alcançado pelo GLP foi de US$ 52,15. LDG = (2CPP − CPP) ∗ número de peças produzidas por hora ∗ 8 (15) O GLP apresenta um custo de produção por peça inferior quando comparado ao acetileno, esperando-se assim um lucro diário maior. A análise do lucro diário alcançado pelo GLP mostra o oposto. Embora o custo de produção por peça do GLP seja menor que do acetileno, o número de peças produzidas também será inferior devido a sua baixa velocidade de corte se comparada a do acetileno, levando-o assim a um lucro menor. 5.4 Análise Econômica do Processo Com o valor obtido pelo lucro diário de cada gás foi possível realizar uma análise comparativa entre o GLP e o acetileno, obtendo-se assim a viabilidade econômica referente ao uso destes gases como combustíveis no processo oxicorte. 28 *Valor da cotação do dólar em 27 de setembro de 2017: R$ 3,193 Para esta análise utilizou-se dois dos principais métodos determinísticos de avaliação de projetos de investimentos: o Método do Valor Presente Líquido (VPL) e o Método da Taxa Interna de Retorno (TIR). 5.4.1 Valor Presente Líquido O valor presente líquido de um projeto é definido pela soma de valores presentes de cada um dos fluxos de caixa, que saõ denominados de fluxo de entrada (lucro) e fluxo de saída (gastos), podendo admitir-se valores positivos ou negativos, ocorrendo ao longo da vida do projeto. “Ou seja, consiste na comparação de todas as entradas e saídas de dinheiro de um fluxo de caixa na data de início (data de hoje)” (SAMANEZ, 2007). A Equação (16) apresenta a solução geral para o método determinístico VPL: 𝑉𝑃𝐿 = ∑ 𝐹𝐶𝑗 (1 + 𝑖)𝑗 − 𝐹𝐶0 𝑛 𝑗=1 (16) Onde : FCj = Valores de entrada ou saída do caixa em cada período de tempo; FC0 = Valor do investimento inicial; j = enésimo período no tempo em que o dinheiro será investido no projeto; n = número de períodos j; i = taxa de desconto do projeto. Existe uma regra para tomada de decisão sobre o VPL de projetos independentes: Se o VPL > 0, irá ocorrer um ganho adicional ou lucro extra gerado pelo projeto (expresso em valores de hoje) em relação ao mesmo investimento aplicado à taxa de desconto. Pode-se afirmar então que o investimento será atrativo.Se o VPL < 0, irá ocorrer uma perda, e o investimento não será atrativo. Para o cálculo do VPL em ambos os casos, considerou-se um investimento inicial de R$ 5.000,00* (US$ 1.565,93), que é o valor médio pago pelos equipamentos utilizados no mercado brasileiro para se fazer o corte das peças. Tendo em vista que o controle do fluxo de 29 entrada e saída é feito apenas pelo valor do lucro diário obtido por cada gás, utiliza- se um período de tempo para análise de 1 ano (12 meses) . A taxa de desconto dos fluxos de caixa do projeto também é conhecida como taxa mínima de atratividade (TMA), simbolizando o retorno esperado pelo investidor do projeto (BRASIL, 2002). Neste estudo, em ambos os casos, utilizou-se uma taxa de desconto para o projeto de 1% ao mês, ou seja, espera-se obter 1% do investimento inicial mensalmente. O fluxo de entrada e saída foi calculado mensalmente, uma vez que o período de tempo considerado para análise apresenta unidades mensais. Obteve-se o fluxo de entrada mensal para cada caso multiplicando seu lucro diário por 22 dias úteis no mês. Para alcançar o fluxo de saída considerou-se uma taxa de depreciação do equipamento de 0,833% ao mês, tendo em vista que esse tipo de aparelhagem apresenta uma taxa anual de depreciação de 10%. Através da Equação (17) obteve- se o valor do fluxo de entrada e saída para cada gás. O fluxo de entrada e saída mensal para o acetileno foi de US$ 2.791,87 e para o GLP foi de US$ 1.017,01. 𝐹𝐶𝑗 = (𝐿𝐷𝐺 ∗ 22) − (0,0833 ∗ 1.565,93) (17) A Tabela (8) mostra as variáveis utilizadas para o cálculo do VPL em cada caso. Tabela 8 – Variáveis utilizadas para calculo de VPL Gás Acetileno GLP Fluxo de entrada e saída Mensal US$ 2.791,87 US$ 1.017,01 Período 12 meses 12 meses Taxa de desconto 1% ao mês 1% ao mês Investimento inicial US$ 1.565,93 US$ 1.565,93 Com os valores do fluxo de entrada e saída alcançado mensalmente pelo acetileno e pelo GLP, pôde-se calcular com o auxílio da Equação (16), seus respectivos VPL’s. O VPL quando o acetileno é utilizado como gás combustível atingiu um valor de US$ 29.856,76. Quando o GLP é utilizado como gás combustível, o VPL atingiu um valor de US$ 9.880,58. 30 Para fazer a comparação entre esses dois valores e escolher o mais rentável, deve-se levar em consideração o investimento que possui o maior valor para o VPL, isso se deve porque esse método determinístico representa o quanto de riqueza será agregado ao investidor em valores de hoje. Então, escolher o projeto que apresenta um maior VPL significa escolher a alternativa que gera maior riqueza (TAVARES, 2008). Portanto, quando o método determinístico em análise de avaliação de projetos de investimentos é o VPL, deve-se optar pelo acetileno como gás combustível no processo oxicorte. 5.4.2 Taxa Interna de Retorno A taxa interna de retorno (TIR) de um projeto é definida como a taxa de desconto (juros) que iguala, em um determinado instante de tempo, o valor presente do fluxo de entrada (recebimentos) com o valor presente do fluxo de saída (gastos) (PEREIRA, 2008). Também pode ser denotada como sendo uma taxa de desconto que torna o valor presente líquido de um projeto igual a zero. A taxa interna de retorno pode ser obtida igualando-se o valor presente líquido a zero. A Equação (18) mostra essa relação: 𝑉𝑃𝐿 = 0 = ∑ 𝐹𝐶𝑗 (1 + 𝑇𝐼𝑅)𝑗 + 𝐹𝐶0 𝑛 𝑗=1 (18) Onde : FCj = Valores de entrada ou saída do caixa em cada período de tempo; FC0 = Valor do investimento inicial; j = enésimo período no tempo em que o dinheiro será investido no projeto; n = número de períodos j; VPL = valor presente líquido; TIR = Taxa interna de retorno. As mesmas considerações feitas para o cálculo do valor presente líquido foram utilizadas para calcular a taxa interna de retorno, já que as variáveis dos processos não se alteram. Com os valores apresentados na Tabela (7) pôde-se calcular a TIR para utilização dos gases acetileno e GLP como combustíveis no processo oxicorte. 31 Como a TIR é uma taxa de juros, ela é dada em porcentagem. A TIR para o acetileno atingiu um valor de 178,29 % e para o GLP atingiu um valor de 64,78%. Para se comparar dois valores de TIR e optar pelo mais viável deve-se, primeiramente, verificar se a taxade juros é maior que o custo de capital (taxa mínima de atratividade). Logo em seguida, em casos de valores de TIR diferentes, escolhe- se o maior valor dentre os dois. Isso ocorre porque o maior valor deste método determinístico representa o investimento que proporciona o maior retorno (PEREIRA, 2008). Logo, também deve-se optar pelo uso de acetileno como gás combustível no processo oxicorte quando o método determinístico em análise é o TIR. 6 CONCLUSÃO Atualmente no mercado, as empresas que utilizam o processo de corte por oxicombustível em sua linha de produção geralmente optam por escolher o acetileno e o GLP como gases combustíveis. O acetileno é utilizado por apresentar alta temperatura de chama, alta taxa de propagação de chama e alto potencial energético, características consideradas ideais para eficiência do corte. Já o GLP é utilizado frequentemente pelo seu preço, valor muito inferior em relação aos outros gases utilizados como combustíveis. Também é indicado por ser uma fonte de energia barata, menos poluente e ter seu armazenamento, transporte e operação de maneiras mais seguras, se comparado a outras fontes de energia Este estudo avaliou a viabilidade econômica em relação a utilização dos gases como combustíveis no processo oxicorte através do uso do valor presente líquido (VPL) e da taxa interna de retorno (TIR), dois métodos determinísticos de avaliação de projetos de investimentos. Embora apresentem um custo por combustão muito diferente, sendo o GLP muito mais barato, o acetileno se mostra o gás mais vantajoso devido a sua alta eficiência e por possuir velocidade de corte muito superior a do GPL. Isto acontece porque estas variáveis interferem diretamente no custo de corte do projeto, resultando em um lucro diário maior para o acetileno. Um valor superior do lucro diário para o acetileno também propicia valores maiores de valor presente líquido e de taxa interna de retorno se comparados com os valores obtidos pelo GPL, isso torna este gás o mais viável economicamente. Desta 32 forma o acetileno aparece como opção mais atrativa em relação ao GLP quando utilizados como combustíveis no processo oxicorte. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGOSTINI, M. H. Processos de corte industriais. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de Piracicaba, Piracicaba, 2006. ALBURQUEQUE, A. P. et al., Relação Contratual entre Distribuidor e Revendedor de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): Estudo de Caso para o Mercado de João Pessoa / PB Análise Econômica, Porto Alegre, ano 28, n. 53, p. 269-282, mar. 2010 ANGELI, L. L. P. Comparação de características do processo de corte a plasma com o oxicorte. 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