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CONSUMO AUDIOVISUAL NA ERA DO IMEDIATISMO CULPI, Julia Fernanda1 RESUMO: O consumo audiovisual tem passado por constantes mudanças ao longo dos anos. A digitalização, a internet e o conteúdo On Demand provocam transformações na maneira em que a nova geração consome produtos audiovisuais. Isso ocorre devido à velocidade e à quantidade de informações a que somos expostos diariamente, nos tornando imediatistas. Com isso, novos desafios e oportunidades surgem no mercado audiovisual e o produtor de conteúdo necessita estar sempre atualizado para lidar com consumidores mais exigentes, ansiosos e com fácil acesso a múltiplos canais audiovisuais. O presente artigo busca identificar os hábitos de consumo audiovisual da geração imediatista, sua origem e como isso reflete na maneira de se produzir conteúdo digital em diferentes plataformas, seja para redes sociais, YouTube ou serviços de streaming. PALAVRAS-CHAVE: Conteúdo audiovisual; Imediatismo; YouTube; Nativos digitais. INTRODUÇÃO O audiovisual vem passando por transformações significativas no século XXI, tanto no que diz respeito à linguagem cinematográfica, quanto na produção e distribuição de obras de áudio e vídeo. Para Philippe Dubois (2004), o vídeo não é mais somente uma forma de narrar acontecimentos, e sim, um modo de se expressar através de imagem e som. O autor aponta que, desde o seu surgimento, o vídeo sempre tem algo “novo” para mostrar, isso ocorre desde a criação da fotografia em 1839, do cinematógrafo em 1895 pelos irmãos Lumiére, do cinema mudo, da expansão cinematográfica durante a Segunda Guerra Mundial e do surgimento da televisão, em que o audiovisual passou a ser consumido com mais facilidade pelos espectadores. A expressão “novas tecnologias” no domínio das imagens nos remete hoje a instrumentos técnicos que vêm da informática e permitem a fabricação de objetos visuais. Uma perspectiva histórica elementar mostra claramente, porém, que não foi preciso esperar o advento do computador para engendrar imagens sobre bases tecnológicas. (DUBOIS, 2004, p. 31). Em 124 anos de audiovisual, o que antes era consumido somente em salas de cinema, em preto e branco e sem diálogos em áudio, hoje, graças ao avanço tecnológico, assistimos nas mais variadas telas e aparelhos, como televisores, smartphones, computadores e tablets, sem 1 Analista de marketing, graduada no curso de Tecnologia em Comunicação Institucional, UFPR e pós-graduanda em Marketing e Mídias Digitais, FGV. Contato: ju.culpi9@gmail.com contar a quantidade infinita de conteúdo que temos acesso por conta da Internet. Continuamos vivenciando a novidade a cada dia. Tal mudança começou a se tornar mais visível desde a evolução da tecnologia no final dos anos 90 e início dos anos 2000, com a criação das redes sociais e, principalmente, do YouTube em 2005, que tornou a possibilidade de produzir e divulgar vídeos muito mais acessível. O modo de consumir audiovisual não está mais nas mãos de grandes produtoras ou emissoras, e sim, na Internet e em suas diversas plataformas. Com isso, o mercado audiovisual começou a se tornar muito mais forte. A quantidade de vídeos vistos no YouTube hoje, segundo dados do YouTube Official Blog2, já ultrapassa 4 milhões e redes sociais como Facebook e Instagram também não ficam para trás. Nos últimos 10 anos, começamos a presenciar o surgimento dos chamados “nativos digitais”, que já nascem completamente habituadas com a tecnologia em suas vidas. (...) nativos digitais, podem tomar decisões de compra em qualquer lugar e a qualquer momento, envolvendo uma grande variedade de dispositivos. (KOTLER, 2017, p. 34). Essa geração está revolucionando o modo de consumo do audiovisual, por isso, criar um canal atrativo e que supra as necessidades dos nativos digitais é o grande desafio do produtor de conteúdo, visto que eles estão a cada dia mais conectados. Cabe ao profissional de audiovisual entender como funciona essa integração, bem como os novos formatos e técnicas que estão sendo utilizadas hoje na criação de conteúdo em áudio e vídeo. A convergência envolve uma transformação tanto na forma de produzir quanto na forma de consumir os meios de comunicação. (JENKINS, 2009, p. 44). A convergência vem sido discutida por Jenkins há mais de 10 anos, e hoje podemos dizer que para ser visto, é necessário imergir totalmente na internet, que contém mais conteúdo do que qualquer outro canal. Por isso, o produtor de conteúdo audiovisual deve entender que a convergência não é só uma nova forma de consumir de conteúdo, e sim, uma nova cultura que os nativos digitais vem trazendo, visto que eles já nasceram expostos a essa tecnologia, e essa realidade rápida, prática e imediata é a única que eles conhecem e vivenciam. 2 Dados do YouTube Official Blog, disponível em: <https://youtube.googleblog.com/2012/07/heres-your-invite- to-reuse-and-remix-4.html> https://youtube.googleblog.com/2012/07/heres-your-invite-to-reuse-and-remix-4.html https://youtube.googleblog.com/2012/07/heres-your-invite-to-reuse-and-remix-4.html As possibilidades audiovisuais são imensas, tanto para produzir o conteúdo, quanto para distribuí-lo em diferentes plataformas e canais que exigem linguagens e formatos distintos. 1 NATIVOS DIGITAIS Os nativos digitais, também conhecidos como Geração Z são aqueles que imergiram na tecnologia desde cedo. De acordo com a Época Negócios3, eles correspondem a cerca de 30% da população mundial e têm idade entre 10 e 18 anos. Para Prensky (2001), o que mais representa essa geração é o fato deles a conseguirem realizar diferentes tarefas ao mesmo tempo, com uma rapidez de aprendizado muito mais alta do que as gerações anteriores. Além disso, os nativos digitais enxergam a tecnologia como algo natural, uma realidade. Essa geração está altamente conectada desde cedo, tanto que é comum vermos crianças de 5 anos de idade já sabendo navegar na internet e se entretendo com vídeos do YouTube, por exemplo. Muitas delas já até produzem o seu próprio conteúdo audiovisual para outras crianças, sendo que, segundo a Revista Crescer4, 47% ou têm seu próprio canal no YouTube ou acompanham um youtuber com frequência. Todos nós estamos acostumados a receber diversas informações diariamente, a todo momento e em qualquer lugar, algo que os nativos digitais conseguem lidar com muito mais facilidade, já que essa disponibilidade imediata molda totalmente seus hábitos em relação ao comportamento, consumo e maneira como se relacionam com outras pessoas. É verdade que, sendo nativos digitais, os consumidores jovens são os primeiros a adotar a conectividade, mas eles inspiram os mais velhos a fazerem o mesmo. Além disso, à medida que a população mundial envelhece, os nativos digitais se tornam maioria, e assim a conectividade acabará se tornando o novo normal. (KOTLER (2017, pg. 38). A Geração Z ainda está crescendo e, com o tempo, se tornará maioria. Por isso, é necessário que os produtores de conteúdo audiovisual conheçam seu público e saibam como saciar as vontades e a ansiedade de pessoas que tendem a ficar cada dia mais conectadas. É importante entendermos que não se trata somente de uma mudança tecnológica, e sim, de uma mudança de pensamento, comportamento e de necessidades como indivíduos num mundo gradativamente conectado e interativo. 3 Dados da Época Negócios, disponível em <https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/08/geracao- z-sera-maioria-em-2019.html> 4 Dados da Revista Crescer, disponível na Folha de São Paulo: <https://f5.folha.uol.com.br/viva- bem/2018/06/47-das-criancas-tem-canal-ou-youtuber-que-acompanha-com-frequencia-diz-pesquisa.shtml> https://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/08/geracao-z-sera-maioria-em-2019.htmlhttps://epocanegocios.globo.com/Mundo/noticia/2018/08/geracao-z-sera-maioria-em-2019.html https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2018/06/47-das-criancas-tem-canal-ou-youtuber-que-acompanha-com-frequencia-diz-pesquisa.shtml https://f5.folha.uol.com.br/viva-bem/2018/06/47-das-criancas-tem-canal-ou-youtuber-que-acompanha-com-frequencia-diz-pesquisa.shtml 2 IMEDIATISMO E CULTURA DA CONVERGÊNCIA A realidade da nossa sociedade hoje compreende pessoas muito mais apressadas, ansiosas e estressadas, com vontades imediatas. A facilidade de ter tudo conectado e interligado faz o processo de comunicação se tornar mais rápido e instantâneo. Assim, como artistas e ‘trabalhadores culturais’ que não têm a intenção de desistir da atividade da média que escolhemos, nós apesar disso pedimos a nós próprios uma extrema consciência do imediato, assim como o comando de certos meios diretos de implementar essa consciência de forma lúdica, imediatamente (já) e imediatamente (sem mediação). (BEY, 1992, pg. 17). O imediatismo é uma consequência do avanço da tecnologia em nossa sociedade. Quanto mais conteúdo consumimos, mais queremos consumir e o mais rápido possível. Isso acontece de maneira desenfreada, fazendo com que a inovação e a objetividade na forma de produzir e distribuir conteúdo sejam essenciais. O audiovisual também tem enfrentado transformações, principalmente com o surgimento do streaming e conteúdos On Demand, que deixam a experiência de assistir um vídeo ou a um filme muito mais prática e a poucos cliques de distância. Por isso, o mercado audiovisual como um todo necessita estar totalmente imerso nas novas formas de consumir conteúdo e nas demasiadas plataformas que tendem a ser interligadas. Tal fato está totalmente conectado à cultura da convergência defendida por Jenkins (2009), que afirma que essa conectividade multiplataforma é uma convergência moldada de acordo com as novas tendências e hábitos de consumo. Graças à proliferação de canais e à portabilidade das novas tecnologias de informática e telecomunicações, estamos entrando em uma era em que haverá mídias em todos os lugares. (...) Prontos ou não, já estamos vivendo numa cultura da convergência. (JEKINS, 2009, pg. 43). A teoria de Jenkins hoje se faz mais real do que nunca, pois, as mídias já estão em todos os lugares e o on-line e off-line se integram mais a cada dia. A geração imediatista aumenta o consumo desenfreado e tende a transformar as maneiras que qualquer produto ou serviço é vendido hoje. Além disso, força que tais transformações sejam feitas constantemente, já que com o imediatismo, tudo se torna obsoleto de maneira frenética. E, com esse mercado exigente, rapidez e qualidade precisam andam lado a lado. 3 O AUDIOVISUAL NOS ÚLTIMOS ANOS O audiovisual é um dos setores que mais cresce no mundo inteiro, sendo responsável por gerar cerca de 98 mil empregos e 25 bilhões de reais todo o ano no Brasil, de acordo com pesquisa realizada no Festival de Gramado5. Além disso, nos anos de 2002 até 2017, os ingressos vendidos de cinema nacional somaram 2,6 bilhões de reais, número que continua crescente. Em relação à economia, é possível observar no gráfico da Pesquisa Anual de Serviços 2007-2014, do IBGE6, que o lucro do mercado audiovisual é grande e o valor total mostra taxa de aumento. Fonte: IBGE (Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Comércio 2007- 2014, Pesquisa Anual de Serviços 2007-2014. Elaboração: ANCINE / SEC). Analisando os dados, podemos concluir que o mercado audiovisual brasileiro tem se mostrado mais presente nos últimos anos e isso acontece tanto pelo aumento das produtoras e distribuidoras a produzirem filmes, tanto por iniciativas governamentais. Quando falamos sobre o audiovisual na era da internet, temos que citar o YouTube, que, de acordo com a Gizmodo Brasil7, possui mais de um bilhão de usuários, sendo que a cada minuto são recebidas cerca de 300 horas de vídeo no site. Além do número de horas assistidas 5 Dados do Festival de Gramado, disponível em: <http://www.festivaldegramado.net/pib-do-audiovisual-supera- o-da-industria-farmaceutica-no-brasil/> 6 Dados da Pesquisa Anual de Serviços 2007-2014, do IBGE, disponível em <https://oca.ancine.gov.br/valor- adicionado-pelo-setor-audiovisual-2016> 7 Dados da Gizmodo Brasil, disponível em: <https://gizmodo.uol.com.br/inicio-historia-youtube/> http://www.festivaldegramado.net/pib-do-audiovisual-supera-o-da-industria-farmaceutica-no-brasil/ http://www.festivaldegramado.net/pib-do-audiovisual-supera-o-da-industria-farmaceutica-no-brasil/ https://oca.ancine.gov.br/valor-adicionado-pelo-setor-audiovisual-2016 https://oca.ancine.gov.br/valor-adicionado-pelo-setor-audiovisual-2016 https://gizmodo.uol.com.br/inicio-historia-youtube/ aumentar 50% a cada ano. Por isso, a produção de conteúdo para o YouTube é essencial para quem trabalha com audiovisual. Além disso, outra evolução notória do audiovisual em termos de distribuição é com os serviços de streaming, que, segundo a Cuponation8, entre 2014 e 2017 teve um aumento de 90% no Brasil, com destaque para o uso de dispositivos móveis, tornando o nosso país o 6º maior consumidor de streaming de filmes e séries do mundo. O audiovisual tem sofrido um grande avanço em termos de produção e distribuição, e, com isso, o aumento do consumo imediato, principalmente dos nativos digitais, faz com que quem produz conteúdo tenha que se adequar a formatos que sejam atrativos ao seu público. Com a evolução da tecnologia, os consumidores de audiovisual têm acesso a um catálogo infinito de possibilidades, o que aumenta significativamente sua experiência e torna o mercado muito mais amplo. Com as diferentes formas de assistir a produções audiovisuais, a possibilidade de o próprio consumidor produzir o seu conteúdo é muito grande, por conta da facilidade de fazer e distribuir o seu produto nas diferentes plataformas disponíveis na internet. Por isso que hoje, é comum vermos produtoras e diretores de cinema renomados lançarem suas obras diretamente em serviços de streaming, como é o caso do diretor Alfonso Cuarón, que lançou o filme “Roma” em 2018 somente na Netflix, tendo sido indicado a 10 Óscares e levando 3, nas categorias de melhor fotografia, melhor diretor e melhor filme estrangeiro. Exemplos como esse reforçam ainda mais a convergência midiática. 4 HÁBITOS DE CONSUMO DOS NATIVOS DIGITAIS Os nativos digitais possuem um hábito de consumo imediatista, estando sempre conectados e antenados às tendências, tanto para se informar, quanto para estar por dentro do que está acontecendo no mundo, visto que essa geração é extremamente curiosa. De acordo com a pesquisa do Neil Patel9, o Facebook conta com 127 milhões de usuários ativos mensais apenas no Brasil. Em seguida temos o YouTube com 100 milhões de usuários/mês e depois o Instagram, com 65 milhões de usuários em 2019 no Brasil, além de ser a rede social preferida entre os brasileiros, segundo a Rock Content10. 8 Dados da Cuponation, disponível em: <https://www.cuponation.com.br/insights/streamings-2019> 9 Dados do Neil Patel, disponível em: <https://neilpatel.com/br/blog/redes-sociais-mais-usadas/> 10 Dados do Rock Content, disponível em: <https://rockcontent.com/blog/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/> https://www.cuponation.com.br/insights/streamings-2019 https://neilpatel.com/br/blog/redes-sociais-mais-usadas/ https://rockcontent.com/blog/redes-sociais-mais-usadas-no-brasil/ Fonte: Rock Content O tempo de permanência nas redes sociais também é algo a se considerar. De acordo com a pesquisa da HootSuite e We Are Social11, o brasileiro fica, em média, 9 horas por dia conectado, sendo que destas, 4 são em conexões móveis.Em relação ao YouTube, de acordo com o Mídia Interessante12, 60% dos acessos são por via smartphone ou tablet e as pessoas passam 40 minutos do dia na plataforma, que equivale a aproximadamente 4 a 5 horas por semana. Os assuntos que mais interessam os nativos digitais são de cunho educativo, já que, segundo o Centro Pew de Pesquisa13, 80% dos nativos digitais utilizam vídeos para aprender. Além disso, 7 em cada 10 usuários afirmam que assistir YouTube ajuda eles a fugir do estresse, por isso, vídeos de entretenimento também são muitos consumidos por essa geração. 11 Dados da Hootsuit e We Are Social, disponível no G1 Em Movimento em: <https://g1.globo.com/especial- publicitario/em-movimento/noticia/2018/10/22/brasileiro-e-um-dos-campeoes-em-tempo-conectado-na- internet.ghtml> 12 Dados do Mídia Interessante, disponível em: <http://midiainteressante.com/2016/10/dados-youtube-canais- existem-internet-mundial.html> 13 Dados do Centro Pew de Pesquisa, disponível no Think With Google em: <https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/advertising-channels/v%C3%ADdeo/quer-entender-geracao-z-o- youtube-mostra-o-caminho/> https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/2018/10/22/brasileiro-e-um-dos-campeoes-em-tempo-conectado-na-internet.ghtml https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/2018/10/22/brasileiro-e-um-dos-campeoes-em-tempo-conectado-na-internet.ghtml https://g1.globo.com/especial-publicitario/em-movimento/noticia/2018/10/22/brasileiro-e-um-dos-campeoes-em-tempo-conectado-na-internet.ghtml http://midiainteressante.com/2016/10/dados-youtube-canais-existem-internet-mundial.html http://midiainteressante.com/2016/10/dados-youtube-canais-existem-internet-mundial.html https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/advertising-channels/v%C3%ADdeo/quer-entender-geracao-z-o-youtube-mostra-o-caminho/ https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/advertising-channels/v%C3%ADdeo/quer-entender-geracao-z-o-youtube-mostra-o-caminho/ Já quando falamos de filmes e séries, a Hub Entertainment Research14 aponta que a Netflix lidera o ranking de acessos, sendo responsável por 13,75% do tráfego de internet no mundo. Na plataforma, 37% dos conteúdos mais consumidos são de séries originais da Netflix, o que demonstra a força do streaming. Em seguida ficam as sérias licenciadas, com 34% e 29% filmes do catálogo. Quando se fala sobre consumo de audiovisual por meio de serviços On Demand, de acordo com a Research, Society and Development15, 56,2% dos nativos digitais preferem fazer maratona de episódios das suas sérias preferidas e 83,2% possuem interesse nas escalas entre 7 e 10 por conteúdo audiovisual. Ainda nesta pesquisa, foi comprovado que, 47% destes jovens dizem ser mais imediatistas do que consumistas, ou seja, preferem apreciar os conteúdos na hora, local e momento que bem entenderem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os nativos digitais nasceram na tecnologia e vivem lado a lado suas transformações, o que gera um impacto na forma em que pensam, agem e se comportam. Hoje, podemos afirmar que essa geração é moldada pela conectividade, instantaneidade e imediatismo, pois a rapidez e quantidade de conteúdo que somos expostos diariamente é grande. O on-line e o off-line já não se distinguem tanto como antigamente e as redes sociais consomem uma parte considerável do nosso dia, principalmente as que possibilitam o consumo de conteúdo em áudio e vídeo. Com base nas pesquisas apresentadas, pode-se afirmar que os nativos digitais são indivíduos muito opinantes, que gostam de estar por dentro das tendências mundiais. Com isso, o conteúdo audiovisual começa a se tornar muito relevante para essa nova geração, seja através de vídeos que transmitem algum conhecimento ou de entretenimento puro. O imediatismo nesta geração está se tornando mais comum e frequente, mostrando que veio para ficar. Por isso, o desafio dos produtores de conteúdo audiovisual é saciar esses jovens com inovação e qualidade. 14 Dados da pesquisa New TV Times and Places, disponível no Hub Entertainment Research em: <https://hubresearchllc.com/reports/?category=2018&title=2018-new-tv-times-and-places> 15 Dados do artigo A Geração Imediatista e a Comunicação Audiovisual, disponível no Research, Society and Development em <https://www.researchgate.net/publication/330749069_A_geracao_imediatista_e_a_comunicacao_audiovisual> https://hubresearchllc.com/reports/?category=2018&title=2018-new-tv-times-and-places https://www.researchgate.net/publication/330749069_A_geracao_imediatista_e_a_comunicacao_audiovisual Estar presente em todas as plataformas é essencial, já que o fato de poder navegar em mídias sociais diferentes é algo que atrai os jovens e possibilita que o produtor de conteúdo possa criar produtos audiovisuais de diversos formatos e categorias. O audiovisual está alcançando mais pessoas ao longo dos anos. A internet possibilita ao produtor de conteúdo diversas possibilidades de criação, pois existe público para todos e nichos poucos explorados. Ou seja, a era imediatista também proporciona liberdade para quem produz vídeos, tanto para criar, como para distribuir. Quando pensamos no futuro, precisamos levar em conta que a convergência de mídias é algo mais do que real, e os próximos conteúdos que vão dominar o consumo serão aqueles que saibam trabalhar de maneira transmidiática e interativa. Portanto, pode-se concluir que, para produzir conteúdo na era imediatista, não existe uma regra ou fórmula a ser seguida, porém, é necessário focar em produtos audiovisuais que convergem entre as diferentes mídias e levem consigo a interatividade. Dessa forma, o audiovisual consegue alcançar mais pessoas e inovar na forma em que é produzido e distribuído. 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