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Organização e representação da informação e do conhecimento
Chapter · September 2012
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TECHNOLOGY AND DATA MINING RESOURCES TO SUPPORT TEACHERS IN THE PROCCESS OF ASSESSING UNGRADUATE STUDENTS IN DISTANCE LEARNING COURSES
MEDIATED BY MOODLE VIRTUAL LEARNING ENVIRONMENT View project
José Leonardo Oliveira Lima
Universidade Estadual de Goiás
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All content following this page was uploaded by José Leonardo Oliveira Lima on 21 September 2015.
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https://www.researchgate.net/publication/281969932_Organizacao_e_representacao_da_informacao_e_do_conhecimento?enrichId=rgreq-e8717304394d4921c2112ca68db3ce9c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MTk2OTkzMjtBUzoyNzYxMTQ0NjM1MjI4MThAMTQ0Mjg0MjIyNjcwOQ%3D%3D&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf
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https://www.researchgate.net/project/TECHNOLOGY-AND-DATA-MINING-RESOURCES-TO-SUPPORT-TEACHERS-IN-THE-PROCCESS-OF-ASSESSING-UNGRADUATE-STUDENTS-IN-DISTANCE-LEARNING-COURSES-MEDIATED-BY-MOODLE-VIRTUAL-LEARNING-ENVIRONMENT?enrichId=rgreq-e8717304394d4921c2112ca68db3ce9c-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzI4MTk2OTkzMjtBUzoyNzYxMTQ0NjM1MjI4MThAMTQ0Mjg0MjIyNjcwOQ%3D%3D&el=1_x_9&_esc=publicationCoverPdf
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Capítulo 1
Organização e representação da 
informação e do conhecimento
José Leonardo Oliveira Lima
Lillian Alvares
Desde o princípio das civilizações, o ser humano utiliza diversos recursos 
para simbolizar a realidade que o circunda. Ao produzir pinturas rupestres, 
o homem pré-histórico desenhava figuras que retratavam práticas do seu 
cotidiano. Ao trazer à análise esses artefatos arqueológicos, pode-se deduzir 
sobre o ambiente, a realidade, os detalhes da cultura e do modo de vida 
daqueles povos. A pintura, nesse caso, foi um elemento usado para a re-
presentação da realidade. Representar significa colocar “algo em lugar de”, 
conforme define Alvarenga (2003). A representação das coisas é atrelada ao 
conceito de substituição. Representando, criamos uma relação entre o que 
se apresenta e o signo, num ato de substituição, mas que não pode deixar 
de ser um gesto de conhecimento (PINTO, 2010).
Representar é o ato de utilizar elementos simbólicos – palavras, figuras, 
imagens, desenhos, mímicas, esquemas, entre outros – para substituir um 
objeto, uma ideia ou um fato. Para ilustrar resumidamente o ato de repre-
sentar, segue uma adaptação livre da história do surgimento do sistema de 
contagem decimal: um pastor, para representar as ovelhas do seu rebanho, 
colocava, para cada uma, uma pedrinha em um saquinho. Quando queria 
conferir o rebanho, bastava comparar cada ovelha com uma pedrinha. Po-
rém, à medida que o rebanho se multiplicava, o pastor se viu obrigado a 
carregar sacos pesados de pedras para representar as ovelhas, o que o forçou 
pensar em outra forma de representação. Em vez de carregar dez pedras 
para simbolizar dez ovelhas, criou uma simbologia em que cada dedo da 
mão representava uma ovelha. Assim, uma pedra passou a equivaler aos 
22 Organização da Informação e do Conhecimento
dez dedos das mãos, ou seja, dez ovelhas. Um pedaço de pau equivalia a 
dez pedras (como cada pedra equivalia a 10 ovelhas, então o pedaço de pau 
equivalia a 100 ovelhas). Nesse exemplo, os dedos, pedras e paus serviram 
para representar as unidades, dezenas e centenas, respectivamente. 
Na comunicação oral também precisamos da representação. O ser hu-
mano utiliza o idioma, que é uma atribuição simbólica que possibilita a 
transmissão de uma mensagem para outra pessoa. A representação simbó-
lica (o idioma) deve ser dominada tanto pelo emissor como pelo receptor, 
ou seja, precisa ser de comum entendimento para que a comunicação possa 
ser transmitida e posteriormente compreendida por quem a recebe. Na tra-
dição oral, conforme lembra Kenski (2003), fazia-se necessário o contato 
pessoal para o repasse e a perpetuação dos conhecimentos entre as gerações, 
o que envolvia proximidade temporal e espacial entre os interlocutores. Na 
falta dos interlocutores, os saberes dos antepassados eram perdidos.
A partir do momento em que o homem começa a utilizar símbolos 
– não somente para representar, mas também para registrar a realidade e 
as ideias – ele começa a deixar pistas e elementos para a perpetuação dos 
saberes. O surgimento da escrita, que é uma representação registrada em 
suportes diversos – madeira, pedra, papel, entre outros –, promoveu um 
salto na produção e disseminação do conhecimento humano, que passou a 
independer do tempo e do espaço para ser transmitido (KENSKI, 2003). 
Por exemplo, um conhecimento registrado em um livro pode ser consulta-
do 500 anos à frente e em localidade distante de onde foi escrito.
A invenção da escrita provocou uma revolução em termos de conheci-
mento humano (KENSKI, 2003) e foi importante elemento para a repre-
sentação do saber. Porém a representação não se reduz à escrita. Podemos 
representar o conhecimento usando de figuras, esquemas, desenhos, ima-
gens, palavras, expressões, gestos, mímicas, hipertextos, entre tantos outros 
meios.
Na ciência da informação, a representação está relacionada com as for-
mas de simbolizar a informação e o conhecimento. Alguns autores, como 
Tristão, Fachin e Alarcon (2004), parecem considerar a representação e 
organização da informação e do conhecimento como a mesma coisa, não 
fazendo clara distinção entre uma e outra. Para Bräscher e Carlan (2010, 
p. 150), “a organização do conhecimento é um processo de modelagem 
que visa construir representações do conhecimento.” Para os autores deste 
capítulo, organizar envolve o processo e como fazer análise, classificação, 
ordenação e recuperação, e representar está relacionado com o objeto, com 
a materialização e com o registro da simbologia que substitui o objeto ou 
ideia.
Pode haver representações que estão desordenadas e nem por isso dei-
xam de ser representações. Um conjunto de desenhos em folhas espalhadas 
a esmo em uma mesa é um conjunto de representações desorganizadas. 
Podemos pegar esses desenhos e catalogá-los, identificar-lhes autor,temáti-
ca, data, estilo, local de produção e assim por diante, atribuindo a cada um 
número de chamada, e guardá-los arrumados numa pasta juntamente com 
uma página de índices para facilitar o acesso a cada item. Ao catalogar, esta-
mos utilizando uma forma de representação e mecanismos de organização 
para futura busca e recuperação dos desenhos.
Na ciência da informação, quando se fala de organização e represen-
tação da informação e do conhecimento, a ênfase é dada aos processos de 
organização, utilizando-se de representações das informações e dos conhe-
cimentos cujos elementos, para serem compreendidos, precisam de alguns 
conceitos preliminares, como apresentamos na sequência.
Breves definições conceituais
Conhecimento e informação são termos de difícil conceituação devi-
do à amplitude semântica e às diversas perspectivas de análise, domínios 
e concepções de cada área, como já foi problematizado por vários auto-
res, dentre eles Brookes (1980), Wilson (2002), Le Coadic (2004) e Zins 
(2007b). Na ciência da informação, tais conceituações são frutos de refle-
xões teóricas e às vezes, controversas. Algumas definições a respeito dos ter-
mos para fins do que se propõe o presente livro são registradas a seguir, não 
entrando nas discussões amplas sobre cada aspecto. Começaremos discor-
rendo sobre os conceitos dado, informação e conhecimento, não de modo 
isolado, mas de forma integrada, demonstrando um pouco da amplitude e 
da forte correlação entre os conceitos.
Organização e representação da informação e do conhecimento 23
24 Organização da Informação e do Conhecimento
Dado é definido por Le Coadic (2004, p. 8) como “a representação con-
vencional, codificada, de uma informação em forma que permita submetê-la 
a processamento eletrônico”. Meadow, Boyce e Kraft (2000, p. 35) interpre-
tam dado como “uma sequência de símbolos elementares, como dígitos ou 
letras”. 
No campo da tecnologia da informação, em uma visão mais pragmá-
tica, dado é a menor partícula da informação que, quando isolado, não 
possibilita a decodificação clara e comum ao entendimento humano, 
pois está fora do contexto que favorece a sua compreensão. Informação 
é o conjunto de dados que permite extrair algum significado, podendo 
favorecer a obtenção de conhecimento. Por exemplo, se é apresentada 
para alguém a seguinte sequência de caracteres “JOSÉ M 32”, temos um 
conjunto de dados, cuja interpretação será a mais diversa possível. Po-
rém, se apresento: “Nome: JOSÉ; Sexo: M; Idade: 32”, já reunimos ele-
mentos que compõem a informação e possibilitarão uma interpretação 
que, dependendo do contexto, poderá produzir novos conhecimentos. 
O conhecimento está relacionado com os aspectos cognitivos que ocor-
rem na mente humana e envolvem os processos mentais de captação, assi-
milação, associação e também de construção, desconstrução e reconstru-
ção de conceitos. Wilson (2006) define conhecimento
(...) como aquilo que sabemos. Envolve processos mentais de com-
preensão, entendimento e aprendizado que passam na mente e apenas 
na mente, independentemente de interação com o mundo exterior à 
mente e a interação com outros. (WILSON, 2006, p. 38)
Com esse entendimento, o autor não quer retirar a importância do 
papel social do conhecimento. Apenas enfatiza que, quando do processo 
de assimilação do conhecimento, esse ocorre segundo a percepção de cada 
pessoa, sendo uma questão eminentemente individual. Para Le Coadic 
(2004), conhecimento
(...) é o resultado do ato de conhecer, ato pelo qual o espírito apre-
ende um objeto. Conhecer é ser capaz de formar ideia de alguma coi-
sa; é tê-la presente no espírito. Isso pode ser da simples identificação 
(conhecimento comum) à compreensão exata e completa dos objetos 
(conhecimento científico). O saber designa um conjunto articulado e 
organizado de conhecimentos a partir do qual uma ciência - um tema 
de relações formais e experimentais - poderá se originar. (Le Coadic, 
2004, p. 4)
A informação obtida por um indivíduo, para se transformar em conhe-
cimento, dialoga com a sua cultura, seus valores e princípios, seu modo de 
ser e sua maneira de ver e compreender o mundo. O conhecimento, nesse 
caso, é subjetivo (inerente ao sujeito), mas ao mesmo tempo social, pois o 
ser humano interage com o mundo que o circunda, modificando-o e sendo 
por ele modificado. Nem toda informação existente em um documento 
vai se transformar em conhecimento, pois quem aprende precisa ter os 
elementos fundamentais para a decodificação da informação, ou seja, fazer 
a correlação dessa informação com as estruturas mentais e conhecimentos 
correlatos mínimos que possibilitarão o entendimento e, se for o caso, a 
geração de novos conhecimentos. Da mesma maneira, “o conhecimento 
construído a partir de mensagens nunca poderá ser exatamente o mes-
mo que aquele vindo da base do conhecimento que emitiu a mensagem.” 
(WILSON, 2002, p. 38).
Conhecimento não se resume à esfera individual e cognitiva. Outra 
dimensão de significado da palavra envolve o aspecto do conhecimento 
acumulado ao longo do tempo (CURRÁS, 2010) e da sua socialização. 
Alvarenga Neto, Barbosa e Pereira (2007, p. 7) sintetizam que “o conhe-
cimento só existe na mente humana e no espaço imaginário entre mentes 
criativas em sinergia de propósito.”
Portanto, a palavra conhecimento comporta tanto a significação do pro-
cesso individual e mental quanto de um conjunto de saberes que se desen-
volvem e evoluem continuamente e que são socializados em uma área, uma 
ciência ou um domínio da atividade humana. Epistemologicamente, alguns 
autores denominam os tipos de conhecimento como: senso comum ou em-
pírico, teológico, mitológico, artístico, filosófico e científico, cada qual com 
as suas características, peculiaridades e importância.
Organização e representação da informação e do conhecimento 25
26 Organização da Informação e do Conhecimento
Currás observa que
A informação é causa primeira para produzir conhecimento, quando 
chega ao cérebro e impacta os neurônios. Então começam a acontecer, 
de forma sucessiva ou simultânea... processos de percepção, apreensão, 
análise, classificação, arquivo em memória, avaliação que constituem o 
conhecimento pessoal, subjetivo e condicionado pelo substrato indivi-
dual e cultural de cada indivíduo. Numa elaboração mental posterior, 
mais complexa, o conhecimento passa a constituir as ideias, linhas de 
pensamento. Essas são as que voltam a se converter em informação útil, 
quando surge a ocasião. (CURRÁS, 2010, p. 24-25)
A informação é elemento que compõe o conhecimento. Pode-se dizer, 
de maneira simplificada, que a informação é o conhecimento possível de 
se materializar e de ser registrado em algum suporte. Le Coadic (2004) 
entende que a 
Informação é um conhecimento inscrito (registrado) em forma es-
crita (impressa ou digital), oral ou audiovisual em um suporte... é um 
significado transmitido a um ser consciente por meio de uma mensa-
gem inscrita em um suporte espacial-temporal: impresso, sinal elétrico. 
(LE COADIC, 2004, p. 4)
No âmbito da ciência da informação, Capurro (2003, p. 9) conceitua 
informação como algo que “refere-se aos processos cognitivos humanos ou 
a seus produtos objetivados em documentos.” 
Enfim, ao se pensar em organização e representação do conhecimen-
to e da informação, precisamos compreender em quais aspectos dos 
conceitos de conhecimento, informação e dado precisamos nos ater e 
considerar em que domínio, área ou campo do saber ele se aplica. No 
caso específico, apresentamos os diversos conceitos com foco no domí-
nio da ciência da informação, dialogando interdisciplinarmente com as 
ciências cognitivas, ciências da educação e ciência da computação, entre 
outras. 
Organização social do conhecimento
A organização social do conhecimento é a prática cotidiana na orga-
nização dos seres, na divisão social do trabalho, na sociologia do conheci-
mento, na sociologia das profissões, das inovações e de tudo mais que noscerca. É também um fenômeno social, pois a manifestação da organização 
do pensamento pelo agrupamento, pela separação, pela hierarquização e 
pela centralização, princípios fundamentais da organização, é realizada in-
tuitivamente o tempo todo. De fato, a maioria das pessoas não percebe o 
quanto ordenam o pensamento, e isso é apenas um indício da natureza 
fundamental do processo de organização do conhecimento. 
Do ponto de vista da ciência da informação, os princípios da teoria 
de organização do conhecimento são válidos apenas para o conhecimento 
socializado e, sendo assim compartilhado, ele possui uma dimensão cíclica, 
sempre na perspectiva de geração de novos conhecimentos, convertendo, 
na concepção de Dahlberg (1992), o conhecimento em ação. 
De fato, o estudo da organização social do conhecimento e o da or-
ganização do conhecimento são naturalmente relacionados e mantêm 
um ponto de intersecção comum no que se refere às teorias, tradições, 
ideologias e paradigmas. 
Organização e representação do conhecimento 
1. Organização do conhecimento
No sentido mais genérico do termo, organização do conhecimento é o 
modo como ele é disposto em assuntos em toda parte onde se deseja a sua 
sistematização ordenada para atingir determinado propósito. Pelo seu caráter 
interdisciplinar, a organização do conhecimento é estudada também em ou-
tras áreas, como antropologia, computação, filosofia, linguística, psicologia, 
sociologia, entre outras.
Na ciência da informação, é a área de estudos voltada às atividades de 
organização, representação e recuperação da informação. Dentre seus limi-
tes de atuação, tenta responder a como se representa o conhecimento; se as 
Organização e representação da informação e do conhecimento 27
28 Organização da Informação e do Conhecimento
áreas do conhecimento são representadas da mesma maneira; o que pode ser 
representado; e se tudo pode ser representado.
Henry Evelyn Bliss foi o primeiro pesquisador a registrar o termo em 
seus livros1 . Depois de longo período, Dagobert Soergel, em 1971, usa a 
expressão na sua tese de doutorado2 , seguido, dois anos depois, por Inge-
traut Dahlberg, que a utiliza no título de seu doutoramento em 19733. É 
essa autora, em obra de 2006, que diferencia o conceito e aplicações dos 
termos organização do conhecimento (OC) e organização da informação 
(OI). Para ela, OC significa a construção de sistemas conceituais, e OI, o 
relacionamento de unidades desses sistemas conceituais com objetos de 
informação. Sua definição de OC nessa obra é
a ciência que estrutura e organiza sistematicamente unidades do 
conhecimento (conceitos) segundo seus elementos de conhecimento 
(características) inerentes e a aplicação desses conceitos e classes de 
conceitos ordenados a objetos/assuntos4. (DAHLBERG, 2006, p. 12)
Hjørland (2008) também se manifesta sobre a organização do conheci-
mento. Diferentemente de Dahlberg e de aplicação muito mais específica, 
ele a entende como descrição, indexação e classificação. Todavia, destaca 
que só fará sentido qualquer iniciativa de organização do conhecimen-
to em sentido estrito observando o conhecimento no sentido amplo, isso 
é, considerando a abordagem organizacional. Ele acredita que qualquer 
sistema de organização do conhecimento existe para responder a algum 
objetivo, e propõe que a chave é fazer a mediação entre diversas visões e 
desenvolver o sistema de acordo com as metas e valores dos usuários aos 
1 The Organization of Knowledge and the System of Sciences (1929) e Organization of Knowledge in Libra-
ries and Subject Approach to Books (1933).
2 Organization of Knowledge and Documentation.
3 Foundations of Universal Organization of Knowledge.
4 Nas palavras da autora : “the science of structuring and systematically arranging of knowledge units (concepts) 
according to their inherent knowledge elements (characteristics) and the application of concepts and classes of 
concepts ordered by this way for the assignment of the worthwhile contents of referents (objects/subjects) of all 
kinds.”
quais o sistema se destina5. Na mesma direção, registra-se a percepção 
de Anderson (2003), da OC como todo método de indexação, resumo, 
catalogação, classificação, gerenciamento de dados, bibliografia e bases de 
dados para a recuperação da informação. É a descrição de documentos, de 
seus conteúdos, características e propósitos.
Hjørland (2003) divide OC em dois tipos: (i) a organização intelectual 
do conhecimento, ou organização cognitiva do conhecimento, que utili-
za conceitos, sistemas conceituais e teorias; e (ii) a organização social do 
conhecimento, que é a organização em profissões, negócios e disciplinas. 
O mesmo autor, em 1994, destaca nove princípios de organização do co-
nhecimento que visam a observar os problemas mais comuns de busca e 
recuperação da informação: 
1 – a percepção realístico-ingênua de estruturas do conhecimento não é 
possível em ciências complexas;
2 – categorizações e classificações devem reunir assuntos relacionados e se-
parar assuntos distintos;
3 – para fins práticos, o conhecimento pode ser organizado de diferentes 
formas, para diferentes objetivos;
4 – qualquer categorização deve refletir o próprio objetivo;
5 – categorizações e classificações sempre podem ser questionadas;
6 – observar sempre o conceito de polirrepresentação;
7 – diferentes áreas do conhecimento podem ser organizadas de diferentes 
formas para os mesmos fenômenos;
8 – a natureza das áreas é variável;
9 – a qualidade da produção do conhecimento, em muitas áreas e em al-
guns momentos, pode ficar vulnerável. 
5 Nas palavras do autor: “In the narrow meaning Knowledge Organization (KO) is about activities 
such as document description, indexing and classification performed in libraries, bibliographic databases, 
archives and other kinds of ‘memory institutions’ by librarians, archivists, information specialists, subject 
specialists, as well as by computer algorithms and laymen. KO as a field of study is concerned with the 
nature and quality of such knowledge organizing processes (KOP) as well as the knowledge organizing 
systems (KOS) used to organize documents, document representations, works and concepts.”
Organização e representação da informação e do conhecimento 29
30 Organização da Informação e do Conhecimento
Na definição de Smiraglia (2001), organização do conhecimento é 
a construção de ferramentas para o armazenamento e a recuperação de 
entidades documentárias. Ele destaca, portanto, que o objeto de estudo 
é o documento, especificamente, obras bibliográficas.
A organização do conhecimento fornece uma metodologia por meio 
de conceitos e suas relações, que podem ser ordenados de acordo com 
vários critérios. Em outras palavras, ao tratar os ativos de informação, 
a OC fornece a metodologia para organizá-lo. Nessa perspectiva abran-
gente, Sigel (2008) sugere várias abordagens para a área, ressaltando os 
seguintes aspectos:
é um campo interdisciplinar que reflete a prática de organização do conheci-
mento para fins específicos;
aperfeiçoa o acesso conceitual, apoiando a recuperação, a criação e o compar-
tilhamento de conhecimento;
está ancorado em metadados estruturados;
é a representação conceitual adequada a diferentes estruturas de acesso para 
ajudar a trabalhar com o conhecimento, com redes de conhecimento ou 
com espaços de conhecimento;
tem um fim social, pois ajuda as pessoas em seu trabalho por meio da or-
ganização de estruturas de acesso que permitem melhor visualizar e 
compreender o ambiente ao redor.
Barité (2001) relaciona dez premissas básicas que dão razão de ser e 
justificativa intelectual à organização do conhecimento: 
1 – o conhecimento é um produto, uma necessidade e um dínamo social;
2 – o conhecimento se realiza a partir da informação, e ao socializar-se é 
transformado novamente em informação;
3 – a estrutura e a comunicação do conhecimento formam um sistema 
aberto;
4 – o conhecimento deve serorganizado para seu melhor aproveitamento 
individual e social;
5 – existem muitas formas possíveis de organizar o conhecimento;
6 – toda organização do conhecimento é artificial;
7 – o conhecimento se registra sempre em documentos, como conjunto 
organizado de dados disponíveis, e admite usos indiscriminados;
8 – o conhecimento se expressa em conceitos e se organiza mediante siste-
mas de conceitos;
9 – os sistemas de conceitos se organizam para fins científicos, funcionais 
ou de documentação;
10 – as leis que regem a organização de sistemas de conceitos são uniformes 
e previsíveis, e se aplicam por igual a qualquer área disciplinar. 
Hjørland (2006) aponta a evolução da organização do conhecimento 
considerando que ela ocorreu a partir de cinco tecnologias estruturantes, 
apresentadas a seguir. Antes, cabe refletir que, nessa abordagem, o autor 
considera que o campo não é impulsionado pela evolução do próprio co-
nhecimento e sim pelos avanços da ciência da informação. São elas:
1. Classificação e indexação começaram em bibliotecas por volta de 1876, e 
entre os fundadores estão Charles A. Cutter (1837-1903), Melvil Dewey 
(1851-1931), Henry Bliss (1870-1955) e S. R. Ranganathan (1892-1972). 
Essa fase produziu os princípios da organização do conhecimento, ainda 
válidos e importantes;
2. Documentação, cujo marco do surgimento foi aproximadamente em 
1892, a partir dos trabalhos de Paul Otlet (1868-1944) e Henri La Fon-
taine (1854-1943), por ocasião da criação do Escritório Internacional 
de Bibliografia, em Bruxelas, na casa de Otlet, seguido do Instituto In-
ternacional de Bibliografia (IIB) em 1931, iniciativa pioneira dentre as 
associações internacionais no campo da informação. O IIB alterou seu 
nome para Instituto Internacional de Documentação (IID) em 1937, e 
para Federação Internacional de Documentação (FID), em 1936. Em 
1988, recebeu a denominação de Federação Internacional de Informação 
e Documentação e manteve a sigla original. As atividades da FID foram 
encerradas em 2002 por falta de recursos financeiros. Na perspectiva da 
organização do conhecimento, essa fase caracteriza-se pelo interesse no 
controle bibliográfico, na comunicação e documentação científica e em 
Organização e representação da informação e do conhecimento 31
32 Organização da Informação e do Conhecimento
serviços de informação para a indústria. Isso é, a abordagem de estudos 
era mais específica, com nível mais profundo de atendimento às necessi-
dades e atitude mais científica em direção à solução de problemas;
3. Armazenamento e recuperação da informação, quando nos anos da década 
de 1950, a ciência da informação sofre grande influência dos computa-
dores, até mesmo com o prognóstico de alguns pesquisadores apontando 
o futuro da área como subárea da ciência da computação. Na esteira da 
evolução tecnológica, os conceitos de informação e documento sofrem 
forte divisão conceitual. Informação tende a alinhar-se com estudos de 
controle, codificação e ruídos na transmissão de mensagens, enquanto do-
cumento tende a ir em direção às teorias sobre o significado, linguagem, 
conhecimento, epistemologia e sociologia. Nessa fase, os novos conceitos 
de revocação e precisão tornam-se amplamente difundidos. Os computa-
dores passam a objeto de pesquisa cognitiva a fim de modelar seu uso de 
acordo com as necessidades dos usuários. Na década de 1960, florescem os 
serviços baseados em computador, com destaque para o Chemical Abstracts 
e Medline. E mais, são intensificados os esforços em desenvolvimento da 
recuperação em texto livre, a lógica booleana, o acesso a assuntos específi-
cos e outras inovações extremamente importantes na recuperação de docu-
mentos. A recuperação da informação significou melhoria dos serviços de 
informação e a multiplicação de esforços de pesquisa em CI. A propósi-
to, as pesquisas nessa fase foram dominadas por estudos em metodologias 
quantitativas em detrimento da pesquisa qualitativa. Uma tendência não 
concretizada nessa etapa foi a tentativa de automatizar a recuperação de 
informação eliminando a interpretação humana;
4. Bibliometria, quarta etapa da evolução da organização do conhecimen-
to, introduzida por Eugene Garfield do Science Citation Index em 1963, 
marca a possibilidade de recuperar documentos de acordo com as citações 
que recebem, representando verdadeira reforma em recuperar informação. 
Essa técnica trouxe consigo a inovação de evidenciar as relações semânticas 
entre os documentos citados. Em síntese, agregou o conceito de redes de 
documentos. Os autores que se destacam na integração desse campo com 
a organização do conhecimento são Pao e Worthen (1989), Pao (1993), 
Rees-Potter (1989) e Hjørland (2003, 2006, 2008), entre outros;
5. Texto completo, hipertexto e internet, quando a possibilidade de recupe-
ração de texto completo marca o quinto e atual momento no desenvolvi-
mento da organização do conhecimento. Nessa fase, os aspectos qualitati-
vos são fundamentais. Não se trata apenas das questões de fazer algoritmos 
eficientes para recuperação da informação, mas também para identificar os 
valores subjacentes e os objetivos a que tais algoritmos vão servir. Importa 
saber que os objetos informacionais são influenciados por pontos de vista 
mais amplos, e a análise de assunto é parte vital do entendimento da OC. 
2. Representação do conhecimento
Quando se usa o termo “representação do conhecimento”, faz-se oportu-
no ressaltar a existência de dois problemas teóricos que são explicitados por 
Friedman e Thellefsen (2011): a inexistência de uma terminologia unificada 
e a falta de compreensão estrutural e teórica no que diz respeito ao termo. 
Logo, o que iremos apresentar é uma síntese das tendências atuais para uti-
lização do termo, o que não esgota as discussões existentes sobre a temática.
O homem busca formas de se apropriar e de compreender a dinâmica 
do conhecimento humano, conforme já mostrado previamente quando 
da definição desse conceito. Representar o conhecimento é uma tentativa 
de se apropriar dos elementos informacionais existentes nas estruturas e 
processos mentais que compõem o conhecimento individual, para que o 
saber possa ser socializado. 
Alvarenga (2003) esclarece que
(...)dos enunciados sobre os seres gera-se o chamado conceito, uni-
dade de conhecimento referente ao ser percebido, componente essen-
cial do conhecimento a ser representado. O processo de produção dos 
registros de conhecimento compreende a etapa de representação da 
coisa ou ser, gerando-se em decorrência um produto final, um conhe-
cimento sobre a coisa. (ALVARENGA, 2003, p. 22)
Representar o conhecimento é um esforço, nas diversas ciências, de ma-
terializar o que ocorre na mente humana e na dinâmica do conhecimento, 
Organização e representação da informação e do conhecimento 33
34 Organização da Informação e do Conhecimento
cuja estrutura e funcionamento ainda significam enorme desafio para a 
comunidade científica. Para isso, são usados diversos modelos de repre-
sentação, que podem ser descritivos, matemáticos, visuais, informatizados, 
dentre outros, conforme as necessidades e especificidades de cada área para 
se aproximar dos processos cognitivos que envolvem a aprendizagem, o 
raciocínio, as relações que ocorrem entre os conhecimentos disponíveis na 
memória para gerar novos conhecimentos.
Na ciência cognitiva, por exemplo, o conhecimento pode ser repre-
sentado por meio de mapas de processos cognitivos, mapas conceituais, 
mapas mentais, mapeamento funcional do cérebro, etc. Na ciência da 
computação, principalmente no campo da inteligência artificial, são 
usados métodos, técnicas e instrumentos que tentam simular e repro-
duzir artificialmente os processos que supomos ocorrer na mente huma-
na. Para isso, são usados elementos de representação, associação entre 
as representações e processamento por meio da lógica formal, de redes 
neurais, procedimentos estatísticos e modelos matemáticos para com-por sistemas especialistas, sistemas inteligentes e de apoio à tomada de 
decisão que farão correlações entre os componentes de bases de dados 
e informações, propiciando um processamento denominado inteligen-
te, que possibilita fazer inferências a partir de premissas. Por exemplo, 
usando conceitos da lógica formal (silogismo), temos as premissas: todo 
mamífero é animal; o cachorro é um mamífero. Logo, podemos inferir, 
por um processo de dedução, que cachorro é um animal. Na inteligên-
cia artificial são usados diversos mecanismos computacionais para que 
as premissas existentes nas bases de dados possam ser correlacionadas e 
processadas, gerando novas informações, em um tipo de processamento 
chamado inteligente.
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