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UNiVERSIDADE DE SAO PAULO EscoIa de E,!Y!Jnharla de Siio Carlos Tecnologia de transportes Jose Reynaldo A. Setti Sao Carlos, janeiro de 2002 Material didiitico para usa exclusivo dos alunos da EESC-USP. Versao preliminar, de divulga~ao restrita. © Jose Reynaldo A. Setti, 2000-2002, todos os direitos reservados. Proibida a reprodu~ao total ou parcial, por quaisqver meios, sem autoriza<;ao por escrito do autor. Conteudo Medinlca d. locoma<;Ao de v.feulos r.rrovl~rlo. 1.1 Fun;a de propulsilo "' .. , .. ,."" 1.2 Esror~o trator em locomotivas dicsel-el6tricas . 1.3 Rcsistencla 60 movimento .. . , ..... 1.4 DClcrmina~Ao da velocidade de equiJl'brio . 1.5 Frcnagem de composilrOcs ferrovhirias 1.6 COlllprimcnto mAximo do Irem 1.7 Con sumo de combusl(vel Resumo ..... . Para aprcnder mais . Excrcfcios .... 2 Mecilllka dn locomo~Au de vefeulos rodovld.los 2.1 Inlrodu~no" .... ", .... 2.2 Fon,'a mOlriz em vcfculos rodovh'irios 2.3 RC!'islencia ao movimento , ...•. 2.4 lJ"t"rminll~no da vclocidadc de equillbrio . 2.5 Prcnagem .. 2.6 Est;lbilidade lateral em curvas horizontais . Resumo ..... . Para aprcnder mais . Exercfcios . .... 2 4 9 18 24 28 32 34 34 35 .17 37 38 47 50 .14 66 71 72 73 r ii 3 Fluxos de veftulos e seu contrale 4 3.1 RcprCsenla'ffio grMica de)luxos de vefculos . 3.2 Princfpios fundameotais dos fluxos de vdculos 3.3 Modclos macrosc6picos para fluxos de trMego 3.4 Modelos microsc6picos de trMega .... ,. 3.5 Aplica90Cs da tcoria das filas nn analise dus fluxos inintcfnlptos 3.6 Analise de pont as de cstrnngulamcntll em \'ins 3.7 Fluxus de IrMego intcrrolllpiuos ,j." 3.8 Contrale de fluxos de vcfculos .. , 3,9 Os sistemas de coni role do IrMega rodovidrio , 3, I 0 Os sistemas de centrale do tdfcga fcrroviario . Resumo ..... . Para aprcndcr mais . Excrdcios . , . , . Fluxos de vefculos em Inlerst'lt0cs 4.1 Intcrsc\,6cs scmaforizadas . , . 4.2 Analise detcrminrstica de inierse.;Ocs scmaforizadns isoladas 4.3 Analise de cruzamcnlos scmaforilados com chl!gadas alcat6rias 4.4 Calibra~ao de semMoros isolados pelo metoda de Webster 4.5 Sistemas de cruzamentos corifrolados por semMoros 4.6 Determina~ao do tempo de amarelo 4.7 In!,lala~oes semar6ricas 4.8 Am1lisc de intcrsec;<'Ics nao scmaforizadns Rcsumo , ..... Para aprcndcr mais Ex~rdcios . , .. 5 Amllise d. caplIddadc e nlvel de scrvl~o de vias S. I Capacidade de Irnfego de vias rern'as . . . , 5.2 0 HCM: capacidadc e n(vc1 de scr't'h;o dc rodnvias 5.3 Capacidade e nfvel dc scrvi,o de rodovias . 5,4 Palores que afctam a capacidadc de uma rodovia 5.5 Capacidade e nfvel de servif;o de auto-eslradas Para aprcnder mais . Exercfcios . , . , . CONTEUDO 77 78 80 89 95 9R 110 ILl 116 117 119 123 124 125 129 130 131 141 142 148 150 153 159 161 162 162 167 169 178 181 186 190 214 214 • Capitulo 1 Mecanica da locomogao de vefculos ferroviarios Eslc capftulo lrata dos princfpios que.! govcrnam :J /oC0I110\,,10 ell' comiwios J'cfI"Ol,jarios. Inicia/mcnle, os COllccilo.1t de {orr;" de lm~';jo e {/c n.'si.\,,(c/lcia ;10 IlH)\'iIlWJJtO s .. io aprCSeIJlilqos e disclltida.'). A scguir, cn/<}Ci1l11-SC a dc- lcrmjml~'iio da \'cJocidadc de equillbrio de lima composilr';10 lerrol';;iria, [I de(ermjlla~iio do comprimento maximo do Irem, a frenugem de comboios ferrol'icirios C 0 consumo de combustIve! de locomotivas diesel-e/elricas. o movimento de umacomposi~ao ferroviaria depende das forc;as que atuam sobre cia e das regras eSlabelecidas para opera~iio para 0 trecho pelo qual 0 Irem viaja. As regras de opera~ao servem para determinar a velocidade maxima per- milida ao longo do Irecho e 0 condutor pode ser obrigado a reduzir a velocidade do trem por causa de passagens de nlvel, curvas, eslado da linha, zonas urban as elc. As for,as que atuam sobre 0 trem, por outro lado, delerminam a velocidade e a acelera~ao em fun~1io de fatores como a potencia dos molores da locomotiva, a dcciividade da rampa, 0 peso da composi~iio Cle. Nesle capIllllo, a IllconlO<;iio de vefeulos ferroviarios sera esludada do ponto de visla das for~as que aluam sobre 0 trem. Num trem, a for~a usada para locomover a composi~1io e produzida por uma unidade especial, a [acalllativa, que e equipada para transmitir a for~a produzida relos seus motores para as rodas. As rodas que recebem a forc;a de tra<;iio siio ehamadas de rada. lIIatrizes. Nas composi~Ocs de melro, bondes e de oulros 2 G Capftulo 1. Meeanlca da locomoftao de vefculos ferrovlarlos sistemas que nao utilizam !ocoll1otivas, eada vagfio c cquipado com tII11 Oll mais motores que produzem a for<;.a usada para loco mover a composi<;iio. N, Fig. 1.1: Fon;as que aluam sabre uma loco~ As for<;as que atuam sobre uma locomotiva que esta num trecho plano estao representadas esquematicamente na Figura 1.1. No eixo x, existe lima forc;a Ft. que c usada para locomover 0 trem, e uma for<;a R, a resultante (las for<;as que resistem ao movimento. No eixo y, ha uma for<;a peso G e as for<;as normais N J e Nt. Como a locomotivaesta num trecho plano, se F, - R > 0, ela est;! acelerando; se F, - R < 0, ela esta desacelerando; e se F, = R, ela esta viajando a uma velocidade constante, chamada de "e/ocidade de equi/ibrio. mol iva em movimcnlo A for<;a F, chama-se for~a lIIotriz au forI''' de pmpu/sao, enquanto que R, a resultantc das forc;as contnirias ao movimellto, e dcnominada resistellcia total. As pr6ximas ser;6es deste capitulo discutem como dcterminar a fon;a motriz, a resistencia total e a velocidade de equilibria. 1.1 For{:a de propulsiio As locomotivas t como qualquer vcfculo. lISalll motorcs para transformar energia em forr;a que c entao usada para propelir 0 trem ~ a forr;a de propulsao ou fon;a motriz. Como 0 trabalho IV produzido pOl' uma fon;a F c igual ao produto do deslocamento pela componente da for<;a ao longo do dcslocamento, 0 trabalho produzido por uma locomotiva capaz de manter uma forr;a de propulsao F, ao longo de uma distancia S pode ser expresso como: W =F,S, ( 1.1 ) em que W: trabalho [N.m ou n F: for<;a de propulsao [N]; e S: distfincia [m]. Como a potencia e aderivada do trabalho em fun<;iio do tempo, pode-se calcular potencia P desta locomotiva pela expressao: em que P: F,: v: dlV ciS P = - = E'; - = r; iI. dt cit potencia [N.m.s- I ou W]; for<;a de propulsao [N]: e velocidade [m/s] .. ( 1.2) (; , . . c, 1.1 For~. de propulsdo Ou seja, a potencia de uma locomotiva e dada pelo produto da for\,a de propulsao e a velocidade por ela desenvolvidas. Se a potencia da locomotiva for dada em quilowatts [kW] e a velocidade em quilometros por hora [kmlh] , a Equa\,ao 1.2 deve ser modificada para permitir o calculo da for\,a motriz, em newtons, a partir da potencia da locomoliva e da velocidade na qual ela se move: emque F,: P: V: for\,a molriz [N]; P F, = 3600 V. potencia da locomoliva [kW]; e velocidade [km/h]. (1.3) o leilor pode notar que 3.600 e a constante usada para a conversao de unidades, ja que a Equa,aa 1.2 fornece a pOlencia em watts [W], a pal1irda fon;a em newlons [N] e da velocidade em metros por segundo [m/s]. Como a pOlencia de motores costuma tambem ser dada em horse-power [hpj, e vislo que I hp = 745,7 WeI mls = 3,6 km/h, pode-se detcrminar lima nova conslanle para calcular a for\,a de propulsao de uma locomoliva: P F, = 2685- V (1.4) em que F, e a for,a de propulsaoem newlons [N]; P e patencia em harse-power[hp]; eVe a velocidade em quilomelros/hora [km/h]. No Brasil, lambem e comllm se usar 0 cavala-vapor [cv] como lInidade de potencia. Como 1 cv = 735,5 W, a Etlua,ao 1.3 lorna-sc enta~: P F, = 2649- V (1.5) se 11 palencia for exprcssa cm caval os-vapor [cvJ, ao invcs de horse-power [hpj. Nem IOda a pOlencia do motor da locomotivae usada para a locoma,ao do lrcm. Uma parte da pOlencia e lIsada para acionar os sislemas allxiliares (ilumi- /la,aO, compressores etc.) e uma outra parte e perdida por ineficiencias inerentes aos sislemas mecilnicos e elelricos. A ejicieJlcia da frallsmissiio indica a par\,ao da palencia blUta do motor que e efelivamente transformada em for\,a molriz. Portanto, a Equa\,iio 1.3 deve ser escrita como: (1.6) 3 .' , 4 Capftulo 1. Mecanlca da locomov8o de vefculos ferrovlarlos onde 1/ e a eficiencia da transmissao. Como tipicamentc a eficiencia da transmissiio de loeomotivas diesel-eletrica~ e_O,81, a Equa,ao 1.6 pode ser modifiead'l para P F, = 2916-. V Neste caso, F, representa a for,a de propulsiio desenvolvida por uma loeomotiva (ou conjunto de locomotivas) de potencia P [kW], operando com for,a total, mllna velocidade V [kmlh]. Esta for,a e ehamada de esforfo lralor e e transmitida ao resto do trem atraves do engate que liga a locomotiva aos vagi'ies. Para potencia express a em unidades tradicionais que nao fazem parte do 51, a Equa,ao 1.7 se transforma em f' F,=2175 V ' com P em horse-power [hI'] e V em quil6metros/hora [km/hl. ou ainda P F, = 2146 y ' na qual P e dado em cavalo-vapor [cvl e II em quil6mctros/hora [kill/hI. ( 1.8) (I. 9) As Equa,6es 1.7, 1.8 e 1.9 servem para ilustrar uma peculiaridade da En- genharia de Transportes: a Illaioria das f6nnulas tem coeficientes que jf! trazem embutidos os fatores de eonversao de unidades. Desta maneira, e necessario to- mar 0 euidado de verifiear as unidades de cada parametro da formula antes de utiliza-Ia. Alem disso, em certas areas da Engenharia de Transportes, as unidades mais utilizadas nao fazem parte do sistema metrico internacional (51) sendo mais comum falar em potencia em horse-power au caval os-vapor (ao inv"s de watts) e velocidade em quililmetros pOl' hora, no lugar de metros por segundo. 1.2 Esfo,,;o trator em locomotivas diesel-eJetricas Nos prim6rdios do transporte ferroviario, as maquinas usadas para produ<;ao da fon;a motriz nas locomotivas eram maquinas a vapor, nas quais a queima de com- bustivel (carvao au lenha) servia para produzir vapor que era usado para impulsio- nar as rodas motrizes. Ap6s a I Guerra Mundial, essas locomotivas passaram a ser substituidas por locomotivas eletricas ou diesel-eletricas que apresentam melhor eficiencia energetica e menos intcnllp~5es de scrvi~o para manutem;ao. '. 1 :'2 .Estonia trator em locomotlvas dlesel·elatrlcas Grelhas do Ventiladores Fig. 1.2: Locomotivu dicscl-clclrica Fig. 1.3: Componcntcs do sisteillu de (roWao oas Im;olllotivas dicscl- elctricas As locomotivas e"~tricas e diesel-eletricas funcionam com 0 mesmo principio, o motor elctrico de tra<;iio_ A diferen<;a e que as locomotivas diescl-elctricas, como a mostrada na foto da Figura 1.2, sao auto-suficientes e capazes de gemr por si mesrnas a energia eletrica necessaria para 0 acionarnento dos rnotores cletricos de tra,fio. Nas locol11otivas eletricas, a energia eletrica c gerada clllusinllS hidroele- tricas ou tenlloeletricas e e tmnsmitida para 0 trelll por meio de 1II11 terceiro trHho (no caso do metro) ou por 11111 cabo localizado acima da via. Numa locomotiva diesel, a for<;a produzida pelo motor diesel e transferida para as rodas motrizes por meio de uma lrallSlIliss(lo. Essa transmissao pode ser meciinica, hidraulica ou e"~trica. Nas locomotivas diesel-elctricas, " transmissiio da for<;a gerada no Illotor diesel e feita por meio de um sistema eietrico, 0 que explica a origem do nome diese/-e/brie". Os componentes principais de uma locomotiva diesel-elctrica sao mostrados na Figura 1.3: 0 1110101' diesel aciona 1II11 gerador de corrente 'continua que, por sua vez, fornece eletricidade para os 1Il010res de lrar(lO, que sao Illontados junto aos eixos Illotrizes. Esses motores elctricos de tm<;iio funcion'lm com corrcnte continua e movem as rodas motrizcs atraves de um conjunto de engrenagens do tipo "coroa c pinhuo". o uso da translllissao elclrica pennite operar 0 molor diesel em rotnr;ao cons- tante, de tal forma que 0 consumo dc combustlvel eo menor possive!. 0 controle da velocidade do trem e feito variando-se a voltagem e a corrente elt'trica aplicadas aos motores de tra<;ao. Nas locomotivas modernas, isto e feito ,maves de um siste- ma de controle eletronico, conhecido como chopper, que, permitindo lima varia<;iio continua da voltagem aplicada aos motores de tra<;iio, melhora 0 desempenho do motor e reduz 0 consumo de energia eletrica. Esse sistema de controle permite que 0 sistema motor diesel-gerador opere como uma fonte de energia de potencia 5 , 6 Corrento!oletrlca 1 1 1 1 1 Corrente eletrlca Fig. 1.4: Caractcrfsticas tins Illotorcs clctricos de (r.u;ao Caprtulo 1. Mecanlca de locomo~do de vefculos ferrovlarlos P con stante, qualquer que seja a velocidade da locomotiva, As caracterfsticas fundamenlais dos motores de tra~ao eletricos usadq's> em locomotivas sao mostradas nos diagramas da Figura 104. Num motor eletrirode tra~ilo, a corrente eIetrica na armadura do motor e inversamente proporcional it velocidade de rota~iio e diretamente proporcional ao torque produzido no eixo do motor. A velocidade de rota<;ao do motor determina a velocidade da locomotiva e o torque, a for~a motriz produzida para mover 0 trem. Observando·se 0 diagrama torque vs. corrente, na parte inferior na Figura lA, pode·se notar que 0 torque - e, por conseqUencia, 0 esfor<;o trator - e diretamente proporcional 11 corrente eletrica: quanto maior a corrente elctrica, maior 0 torque e, por conseguinte, maior 0 esfor~o trator produzido. 0 diagrama da parte su· perior mostra que a velocidade de rota~iio do motor e invcrsamente propo'rcional it corrente eletrica na armadura do motor: uma corrente elctrica elevada implica em baixa velocidade de rota~iio do cixo do motor c, por conseqllcncia, e!ll baixa velocidade da locomotiva. Os motores de tra~iio possuem limites tanto quanta a corrente elctriea maxima na annadura como quanta 11 velocidade de rota<;iio do eixo. Esses limites influem .diretamentc na operm;ao das locomotivas diesel-clctricas, como se disclitc a seguir. 1.2.1 Limites de opera{:iio das locomotivas diesel-eJetricas IA-- Limite da corrente "\ eMlrlca m.axlma !! : .g \ \ \ ~ '\ \ \ Limite da '\ \ ra \. \ ~ .vo/tagem ~ \ \. ft' , ,maxima tl. 9pf3(,8r;~bn.a fiQMnc£a mDkim.a dawoloi'-' - Velocldade da loco,-notiva Fig. 1.5: Limitcs pab npc- nu;ao de motorcs clctricns dc Irm;ao Os motores de trw,ao us ados em locomotivas diesel-eIetricas sao projetados 'para operar abaixo de uma corrente eletrica maxima e abaixo de uma voltagem maxima. o efeito destes limites e ilustrado na Figura 1.5. Na pratica, os limites determinam 0 intervalo de velocidades em qlW a loco· motiva pode ser opcrada sem que seus motores de tra<;iio seja!ll danificll'los,,', Em haixa rota,1io, 0 motor de tn,,;1Io produz lHll torque alto, mas a corrente' c1c!rica fla armaclura do Illotor e tambem alta. Sc a corrente for exccssiva, Dcarrtnt um super-aquccimento do motor que pode ate causar a sua queima. Para evita:r~s0per nquecimcnto, 0 projctista do motor cstabclccc lIlll limite maximo para a ~brrcnlc elt!trica; este limi\e para a corrente elctrica estabeleee a menor vclociJaJc acj!\lissf· vel de rota\50 do. eixQ do motor c, por conseqUencia. a menor velocidade· ~uc a locomotiva pode manter sem que seus motores sejam prejudicados. " Quando 0 motor funciona em alta rota,ao, a velocidade do trem e alta, assim , , como tambem e alta a diferen~a de potencial aplicada ao motor. Entretanto; e~iste um limite para esta diferen~a de potencial, que c estahelecido pelas caracterf~iicas ; " , " 'I ,I " " 1.2" Esforlfo trator ern locomotlvas dlosel·eletrlcas 7 .: do isolamento do motor. Assim, 0 limitede voltagem determina a maior velocidade de rota~ao do eixo do motor e, por conseqiiencia,a maior vclocidade em que a 'i locomotiva pode ser operada sem danos aos seu; motores. Se a potencia P for mantida constante, a rela~ilo entre 0 esfor~o trator F, e a velocidade V de uma locomotiva tem 0 formato hiperb6Jico, coino indica a Equa~ao J .8, aqui repetida para a conveniencia do leitor: , P F, = 2175-. V Usando-se a Equa~iio 1.8, pode-:se constl1lir um grafico como 0 da Figura 1.5, que mostra as caracterfsticas do esfor~o trator de uma locomotiva dicsel-eletrica - a relw;ilo entre a velocidade Ve 0 esfor~o trator F, para uma potencia P constante. Esta fun~ao hiperb6Jica e uma cllrva de potellcia COllstallle (ou ;sopotellcia). A existencia de um limite para a corrente na armadura determinu um vulor maximo para a for~a motriz gerada pelos motores da locomotiva, mostrado nu Figura 1.5 pela linha horizontal tracejada. Igualmente, a existencia de um limite para a voltagem faz com que a locomotiva nao possa ser operada acima de llIna certa velocidade, como mostra a Figura 1.5. Assim sendo, a.regiao em que e possfvel operar a locomotiva e a contida entre estes dois limites e a curva de isopotcncia correspondente i\ potencia muxima da locomotiva. I'otcncias Illenor~s que a maxima podem ser usadas e a fun~ao isopotencia correspondente e uma hipcrbole contida no envelope da Figura 1.5, como mostram as curvas tracejadas. Ao contrario de caminhoes, as cUl'vas de esfor~o trator CO'ltra velocidade para locomotivas diesel-eh:tricas sao contfnuas para todas as V< Jocidades possiveis. Isso se deve a utiliza~ao da transmissao eh:trica de potenci " que permite que a potencia do motor seja continua e que 0 motor diesel opere nu ma mesma velocidade de rota~ao 0 tempo todo. Para controle da velocidade em carros e caminh5es, e necessario variar a velocidade de rotaC;iIo do motor, por causa dn transmissao mecfinica. Essa varia~ao na velocidade de rotac;ao do motor implica em vnriac;oes na sua potencia. Isso e discutido em maiores detalhes no ( lpitulo 2, que aborda a mecftnica da locomo9uo de veiculos rodoviarios. 1.2.2 Tra9ao por aderencia Nos veiculos terrestres que usam rodas, a trac;lio da-se em func;iio do atrito entre as rodas e a via. Sem esse atrito, 0 movimento nlio e possive!. Seja uma roda de locomotiva como a mostrada na Figura 1.6, com raio r e que suporta um peso P. 0 torque T, aplicado ao eixo conectado aroda corresponde a •• N Fig. 1.6: Fon;as aluando nu- rna roda IllOlriz " 8 ________________ C-'-."p-'-flu-'-I_o_l_. M-,-e __ C,-B_"_lc_a-,-d"B locomoc;:ao de vefculos ferrovl<1rlos um conjugado T "" FI.r. Na zona de contato da roda com 0 trilho, surge uma fon;a Fa'" N.j, que se opae ao de§lizamento da roda e e chamada de aderellcia. Esta for~a e dada pelo produto da normal ao peso Nco cbenciente de atrito estatico f, chamado de coeficiellte de aderellcia. 0 peso P e denominado de peso aderellte. Quando uma roda motriz e submetida a um torque T e aplicado na roda motriz, existem duas possibilidades: F, > Fa ou F, ~ Fa' Se F, > Fa, 0 torque c tal a for~a de atrito e .insuficiente e a roda fica patinando, sem que a 10col11otiva saia do lugar. Nesse casc, e 0 atrito passanl a ser um atrito de deslizamento, menor que 0 atrito estatico. Se F, ~ Fa, a for~a de atrito e suficiente para impedir que aroda patine e entao a locomotiva e capaz de se 1110vimentar, scndo propelida por uma for~a F,. Tah. 1.1: Valorcs lfpicos do l'ol'iiciclllC de adercncia f A aderencia, portanto, determina qual a maior for9a motriz que po- de scr utilizada para movimcntar 0 vciculo. A limitw;i\o pcla [Iclcrcncia c mais notada nas velocidades baixas. quando a locomoliva cslii ini~ ciando 0 movimento. Emlocomotivas modernas, existcm senwres que moniloram as radas molrizcs e, se alguma dc1as comcc;a a patinar. lim dispositivo despeja-se automaticamente areia na interface de contato para, aumentando 0 coeficiente de adcrencia, impedir a patinagcm. Estado do Irililo totalmenlc seeD c Iiinpo lavado pela ehuva seeD c lirnpo seeo molhado pcla chuva umido de orvalho umidoe sujo sujo com 6lco Aclcrcncia 0,33 0,33 0.22 0.20 0.14 0.125 0.11 0.10 Fonte: Hay, W. (1982) Railroad EngineerillX. Wiley & Sons. New York, 2a cdi~a(). o cocficicnte de adcrcncia f nan C lIfll valor constanlc, mas varia com as condi~oes da superffcic do trilho: seca. molhada, limpa, suja de 61eo ou com gelo (geada) como mostra a Tabela 1.1. No Brasil, um valor medio comumente usado nos caiculos de tra~iio I e 0,22. U m trilho umido de orvalho tem fator de aderencia men or que lItn trilho lavado pclachuva, pois a umidade espalha 0 filme de 61eo nonnalmente encontrado na superffcie do trilho, aUl11entando scu efeito. No trilho lavado pela chuva, 0 61eo e total mente carregado pela ,igua da chuva, 0 que mclhora as condi~oes de aderencia. A Figura 1.7 mostra 0 efeito dn limita9ao pela aderencia. Sendo T" 0 peso aderente total da locomotiva e f 0 cocficiente de adcrencia entre as rodas motrizes c os trilhos, a maior forc;a motriz Flma\ que pode scr exercida scm que as radas motrizes patinem pode ser detenninado rela expressao: (1.10) em que F'm,,: for~a motriz maxima [N]; 1 Brina, H.L. (1982). Estradas de Ferro. Livros Tccnicos c Cientflicos Editora S.A .. Rio de Janeiro, v. 2, p. 6. . 'I 1.3 Reslstencla eo movlmento f: coeficiente de aderencia; e 7;( peso aderente da locomotiva [N). o peso aderente e peso que atua sobre as rodas motrizes da locomotiva. 0 peso total de urn vefculo e a soma do peso aderente e do peso morto. 0 peso marta e 0 peso que atua sobre as rodas nao acopladas aos eixos tratores. Por isso, para melhor aprovei- tamento do peso aderente, e interessante que todos os eixos das .9 locomotivas sejam eixos mOlrizes, ja que quanto maior 0 peso ~ morto, men or a for~a motriz maxima que pode ser desenvolvida !l- pela locomoliva. Nas locomotivas modernas, todos os eixos sao .9 I:l molrizes. ___ {U;nlte da Corrente Et.trlca Limite da Ader~ncla Potanc!a constanta ao lon90 da curva (for~ maxima) Qua(squer comb(n8~s do voloc/dBdo e os'~o fralor nesls regi~o s~o poss{ve!s com poMncls menor quo B maxima Velocidade Limite da \>I {tagem 9 A limita~ao por aderencia e sempre menor que a limila~iio pela correnle elt~lrica maxima, como mua forma de prevenir a qucima dos molores de Ira~iio por descuido do operador da maquina. As- sim sendo, a area cinza moslrada na Figura 1.7 repr, esenta todas Fig. 1.7: Efcilo da adcreneia na fore;a mOlriz as combina~6es de for~a molriz e velocidade posslveis de scrcm oblidas com uma locomoliva. A cnvolt6ria represenla a curva de isopolencia obtida com a potencia maxima da locomolivu. Nole-se quc 0 Iimile da aderencia e sempre menor que 0 limile da corrente maxima, para maior prole~ao do equipamenlo. A velocidade maxima qlle pode ser alcan,ada pela locomoliva e delerrninada pelo limite oa voltagem, mas as regras de opera~ao (delerminadas pelo projeto geometrico e pelo eslado de conserva~iio da via) normalmenle fazem com que a velocidade maxima seja menor que esse limite. 1.3 Resistencia ao movimento Quando mu vefculo lerreslre enconlra-se em movimenlo, surgcm diversas fon;as que sc OpOCIll ao movimcnto; a cste conjunto de for~as! da-se 0 I,lome de resi.'i/fll· cia ((0 movimen/o. Como mostrado na Figura 1.8, a resistencia ao movimento e cOllirabalall,ada pela fon;a molriz produzida pelo mOlor: sc II for,a Illolriz I'; for maior que a resislencia R, 0 vefculo e submetido a uma acelen,,;iio; se Fr < R, o veiculo esta desacelerando; e se Fr = R, 0 vefculo manlcm uma velocidadc constanle. A resistencia ao movimento de lIlll trem possui qualro componenles princi- pais: resislencia de rolamento, resislellcia aerodiniimica, resislencia de rampa e resistencia de curva. A resiste,lcia de rolamell{o e causada pela deforma~iio da 10 Capftulo 1. Mecanlca da locomo~ao de vefculos ferrovlarlos roda e do trilho no seu ponto de contato; relo atrito interno domotor; pelo atrito entre eixos e mancais, radas e ~rilhos; pelo balan<;o das rodas; pelos choques entre as flanges das radas e os trilhos etc. A resistencia do aI', tamMm chamada resistencia aerodindmica ou arras to, surge em fun<;ao do deslocamento da composi<;ao na atmosfera terrestrc, e depende dc fatores tais como a a sec<;ao transversal frontal, o comprimento, a forma e rugosidade da superffcie externa das loco- motivas e vagoes, a velocidade com que a composi<;iio se desloca, a velocidade e dire,1io do vento etc. A resistencia de rampa e causada pela a,ao da gravidade terrestre Fig. 1.8: For,as aluando sobre um lrem sobre 0 trem, e e positiva (isto e, atua no scntido conlrario ao db movi- numa rampa mento) numa subida, ou negativa (isto C, atua no sentido do movimcDto) numa descida. 0 lei tor que ja amlou de bicicleta conhece intuitivamente o efeito da resistencia de rampa nas duas situa<;ocs. Alcm dcstes tres componentes da resistcncia, existe UI11 outro, a I'l'sisthlcill tie Cllrl'a, que e causada tanto pela fon;a centrffuga que aumenta 0 atrito entre aroda do trem e 0 trillio, C0l110 pelo fato de que as rod as extern as do tntque sao arrastadas numa curva, jil que a conjunto farmado pelo eixo e as rod as tem a geometria de urn cilindro. Assim sendo, a resistencia total ao movimento, R, de uma composi<;ao ferra- viilria e dada pela soma em que R = R, + R" +Rx + Rc '--v--' R, R: resistencia total aD movimento [N] R,: resistcncia de rolamento IN]; R,,: resistencia aerodiniimica [N]; R,: resistencia inerente ao movimento [Nl; Rg : resistencia de !'ampa IN]; c Rc: resistencia de curva [N]. (1.11) Os dois tiltimos termos da Equa<;iio 1.11 so cxistem, respectivamente, em trechos inclinados e em curvas. A soma da resistencia de rolamento, R" e da resistel1cia do ar, R/I' tem tim significado especial. Esta parcel a da rcsistencia total e chall1ada de fl's;stiJllcia ., , , i' f 1.3 Aeslstencla ao movlmento 'i,' >,; >\05 . 'i '. Fig. 1.9: Truquc fcrroviario Fig. 1.10: Componcntes de lllll manenl de friq:uo bdsica ou de resistellcin illerellte no movimellfo porque ela estii presente toda vez que urn trem esta em movimcnto, ao passo que as outras duas parcelas da resislencia s6 surgem quando 0 trem passa por uma rampa ou curva. 1.3.1 Resistencia de ro/amento A I"esist~ncia de rolamclllo csla Iigada a tccnologia dc constnu;ao dos vcfculos fcrroviarios. A t'oto daFigura 1.9 mostra um truqlleJerrovilirio, 0 conjunto fonnado )lelas rodas. ei xos c a suspcnsiio. A estl1ltUnl do vngiio (chamadn dc cai.l'Il) np6in-sc elll dois truqUl'S, No tl"uquc, OI.:'orrc a transfcr~llcii.i do peso do vagan Ull locolllotiva para Os eixos. Como as cargas envolvidas sao elevadas - cerca de 20 1 em cada eixo do tmquc - 0 atrito entre 0 eixo e 0 mancal e alto. Ate reccntemcnte, os truqllcs i'crroviarios cram equipados com um sistema de de manga e Il~ancal, 0 chamado 1I1(IIICl1i de ji-icriio. . " A Figura 1.10 mostra os componentes de um mancal de fric<;iio. Nos mancais de fric<;ao, um mancal de bronze ap6ia-se na manga do eixo, que e feito de a<;o, como mostra 0 esquema na pat1e direita da Figura 1.10. Para redur;iio clo atrito entre a manga e 0 mancal, a superffcie de contato entre essas duas pe<;as e reveslida por uma tina pelfcula de 6leo, que e espalhado pOI' meiode uma mecha lubrificadora que lica illlersa em 61eo lubrificante; 0 conjunto fica protcgido pell! Clli.\'(/ tie gra.w. A IlHlIlutelH;ao Jas caixas de graxa e 1l1Llito simples. limitando-sc i1 rcposic;ao do nivel de oleo. Todavia, a falta de manutefl(;ao adequada bcasiona 0 slIpcraquecimento da caixa - "caixa quenlc", no jargao ferroviario -, que podc scr it causa de acidcntcs graves. Hoje em dia, os mallcais de ro/ameJ1lo substituiram as mancais de fric~i1o, ja que as limita,6es tecnol6gicas que impediam a fabrica<;iio de rolilmcntos capazes de suportar os elevados nfveis de tcnsiio existentes foram superados. Apesar de requererem manutenl!30 conslante e mais ctlstosa, os mancais de rolumcnto pro- uuzelll lim all-ito menor que 0 existente nUll) eixo apoiado em mancais de friq;ao. 11 'I 12 Capitulo 1. Mecanlca da locomog8o de vefculos ferrov"hlos Este atrito e urn dos principais responsaveis pela resistencia de rolamento. Uma das diversas abordagens empiricas para estimar a resistencia de rolamento foi proposta por William S. Davis Jr., em 1926, e licou conhecida como aj6r/llula de Davis. Davis, usando os resultados de ensaios realizados em 1910 por Edward C. Schmidt, na Illinois Central Railroad (EUA), procurou obter urn modelo que pudesse ser aplicado a qualquer composi<;ao ferroviaria ou metroviaria e que ser- visse para estimar a resistencia de rolamento a partir de parametros dos veiculos tais como peso, numero de eixos etc. Em 1937, na mesma ICR, John K. Tuthill repetiu os ensaios de Schmidt para velocidades mais altas e esses dados adicionais possibilitaram uma revisao na f6rmula original. Segundo a f6rmula de Davis, a resistencia de rolamento pode ser calculada par: ( C x ) R, == Cl + ~ + C3 V G, (1.12) em que R,: resistencia de rolamento [N]; x: numero de eixos da locomotiva au vagao; G: peso da locomotiva ou vagao [kN]; V: velocidade de opera<;ao [kmJh]; Cl: constante que incorpora 0 efeito da deforma<;ao da roda e do trilho; C2: constante que incorpora 0 efeito do atrito nos mancais; e C3: constante que incorpora 0 efeito do atIito entre 0 friso das rodas e o tIilho. o primeiro termo da f6rmula de Davis, CI. G, representa a resistencia gerada pela deforma<;ao da roda e do trilho, que e proporcional aD peso do veiculo. 0 valor tipico da con stante Cl e 0,65. 0 segundo termo da f6rmula representa a resistencia gerada pelo atrito nos mancais, que e fun<;ao do mlmero de eixos, x. Para a constante C2, costuma-se adotar 0 valor de 125. 0 terceiro termo da f6rmula reffete 0 efeito do balan<;o, choques e atrito nos fIisos das rodas, e varia com a velocidade do trem: quanto maior a velocidade, maior a resistencia gerada por esses fatores. Os valores normalmente adotados para a constante C3 sao 0,009, para vagoes de passageiros e locomotivas, e 0,013, para vagoes de carga. Urn cuidado especial deve ser tornado para garantir que as unidades das varia- veis (velocidade, peso, etc.) usadas em f6rmulas empiricas como a Equa<;ao 1.12 sejam as especificadas, ja que os seus coelicientes incorporam os fatores para conversao de unidades. Alem disto, as constantes sao apresentadas sem especi- lica<;ao das unidades, como e usual na Iiteratura especializada em Engenharia de 1.3 Reslstencla 80 movlmento Transportes. Portanto, antes de se realizar uma amilise dimensional das formu- las apresentadas aqui, e preciso determinar as unidades de cada constante, ou os resultados da analise dimensional nao serao co'nfiaveis. A resistencia ao rolamento e urn pouco maior no infcio do movimento; diz-se tambem que ela aumenta com 0 tempo de repouso do vefeulo. Este fenameno explica-se pela ruptura da pelfeula de 61eo que separa a manga do maneal, que e restaurada quando 0 eixo reinicia 0 movimento. A deforma<;iio lenta do trilho sob o peso do vagilo, ainda que pequena, tambem contribui para essa maior resistencia inicial. 1.3.2 Resistencia aerodinamica A resistencia aerodinumica individual de um vagao ou locomotiva de lIIn trem c estimado pela expressao: R{/ =caA V2, ( 1.13) resistencia acrodinfimica (N); e,,: COllstantc <Jue rcllctc as caractcrfsticas l.Icrodin:llllicas do va gao oU locomotiva (veja Tabela 1.2); A: iirea frontal do vekulo (veja 1"bela 1.2); e V: velocidade de opera<;ao [km/h]. 13 A Equa<;iio l.l3 e uma aproxima<;ao da resistencia aerodina- mica, jii que ela depende do ungulo de ataque (a dire<;ao do vento em rela<;ilo ao treml, da velocidade do vento, do tipo de carro, du posi,ao do carro no trem e do numero de Reynolds, que e fun,ao do tipo de acabamento da superffcie externa do carro e da formadas SllUS bordas c cantos. Ao sc cstimar a resistcncia do ar, C normal admitir que a velocidude do vento e nula. Tnb. 1.2: Area frontal e e/l tfpicos pant vcf- culos fl.'rrovi:irios Os valores do cocfkiente Ca para locomotivas indicados na Ta- bela 1.2 sao valores medios, que devem ser usados para todas as locomotivas de uma composi<;iio, apesar de a primcira locomoti- va enfrentar uma maior resistcncia do ar do que as demais. Esta aproxillla<;ao nao induz a erros significativos, pois a resistencia do art para as velocidades comllmente observadas nao e a for~a de resislcnl'ia ao Illovimcnto prepondcrantc, como se vera a scguir. l'efCII/O LocolI/of i\'(iS • aCfmJinamicas • norlllan·; \!cIgars • carga • passagciros Area en 9 - 11m2 0,031 9-llm2 O,O.j6 7,5 - 8,5 m2 0,009 JO-llm2 0,006 14 2,25 [ 2.00 j 1.75 M 1.50 'u c 1,25 <. ~ ~ 1.00 • '" 0,75 0 Poso btvto ~ __ '20f __ '00/ ___ 801 __ 601 20 40 Caprtulo 1. MecAnlca da locomol(so de ve(culos ferrovhirlos 1.3.3 Res/stene/a inerente ao mov/mento 60 A resistellcia illerellle ao movimento, que tam bern pode ser chamada de resistellcia basica, e a soma das parcelas da resistencia total que con'espodem 11 resistencia de rolamento e it resistencia aerodinamica. A resistencia inerente ao movimento de urn vagao de carga cuja massa bruta e 100 toneladas (peso = 980,6 kN), area frontal e 8 m2, que se move a 60 kmlh e: [ 125 .4] 2 .' R, = R,+R" = 0,65 + -9 - + 0,013.60 980,6+0,009.8.60 = 216.1 N. 80,6 80 100 Este caiculo mostra que a maior componente da resistencia ba- sica e a resistcncia de rolarncnto c que a rcsistcncia acrodinfimica IS significativamente menorque ade rolamento, representando apenas cerca de 12% da resistcncia lotal. Se a vclocidade do vagao passa para 100 km/h, a resistencia aerodinamica pass a a ser responsavel por 23% da resislencia basica e cerca de 33% da resistencia basica se a velocidade for 140 km/h. Volocldade (kmlh) 3.00 ,------------, o gnlfico da parte superior da Figura 1.11 exibe a varia,ao da resislcncia lolal de llill vagao de ,'arga em rl1n~'ao <la vl'Illcidade e da sua massa bntta. Pode-se !lotar qUG a inclina\uo das CUfvas uumenta com a velocidade, reftetindo 0 aumento nao linear da resislencia do ar, que e fun,ao do quadrado da velocidade. Pode-se notar que a resistencia lambem cresce se 0 peso bruto total do vagao crescer. B~ 'iii ~ 2,50 "'z .0_ .~ II 01;: 2,00 ';'0 H. a1 ~ 1,50 '" Fig. 1.11: Efeilo do peso e da velocidade so- hre a rcsislcncia de um vag50 o gnifico da parte inferior da Figura 1.11 mostra como a uti- Iiza,ao de vagees de peso bmto lolal maior e vanlajosa, do ponto de vista da resistencia basica. No grafico, mostra-se a varia~ao da resistcncia basica especffica (a razao II'; (I) com a velocidadc. Pode-se notar que 0 aumento da velocidade faz com que a resisten- cia basica especifica aumenle de forma nao linear, em fun,ao da rcsistencia do ar. Entretanto, observando-se as curvas daqucle grafico, pode-se lambem perceber que um aumento no peso bl1110 total do vagiio implica numa redu,ao da resislencia basic a cspecffica, a que demonstra a exislencia de uma economia de escala. Os operadores, percebendo esta caracterfslica da resisten- cia especifica, tem procurado utilizar vagees de Maior peso bmto tolal visando a obten,ao de ganhos de produti vidade. 1.3 Reslstancls 80 movlmento Alem das Equa<;oes 1.12 e 1.13, existem outras f6rmulas para estimar a resisten- cia basica. Essas f6rmulas sao usual mente estabelecidas COIll basc elll Illcdi,ocs experimentais, visando captar melhor as pariic~laridades dos vag5cs e locomo- tivas da frota de cada empresa. Urn exemplo dessas outras formulas e a usada pclo Metro de Londres: R, = 2,7G + O,88V 2 [NJ. em que G e 0 peso em qui- lonewtons [kN]; V, a velocidade em quil6metroslhora [kmlh]; e R" a resistencia basica em newtons [N]. 1.3.4 Resistimcia de rampa A resistencia de rampa e causada pela componente da fOf/;a peso que atua na '.' dire<;ao do movimento. Numa subida, a componente do peso atlla no sentido contrario ao do movimento. sendo, portanto, uma resistencia; numa descida, por alllar no meslllo scntido do movimento, cIa nilo e uma rcsistcncia ao movimcnlo na accp\3o muis estrita do (ermo. Nus descidas, 'a fon;a de frcnagcm dcvc SCI' capaz dc conlrabalan,ar essa componenle do peso, para cvilar que 0 Irelll ace1erc desconlroladamenle. As rampas elll ferrovias e rodovias sao normalinenle expressas em porcenla- gCIll, ou seja, 0 aumenlo em cleva,ao emmelros por ccmmclros, 0 quc corrcsponde illangenlc do ;lngulo que a rampa faz com a horizonlal. As rampas de ferrovias silo scmprc bern suaves - no trccho da Serra do Mar, enlre Sao Paulo c Sanlos, a rampa maxima e 2%, 0 que corresponde a uma varia,ilo de apcnas 2 em na cola a cada metro percorrido. o diagrama da Figura l.12 mostra as for,as que atuam numa locomotiva mllna rampa. Seja P 0 peso total da locomotiva em newtons [N]; a componente do peso que atua na dire,ao do movimento e P . sen a, sendo que a e 0 ungulo que a rampa faz com a horizontal. Para angulos pequenos, 0 seno e a tangenle sao praticamente iguais e, admitindo-se que sen ex = wn a I i Rg = Ptana = P 100 [N], (1.14) • 15 ,. em quc i e a dcclividade da rampa em porccnlagcm [% J ou cm metros Fig. 1.12: A rcsi"Wneia de ramp" y' por 100 metros [m/lOO m] e tanlo 0 peso como a resisiCncia de ralllpa sao dados em newtons [N]. A Equw;ao 1.14 serve para estimar a resistcncia de rampa Rg em nelVtons [N], a partir do peso P tambem em newlons [N]. No en tanto, e mais usual quc 0 peso 16 Capftulo 1. Mecanlca da locomo9ao de ve(cu!os ferrovlarlos dos trens se.ia dado em quilonewtons [kN], em vit1ude da magnitude da fon;a peso. Se G for 0 peso em quilonewtons [kN], vale a rela~iio P = 1000 G, que pode ser usada na Equa~ao 1.14: i i R =P~=\OOOG-=IOGi g 100 100 (1. 15) sendo que G eo peso da locomotiva ou vagao em quilonewtons [kN]. A resistencia de rampa costuma ser a maior parcela da resistcncia ao movi- mento. Seja 0 vagao de 100 t (G = 100. g = 980.6 kN), que viaja it 60 km/h. usado para estudar a resistencia basica no item 1.3.3, it pagina 14. Numa rampa de 0,5('10, a rc~istcncia total, que c a rcsistencia hosica mais II rcsistcilcia dc rampa, c: R = R, + RK = 2161 + 10.980,6.0,5 = 7064 N. Ou seja, a resistencia de rampa e mais que 0 dobra da resistcncia inercnte ao movimento (69% da resistencia total). Se a rampa fosse de 2%, a resistencia de rampa seria cerca de 90% da rcsistencia total, 0 que demonstra c1aramcnte porquc rampas fngremes devem ser evi tadas em ferravias. 1.3.5 Resistencia de curva Fig. 1.13: Fon;as que alumn num vagiio em uma CUfV3 A Figura l.t3 mostra as fon~as que allium Ilum vefculo que fal. lima curva com supercleva~ao e. A resultante U da for~a centrffuga Fe e do peso G pode ser decomposta em duas for~as: a for~a T, que atua na dire~ao perpendicular it via, e a for~a F", que atua na diret;ao do eixo. Idealmente, a supercleva~ao e e tal que a componente Frc e nula, mas nas CUfvas nas quais"a superelcv;:H;ao nao e a ideal, 0 cfcilo da ac;ao da forc;a centrffuga scrve para aumentar a rcsistcncia ao movimento. Nas ferravias, a for~a F"o com prime 0 friso cias rouas contra a lateral do trilho. causando uma componcnte de atrito aelicional. Altim elissa. como os cixns aos quais as rodas de lim tl11quc fcrroviario coneclam~se sao IiXllS (islo e. nao sc 1ll0VCIll CI1l curvas), existc uma tendcncia para as rod as exlcrnas scrcm arrastadas quando 0 trcm se move numa curva, ja que 0 conjunto tCIll a geomctria de lim cilindro. Nas ferrovias, a estimativa da resistcncia de curva c normalmcnte feita atnlves de f6rmulas empfricas, ja que sua determinat;ao te6rica depende de diversos paril- metros cuja infiuencia ainda nao e muito bem compreendida. A AREA 2 recomenda 2 American Railway Engineering Association 1.3 Reslstencla so movlmentoque a resistencia de curva seja calculada de forma a ser inverSHmente proporcional ao raia da curva, como na expressao: em que Rc: G: r: G Rc = 698-; r resistencia de curva [N]; peso da locomotiva ou vagao [kN]; c raio da curva [m], (1.16) Como para a resistencia basica, existem outras formulas para estimar a resistencia de curva e em todas elas a resistencia de curva IS inversamente proporcional ao raia da curva, 0 Ieitor interessado deve consultar outras fontes' para obter essas formulas. Excmplo 1.1 Deferminar a resistencia at/idollal que atlla sabre /lin vagdo de carga de pe.\'(} hruro total de 100 t, uo {'llfrar 1ll1l1Ul CIIIWI Cttjo ra;o (; 500 III. Solu~ao: Usando-sc a cxprcssao 1.16, obtcm-sc que um vagan de carga de 100 lOll, pnssa a cilcontrar a scguintc rcsislcncia adicional 3D cnlmr Illima curva de 250 III til' rain: YHO,6 Rc = 69H. -- = 237X N 500 . Compens8f1io de rail/pas em CUl'Yas Ainda que a resistencia especffica de curva nao seja muito grande (no Exemplo I, I e 24 Nit), a resistencia de curva pode prejudicar a opera<;ao de composi<;5cs em rampas fngremes, ja que normalmcnte as composil;5cs sao dimcnsionauas para explorar ao maximo a poH!ncia das locomotivas. Por isso, costumu-se projctar a ferrovia de tal forma que a incJina<;ao da rampa e reduzida nas curvas, de forma a compensar a resistencia adicional causada peln curva. A~sim, pode-se garantir que a soma da resistencia de curvn e da resistcncia de rampa C mellor Oll igual it resistencia de rampa encontrada na rampa maxima do trccho: ( I. I 7) Essas fampas compellsadas garantcm lima utiliza\uo mais cflcicntc tla potencia dispanfvcJ das locomotivas, pOl'que evitam a necessidadc de dar ao trem capacidade adicional de tra~ao que so seria utilizada em algumas curvas, :lBrina, H.L. (1982). Estradas de F(mo. Uvros Tccnicos e CicntllicQS, Hio de Janeiro. • 17 " 18 Capitulo 1. Mecanlca da locomo(:so de vefculos ferrovl6rios Exernplo 1.2 Determillar qual a redw;iio lIa rampa necessaria para compel/sar 0 efeito da can'a de 250 III de raio, do Exe~Jlplo 1.1. SoILH;ao: Para calcular a rampa compensada do trccho em curV(l, dcve-sc dcterminar a rampa que provocaria lima resistencia cquivalcntc a causada pcla clIfvn. No cuso dn curva de 250 OJ de raia, cssa rampa cquivalcntc pode scr calculada a partir do valor da resistencia de curva, 2378 N: 2J78 Rc = Rg => 2378 = 10. (980,6). i => i = -- = 0.24'1, 9806 No casa, se a rampa ao longodc lima curva de 250 III de rain for rcduzida em 0.24%, o (rem pode opcrar scm ncccssidauc de allmentar sua capnl'iuadc de trm;£io. S6 existe a necessidade de compensar a rampa se R'M < R, (i) + Rc. Seja imax a rampa maxima no trecho, pode-se dclerminar a rampa limite him, que e a maior rampa que nao precisa ser compcnsada: 10. G. in"" = 10. G, iii'" + R,. =} . . 69,8 8 llirn=lmJX'-~- (1.1) r Por1anto, se a rampa i numa clirva for maior que ililllo ucve-sc rcbaixa-Ia para him. Exemplo 1.3 Slipolldo-se que a Tampa lIulxima Jlll111lr(!c/zo seja 1,2%, detenllinar qua! a rampa limite para CUll'as de 250 m de raiD. Solu~ao: Para uma curva de 250 m de raio e ramra maxima de 1,2%, a rampa limite, acima da qual dcvc-sc reduzir a inclilla~iio para L'virar os cfcitm; llclctcrios da rcsistcncia de curva, pode ser calculada pcla Equa(ao 1.18: 69.8 m,B ilirn = im(lx - _.- = 1,2 - -2- = 0.92% r 50 Ou seja,·para nao ser necessaria aumentar <I capacidadc de trn<;ao da composi\ao. ladas as curvas de 250 III de raio devcm ter compcllsa<;fio de rampa sc cstivcrelll em tn.~chos onde a inclinm;ao for maior que 0,92%. 1.4 Determina9iio da velocidade de equilibrio Considere um- trem que viaja ao longo de urn trecho reto e plano. Esse trem locomove-se sob a a<;ao de uma for,a motriz F, e de uma for,a Rt que e a resultante das fon;as que resislem ao movimento. 1.4 Delermlnayao da velocldade de equllfbrlo 19 Se 0 trecho e reto e plano, a resultante R, e a soma da re- sisiCncia ao rolamento R, e da resistencia do ar R" e e chamuda de resistencia basica. Tanto a for~u motriz como a resistencia ba- sica atuam na mesma dire~ao, a dire~ao do movimento, porem em sentidos contrarios. 0 movimento do trem depende da resultante dessas duas for,as: se F, - R, ~ 0, a composi,iio estu ace le- rando ou dcsacclerando; se F, - R, = 0, a velocidade do trem mantem-se constante. &Jar . f~ u u u p u u u u u u u u u u a u u u u u u u a Fig. 1.14: Fare;as aluando na dire,iia do rnavi- Illcnto Quando F, = R" a velocidade a qual 0 trem viaja e chamada de I'elocidade de equi/fbrio. Uma vez alcan,ada a velocidade de equilibria, a velocidade em que o (rem ll1ovimcnta-se mantem-se conslante se a pOlencia do Illotor for mantiua con stante e se nao surgirem outras componentes da resistencia - que podem ser geradas por lima curva au lima nllnpa. A resislencia inerenlc ao movimenlo varia com a velocidade e devc ser calcu- lada elll fun,'ihl 00 mlmero de locomotivas e de vagiles que formam" trem: elll que N,: N".: Rr\': RaL : Ral,: 11 J. : R, = R, + R" Rt = 11/. R'I. + II\, R,I, + "l. Rill. + II\, Uri I' rcsistcncia basica total; rcsistencia de roJamcnto de tlma locollloliva; resistencia de rolamento de lUll vagiio; resistencia do ar de uma locomotiva; resistencia do ar de um vaguo; mlmero de )ocomotivas; e Ill': flumero de vag6es. (1.19) COIllO nl! vclocidade de equilibria, a fare;a motriz (Equl!l'iio I.S) e igllal it re- sistencia total ao movimcnto, pode-se determinar 0 valor da velocidadc de <''1l1il1- brio igllulullllo-sc as "'1UU<;ClCS I.X e 1.19: ( 1.20) A Equu,iio 1.20 e um polinomio do tereeiro gmu que pode ser resolvido com lima certa fHcilidade. No entanto. u solw;ao grafica para detcrmilHH;flO tla vcloci- dade de equilibrio e Illais interessante, pois pennite observar 0 comportamento do trem sob diversas situa,iies. A"~m disso, a solu,iio graftca facilita a dctennina,iio de novas vclocidades de equillbrio em rampas ou eurvas. 20 Cap(tulo 1. MeCanlc,B da locomoQlio de ve(culos forrovlflrlos Grafieamente, a determina~ao da veloeidade de equilibrio eonsiste em estabe- IeeeI', num grafieo eartesiano,_ 0 ponto em que a fun~ao fon;a motriz intereepta a fun~ao resistencia inerente ao movimento, 0 exemplo a seguir ilustra como obter uma solu~iio grafiea para a velocidade de equilibrio, Exemplo 1.4 Seja WII (rem que viaja IIIml (recllo relo e plano e e composto pOl' 3 loco- motivas de 3000 lop, com peso de 1300 kN cada, e 80 "agoes de mil/hio, com peso de 1100 kN cada, Sabe-se que a areafromal das locoll1otil'as e de 10 /Il2, e ados "agoes, 8,5 m2 .. tanto as \lagoes como as locomotivas lem qualm eixos, sent/a que nas [ocoma/ivas todos as eixos silo eLws l1Iotrizes. A velocidade I1Ulx;'1l0 tlas /ocomotivo.\' e 105 kl1llh; a mfnima, /5 kmlJz; e a aderencia, 0,2. Determillar a velocidade de equilfprio des~e frem. Sohu;iio: Ullla vel. dctcrminauas as curvas que Illoslram a varim;ao un for<;a mdtriz t' dn rcsistcncia basica em fun~ao da velocidadc do trem, a soiw;ao e obtida plotando- se as duas flln~ocs nllm grafico for~a vs. vclocidadc, !-lcndo (lUC a vclocidadc dc equilfbno c dcterminada em flln~ao do ponto onde as dUC1!-l eurvas interceptam-sc. Cdiculo dafon;a mOlriz: A fun<;ao que lllostra a varia\=fio do csfol\'o lrator com a velocidade e dada pela Equa<;iio 1.8: ilL P 3,3000 19575 F, = 2175 -- = 2175 -- = -- [kNI V V V (1.21) No enlanlo, a ror~a motriz n;io pode SCI' maior quc 0 limite da adcrcncia. No caso, f = 0,2, 0 que raz COIll que f;m" = f '[" = 3(0,2, 1.300) = no kN - ou seja, sc a for~'a mOlriz for llHlior que 780 kN, ;:IS rod,lS dl'napam C 0 trem nao ~c move. Como a velocidadc maxima do lrem c 105 km/h, a for\=a motriz e !lula para vclo- cidades acima da maxima. 0 grafteo ua Figura 1.15 moslra a fUI1\=ao for~a Illotriz para csla composi<;ao. Cd/cillo da resisleflcia illerellte: 0 calculo da rcsistcncia incrcl11c rcqucr a dctcnni- na~ao dns varias pareelnsda rcsisWncia para as Incomotivas (RTf.) c para as vagocs (R". ), A resistetlcia total de rolamelllo e calculada a' partir da soma das rcsislcncias de rolamcnlo das locolllolivas c dos vagoes: • LOl'omotivtls: • Vagocs: ( C2XI' ) "V C1 + -- +C3V G~I GI' 97,200 + 1.144 V [NI '( 125,4 ) 3 0. ,65 + -- + 0,0091' 1.300 1.300 ( , 125,4 ) 80 0,65+ 1.100 +O,OI3V 1.100 f 1.4 Determlna\=ao da velocldade de equilibria 600 J:----"' For(}s motrlz / [ 600 e- 400 &. 200 Reslst4nc/s bAsics Vequlllbrio O~----~--~~--~--~--~--+--+~~ om_ • • 100 Velocldade (kmlh) Fig, 1.15: Sol",;ao gnlfica para a velocidade de equihbrio . • Rcsislcncia lotal dc rolamcnto: R, = R'L +R,v = 101.235+ 1.179,1 I'IN] ( 1.22) A re.yi.rtcllcia aerotiilltlmiCll lambcll1 dcvc scr cnlculada para locollloLivas C vag{lcs: • I.O(,OlllOtiwIS: 2 2' R"t = ilL (r" AL I' ) = 3(0,046. 10.1' ) = 1,.I~ I'-INI • Vagc1es: 2 " R"v =lly(c"Ay 1') = 80(0,009,8,5.1'-) =6.121'-IN] • Resislclicia aerodill(lmica total: R" = R"L + R"v = 1,381'2 +6,121'2 = 7,51'2 IN] ( 1.23) Assim sendo, a resistellcia illerellle ao movimellfo tolal c a soma das rcsistcncias lalais de rolamenlo (EqlJa,iio 1.22) e do ar (Equa,ao 1.23): R, = R, + R" = 101.235 + I. 179, I I' + 7.51'2 IN] (1.24) A Figura 1.15 llIostra a fUI1\,ao rcsistcncia incl'cntc plotada.1H1 IllCSllla cscala da fUI1<;i1o fOI'~a l11olriz4. 0 Icilor devc notar que a usn de lima planilha clctr6nica facilita bastantc a plolagclll dcssas duas fllll<;OCS. o ponto de intcrse~ao das duas curvas detcrmina a vclocidadc de cquilfbrio quc, conranne moslra 0 grafico da Figura 1.15, e 80 km/h para esla composi,ao. Se a Equa,iio 1.20 for usada, 0 valor para a velocidade de equilibrio c 80,2 km/h, muilo proximo do obtido com a solu~ao gn1fka. 4Nolc-se que as forc;as cstuo dadas em [kNJ. aD passo que a Eq. J .24 fmnccc a rcsistencia basica cmIN]. 21 22 Capftulo 1. Mectlnlca de locomo9Bo de veiculos ferrovlarlos 1.4.1 Efelta de rampas na velocldade de equilibria A determina9ao grafica da velocidade de equilibrio de urn trem que vir,ja num trecho reto e plano permite determinar, com facilidade. a vclocidade de equilibria numa rampa, como se vera a seguir. Conforme indica a Equa9iio 1.24, a resistencia bUsica do trem varia com a sua velocidade; a resistencia de rumpa, entretanto, e uma for9a constante que" nao depcnde da velocidade. Assim senclo, pode-se determinar a resistencia total R = R, + Rg de urn trem que viaja numa rampa de declividade i adicionando-se uma parcela con stante Rg = lOG i 11 resistencia inerente ao movimento. A nova velocidade de equilibrio da composi9ao e a que corresponde ao novo ponto de interse9ao entre a curva da for9a motriz e a curva da resistencia total. 0 exemplo a seguir mostra como proceder para dcterminar 0 efeito de rampas, uma vez que as curvas for9a motriz e resistencia basica vs. velocidade tenham sido plotadas. Exemplo 1.5 SupoJiha que 0 Irem do Exemplo 1.4 passe II viajar IlWIl aclive de 0,65%. A determillariio da nova veloddade de equilfbria do (rem pade serfeita graficamelllc. como mas/rado a seguir. Soluc;iio: Sahcndo-sc que a rcsislcncia de nlmpa C conslante c nfw dcpcndc da vclocidadc, podc-sc dctcrminar a rcsistcncia total R do trem na rampa adicionando- sc Rg = 10 G i a rcsislcncia total de rolmllcnto. 0 peso G corrcspondc no peso Iota I do trem, isto e, e a soma dos pesos das locomotivas c dos vagoes: G = iiI. G I. + Ii V Gv = 3. 1.300 + 80. 1.1 00 = 91.900 kN. A resistCncia total de rampa is: R. = 10(IiLGI.+livGv)i = 10.91.900.0,65 = 597.350N. ( 1.25) Com ista, a rcsistcncia total do trem pade ser detcrminada a partir dns Equa~ocs 1.24 e 1.25: ' R = R, + Rg = 698.585 + 1.179,1 V + 7,W2 N. (1.26) o gratico da Figura 1.16 rnostra a detcrmina~ao gn'ifica da velocidade de equilfbrio numa rampa de 0,65% que, como pode ser visto, to ligeiramente superior a 25 km/h (a solw;iio exata to 26,6 km/h). Numa descida, 0 trem nao precisa utilizar a for~a motriz maxima. De fato, pode-se supor que a potencia utilizada ntlma descida e zero - isto e, os motores de tra9ao nao sao acionados para mover 0 trems. 5Na vcrdadc, numa descida, os motores de tra,fto sao liS ados para frcar dinamicamcntc 0 trem, con forme discutido no item 1.5. 1.4 Determlna~ilo d. velocld.de d. equlllbrio 000 600 ~400 ~ 0 LL 200 0 0 ·200 r---.J R = Rt + Rg(i = 0,65%) Res/sMncia d(J ramps Rg(/ = 0.65%) Reslst~ncf8 Ms/ca r' 20 60 80 100 / -~'" Velocld.de (kmfh) R = Rt + Rg{l = -0,25%) Fig. 1.16: C:lkulo da vclocidaJe de c<]uillhrio em rampas Se P = 0, a curva de fon;a motriz e nula e coincide com 0 eixo x, 0 trem move-se sob a a,ao da componente da fon;a peso na dircc;ao do movimento, a resistcncia de rampa, que numa descida e Ilegativa, Nesse caso, a velocidade de equilibria do (rem seria aqucla nu qual a rcsistencia basica iguala-se a rcsistencia de rampa. 0 exemplo a seguir mostra como detenninar a velocidade de equilibria para llln trem que trafega Ilum declive, que corresponde ao ponto em que a curva de resistellcia total clUza 0 eixo x. Excmplo 1.6 SupaI/ill/que a tremdaExemp/a 1.1 passe a traJegar/lllm dec/il'e de O,25%e os motoresde trariio lllio estiio senda usat/os pam mOl'ero (rem. DelermiJlargmjicameJlte a lUNa ~'elocidade de equilf/Jrio. 801",;50: Numa dcscida na qual a for~a ll10triz F, = 0, a unicn forr.;a que allia suhre o trem c a resistcncia total R = R, + R" = R, + lOG m, Como a dccliviJudc III C ncgaliva - isto C, 0 Ircm viaja num declivc -, cntao Rg < O. Isso faz com quc a velocidade do Irem alinja 0 cquiHbrio quando R/ = Rg . No caso deste cxemplo, como a rampa JJI = -0,25%, cntao 11" = -2,5(IIL GL + III' GI') = -229,750 N, Em sendo assim, a resislcncia total e dada par R = -128.515 + L179, 1 V + 7,SV 2 INj. ' I, 23 " 24 Capftulo 1. Mecanlca da locomo~ao de verculos ferrovlarlos o gnlfico da Figura 1.16 moslra que a nova vclocidadc de cquilfbrio c ;;lproxirnada~ mente 75 kmlh (74, I km/h). Os gnifico das Figuras 1.15 e 1.16 podcm SCI' elaborados com 0 auxflio de unHl planilha eletronica. De fato, 0 leitor e encorajado a usaI' uma planilha para analisar ° movimento do trem, ja que e grande a facilidade de elabora<;iio de graficos de fun<;ees nas planilhas eletronicas. Alem disso, a precisao obtida na solu<;ao grafica e mais que suficiente para as necessidades de planejamento e analise do movimento de trens. 1.5 Frenagem de composir;i5es ferroviarias Os trens dispeem tanto de sistemas mecanicos como de sistemas dinamicos de frenagem. Os freios mecanicos sao sapatas quc, ao sercm comprimidas contra ns rodas, aplicam uma for<;a de dcsacelera<;uo na composi<;iio, dcsdc que nao ocona um deslizamento das rodas nos trilhos. Os freios dinamicos utilizam-se da pro- priedade de os mot ores de tra<;iio eletricos podcrcm atuar como geradores, quando acionados sem alimenta<;iio eh!trica. Desta formil, a corrente eletrica gerada pelo movimento do trem na rampa produz resisteneia ao movimento e e dissipada como calor por resisll~ncias resfriadas por ventiladores 1.1lovidos por cssa meSilla corrente eletrica (veja a ilustra<;iio da Figura 1.3 11 pagina5). Nas locomotivas diesel-eletricas, toda energia clctrica gcrada pela frcnagcm dinamica e dissipada pebs resisteneias das locomotivas; nos ramais eletrilicados, como nos metros, a energia eletrica gerada pela frenagem dinilmica pode ser devol- vida para a linha de distribui<;ao e usada para movimentar outros trens, reduzindo-se assim 0 consumo total de eletricidade. Ate a I Guerra Mundial, os fn\ios de cada vag;;o cram itldependentes e acio- nados manual mente pelo guarda-freios. A frenagem era um processo complexo e de morado, 0 que tcrminava pOl' causal' llln grande numcro dc aeidentes. Hoje em dia, os freios de todos os vag5es sao aeionados simultaneamente pOI' meio de ar comprimido, num sistema inventado nos Estados Unidos por George Westinghou-se, em torno de 1860. No sistema de frenagem mecanica a ar comprimido, cada roda possui ullla sapata de freio e cada vagao possui um reservat6rio de ar comprimido. Os vagees sao conectados entre si e il. locomotiva pOI' meio de mangueiras, formando um conduto no qual a prcssao do ar e de ccrca de 80 psi (0,552 MPa). Cad a vagao possui uma valvula (wi/vII/a Ir/plice) para controlar os rreios, que e acionada pOl' 1.5 Frenagem de composlc;:oes ferrovillirias diferen,as de pressao. Se a pressao no conduto for igual a pressao no reservat6rio de ar comprimido do vagilo, as sapatas silo mantidas afastadas das rodas; se a pressilo no conduto for menor que a pressao do reservat6rio, as sapatas sao acionadas enquanto a prcssao do conduto for menor que a do reservat6rio. Restaurando-se a pressao do conduto, as sapatas sao afastadas das rodas. A intensidade da variac;ao de pressao permite 0 controle da for,a de f!'cnagem: um pequeno decrescimo na pressao do conduto faz com que a valvula transmita essa pequena diferen,a ao freio, que cOmprime levemente as sapatas contra as rodas; um grande decnlscimo de pressao faz com que as sapatas sejam forte mente comprimidas contra as rodas. Como a velocidade de pl'Opagac;ao da diferen<;a de pressiio no conduto de ar comprimido e de 200 m/s, pode-se frcar toda a composic;iio quase que instantaneamente. Ahlm do reservat6rio dc ar comprimido para 0 freio de servic;o, 1II11 outro reservat6rio ,e usado para acionar as freios em situac;oes de emergencia, tais como se a conduto entre as vagoes romper-se acidentalmcnte (como no caso de umvagao desengatar-se do resto do treml, 1.5.1 Determlna9iio da for9a limite de frenagem Quando um trem estii sendo freado, e importante que a forc;a Q aplicada nas sapatas de freio seja tal que aroda nunca pare de rodar durante a processo de frenagem. Se aroda travar (a chamada "calagem" da roda, no ja!'gao fer- roviario), havera apenas um atdto de deslizamento da roda sabre 0 tdlho, que e menor que a atrito da sapata sabre a roda. Com a roda em movimen- to, haven'l ainda a ac;ao retardadora do atrito de rolamento, que favorecc a frenagem. Alem disso, quando as rodas travam ocorre a formac;ao de de- forma,oes - "calos" - no aro das radas que causam trepidac;ocs c rufdas incomodos. A Figura 1.17 mostra as forc;as que atuam numa roda de 1II11 trem que estu sendo freado num trecho plano. Chamando-se I, a coeficiente de atdto ,. 25 p entre a sapata do freio e aroda e Q a forc;a que comprime a sapata contra Fig.1.I7: Frcnagem de umarodade aroda, 0 conjugado retardador que atua sobre a rada e Q,J"r. Apesar de trem suprimido 0 esforc;o trator na rada, ela continua girando, pois estu scndo submetida a um conjugado P.I..r, sendo P a peso descarregado pela roda e I, o atrito existente entre aroda e 0 trilho. Para que nao ocorra a calagem e aroda continue girando, 0 conjugado retardador nao pode scr maior que 0 conjugado aplicado sabre aroda: Q.j,.r < P.I..r ou seja, Q.I, < P.j,. " 26 Capftulo 1. Mectinlca da locomo'tB.o de verculos ferrovlarlos A fon;:ade frenagem limite, que e a maior fon;a que pode serusada para frear a trem, depende do coeficiente de atrito entre as rodas e as tdlhos e da for9a normal nas rodas que sao freadas. 0 coeficiente de atrito nOl'lnalmente varia entre 0,2 para velocidades baixas e 0,1 para velocidades altas, dependendo do estado do trilho (umido, seco, au sujo). A fon;a de frenagem limite que pode ser desenvolvida par um trem num trecho plano e a soma da for9a maxima de frenagem que pode ser' aplicada em cada roda do trem scm quc haja calagem. Como existem sapatas de freio em todas as rodas do trem, a for9a de frenagcm limite e: ( 1.27) em que FJi;m: for9a limite de frenagem [NJ; I,: coeficiente de atrito entre 0 frilho e aroda; ilL: numero de locomotivas; Nt.: normal ao peso da locomotil;a [Nj; 1/1': numero de vagiles; e Nv: normal ao peso do vagiio [NJ.· 1.5.2 Forya efetiva maxima de frenagem Como os sistcmas dc frenagem nao sao perfeitos, a for9a de frenagem que efctiva- mente pode ser llsada e inferior It for9a limite defrenagcm. A for9a de frenagem que efctivamente pode ser obtida num trem qualqllcr e: FfmH = 'I It (1/ L N L + Il V N v ) ( 1.28) em que F fmH : for9a de frenagem efetiva maxima [NJ; I): fator de eficiencia do sistema de frenagem; e os demais parametros silo os definidos para a EqlHl,ao 1.27. A eficiencia 'I dos sistemas de frenagem e tipieamente da ordem de 30%. Excmplo 1.7 Sejll 0 II'e1l1 do Exemplo 1.4, C01l1P0510 flor 3Iocomol;"lI.1' IG L = 1300 kN) e 80 l'agnes (G l' = 1100 kNJ. A Jarfa Nmite de jrcllflgcl1l e a forr;a mdxima de frenugl'Ul que pot/em ser desel/l'o/vidas por este (relll fIIlmlrec/lO p~mlO pm/elll SCI' cah;llladfls como .'Ie f/los(ra a seguir. Solu~ao: A for~a limite de frcnagem depcnde ape nus do cocficicnle de atrilo e da normal ao peso do trem. Supondo que () cocnciclltc de atrito seja iguaJ a 0, I, a fon;a limite de frenagclll scria: Fflim = 0, I. (3.1300+ 80. Ili)O) = 9190 kN. ,. , 1.6 Frenagem de composlQ6es terrovhhlas A fon;. maxima de frenagem leva em conta • eficienci. do sistema de freios, que pode ser admitida como ry =30%: Ffm" = 0,3.0,1. (3.1300 + 80.1100) = 2757 kN. A resistencia inerente ao movimento, por atuar sempre no sentido contrario ao movimento, ajuda no processo de frenagem. Apesar dis so, e costumeiro ignorar 0 efeito da resistencia inerente sobre a frenagem, mesmo porque 0 valor da resistencia inerente depende da velocidade, 0 que torna mais complexa a sollll;iio do problema. Num declive, a fon;a efetiva maxima de frenagem deve SCI' maior que a componente do peso que atua na dire9iio do movimento (a resistencia de rampa). Excmplo 1.8 SupoJllia que 0 Irem do Exemplo 1.4 es(eja viajwu/o IlIml declive de 2%, no qual a velacidade maxima permitida seja 70 kml/z. A Jarfa de Jrenagel1lnecessciria para l1ulIlter 0 (n'lIl operwldo (l 70 kill/ii pode ser deterlllilludll COII/O l1/(utra-se a scguit: SOhH;iio: Sc cstc trcm cstivcr operando nUIll declive de 2(X" <l fon;a dc frcllagclll necessaria para mantcr 0 Ircm opcrandoa vclocidadc maxima permitida c a difcren<;a entre a for~ade propulsaa que alua sabre 0 trem (que no casoe apenas a componcnte da for,¥a da gravidadc que allia na dirc'¥uo do Illovimcnto,ja que nUm declive de lal magnitude nao sc usa a for~a de propulsao dos motores de lra~uo) c a resislcncia basic a do trem: Ff 10GIII-IR,(V) + R,,(V)] =} Ff = (80.1.I00~.~~~.300).10.2 -IR,(V)+R,,(V»)=} Ff 1.838 -IR,(V) + R,,(V)] kN. A for<;a de frenagcm efetiva maxima C F f :::;:: rl JI N. A normal ao peso, numa ralllpa ue 2% eN:::;:: G cos Q'. Como uma nunpa de 2(Yr! corl'espontic a lim an- gulo de 1,1450 e cos 1,1450 = 0.9998, pode-sedesprezar 0 efeito da rampa na normal ao peso. Assim scndo, se a vclocidadc maxima pcrmitiLia para 0 ramal c VIIII/,1 = 70 klll/h, it composi,ilo pode SCI' Ilmntida ncsla velol'itiatiL', ja que iI I'ol'<;a dc frcnagL'1ll necessaria (Ff) e lTlellOr que a maxima efctiva, 1~;Il.l' = 2757 kN. 1.5.3 Distancla de frenagem A distancia total para frenagem do trem, d pode ser ca1culada a pm1ir da des a- celera9iio aplicada pelos freios, (/, e das velocidades inicial (vu) e final (v) do trem: I d = __ (v 2 - v6). -2(/ 27. 28 Capftulo 1. Mec€mlca da locomoQ8.o de vefculos ferrovlarlos Desprezando-se 0 efeito da resistcncia inerente ao movimento, pode-se estimar a distfincia total de frenagem com grande facilidade. Seja G 0 peso total do trem, III sua massa total ega acelera,ilo da gravidade; como Ff = ma, Ff = ryGJ, e G = IIIg, a desacelera,ao de frenagem e {/ = IlgI, = 2,943 I, e a distancia total de frenagem d e dada por: v2 _ vo2 v2 - v2 d = _ 0 -2a - -5,886J,' (1.29) sendo que as velocidades v e Vo sao dadas em metros por segundo. Se as velocidades forem expressas em quilometros par hora, a Equa,iio 1.29 pode ser reescrita como: V2 _ \C 2 d = 0 -3,62 .5,8861, = em que d:distancia total de frenagem [m); V: velocidade final do trem [km/h) V2 - V~ -76,281, Vo: velocidade inicial do trem [km/h); e J,: cDeficiente de atrito roda-tri Iho. ( 1.30) Exemplo 1.9 Qual a dislallciallccessaria para () {rem do Exemplo 1.4 parar cOlllplcta· mente quando esth'er trafegalldo nG l'elocidade de equilihrio, IlUI1l trecho reto e pIaI/O? Solu~iio: Num trccha reta e plana, a velocidadc de equilfbria e 80 klll!h. Supanda- se que Ji = 0,15 podc-se usar a Equar;ao 1.30 para calculo da dislfincia necessaria para a parada completa (V = 0): 0-802 d = = 559 Ill. -76.28.0.15 1.6 Comprimento maximo do trem o comprimento maximo de urn trem, ista c, 0 ntimero maximo de vag5es que podem ser rebocados pelo conjunto de locomotivas, e determinado par Ulna serie de fatores: • a potencia e 0 numero de locomotivas; • 0 peso bruto total dos vagoes e das locomotivas; • as caracterlsticas geomctricas do trecho (declividade dos aclivcs e declives); • a capacidadc de carga dos engatcs; e t> 1.6 Comprlmento maximo do trem • a capacidade de reiniciar 0 movimento no aclive crftieo, que depende da aderencia. Como deseja-se aproveitar ao maximo a capacidade de tra<;ilo clas locomotivas, a velocidade de opera<;iio no aclive cnlico e bem pr6xima da velocidade mfnima de opera<;ao. 1.6.1 Capacidade de carga dos engates As for,as 11Orizontais que atuam numa composi<;ao (0 esfor,o tratar e a resisten- cia ao movirnento) se concentram nos engates entre os vagoes. a enguteentre 0 primeiro vagao e a ultima locomotiva tem que sup0l1ar u for<;a necessaria para mo- vimentar todos os vagoes do trem. por conseguinte, 0 esfor<;o trator desenvolvido pelns locomotivas situadas na frente da eomposi<;ao e limitada pela capacidacle de earga no el]gate que coneeta a ultima locomotiva aos vagiies. as engates automaticos usados hoje em dia, como 0 mostrado na Figura 1.18, foram inventados por Eli Janney por volta de 1860, em Virgil)ia, nos Estados Unidos. as diagramas da Figura 1.19 ilustram ° funcionaplento dos engates. Quando dois vag6es se aproximam, as garras ou pegadores ;"stao abel1as; quando os engates se juntam, as garras pivotantes encaixam-se. Nesse instante, um fecho interno cui e impede qualquer movimento dos pegadores. as engates nao podem ser soltos a menos que os fechos sejam puxados para cima por um guarda-freios, usando uma alavanca que se estende para 0 lado do vagao. as engates automaticos e 0 freio a ar comprimido foram importantes desel1vol- vimentos no transporte ferroviario, na medida em que contribufram para alllllentar. a seguran<;a na opcra<;ao dos lrens. No final do scculo passado, nl,lis de 20.00D ferrovi<\rios morriam anualmente nos Estados Unidos em aei<!entes fcrroviarios, um ter<;o desse numero por causa de acidentes durante a opera,iio de engate e Desengatado Engatado Fig. 1.18: Engate automatico Fig. 1.19: Esquema de fUllcionruncnto do cngatc aUlOmalico 29 ! 30 . , Capftulo 1. Mecanlca da locomotyao de vefculos ferrovlarios dcscngotc das correntes c pinns que intcrCllnl'ct:lVllm os vag!ll's. 0 usn tit eng:llL's automalicos, que nao obriga os fcrrovhirios a Ikarclll em pc entre os vagoes durante as manobras, foi Hm fator preponderante na melhoria da seguran<;a do transporle ferroviario6 , Os engates automatic os sao projetados para sHportar for<;as de 1.500 kN dentro do seu limite de seguran,a. 0 engate que suporta a maior for,a de tra,ao Ott compressao e 0 situado entre 0 primeiro vagao e a ultima locomotiva. Esta for,a pode ser caJculada pela exprcssao: (1.31) na qual I"m,,,: for,a maxima no eng ale IkNJ: F'mn: for,a motriz maxima [kNJ: 11,,: numero de locomotivas: e R,,: resistencia total ao movimcnto da locomotiva [kNJ. 1sto e, a capacidadc do engate devc SCI' maior au igual 1\ fi)r<;a mOlriz liquida us ada para movimentar os vagoes. Por Dutro Indo, como a rcsistencia total dus locomotiv~s e pequena se comparada a for~a Illolriz maxima, basta veriijcar se a capacidadc do cngalc C maior que a fOI\,H Illolril. mnxinlil. Quando fon;as' motrizes maiores que a capacidauc do cngalc silo rcqucridas elll baixa velocidade,pode-se posicionar locomotivas operadas pOI' controle remoto na metadc ou no ultimo tcr<;o da cOlllposi<;ao, para rcduzir as ron~as nos cllgates c melhorar a eficiencia dos freios do trem. 1,6,2 Capacidade de reiniciar 0 movimento num active Na determina~ao do comprimento maximo do trem, a capacidadc de r~iniciar 0 movimento no aclive mais ingremc deve scr verificaua. Do contrario, pocle SCI" que a composi,ao fique impossibililada de sair da rampa sem a ajuda de uma locolllotiva adicional. Se urn trem para num aclive e te~ta reiniciar 0 movimcnto. ,a aderencia limita a for,a motriz que efetivamente pode SCI' usada para movcr a composi<;ao (vcja a Equa<;ii.o 1. 10, a pagina 8): 6 Apesar disSQ, os engates automaticos !laO siio usados na Europa ate hoje por falta de concordfulcia a rcspcito do lipo de cngate a sa usado. 1,6 Comprlmanto maximo do tram ---------------- em que F,"",: for,a motriz efetiva maxima [kN]; ilL: numcro de locomotivas; f: aderencia (veja 0 item 1.2.2, ii pagina 7); e 1;" peso aderente da locomotiva [kN]. Essa for,a motriz efetiva maxima deve ser maior que a resistencia total ao movimento, para que 0 trem possa retomar 0 movimenlo. A resistcncia total, quando 0 trem volta a se mover, e a soma da resistencia incrente ao movimento e da resistencia de rampa. A resistencia inerente ao movimento, para lim trem que reinicia 0 movimento, e pequena pois a velocidade do trem e baixa. A parcela mais significativa da resistencia total e a resistencia de rampa. Portanto, a for,a molriz efetiva maxima deve ser maior que a resistencia de rampa para que 0 trem consiga reiniciar 0 Illovimcnto. Exemplo 1.10 Deseju-se de/l'flllillar 0 mats fOllgo Ireflll/ue ,}Ossa viajllr fl1l11l1lC/ivl' de 1 (hi. As IOCUlI/olivlIS d;'\I)(}// h 'eis ,\'(/0 a,v do Erl'lIIplo 1.4 (' sua \Ie/ocidat/(, 11/(1/; III({ (f 20 kill/II. 0.\ I'ag/k.r .WIO os do II/('SII/O ('.ri'lIlplo. S()III~ii(): Pode·se detenninar a capacidade de Irm;iio de uma hll'Ollloliv:\ nil ralllp:! l', a partir da!, cstabclccer 0 numcro maximo de vagal'S que uma locomotiva consegue rchocar naqucla fampa. 0 comprimcnto Ilulximo do lrem pode scr enconlrado II partir da for~a m<lxima no engatc. A fon;a motriz exercida pela loco mot iva do Exemplo 1.4 a 20 km/h to: P 3000 r·i = 2175- = 2175--- = 326 25 kN. V 20 ' Slipondo-sc que a aderenda f = 0,22, a for~a motriz cfetiva BHlxima que pode scr usada e F'rnH = f 1~1 = 0,22. 1,300 = 286 kN, scm que as rod as tla locoJllotiviJ patinclll. COllhccida a forc;a motriz Iln rampa de 1%, pode·sc dctcrminal' 0 1ll1lllcro dc vagoes que a Incoillotivu conscglle rebornr a partir lin rcsislcncia total da 10coll1otl\'<\ c de lUll unico vagao pois. na vclocidade de cquilfbrio, a resistcncia total c igtlal a ror~a motriz: A rcsistcncia total de uma locomotiva que vi,~a a 20 klll/h pode ser calculaJa por (con lira 0 Excmplo 1.4): Ii/. = R" + R", + Rn => R I. 1345 + I I ,7 . 20 + 0,46 . 202 + 10. UOO. I 14.763 N. 31 . . 32 Capftulo 1. Mecanlca da locomo~ao de vefculos ferrovlarlos A rcsislcncin total dc lim vagan, por sua vez, C: Rv Rv Rr~' + R{/\. + RgV ::::} 1215+14,3.20+0,0765.202 +10.1.100.1 = 12.532N. o numero maximo de vag6es II \' que podem scr rcbocados por uma iocoll1otiva num aclivc de 1% pode scr entaD calculado: 286 - 14,763 IlV = = 21 6:::::} II\, = 21 vagnes 12,531 ' sem que 0 limite da adcrcncia scja violado. Supondo-sc que a forc;a maxima admissfvcl no engalc seja 1.200 kN. 0 compri- menlo Ill<iximo do lrem pode SCI" calculado a innlir dn forc;a ll1iixima no cngatc e da rcsislcncia total dos vag6cs: F'·m 1.200 Fcrn.1X > 11\' Rv ::::} 11 = --" = ~~- = 95,7 vagoes. - R" 12.5:\1 Ou scja, 95 vagal's podem scr rcbocados nllll1H rampa de I % scm que a rcstric;ao tla ron;a mi.lxima admissfvcl no cngatcscja vinliltla. Para fchocar 9S-vagocs sao necessarias 5 lacoll1alivas (95/21,6 = 4.4). Podc-sc vcrificar se esse trem conscguc rciniciar 0 lllovimcnto na ramra: F, = II/. RL + "V Rv = 5.14,76.\ + 95.12,53 I = 1.264 kN. A for~a mOlriz maxima naa supcra 0 limite de adcrcncia I'~mj\ = 11 L f 7;, 5.2X6 = 1.430 kN c, pm conscguinlc, 0 trelll pode trafcgar pcla rampa de I 'If, scm neccssidadc de locomolivas auxiliarcs. 1.7 Consumo de combustivel Em muitas tccnologias de transporle, bcm como em olltras aplica~6cs nas quais se ulilizam matares de combustao interna para a gera,ao de for,as, abserva-se que o consumo de combustivel e diretamcnte proporci·onal ao lrabalho total rcalizado pelo motor: z = IV r ( 1.32) em que z: combustivel consumido [£J; HI: trabalho total realizado [N.m]; e r: coefieiente dc consumo de eombustfvcll C.N- I .m- 1]. 1.7 Consumo de combustivel a coeficiente de consumo dc combustivel dc locomotivas diesel-eJ.:tricas e dc cerca 0,11 C.kN-I.km-l. a esfon,o trator desenvolvido por um trem viajando ao longb de um trecho de via varia conforme as caracterfsticas da via (tais como declividade, raios de curvatura, etc.) mudam. a trabalho total realizado numa yiagem e dado por: {'I IV = Jo F,(x) dx (1.33) em que IV: trabalho total realizado num trecho de comprimento d [N.m]: F, (x): fon,a de lra<;iio no ponto x [N]: e d: distfincia total viajada pela composi<;iio [m]. Entrelanlo, como a delcrmina<;ao da fun<;iio F, (x), na pralica, e um lanto quanto complexa, costuma-se usar a seguinte aproxima<;iio da expressao da Equa<;iio 1.33: cm que 11': !';(i): dj : k: k IV = LF,(i)di ( 1.34) trabalho total realizado 11l1l11 trecho de comprimcllto" IN.ml: for<;a de tra<;iio no i-csimo segmento do trccho Yi'tiado [N]: comprimento do i-esimo segmento do trecho vhtiado [m]: e numero de segmentos no trecho. Isto e, divide-se 0 trecho em questao em k segmentos lais que a for<;a de Ira<;iio requerida em cada segmento seja constante e tais que k Ld;=d. i=1 a consumo de combustivel para cada set;iio pode ser calculado, eo somat6rio deles eo consumo lotal de combustive!. autra forma bast an Ie coimlln, na Engcnharia de Transpartes, de delenninar 0 consumo de combustivel e alrayeS da potencia utilizada: z = 1" P I ( 1.35) senda que' r': coeficiente de consumo de combustivel [g.hp-I.h- I]; P: potencia do motor [hpj: e I: lempo de utiliza<;iio do motor a patencia P [h]. 33 34 Capftulo 1. Meciinlca da locomoyBo de vefculos ferrovlarlos o cocficientc de consumo de combustivel para locomotivas diesel-cletricas varia entre 160 e 190 g.hp-l .h-l. Note-se que as Equa,aes 1.32 e 1.35 sao,equivalentes, pois 0 trabalho pode ser tambcm expresso como 0 produto da patencia pclo tempo. Resumo • 0 dcscmpcnho de um trem c estimado a partir do csfon;o tr3tor gcrado pclas loco~ motivas e a rcsistcncia aD movimento oriunda das loco mati vas e vag6cs. • Tres falores limilam a yclocidadc de uma locomotiva diesel-eletrica: a corrente maxima, a voltagcm maxima e a adcrcncia. • A rcsistcncia ao 111ovimcnto pas sui qu:.lIro componcntcs principais: rcsistcllcia an rolamcnto, rcsislcncia do ar, rcsistcncia de rmnpa e rcsistcncia de ctlrva. • A vclocidadc de equilibria de uma composi,ao fcrroviaria c dcfinida como a yclo- cidadc fla qual 0 csfon;;o trator e igual a resistcncia total ao movimento. • A fon;a de frenagem limite depende do coerlcicnte de ntrito entre as rodas e os trilhos, que normalmenle varia de 0,2 para vclocidadcs haixas n 0, I para vclocidalil's altas. • 0 consulllo de comhustlvei de uma iocomoliva dksel-eletrica e dirctamcnte pro- porcional aD trabaiho rcalizado pelo 1110tor. Para aprender mais Estrodos de Ferro (vol. 2), H. L. flrina, Livros Tecnicos l' Cicnlflicos Editora. Rio dc Janeiro, 1982. Discute as principios basieos da Ira,ao, da frenagem e da 10la,ao dos Irens, bem como discute e com para 0 funcionruncnto e a opcra<;iio de divcrsos tipos de loco- motivas nos capftulos I a 6. Railroad Engineering (2' cd.), W. W. Hay. Wiley & Sons, Nova lorquc, 1982. Trata com dctalhes de praticamente lodos as aspectos do transporte ferroviario. Introduction to Transportation Engineering and Planning, E. K. Morlok. MeGraw- Hill, Nova lorque, 1978. Ahorda de forma sistematica e comparativa Indas os modos de transporlc, apontando similaridadcs c difcrcn~as. No capitulo 4, (rata lin Illecfinicn de locomo~ao dos vefculos. An Introduction to Transportation Engineering (2' cd.), W. W. Hay. Wiley & Sons, Nova lorque, 1977. Em 1961, em sua prirneira cdi<;ao, foi pioneiro em lratar de forma sistematica as aspectos lccnol6gicos, opcracionnis e eC()l1omicos <ias varias modalidades de , ,I Exercfclos transporte. A segunda parte, formada pelos capHulos 4 a 7, ahorda as tecnologias de transportc. 0 capflulo 5 trata da for~a Illotriz c da rcsistcncia ao Illovimcnto para diversas modalidadcs de IranspOlte. Rodas, W. Owen e E. Bowen. Bihlioteca Cicntffica Life, Livraria Jose Olympio Edilora, Rio de Janeiro, 1982. Um livro interessante e de facilleitura que apresenta a cvolur;ao hist6rica das tcc- nologias de transporte sabre rodas, con tendo cxcelentes dcscric;5cs, cxplicw;5cs c gn'Hlcos que l110stram 0 funcionamcnla de locomolivas, freios, cngalcs, ctc. Urban Public Transportation Systems and Technology, V. R. Vuehic. Prentice-Hall, New Jersey, 1981. Vma obra ch'issica da literatura em Engcnharia de Transp'ortcs, aborda aspectos tccnol6gicos das diversas modalidades lIsadas no lransportc publico de passageiros, de forma clara, bem organizada e altamente infonnativa. Os capftulos 3 c 5 tralam das modalidades sohrc trilhos. Exercfcios Problema 1.1 Um trem composto de um certo numero de locolllotivas diescl-elctricas, cuja potencia e 3.000 hp, com 6 cixos (todos motrizes), 100 t de massa, II m2 de area frontal, quc rchocam 25 vagoes de carga geml (4 eixos, 80 1 de massa, ilrea frontal de 8,5 1112) dew ser capaz de suhir lUll aclivc de I % com lIllla curva de 200 III de raio, a 25 km/h. Pcrgunla-se: (a) Quantas lo(';olllotivas sao nc(';css<lrias pam isto? (b) Qual c a velocidadc maxima destc trem Bum trecho plano? Problcmu 1.2 Qual IS 0 nUlllcro maximo de vagoes quc pOllclll scr adiL'ionmlos ~\ COlllpO- si,ao dClcrmillada 110 problema 1.1 de modo que: (aj A veloeidade no aclive do problema 1.1 nao scja illferior a 15 klll/h? (bj A for,a maxima no engate seja inferior a 900 kN? (c) 0 trcm possa rciniL'im 0 Illovimcnto nUIll aclivc dc I (if I , COIll adcrcncia de 0,21 '! (d) As tres condi~oes acima scjam respcitadas simultaneamentc? Problema 1.3 Se 0 trcm detcrminado no problcma 1.1 cslivcr se locomovendo a vcloci- dade IlHlxima possfvel num trccho plano, qual e a distancia de frenagem necessaria para uma parada completa? Problemll 1.4 Suponha que a trem do problema 1.1 viajc ao 10llgo de ullllcccho de 65 km, compos to por uma se~ao reta c cm nlvel dc 40 kill, c de lim aclivc de 1% dc 25 kill de comprimcnto. Determine 0 volullle de combustlvcl gas to ncssa viagcm. " 35 t' { " 36 Capftulo 1. Mecanlca da locomo9ao de ve{culos ferrovlarlos Problema 1.S Considere 0 trem do exemplo l.l 0 (pag. 31). (a) Qual de"e ser a potencia total maxima que pode ser utilizada no trecho plano para que a "elocidade do trem nao seja maior que 0 limite de "elocidade (70 km/h)? (b) Qual deve ser a forc;a de frenagem aplicada ao trem no trecho em declive (-0,5%) para que a "elocidade do trem nao exceda 70 km/h? 5ugestcio: use urn graficocomo 0 da Figura 1.15 para uma solw;iio grMka para 0 problema. Use uma planilha elctroniea para elaborar 0 grafico. ('robleln" 1.6 Considere 0 trem do cxemplo 1.10 (pug. 31). Quantos vagoes poderiam ser adicionados ao trem se a forc;a maxima no engate for 1.500 kN ao inves de 1.200 kN? Problema 1.7 Determine um trem-tipo para ser utilizado no lransporte de graos entre lim porto localizado as margens do rio Tielc e 0 porto de Santos.
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