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Grelhas do freio dinamico 1.2 Esforc;:otrator em locomotlvas dlesel-ehHrlcas 5 Fig. 1.2:Locomotiva dicsel-clctrica Fig. 1.3:Compol1cl1tcsdo sistcma de tra<;aodas locolllolivas dicscl- clctricas As locomotivaselctricase cliesel-elctricasfuncionamcom 0 mesmoprincfpio, o motorelCtricode trac;ao.A cliferenc;aequeas locomotivasdiesel-elelricas.como a mostraclana foto da Figura 1.2, sao aulo-suficientese capazesde gerar par si Illesmasa energiaelctrica necessariaparaa acionamentoclosmoloreseiclricos de trac;ao.Nas locol11otivaselclricas, a energiaelelrica c geradaem usinas hidroelc- tricas all tenlloelelricas e etransmitidapara0 trempar meio de tllll lerceiro triIho (no casodo metro)ou por um cabo localizacloacil11aciavia. Numa 10comotivadiesel, a ffJrc;aproduzida pelo motor cliesel c transferida paraas radas l110lrizespor meia de uma translllissiio. Essa lransmissaopode ser Illecanica, hiclraulicaau elclrica. Nas Iocomotivasc1iesel-elelricas,a transmissao cia forr;ageradano motor diesel c feila por meio de um sistemaelelrico. 0 que explica a origem do nomediesel-clhrica. as componenlesprincipais de uma locomotiva c1iesel-elctricasao moslrados na Figura 1.3: 0 1/10tordiesel aciona 11111gerador de corrente'continuaque, por sua vez, forneceelelricicladepara os lIlotores de tmrclo, que sao montadosjunlo aos eixos molrizes. Esses motoreseletricos de lrar;aofuncionam com corrente contInua e movem as rodas Illolrizes atravcscleum conjunlo de engrenagensdo lipo "coroa e pinhao". o lIS0da lransmissallelClrica pcrmiteoperar0 motor diesel elll rola<;aocons- tante,de tal forma que 0 consulno de combusliveI e 0 menor possfvel. 0conlrole da velocidadedo lreme feita variando-sea voltageme a correnteelclrica aplicadas aos matoresde trac;ao.Nas lacamotivasmodernas.isto c kito all'avesde llln siste- madecontroleeletronico,conhecidocomo chopper,que,pennitindo lima variac;ao contfnuada voltagemaplicaclaaos Ino(oresde trar;ao,ll1elhora0 descll1penhodo motor e reduz 0 consull1ode cnergia cletrica, Esse sistemade controle penl1ile que 0 sistemamotor diesel-geradoroperecomo ullla fonte de energiade potencia 6 o 'lJ,! I Correnteleletrlca I I I I I Correnteeletrica Fig. 1.4:Caracterfsticasdos motoreseletricosdetrac;ao CapItulo1.Mecanlcada locomot;:iiode velculos ferroviiirios P constante,qualquerque sejaa velocidadeda locomotiva. As caracterfsticasfundamentaisdos motores de tra~aoeletricos usados em locomotivas sao mostradasnos diagramasda Figura 104. Num motor e1etricode lra~ao,a correnteeletrica na armadurado motor e inversamenteproporcional a velocicladede rota~aoe diretamenteproporcional ao torqueproduzido no eixo do molor. A velocicladede rota~aodo motordeterminaa velocidadecialocomotivae o torque,a for~all10trizproduzidapara mover0 lrem. Observando-se0 diagrama torqueVS. corrente,naparteinferior naFigura lA, pode-senotarque 0 torque- e, por conseqiicncia,0 esfor~otralor - e diretamente proporcional acorrenleeletrica: quantomaior a correnteeletrica, maior 0 torque e, por conseguinte,maior 0 esfor~otrator produzido. 0 diagramada parte su- perior ll10straque a velocidadede rota~aodo motor e inversamenteproporcional a correnteeletrica na armadurado molor: uma correnteeletrica elevadaimplica em baixa velocidadede rola~aodo eixo do motor e, por consegucncia,em baixa velocidadeda locomotiva. Os motoresde tra~aopossuemlimites tantoquantoa correnteeletricamaxima na armaduracomo quantoa velocidadede rota~aodo eixo. Esses Iimiles influem diretamentenaopera~aodaslocomotivasdiesel-eletricas,como sediscutea seguir. 1.2.1 Limites de opera9iio das Jocomotivas dieseJ-e1etricas /J\ Limiteda correnteIf4-e/etrleamaxima N \'1:.. ,\ ~ \ \\ \ Limiteda ~ '~~\ . voltagem o 1':,.. maxima LL p 898ol1a l =~~~-~~~~--------J~--~--- Velocldadeda loeomotlva Fig. 1.5:Limites paraope- rac;aodemotoreseletricosde trac;ao Os 1l10toresde tra~aousadosem locomotivasdiesel-eletricassanprojetaclospara operarabaixodeumacorrenteeletricamaximaeabaixodeumavoltagemmaxima. oefeito desteslimites e ilustraclona Figura 1.5. Na pratica,os limiles determinam0 intervalo de velociclaclesem que a loco- motiva pode ser operaclasemque seusmotorescletra~aosejamdanificados. Em baixa rotw;:ao,0 motor de tra~aoprocluzum torque alto, mas a correnteeletrica na armacluraclo motor e tambemalIa. Se a correntefor excessiva,ocorrera um super-aquecimentodo molor que podeatecausara suaqueima. Para evitarsuper- aquecimenlo,0 projetistaclomolor estabeleceum limile maximo paraa corrente eletrica;esle limite paraacorrenteeletricaestabelecea menorvelocidadeaclmissf- vel de rola~a()do eixo do mOlore, pOI'conseqUcncia,a mcnor vclocidade que a locomoliva pode manlerSCIl1que seusmoloressejamprejudicados. Quando 0 motor funciona em alta rota~ao,a velocidadedo lrem e alta, assim como tambeme altaa diferen~ade potencialaplicada£10 motor. Entretanto,existe um limite paraesladiferen~ade potencial,quee estabelecidopelascaraclerfsticas 1.2Esforr;:otratoremlocomotlvasdlesel-ehltrlcas cloisolamentodo motor.Assim, 0 limiteclevoltagemdeterminaa maiorvelocidacle de rotar;aodo eixo do motor e, por conseqiicncia, a maior vclocidade em que a locomotivapode ser operadasemdanosaos seusmotores. Se a potencia P for mantidaconstante,a relar;aoentre 0 esforr;o trator Ft e a velocidade V de uma locomotiva tem 0 formato hiperb6lico, como indica a Equar;ao1.8,aqui repetidaparaa convenienciado leitor: P F, =2175-. V Usando-sea Equar;ao1.8,pocle-sccOllstruirum grafico como 0ciaFigura 1.5,que mostraas caracterlsticasdo esforr;otratorde uma locomotiva dicscl-clctrica - a relar;aoentrea velocidade V eo e,sforr;otrator Ft parauma potencia P constante. Esta funr;aohiperb61icae umacurvadepotenciacOI/stante(ou isopolencia). A existcllcia de um limite para a corrente na armaduradeterminaum valor maximo para a forr;a motriz geradapelos motores da locomotiva, mostrado na Figura 1.5 pela linha horizontal trac~jacla.Igualmente,a cxistenciade um limite para a voltagem faz com que a locomotiva nao possa ser operadaacima de uma certa velocidade, como mostra a Figura 1.5. Assim sendo, a regiao em que e posslvel operar a locomotiva e a contida entre estes dois limites e a curva de isopotenciacorrespondentea potenciamaximada 10Colllotiva.Potcncias menores que a maxima podem ser usadase a funr;ao isopotencia corrcspondentee uma hiperbole conticlano envelopeciaFigura 1.5,como mostramascurvastracejadas. Ao contnirio de caminh6es,ascurvasde esforr;otratorCO'ltravelocidadc para locomotivas diescl-el€tricas san contfnuas para toclasas V( iocidadcs posslveis. Isso se deve a utilizar;aoda trallsmissaoeletrica de potenci " que pcrmite que a potenciado motorsejacontinuaeque0 motordieseloperenumamesillavelocidade de rotar;ao0 tempo todo. Para controle ciavelocidadeem carros e caminh6es,e necessario variar a velocidade de rotar;aodo motor, por causa cia transmissao mecanica.Essa variar;aona velocidaclede rotar;aodo motor implica em variac;6es na suapotencia. Isso e discutido em maiorescletalhesno C tpftulo2, que abordaa mecanicada locolllor;aoclevefculos rodoviarios. 1.2.2 Tral;ao por aderimcia Nos vefculos tcrrestresque usam rodas, a trar;aoda-se em funr;aoclo atrito entre as roclase a via. Sem esseatrito,0 Illovimento naoe posslve!. Seja umarodade locolllotiva como a mostraclanaFigura 1.6,com raio r e que suportaUIll peso P. 0torque T, aplicado ao eixo conectadoaroda correspondea 7 N Fig. 1.6:Fon,:asatuandonu- Illa roda molriz 8 Capitulo1.Mecanlcada locomo~iiode veiculos ferrovlarlos urnconjugado T =Ft.r. Na zonadecontatoda wda com 0 trilho, surgeumafor<;a Fa =N.j, que se op6e ao deslizamentoda wda e e chamadade aderencia. Esta for<;aedadapelo produtoda normalaopesoN e 0 coeficientede atritoestaticof, chan1[~dode coejicienfedeaderencia. 0peso P e denominadodepeso aderellfe. Quando umarodamotrizesubmetidaa urntorqueT eaplicadonarodamotriz, exislem duaspossibilidades: Ft > F;, ou Ft ~ Fa. Se Ft > Fa, 0 torquee tal a for<;ade alrilo e insuficienlee a roda fica patinando,semquea locomotivasaiado lugar. Nesse caso,e 0 atritopassan'ia ser urn alrito de deslizamento,menorque 0 atrito estatico. Se Ft ~ Fa, a for<;ade atrito e suficientepara impedir que aroda patinee enta~a locomotiva e capaz de se movimentar,sendopropelida pOl'uma for<;al~. Fonte: Hay, W. (l9H2) Railroad Engineer;,,!:. Wiley & SOilS, New York, 2a etli~ao. Tab. 1.1:Yalorcstfpicosdococficicntede adercneiaf A aderencia,portanto,determinaqual amaior for<;amotriz quepo- de serutilizadaparamovimentar0 veiculo. A limita<;aopelaaderencia e mais notadanas velocidadesbailj.as,quando a locomotiva esta ini- ciando0 movimento. Em locomotivasmodernas,existemsensoresque monitoramasrodasmotrizese, sealgumadelascome<;aa patinaI',um dispositivo despeja-seautomaticamenteareia na interfacede contato para,aumentando0 coeficientede aderencia,impedir a patinagem. o coefieientede aderenciaf naoeurn valor constante,masvaria com as condic;;6esda superffciedo trilho: seca,molhada, limpa, suja de oleo ou com gelo (geada)como mostraa Tabela 1.1. No Brasil, um valor mediocomumenteusadonoscalculos de tra<;ao1e 0,22. Um trilho umido de orvalho tem fator de aderenciamenor que um trilho lavadopelachuva,pois aumidadeespalha0 filmedeoleo normalmenle encontradona superffciedo trilho, aumentandoseu efeito. No trilho lavadopelachuva,0 oleoetotalmentecarregadopelaaguadachuva,0 quemelhora ascondi<;5esde aderencia. (l,33 0,33 0,22 0,20 0,14 0,125 0,11 0,10 AderenciaEstlldo do trilJlO totalmentesew e Iimpo lavadopelaehuva seeoe limpo seen molhadopelachuva umidodcorvalho umidoe sujo sujocom61eo A Figura 1.7 l110slra0 efeito ela limitac;;aopela aelerencia. SeneloT" 0 peso aderentetolal da 10col11otivae f 0 coeficientedeaderenciaentreas rodasmotrizes c os lrilhos, a maior for<;amotriz FtOla, que pode ser exercida sem que as rodas motrizcs patinempodeser determinadopela expressao: ( 1.10) em que Ftn"" : for<;amotriz maxima [N); I Brina, II.L. (19H2). Es/mda.\·de Ferm. Livros Tccnicos e Cienlfficos EdilOra S.A., Rio de Janeiro, v. 2, p. 6. 1.3Reslstenclaao movlmento 9 f: coeficientecleaclerencia;e T,,: pesoaderenteda locomotiva [N). Fig. 1.7:Efeilo ciaaclerencianaforr;arnotriz lLl:nite da CorrenteEletrica Velocidade Quaisquercombina,Ges de velocidadee esfor,o lralor nesla regiilo siloposslveis com poMncia menorque a maxima A limila~aoparaderenciaesempremenorquealimila~aopela correntcelctrica maxima,como uma farma dc prcvcnir a queima dos motaresde tra~aopor dcscuido cloopcraclorciamaquina.As- sim senclo,a areacinza mostraclana Figura 1.7represenlaloclas as cOlllbina~6esclefor~aIllotriz e velociclaclepossfveiscleserclll obtidasCOIlluma locolllotiva. A envolt6riarepresentaa curva cle isopotenciaoblida COIlla polencia maximacialocomoliva. Nole-se quc 0 limite cia aclerenciac sempremenorque 0 limitc ciacorrentemaxima,para maior prole~ao clo equipamento. A velocicladem,aximaque pocleser alcan~adapela locomoliva c determinaclapelo limite da voltagcm, masas regrasdc operar;ao(cleterminaclas pelo projelo geomclrico e pelo estadocleconservar;aociavia) normalmentefazcm com que a velociclademaxima seja menorque esselimite. o peso aderel/teepeso que atuasobre as roclasmolrizes cia locomotiva. 0 pesototaldeum vefculoea somado pesoaclerente e do peso marta. 0 peso moNo C 0 pesoque atuasabreas rodas nao acoplaclasnos eixos tratores. Por isso, paramelhor aprovei- tamentoclo peso aclerente,e interessanleque todos os eixos das .9 locomolivas sejam eixos mOlrizes,ja quc quanta maior 0 peso ~ morto, menor a fon;a molriz maximaque pocJcser desenvolvida ~ pela locomoliva. Nas locomolivas moclcrnas,lodos os cixos sao ~ motrizes. W 1.3 Resistencia ao movimento Quando um vclculo terreslreenconlra-seem movimcnlo, surgelll diversas forr;as que se op6clll ao movimenlo; a csteconjunto de forr;as,da-sc 0 nomc dc res;stel/- cia 00 lIlov;mel/to. Como moslrado na Figura 1.8,a resistcnciaao movilllcnto e conlrabalan<;adapcla for~aIllolriz prodllzida pelo molor: sc a for<;aIllotriz F( for maior que a resistenciaR, 0 vefculo e submeticloa uma acelera<;ao;se I~ < R, o vClclllo csui dcsaccleranclo;c se I~ = R, 0 vcfculo lllanlclll lIllla vclocicladc· conslanle. A resistcncia ao movimenlo de U111 lrem possui quatm componenles princi- pais: resislcncia cle rolamenlo, rcsislencia acroclinamica,resistcnciade rampa c resistenciadc curva. A resist(?lIciade rolamentoe causadapela cleforma<;aoda 10 Capitulo1.Mecanlcada locomoyaode veiculos ferroviarlos roda e do trilho no seuponto de contato;pelo atrito internodo molor; pel~alrilo enlreeixos e mancais,radase trilhos; pelo balan<;odas radas;pelos choquesentre as flangesdas rodase os trilhos etc. A resistenciado ar, tambemehamadaresistellcia aerotiilltlmica ou arrn.l'to,surgeem fun<;aodo deslocamentociacomposi<;aonaatmosfera terrestrc,e dcpcndcde fatorestais como a a sec~aotransversalfrontal, o comprimento, a forma e rugosicladeda superffcieexternadas loco- motivas e vag5es,a velocidadecom que a composi<;aose clesloca,a veloeidadee dire<;aodo ventoetc.G A resistellciade rampa e eausaclapela a<;aoda gravidadeterrestre Fig. 1.8:Fon;asatllandasahrelIm trem sobre0 lrem, e epositiva (isto e,atuano sentidocontnlrio ao do movi- nurnarampa mento)numasubida,ou negativa(istoe,atuano sentidodo movimenlo) numaclescida.0 leitorqueja ancloudebicicletaconheceintuitivamente o cfeilo da resistenciade rampanasduassitua<;6es. Alem destestrescomponentesda resistencia,exisle um outro, a resistenciade CLlrva, que e causaclatantopela for<;acentrffugaque aumenta0 atritoentrearoda do treme 0 trilho, como pelo fatodequeasradasexternasdo truquesaoarrastadas numa curva, ja que 0 conjunto formado pelo eixo e as rodas tem a geometriade um cilinclro. Assim sendo,a resistenciatotal ao movimenlo, R, de uma composi<;aoferro- viaria edadapela soma R=Rr+R,,+R~+R(''--v---' . R( (l.ll) em que R: resistenciatotal ao movimento[N] Rr: resistenciaclerolamento[N]; R,,: resistenciaaerodinamica[N]; R(: resistenciainerenteao movimento(N]; Rg: resistenciade rampa[N]; e R,: resistcnciade curva (N]. Os dois liltimos termos da Equac;ao 1.11 so existem, respectivamente,em trechosinclinados e em curvas. A soma da resistenciade rolamento, Rr, e da resistenciado ar, R", tem um significado especial. Esta parcela ciaresistenciatotal e chamadade resisteflcia
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