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Plano 9 Pratica Penal - Maria Eduarda

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Maria Eduarda de Sousa Duarte
Matrícula: 201202337121
Caso concreto 9
O Delegado do Distrito Policial da Capital determinou, aos seus agentes, a prisão de
todas as garotas de programa que atuam na região, pois pretende restabelecer os bons
costumes na cidade, como afirmou em entrevista à rádio local. Algumas horas após a
ordem, os agentes de polícia realizaram as primeiras prisões. Sarajane, que atua como
acompanhante na localidade, passou a temer ser presa no horário em que realiza os seus
encontros, razão pela qual deixou de fazê-los. Como advogado de Sarajane , elabore a
peça cabível para resguardar o seu direito de locomoção
Resposta:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL
____, advogado regularmente inscrito n a OAB, Seccional de ____, sob o n. ____, com escritório no endereço, nesta Capital, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 5º, LX VIII, da Constituição Federal, e 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar ordem de HABEAS CORPUS em favor de Sarajane, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade n. ___ _, inscrita no CPF/MF n. _ ___, residente e domiciliada no e ndereço, nesta Cidade e Comarca, contra ato ilegal praticado pelo Delegado de Polícia Titular da Delegacia de Polícia da Capital, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I. DOS FATOS
 No último dia ____, o Sr. ____, Delegado de Polícia ora autoridade coatora , em entre vista à rádio local, determinou, aos seus agentes, a prisão de todas as meretrizes que circulam na Capital, pois os bons costumes deveriam ser restabelecidos. Após ouvir a notícia, a paciente, que garante o seu sustento por meio de encontros amorosos, suspendeu o exercício da prática, pois passou a temer a ação da polícia, que vem, de fato, cumprindo a determinação da autoridade policial. 
II. DO DIREITO 
 No entanto, a ordem emanada do ilustre Delegado de Polícia constitui ato ilegal, pois impõe à paciente restrição indevida em sua liberdade de locomoção, haja vista que, como é sabido, a prostituição não constitui fato típico. Neste p roblema, seria necessário discorrer sobre a falta de justa causa para a realização das prisões, nos termos do artigo 64 8, I, do CPP, pois o fato é atípico. Caso a paciente já estivesse presa em flagrante pelo motivo proposto no e nunciado, a discussão envolveria a ilegalidade da prisão em flagrante, nos termos do artigo 302 do CPP, e o Prof. Iris Saraiva Russowsky Prática Penal pedido seria o de re laxamento da prisão com o respectivo alvará de soltura, e não a expedição de salvo- conduto. Ex positis requer, após as informações prestadas pela autoridade apontada como coatora, seja concedida a ordem de habeas corpus, determinando- se a expedição de salvo-conduto em favor da paciente, como medida de justiça. 
Nesses termos, pede deferimento. 
Macaé, 02 de junho de 2020
 Advogado
 nº OAB

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