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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI ÁRIDO – UFERSA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS AMBIENTAIS - DECAM MANUAL DE VIVÊNCIAS AMB1097 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OPERAÇÕES I AMB0332 – PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DE PRODUÇÃO PROFESSOR BRENO BARROS TELLES DO CARMO, Ph.D 2 Apresentação Este manual apresenta as vivências propostas para as disciplinas AMB1097 (Planejamento e Controle de Operações I) e AMB0332 (Planejamento, Programação e Controle de Produção). A ideia das vivências surgiu com o intuito de tentar “ativar” as disciplinas de Planejamento e Controle de Operações I e Planejamento, Programação e Controle de Produção. A pirâmide da aprendizagem (Figura 1) foi o conceito que serviu de inspiração para o desenvolvimento das vivências. Esta pirâmide apresenta os tipos de atividades didáticas possíveis e seu potencial para promover a aprendizagem. Figura 1: Pirâmide da aprendizagem. Pela Figura 1, pode-se constatar que a aprendizagem se dá de forma mais efetiva pelas atividades propostas na base da pirâmide. Neste sentido, as vivências buscam promover a interação inter-discentes, de forma a possibilitar uma maior troca entre os alunos, fazendo com que eles discutam entre si e com o professor para tentar resolver os problemas propostos. Assim, o objetivo destas vivências é incentivar um papel mais ativo do discente no seu processo de aprendizagem. Cada caso previsto nas vivências realizados no decorrer do semestre letivo visa contextualizar o conteúdo programático dentro de problemas reais que possam ser resolvidos por meio dos assuntos estudados na disciplina. Este 3 manual contempla 11 vivências associadas a cada um dos tópicos cobertos pelas referidas disciplinas. A Figura 2 apresenta a relação entre as vivências propostas e o conteúdo programático, bem como a sequência na qual elas serão realizadas no decorrer do semestre letivo. Figura 2: Relação entre as vivências pretendidas e conteúdo programático. Para cada uma destas vivências, é disponibilizado uma planilha eletrônica, de forma a incentivar o uso deste tipo de tecnologia pelos discentes, desenvolvendo outras habilidades necessárias ao Engenheiro. Para um melhor aproveitamento das vivências propostas, destaca-se a necessidade de uma leitura prévia do material disponibilizado pelo professor, bem como o conteúdo respectivo presente na lista de referências bibliográficas apresentada no primeiro dia de aula, de forma a favorecer o processo de interação pretendido durante as aulas. Finalmente, espero que apreciem esta metodologia de vivências proposta e desejo sucesso nas disciplinas. Professor Breno Barros Telles do Carmo 4 Sumário 1. Vivência 1: Conceitos Iniciais............................................................................. 6 1.1. Atividade 1.1: Estabeleça os inputs e outputs da sua organização. Indique ainda o tipo de processo de transformação a ser utilizado. ...................................................... 6 1.2. Atividade 1.2: Defina as atribuições das funções centrais e de apoio na sua organização. Apresente exemplos práticos. .................................................................... 6 2. Vivência 2: Estabelecendo uma estratégia de produção .................................... 7 3. Vivência 3: Gestão da Capacidade ................................................................... 10 3.1. Caso 3.1: A empresa de bolos “Gostosão”....................................................... 10 3.2. Caso 3.2: A empresa de geladeiras de cores duvidosas ................................... 11 3.3. Caso 3.3: Setor de estamparia da fábrica de fogões ........................................ 11 3.4. Caso 3.4: Maternidade .................................................................................... 12 3.5. Caso 3.5: Empresa “100% Seguro” .................................................................. 12 4. Vivência 4: Construindo uma bola de Cristal ................................................... 13 4.1. Caso 4.1: Rosquinhas Douradas ...................................................................... 13 4.2. Caso 4.2: Rosquinhas Exponenciais ................................................................. 13 4.3. Caso 4.3: Empresa de Sabão em Pó ................................................................. 13 4.4. Caso 4.4: Minigeladeiras de cores duvidosas................................................... 14 4.5. Caso 4.5: Empresa Tirando doce da boca de uma criança ............................... 14 4.6. Caso 4.6: Empresa Bucho de Lama .................................................................. 15 5. Vivência 5: Estocando de forma responsável .................................................. 16 5.1. Caso 5.1: Fábrica de mesas ............................................................................. 16 5.2. Caso 5.2: Vendedor de rádios da praça do Pax ................................................ 17 5.3. Caso 5.3: Fábrica de geladeiras ....................................................................... 17 5.4. Caso 5.4: Fábrica de geladeiras 2 .................................................................... 18 5.5. Caso 5.5: Fábrica de geladeiras 3 .................................................................... 19 5.6. Caso 5.6: Tempero da Vovó ............................................................................ 19 6. Vivência 6: Planejamento agregado de produção............................................ 21 6.1. Caso 6.1: Olaria ............................................................................................... 21 6.2. Caso 6.2: A empresa de geladeiras .................................................................. 22 7. Vivência 7: Plano Mestre de Produção ............................................................ 24 7.1. Caso 7.1: O caso do fabricante de chinelos ecológicos .................................... 24 5 7.2. Caso 7.2: O caso do vendedor de sombreiros mexicanos ................................ 26 7.3. Caso 7.3: Cálculo da carga global .................................................................... 27 7.4. Caso 7.4: Método da Capacidade Global ......................................................... 27 7.5. Caso 7.5: Método da Compensação da Capacidade ........................................ 27 8. Vivência 8: Available to Promisse .................................................................... 29 8.1. Caso 8.1: O caso da empresa “Só para baixinhos” ........................................... 29 9. Vivência 9: Produtividade ............................................................................... 31 9.1. Caso 9.1: A empresa “Comeu Morreu” ........................................................... 31 9.2. Caso 9.2: A empresa "Assombrando" S. A ....................................................... 32 10. Vivência 10: Material Requirement Planning .................................................. 34 10.1. Caso 10.1: A empresa “Serra-Serra Serrador” ................................................. 34 11. Vivência 11: Programando a Produção ............................................................ 36 11.1. Caso 11.1: A empresa “Envelopando” ............................................................. 36 11.2. Caso 11.2: A empresa "Sabor Gelado” ............................................................ 37 11.3. Caso 11.3: A empresa “Me molhei” ................................................................ 38 11.4. Caso 11.4: A empresa “Cadeirante” ................................................................ 38 REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 40 6 1. Vivência 1: Conceitos IniciaisEsta vivência deseja que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Identificar os inputs, outputs e processos de transformação envolvidos em uma atividade produtiva; ü Conceber quais são as atividades centrais e de apoio em um determinado tipo de organização. Contexto do caso: Sua equipe dirige uma empresa e deseja melhorar o conhecimento sobre as atividades desenvolvidas por ela. Assim, vocês devem escolher uma das organizações abaixo (considere o produto carro-chefe). As equipes têm 5 minutos para definir em qual caso vão trabalhar. Opções de casos (5 minutos para definição): 1. Samsung 2. Ypioca 3. Salão de Beleza 4. Hamburgueria 1.1. Atividade 1.1: Estabeleça os inputs e outputs da sua organização. Indique ainda o tipo de processo de transformação a ser utilizado. 1.2. Atividade 1.2: Defina as atribuições das funções centrais e de apoio na sua organização. Apresente exemplos práticos. 7 2. Vivência 2: Estabelecendo uma estratégia de produção Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Conceber um plano de ação para melhoria do desempenho de uma empresa baseado na priorização de critérios. Contexto do caso: Vocês dirigem uma empresa e desejam melhorar o nível de competitividade do produto carro-chefe em relação aos concorrentes, dado que os dados de vendas nos últimos meses apontam que as vendas e faturamento da empresa estão caindo vertiginosamente. Assim, considerando este cenário, um plano de ação deve ser proposto urgentemente. Cada equipe será composta pelo diretor geral e diretores de marketing, desenvolvimento de produto, produção e financeiro. Para a realização deste caso, vocês poderão escolher uma das empresas abaixo (sua equipe dirige a primeira empresa e seu concorrente será a segunda empresa). As equipes têm 5 minutos para definir qual tipo de negócio desejam atuar. Opções de negócio (5 minutos para definição): 5. Apple vs Samsung (telefones celulares); 6. Apple vs Dell (notebooks); 7. Cachaça Colonial vs Ypioca; 8. Toyota vs Ford (Etios vs Fiesta); 9. Azul vs Tam (serviço de aviação); 10. Bambinos vs Hamburguerias; 11. Nike vs Adidas (tênis); 12. Nescau vs Toddynho; 13. Outro... 8 Definido o caso a ser trabalhado, aplicar a abordagem proposta por Slack et al. (2003) para formular uma estratégia de produção, identificando os critérios competitivos que devem ser priorizados e como a empresa agirá sobre os mesmos (plano de ação). Etapa 1: Considerando o negócio escolhido, sua equipe deverá realizar uma reunião de brainstorm1 para identificar quais os critérios que são considerados pelo consumidor no momento de optar entre seu produto e o do concorrente. Enumere entre 5 e 7 critérios. (15 minutos) Etapa 2: Identificar a importância atribuída pelos clientes a cada um dos critérios competitivos. Considere como seus clientes os membros das outras equipes. (20 minutos) Etapa 3: Identificar a performance do seu produto em relação ao concorrente, considerando o ponto de vista do consumidor. Considere como seus clientes os membros das outras equipes. (20 minutos) Etapa 4: Construir a matriz “importância vs desempenho” considerando os dados obtidos nas etapas 1 e 2. (10 minutos) Etapa 5: Interpretar os resultados e estabelecer um plano de ação considerando os resultados apresentados na matriz importância vs desempenho. Abaixo, seguem exemplos dos tipos de questão que deverão ser respondidas. • Qual/quais critérios competitivos devem ser priorizados no plano de ação da minha empresa? 1 Brainstorming significa tempestade cerebral ou tempestade de ideias. Trata-se de uma dinâmica de grupo usada em várias empresas como uma técnica para resolver problemas específicos, para desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar informação e para estimular o pensamento criativo. 9 • Quais ações posso tomar para melhorar minha performance? Cada equipe deverá fazer uma rápida apresentação dos resultados obtidos para as demais equipes. (30 minutos). 10 3. Vivência 3: Gestão da Capacidade Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Calcular a capacidade de produtiva de um determinado setor de uma empresa; ü Decidir quando é interessante expandir a capacidade produtiva; ü Planejar os recursos de produção: equipamentos e mão de obra; ü Construir curvas de aprendizagem para tomada de decisão. Os quatro casos propostos nesta vivência e foram inspirados nos exercícios propostos por Moreira (2011). 3.1. Caso 3.1: A empresa de bolos “Gostosão” Uma padaria produz o bolo Gostosão, carro-chefe da empresa. O gerente desta empresa não conhece a capacidade produtiva do setor de preparação de massas e assim, não tem noção se conseguirá atender a demanda diária do bolo Gostosão. Ele dispõe dos dados de demanda dos últimos 12 dias, conforme apresentado abaixo: Dia 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Dem 900 800 900 800 850 900 800 850 780 800 900 900 O setor de preparação de massas possui atualmente 5 funcionários trabalhando 8 horas por dia. Por meio de um estudo de tempos e movimentos, ele observou que o tempo-padrão de um funcionário empregado na preparação da massa de um bolo é de 4 minutos. Faça uma análise da capacidade produtiva do setor de massas desta padaria. Qual a recomendação da sua equipe para o gerente? 11 3.2. Caso 3.2: A empresa de geladeiras de cores duvidosas Um empresário deseja investir em uma fábrica de minigeladeiras de cores duvidosas. Ele calculou que seria necessário um investimento inicial na planta na ordem de R$ 5.000.000. O custo fixo para operar a planta seria de R$ 500.000 por ano e o custo com mão-de-obra direta e matéria-prima seria de R$ 200,00 por unidade. Por meio de uma pesquisa de mercado, ele estima que, no ano de 2018, serão vendidas 8.000 minigeladeiras no mercado brasileiro. Conversando com o gerente do banco, o empresário escutou a seguinte proposta: “se você investir seu capital comigo durante 1 ano, vou te pagar o valor da Selic + 3%”. Assim, qual decisão vocês recomendam ao empresário? a) Sem levar em consideração a proposta do gerente do banco, quantas unidades de minigeladeiras o empresário deve produzir/vender para atingir o ponto de equilíbrio? Ilustre seu resultado em um gráfico e interprete o resultado. b) Considerando a proposta do gerente, você modifica sua recomendação para o empresário? Se sim, qual seria? 3.3. Caso 3.3: Setor de estamparia da fábrica de fogões Uma empresa fabricante de fogões produz em seu setor de estamparia a lateral do fogão 4 bocas. A fabricação deste item envolve três operações no setor de estamparia: corte de chapa; prensagem e furação. Elas são realizadas em três máquinas diferentes (M1, M2, M3). O tempo-padrão de cada operação em cada máquina é apresentada na tabela abaixo. Operação Máquina Tempo-padrão de operação (min) Tempo de manuseio dos itens (min) Corte de Chapa M1 0,48 0,10 Prensagem M2 0,10 0,20 Furação M3 0,24 0,30 12 A empresa trabalha um turno de 8 horas diárias e a demanda é de 5 000 peças por dia. De acordo com o histórico das máquinas, 10% do tempo diário é empregado no reparo e manutenção. a) Calcule a quantidade de máquinas necessárias para cada uma das operações deste processo produtivo. 3.4. Caso 3.4: Maternidade Um posto de atendimento médico apresenta três diferentes atividades ligadas ao pré-exame de mulheres em estado de gravidez: o preenchimento de uma ficha (atividade A1), que demora em média 8 minutos; uma entrevista (atividade A2), que toma cerca de 10 minutos; e a pesagem e medida da pressãoarterial (atividade A3) que juntas, consomem aproximadamente 5 minutos. O posto atende cerca de 100 mulheres por dia em um turno de 6 horas. a) Supondo que 20% do tempo de trabalho dos atendentes será dedicado a momentos de descanso, a necessidades pessoais e a outras atividades menores, determine o número de atendentes, supondo que cada um deles possa desempenhar as três atividades. b) Haverá alguma alteração nesse número se for feita a restrição de que cada um dos atendentes deve ligar-se a apenas uma das atividades? 3.5. Caso 3.5: Empresa “100% Seguro” Uma empresa de seguros oferece o serviço de troca de pneus dos seus segurados. Esta corretora contratou um novo funcionário para fazer este tipo de atendimento. Assumindo que a atividade de trocar um pneu leva 20 horas para ser completada da primeira vez e que a aprendizagem segue uma curva de 80%: a) Quanto tempo o funcionário levará para fazer a segunda, a quarta e a oitava troca de pneus? b) Construa a curva de aprendizagem para este caso. Interprete a curva. 13 4. Vivência 4: Construindo uma bola de Cristal Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Implementar modelos de previsão de demanda, interpretando os problemas para a escolha do método mais adequado a cada caso; ü Interpretar os resultados obtidos por meio dos modelos para a tomada de decisão. Os seis casos propostos nesta vivência são baseados em Tubino (2007). 4.1. Caso 4.1: Rosquinhas Douradas A empresa “Rosquinhas Douradas” fabrica donuts para padarias em Mossoró. A referida empresa dispõe de um histórico de vendas dos últimos 24 meses. Implemente a técnica Média Móvel Simples para n= 3, 6 e 12 períodos para observar a sensibilidade do modelo em relação aos dados mais recentes. Assim: a) Implemente a técnica de previsão MMS para 3, 6 e 12 períodos; b) Considerando os resultados obtidos, qual a sua recomendação para a “Rosquinhas Douradas”? Ela deve considerar no seu modelo 3, 6 ou 12 períodos para fazer a previsão da sua demanda? Porque? 4.2. Caso 4.2: Rosquinhas Exponenciais Considerando os mesmos dados utilizados no caso anterior. Proponha um modelo de previsão de demanda utilizando a técnica Média Exponencial Móvel. Empregue a = 0,10; 0,50 e 0,80. a) Implemente a técnica de previsão MEM para três coeficientes a: 0,10; 0,50 e 0,80. b) Interprete os resultados e justifique a escolha por um dos coeficientes possíveis. c) Quando este modelo pode ser utilizado e qual a sua limitação? 4.3. Caso 4.3: Empresa de Sabão em Pó 14 Uma empresa que fabrica caixas de sabão em pó está com problemas para definir qual será demanda para o ano de 2018. O departamento de vendas disponibilizou para vocês um histórico de vendas dos últimos dois anos. Assim: a) Qual o padrão de demanda que você pode observar pelos dados? Qual técnica de previsão você sugere que seja implementada? b) Implemente a técnica sugerida e faça a previsão para o ano de 2018. 4.4. Caso 4.4: Minigeladeiras de cores duvidosas Uma empresa que fabrica mini geladeiras de cores duvidosas dispõe do seu histórico de vendas dos últimos 24 meses. O dono da referida empresa pretende montar o plano agregado de produção para o ano que vem. Assim, ele precisa de uma estimativa de quantas mini geladeiras de cores duvidosas serão vendidas para o referido período. Ele contratou sua equipe de consultores para resolver este problema. Logo: a) Qual o padrão de demanda você observa pelo conjunto de dados apresentados? Qual a técnica de previsão você recomenda que seja utilizada? b) Implemente a técnica sugerida e faça a previsão para o ano de 2018. 4.5. Caso 4.5: Empresa Tirando doce da boca de uma criança A empresa “Tirando doce da boca de uma criança” produz pirulitos e precisa projetar as vendas para o ano de 2018. O departamento de vendas disponibilizou os dados de demanda dos dois últimos anos. Como excelentes consultores que são, sua equipe disse ao dono que esta seria a tarefa mais fácil do dia e assim. O dono, incrédulo sobre a competência de vocês, os desafiou para responder às seguintes perguntas: “Como devo tratar dados que apresentem tendência e sazonalidade ao mesmo tempo?” Assim, realize a previsão de demanda para o ano de 2018 e prove ao dono da empresa que sua equipe realmente é a melhor em consultoria em PCP na região de Mossoró. 15 4.6. Caso 4.6: Empresa Bucho de Lama A cadeia fast food Bucho de Lama verificou que as vendas mensais de refeições em suas 13 lojas estavam relacionadas ao número de alunos matriculados em escolas situadas num raio de 2km em torno delas. Os dados referentes às vendas mensais e número de alunos matriculados num raio de 2km das 13 lojas da cadeia estão apresentados na tabela abaixo. A empresa pretende instalar uma nova loja numa região onde o número de alunos é de 13.750. Qual a previsão de demanda para esta nova loja? 16 5. Vivência 5: Estocando de forma responsável Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Priorizar os produtos em estoque a serem controlados; ü Entender a lógica do Lote Econômico de Compra; ü Implementar os modelos de controle de estoque, interpretar o funcionamento do modelo e explicar a forma de funcionamento do mesmo; ü Decidir quais abordagens de controle de estoque são mais adequadas a cada caso. Os casos previstos nesta vivência foram adaptados de Moreira (2011). 5.1. Caso 5.1: Fábrica de mesas Vocês são uma equipe de consultores conhecidos na região oeste potiguar pela competência em consultorias em planejamento e controle de produção. O gerente de produção de uma empresa fabricante de mesas os contatou na sexta-feira de manhã com o seguinte problema: “Eu possuo um almoxarifado para armazenar os 10 tipos de itens que utilizo na fabricação do meu produto. Eu gostaria de implementar um sistema de controle de estoques. Entretanto, considerando que o processo de controle é dispendioso, terei que priorizar os itens a serem controlados por um sistema de revisão contínua2. Assim, gostaria de contratar sua equipe de consultores para definir os itens que devem serem controlados com maior esmero. Disponibilizo para os/as senhores (as) a planilha com os dados de 2 A principal característica do sistema de revisão contínua é o acompanhamento contínuo dos níveis de estoque. Sempre que retiradas são realizadas, o nível de estoque é prontamente atualizado. Outra característica do sistema de revisão contínua é a existência de um ponto de ressuprimento (PR), que funciona como um gatilho para que novos pedidos de reposição sejam feitos. Assim que o nível de estoque passa a estar abaixo do PR, a empresa sabe que um novo pedido de reposição de tamanho Q precisa ser feito. Em geral, o tamanho do pedido de compra é fixo e é determinado pelo Lote Econômico de Compras (LEC). 17 consumo anual (demanda) e preços unitários de aquisição dos itens. Qual a recomendação da sua equipe para o meu problema?” Após o sucesso na primeira Caso de consultoria do dia e considerando que vocês tinham um compromisso com outro empresário no período da tarde, sua equipe resolveu passear no centro de Mossoró. 5.2. Caso 5.2: Vendedor de rádios da praça do Pax Vocês andavam calmamente no centro de Mossoró em um agradável final de manhã ensolarada. Como vocês são consultores experientes e conhecidos na região, um comerciante se aproximou de vocês extremamente preocupado, pois não sabia qual decisão tomar e precisada de um conselho. Ele explanou para vocês o seguinte problema: “Eu vendo rádios de pilha na praça do PAX, como vocês devem ter percebido. Eu os compro em Manaus por R$ 50,00 cada. Em cada viagem realizada à zona franca, gastoR$ 1.300,00 com passagens, hospedagem e alimentação, em média. Pelas minhas contas, em 2018, devo vender 600 rádios. Na semana passada, fui ao banco “Sonha Alice” e o gerente me disse que estimava o custo do financiamento do capital por volta de 78% ao ano. Como sabem, amo o que faço e pretendo continuar no ramo do comércio. Assim, preciso minimizar meu custo de estocagem ao máximo possível. Entretanto, não sei quantas viagens devo fazer no ano de 2018 e qual a quantidade de rádios devo comprar em cada uma delas. Será que vocês poderiam me dar um conselho?” Após atuarem como conselheiros do vendedor de rádios da praça do PAX, vocês observam que este cidadão tomou todo o horário de almoço de vocês. Assim, devem seguir diretamente para o encontro com o empresário no turno da tarde. 5.3. Caso 5.3: Fábrica de geladeiras Nesta bela tarde ensolarada, acontece o encontro com o empresário que fabrica geladeiras e as vende em todo o país. Ele precisa tomar uma decisão, mas não sabe o que fazer. Eis a situação: 18 Os compressores utilizados na montagem da geladeira são comprados de um fornecedor de São Paulo. Este fornecedor propôs o seguinte esquema de descontos por quantidade: se a compra for feita em quantidade igual ou inferior à 2000 unidades, o preço unitário será R$70,00; para quantidades acima de 2000 e inferiores à 3000, o preço cai para R$69,00 e; acima de 3000 unidades, o preço cai para R$68,50. O custo de lançamento de pedido é de RS1.500,00, a demanda anual é estimada em 20.000 unidades e a taxa que representa a remuneração do capital e custos de armazenagem é de 50% ao ano. Assim, qual a quantidade de compressores a ser encomendada em cada pedido? Qual o custo desta política de estoques? 5.4. Caso 5.4: Fábrica de geladeiras 2 O mesmo empresário dono da fábrica de geladeiras deseja controlar o estoque de geladeiras (produto acabado). Ele sabe que, como se trata de um produto com alto valor agregado, ele deve utilizar um sistema de revisão contínua para controlar este item em estoque. Ele conhece os seguintes dados: ü Sua fábrica vende, em média, 300 geladeiras, com um desvio-padrão de 200 unidades. ü Quando uma OF (ordem de fabricação) é enviada à linha de montagem das geladeiras, o pedido é entregue no almoxarifado em 5 dias. ü O custo para preparar a linha de montagem é de R$200,00 e o custo de estocagem é estimado em R$20,00 por unidade por ano. ü O empresário admite que a falta de estoque deste item seja restrita à 0,3%, o que indica um nível de serviço de 99,7%. Assim: a) Qual o tamanho do lote deve ser montado de cada vez? b) Qual o ponto de ressuprimento para o nível de serviço desejado? 19 c) Explique ao empresário como usar estes parâmetros obtidos no sistema de revisão contínua. 5.5. Caso 5.5: Fábrica de geladeiras 3 Finalmente, o mesmo empresário deseja simular a implantação de uma outra política de estoques, a reposição periódica. Neste caso, ele considera que os pedidos serão separados por um intervalo de 30 dias. Considere os mesmos dados da Caso anterior para dimensionar esta política de gestão de estoques em reposição periódica. Assim, estabeleça: a) A média consumida durante P+L b) O nível de referência; c) O estoque de segurança; d) Explique ao empresário como usar estes parâmetros obtidos no sistema de reposição periódica. 5.6. Caso 5.6: Tempero da Vovó Sua equipe de consultores resolveu terminar o dia exaustivo de trabalho no restaurante “Tempero da Vovó”, que serve um prato de frutos do mar irresistível às sextas-feiras. A dona do restaurante, Vovó Aurora, quando viu vocês entrarem, separou a melhor mesa do seu estabelecimento e disse que, naquele dia, vocês eram convidados de honra dela. Entretanto, nada nesta vida é de graça... Vovó Aurora já tinha tudo arquitetado em sua cabeça. Ela pretendia obter uma consultoria de graça com os melhores consultores de Mossoró. Ao término da refeição, ela sentou-se com vocês e mencionou que estava com um problema: “Que felicidade os ter aqui conosco hoje. Será que vocês poderiam me ajudar? Como sabem, todas as sextas-feiras de noite tem o festival dos frutos do mar no meu restaurante. Entretanto, não sei quantas refeições devo preparar para maximizar meu 20 lucro. O custo de produção do prato de frutos do mar é de R$20,00, que é vendido por R$60,00. Como se trata de um produto perecível, tudo que não vendo na sexta, é jogado no lixo. Meu neto, por meio dos dados de contabilidade, me disse que, em média, o meu restaurante vende 30 pratos nas sextas de noite, com um desvio-padrão de 20 unidades. Assim, vocês acham que eu devo preparar quantos pratos todas as sextas-feiras?” Mesmo contrariados por terem sido ludibriados pela vovozinha esperta, como vocês são boas pessoas, vão dar esta consultoria gratuita para ela. Entretanto, vocês exigem que, tudo o que não for vendido seja doado para uma instituição de caridade. Finalizado a consultoria, vocês tiveram somente uma certeza: ERAM OS MELHORES CONSULTORES DE GESTÃO DE ESTOQUES DE MOSSORÓ!!! 21 6. Vivência 6: Planejamento agregado de produção Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Determinar a melhor estratégia de contratação de mão de obra para o alcance dos objetivos de produção; ü Criar modelos de simulação/otimização para definição da necessidade de mão de obra para atendimento das metas de produção. Os casos apresentados nesta vivência foram baseados em Baptiste (2018) e Moreira (2011). 6.1. Caso 6.1: Olaria Uma olaria calculou sua previsão de demanda (em milheiros de tijolos) para o ano de 2018, conforme tabela abaixo: Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Dem 1100 1200 1200 1500 1600 1400 1700 1800 2000 2300 1800 1600 Os departamentos de contabilidade e recursos humanos disponibilizou a estrutura de custos conforme tabela abaixo: Discriminação Valor (R$) Custo de contratação de pessoal 1.000 por funcionário Custo de demissão de pessoal 3.500 por funcionário Custo da estocagem 5 por milheiro por mês Custo regular da produção 20 por milheiro Custo da produção em horas extra 24 por milheiro A empresa inicia o mês de janeiro com 16 funcionários, o que significa uma capacidade de produção de 1600 milheiros de tijolos. O dono da empresa pode implantar dois tipos de estratégias: 22 • Estratégia de Nivelação: Manter a força de trabalho atual (16 funcionários) e utilizar os estoques para amortecer a demanda quando necessário. • Estratégia de Caça à Demanda: Contratar e demitir sempre que necessário. Neste caso, suponha que o nível de produção varia linearmente com o número de funcionários. Qual a estratégia você recomendaria de forma a minimizar o custo total? 6.2. Caso 6.2: A empresa de geladeiras Uma empresa de geladeiras fez sua previsão de demanda para o ano de 2018 (tabela abaixo). Ela estima que um produto custa em média 7h de trabalho. Cada operador está disponível, me média, 160h por mês. Em julho e agosto, em média 1/3 destes operários estão de férias. Segundo a política de RH da empresa, cada operário pode fazer somente 16 horas-extra, que custam 30% mais caro que uma hora regular. Uma hora regular, custa para a empresa R$20,00. Se a empresa subcontratar, o custo é de R$300,00 de mão-de-obra por produto (R$42,85 por hora). A capacidade máxima de subcontratação é de 100 produtos por mês. Ela estima ainda que um produto em estoque custa em torno de R$5,00 por mês. Caso necessário, a empresa pode também empregar operários temporários (máximo de 20), pago como os permanentes, mas o custo de contratação ou demissão é de R$2.500,00. Os operadores temporários não fazem horas- extra. Mês Previsão JAN 1200 FEV 1300 MAR 1450 ABR 1500 MAI 1800 JUN1900 JUL 1500 AGO 1300 SET 1200 OUT 1000 NOV 1000 DEZ 1100 23 Desenvolva uma planilha em Excel capaz de determinar o número de funcionários para um custo mínimo. Neste exercício, você não pode contratar terceirizados nem subcontratar a produção. 24 7. Vivência 7: Plano Mestre de Produção Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Desagregar as previsões de vendas por período e família de produtos; ü Dimensionar os lotes de produção por meio de diversas técnicas; ü Estabelecer um plano mestre de produção por meio das técnicas de dimensionamento de lotes; ü Calcular a carga de trabalho induzida por um plano de produção. Cinco casos são previstos nesta vivência e foram baseados em Baptiste (2018). 7.1. Caso 7.1: O caso do fabricante de chinelos ecológicos Parte 1: Desagregação por período O Senhor João Pé de Chinelo é o maior produtor de chinelos ecológicos da região oeste potiguar. A demanda por seus produtos aumentou muito nos últimos anos devido ao seu design inovador. Ele produz três modelos: PetChic, Nerd e Perfumado, todos eles sendo produzidos na mesma linha de produção. Ele contratou um Engenheiro de Produção para melhor planejar seu processo produtivo. A única informação que ele detinha era a previsão de demanda mensal para esta família de produtos. Você, como o Engenheiro contratado precisa definir quantos chinelos devem ser produzidos por semana para os meses de Janeiro, Fevereiro e Março, de forma que a empresa consiga atender a demanda prevista. 25 Período Demanda Prevista Janeiro/2018 1.100 Fevereiro/2018 900 Março/2018 1.200 Parte 2: Desagregação por família Quando você apresentou ao Sr. João a quantidade de chinelos que ele deveria produzir por semana para atender à demanda prevista, ele constatou que esta informação não seria suficiente para planejar a produção, pois ele não sabia qual o mix de produtos produzir. Assim, você solicitou ao Sr. João os pedidos já confirmados para cada tipo de produto (PetChic, Nerd e Perfumado) para os meses de janeiro, fevereiro e março (por semana), bem como a proporção de vendas dos modelos no ano anterior. Semana 22/01/18 29/01/18 05/02/18 12/02/18 19/02/18 26/02/18 Sapato 80 40 50 20 40 40 Bota 10 30 30 20 10 30 Tênis 30 20 20 10 15 30 Proporção das vendas dos modelos para o ano de 2017 PetChic 50% Nerd 30% Perfumado 20% Assim, projete a quantidade de produtos de cada um dos modelos que deve ser produzido de forma a atender à demanda prevista. 26 7.2. Caso 7.2: O caso do vendedor de sombreiros mexicanos Juan Carlos é um mexicano que se mudou para Mossoró e fabrica sombreiros. Ele não sabe o tamanho do lote de sombreiros a fabricar. Assim, ele o contratou para definir em quais semanas as ordens de fabricação devem estar prontas (disponíveis para a venda na sua loja no Partage Shopping) Ele disponibilizou para você a projeção da quantidade de produtos que ele irá vender nas próximas 13 semanas. Ele estima ainda que o custo de estocagem é de R$ 1,00 por produto por semana e o custo de lançamento de uma ordem de fabricação em R$ 100,00. Assim, considerando os modelos de dimensionamento de lotes, defina em quais semanas as OFs devem estar prontas e qual o custo total deste planejamento de OFs. Sem. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 Dem. 0 15 20 10 20 15 25 10 30 10 10 10 20 *** Considerar as informações da próxima questão para todas as Casos a seguir*** A empresa “Tratamento de Choque” fabrica o medicamento A, composto por 2 unidades da substância B e 1 unidade da substância C. A substância B é fabricada a partir de 1 componente D e a substância C é produzida a partir de 1 componente E e 1 componente D. Somente os componentes E e D são comprados. O lote de fabricação da empresa para A, B e C são, respectivamente, 40, 100 e 100 unidades. O leadtime é de 4, 3 e 3 semanas, respectivamente. A empresa disponibilizou o plano de entrega das OFs de A, obtido por meio de um modelo de dimensionamento lote a lote. Sem. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Dem. 10 10 10 20 20 20 10 10 10 20 27 A empresa dispõe de 6 postos de trabalho (PT) para fabricação das substâncias/componentes; cada um apresentando seu respectivo tempo de produção unitário e tempo de setup do equipamento. Cada produto apresenta sua própria sequência de operações, mostradas a seguir: 7.3. Caso 7.3: Cálculo da carga global ü Utilizando o método da carga global, determine a carga induzida por um LEF de A no sistema produtivo da empresa. 7.4. Caso 7.4: Método da Capacidade Global ü Considerando a árvore do produto fornecida, calcule a carga induzida de um LEF de A nos postos de trabalho. 7.5. Caso 7.5: Método da Compensação da Capacidade ü Considerando as quantidades (A = 1, B = 2 e C = 1), calcule o tempo de operação 28 em cada máquina, a intensidade de trabalho por período e as janelas de trabalho para cada produto. 29 8. Vivência 8: Available to Promisse O objetivo desta prática visa integrar os conceitos de dimensionamento de lotes com o “available to promise” – disponível para prometer, ferramenta útil para integrar os setores de produção e marketing das indústrias. O ATP permite integrar o mundo “virtual”, baseado na ideia de “make to forecast”, com o mundo das vendas reais. Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Integrar o plano de produção ao setor de marketing e vendas; ü Construir a tabela ATP para subsidiar a tomada de decisão de quando aceita/negociar/rejeitar um pedido. 8.1. Caso 8.1: O caso da empresa “Só para baixinhos” A empresa “Só para baixinhos” produz tênis infantis na região oeste potiguar. O tênis da Mônica é o carro chefe da empresa! O Sr. Maurício, dono da empresa, investiu bastante no departamento de PCP da empresa, tendo implementado um modelo de previsão de vendas. O atual gestor do setor de PCP, entretanto, apenas conseguiu transformar a demanda prevista em necessidades desagregadas; no caso do carro-chefe da empresa, a demanda média gira em torno de 50 unidades. Igualmente, o gerente de PCP não é capaz de definir os momentos de chegada das ordens de fabricação dos tênis de forma a atender à demanda prevista, o que dificulta o trabalho do departamento de marketing, dado que o pessoal de vendas não sabe quando aceitar ou não um novo pedido. De fato, atualmente, quando um pedido chega, o gerente de marketing tem de ligar para o departamento de PCP para saber o que fazer, o que gera um transtorno no trabalho de ambos departamentos. Com o intuito de dirimir este problema, você foi contratado para esta consultoria. 30 O gerente de PCP apresentou para você os seguintes dados: Ø Demanda desagregada = 50 un/semana. Ø Modelo de dimensionamento de lotes visado: quantidade fixa. Ø Cl = R$900,00; Cs = R$ 1,00 por unidade por mês. Ø Estoque inicial = 240 unidades Ø Estoque de segurança = 70 unidades O gerente de marketing disponibilizou os seguintes dados: Ø Pedidos confirmados para as próximas semanas: (45; 65; 30; 35; 10; 0; 15; 5; 0; 0; 0; 0) Considerando os dados apresentados pelos gestores do departamento de PCP e marketing, proponha um modelo de integração PCP/marketing para a empresa baseado no conceito de ATP? *Bizu: proponha um modelo de dimensionamento de lotes em quantidade fixa e, em seguida, implemente um modelo para o departamento de marketing capaz de fornecer a informação necessária para a tomada de decisão (aceitar o pedido?) 31 9. Vivência 9: Produtividade Produtividade pode ser definida como a relação entre a produção e os fatores de produção utilizados. Quanto maior onível de produtividade, melhor será o aproveitamento dos recursos produtivos. Esta prática visa discutir as formas de medir o nível de produtividade de uma organização. Esta vivência foi baseada em Moreira (2011) e dois casos são previstos. Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Calcular a produtividade em sistemas produtivos que fabricam um único tipo de produto. ü Calcular a produtividade em sistemas produtivos que fabricam uma família de produtos. 9.1. Caso 9.1: A empresa “Comeu Morreu” A empresa "Comeu, morreu" produz lacticínios em uma linha de produção. Benevolente como só ele, o Sr. João Leiteiro, gerente da empresa, planeja pagar uma gratificação extra para os funcionários no Natal (aumento acumulativo de 10% no 13º salário por mês no qual a produtividade tenha sido 10% acima da produtividade média), baseado na produtividade média da unidade fabril. Entretanto, ele não sabe como estabelecer um índice de produtividade para medir a eficiência desta unidade e definir qual será o valor da gratificação. A única informação disponível neste momento é o faturamento da unidade industrial de laticínios e quantidade de funcionários (dados mensais). Sua equipe de consultores foi contratada para propor uma forma de avaliar a produtividade e estabelecer o valor da gratificação dos funcionários. Assim, estabeleça: a) A produtividade absoluta, mês a mês; b) Os índices de produtividade, tomando como base na produtividade absoluta média. 32 Mês Produção Pessoal Empregado Janeiro R$ 7.520,00 230 Fevereiro R$ 7.821,00 233 Março R$ 8.422,00 189 Abril R$ 7.294,00 201 Maio R$ 8.122,00 206 Junho R$ 8.648,00 210 Julho R$ 9.099,00 212 Agosto R$ 9.250,00 200 Setembro R$ 8.874,00 215 Outubro R$ 8.949,00 220 Novembro R$ 8.723,00 222 Dezembro R$ 8.573,00 235 Após o sucesso da consultoria, sua equipe retornou ao escritório, aonde iria se preparar para uma consultoria agendada para o dia seguinte. 9.2. Caso 9.2: A empresa "Assombrando" S. A A empresa "Assombrando" S. A. é a maior empresa de bonecos colecionáveis do país. O Sr. Susto, gerente da empresa, afirma que um dos tipos de bonecos colecionáveis que mais agradam aos seus clientes são os da coleção POP, versões mais cabeçudas e caricatas de personagens ou figuras famosas, que são produzidos em uma mesma linha de montagem. Existem três tipos de bonecos: Freddy Krueger, Chucky e Jason. A relação entre os custos de produção é a seguinte: 1, 1.2 e 1.7 para o Freddy, Chucky e o Jason, respectivamente. O Sr. Susto disponibilizou os seis últimos registros de produção e pediu calcular os índices de produtividade para toda a produção, com base no período 1. Período 1 2 3 4 5 6 Freddy Krueger 1.200 1.300 1.200 1.100 800 950 Chucky 670 720 600 700 640 550 Jason 230 240 200 195 320 245 Homens-hora 1.600 1.810 1.730 1.650 1.780 1.590 33 34 10. Vivência 10: Material Requirement Planning O MRP é uma abordagem que visa transformar a necessidades dos produtos (representados pelas OFs) em necessidades de componentes e as OFs dos componentes em necessidades por subcomponentes. Esta vivência foi baseada em casos propostos por Moreira (2011). Esta vivência visa que os discentes desenvolvam as seguintes competências e habilidades: ü Entender como se dá essa dinâmica de detalhamento de um plano mestre em um conjunto de ordens de componentes e subcomponentes; ü Construir e interpretar a tabela do MRP. 10.1. Caso 10.1: A empresa “Serra-Serra Serrador” A empresa “Serra-Serra Serrador” produz mesas de cozinha em uma linha de produção. Zé Castor, o gerente da empresa, está em processo de implementação do departamento de PCP. Atualmente, ele já implementou os módulos de previsão de demanda, além de dimensionar os lotes dos produtos acabados por meio de um modelo de dimensionamento “lote a lote”. Este modelo, gerou uma necessidade de 40 e 60 mesas de cozinha no início das semanas 5 e 11, respectivamente. A mesa é montada segundo o desenho disponibilizado pelo departamento de engenharia. Desenho da mesa Detalhamento da base 35 Assim, para fabricar uma mesa, é necessário um tampo de madeira, um tronco metálico e quatro pés de madeira. Sua missão é definir os momentos em que as OFs de cada um dos componentes devem ser lançadas de forma a garantir que a demanda de mesas das semanas 5 e 11 sejam atendidas. Considere em um primeiro momento o modelo lote a lote e em seguida, um modelo em quantidade fixa. Para este segundo, considere os tamanhos dos lotes indicados na tabela abaixo. Os dados de Lead Time e estoques iniciais são apresentados na tabela abaixo: Mesa Tampo Tronco Pés 70 70 70 560 Item Operação Tempo de espera (LT) Estoque atual Mesa Montagem 1 semana 5 Tampo Fabricação 1 semana 15 Tronco Fabricação 2 semanas 12 Pés Fabricação 1 semana 90 36 11. Vivência 11: Programando a Produção Esta vivência versa sobre as técnicas de programação da produção. Esta vivência foi baseada em Baptiste (2018). Quatro casos são previstos. Ao final da vivência, os alunos devem desenvolver as seguintes competências: ü Sequenciar um conjunto de ordens de fabricação considerando uma regra de prioridade.: ü Propor uma abordagem de criação de cronograma de OFs utilizando diferentes técnicas; ü Sequenciar OFs utilizando algoritmos dedicados. 11.1. Caso 11.1: A empresa “Envelopando” A empresa "Envelopando" produz envelopes em uma linha de produção. Todas as semanas, Jorge Alfredo, supervisor responsável pelo departamento de corte, dobra e colagem, recebe um conjunto de ordens de fabricação de envelopes. Sua responsabilidade é programar a produção das OFs de forma a atender o que foi requisitado ao seu departamento. Atualmente, a regra de sequenciamento utilizada na empresa segue a data de entrada de entrada da OF na empresa. O departamento de corte e colagem dispõe de três equipamentos: M1 (máquina de corte); M2 (máquina de dobra) e M3 (máquina de colagem). Jorge Alfredo não sabe como sequenciar as ordens de fabricação e pediu sua ajuda para resolver esse problema. A única informação semanal disponível são os pedidos feitos ao departamento e a sequencia que deve ser respeitada. Para a semana seguinte, Jorge Alfredo disponibilizou as OFs confirmadas. OF1: 4min - M3 4min - M1 4min - M2 OF2: 4min - M3 4min - M2 4min - M1 OF3: 6min - M1 2min - M2 4min - M3 37 OF4: 4min - M2 4min - M1 2min - M3 OF5: 1min - M1 6min - M2 4min - M3 Com o intuído de ajudar Jorge Alfredo, você se disponibilizou a realizar este sequenciamento e explicar como faze-lo. Para tanto: a) Utilizando a abordagem de OFs para frente, estabeleça o sequenciamento das OFs. Considere i de OFi como sendo a ordem a ser seguida. b) Calcule o tempo médio de produção das OFs. c) Existe a possibilidade de melhorar o tempo total do resultado obtido? Se sim, como? (Dica: tentar melhorar o resultado por meio da redução do tempo de produção conservando as datas fim das OFs) 11.2. Caso 11.2: A empresa "Sabor Gelado” A empresa "Sabor Gelado” é a maior empresa de sorvetes da região oeste potiguar. O Sr. Lupiriquitiano, gerente da empresa, afirma que os 4 principais produtos vendidos são o dindin de chocolate, o sorvete de morango, o picolé de creme e o pavê de limão. Todos estes produtos são processados no mesmo departamento de produção, que apresenta três máquinas (M1, M2 e M3). O Sr. Lupiriquitiano solicitou a você um sequenciamento que representasse a maior flexibilidade possível no seu processo produtivo. Ele disponibilizou o tempo de processamento e a sequencia deoperações de cada produto. CHOCOLATE 3min - M1 4min - M2 5min - M1 MORANGO 5min - M2 1min - M1 2min - M3 CREME 1min - M1 3min - M3 6min - M1 LIMÃO 3min - M2 2min - M3 2min - M2 a) Considerando a necessidade de flexibilidade no processo produtivo, qual a regra de sequenciamento seria mais indicada para atender à necessidade do Sr. Lupiriquitiano? b) Implemente o sequenciamento seguindo a regra de prioridade estabelecida. c) Qual a desvantagem que você pode observar com uso desta regra de sequenciamento? 38 11.3. Caso 11.3: A empresa “Me molhei” A empresa “Me molhei” é considerada a maior produtora de Guarda- chuvas de Mossoró. Ela fabrica seis tipos de gurada-chuvas, por meio de um processo flow shop com dois equipamentos. Maria Joaquina, a gerente da empresa, deseja otimizar o uso dos equipamentos, finalizando as OFs o mais cedo possível. Para tanto, conhecendo o algoritmo de Johnson, ela sabe que ao minimizar a data final da última operação na última máquina, ela atinge seu objetivo. Certo dia, ela recebeu 6 OFs para atender. Assim, como Maria Joaquina deverá sequencia-las de forma a minimizar o Cmax? ORDEM DE FABRICAÇÃO MÁQUINA 1 MÁQUINA 2 OF1: 8min 9min OF2: 3min 6min OF3: 7min 3min OF4: 2min 1min OF5: 4min 5min OF6: 4min 4min 11.4. Caso 11.4: A empresa “Cadeirante” A empresa "Cadeirante" produz cinco tipos de cadeiras de rodas em uma linha de produção (flow shop com três postos de trabalho). Para a realização da montagem de cada um dos produtos desta família, faz-se necessário passar por 3 processos: (1) montagem das rodas; (2) montagem do assento e (3) montagem do apoio. Zé das cadeiras, gerente da empresa, recebeu cinco OFs para a produção de cadeiras de rodas com tempos específicos em cada setor. Sua equipe de consultores foi contratada para determinar a melhor ordem de passagem possível, sabendo que o objetivo é fechar a empresa o mais cedo possível. A duração prevista (em minutos) para cada OF em cada Caso é apresentada na tabela abaixo: OF RODAS ASSENTO APOIO OF1: 6min 4min 4min OF2: 4min 2min 6min 39 OF3: 8min 1min 7min OF4: 7min 3min 10min OF5: 5min 3min 8min 40 REFERÊNCIAS BAPTISTE, Pierre. Cours de Gestion de la Fabrication. Disponível em: http://drupal.mgi.polymtl.ca/?q=node/15 MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando P. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005. MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Cengage Learning, 2011. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da Produção [Book]. – São Paulo: Editora Atlas, 2009. - 3ª Edição. TUBINO, Dálvio Ferrari. Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2007.
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