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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE BELO HORIZONTE/ MG
Execução Penal nº. ____
Lucas, já qualificado nos autos em epígrafe, atualmente recolhido no presídio estadual ..., por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosa e tempestivamente, à presença de Vossa Excelência, inconformado com a r. Decisão de fls. ___, que indeferiu sua unificação de penas, interpor
AGRAVO EM EXECUÇÃO
com fulcro no artigo 197 da Lei 7.210/84.
	
Requer o agravante que seja recebido e processado o presente agravo, já com as inclusas razões, para que possa Vossa Excelência retratar-se, caso entenda. Na eventualidade da manutenção de seu "decisum", após a oitiva do ilustre representante do Ministério Público, requer que seja encaminhado o recurso ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais
Nestes termos, pede deferimento.
Minas Gerais, 29 de novembro de 2017.
Advogado,
OAB n.°
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
AGRAVANTE: Lucas
AGRAVADO: Ministério Público.
EXECUÇÃO PENAL Nº: ____.
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria,
Em que pese o ilibado saber jurídico do MM juízo a quo, a respeitável decisão de fls. __ não merece prosperar, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
DOS FATOS:
Lucas foi denunciado e condenado definitivamente pela prática do crime de associação para o tráfico, previsto no Art. 35 da Lei nº 11.343/06, onde foi aplicado a pena de 06 anos de reclusão em regime inicial semiaberto, o juiz entendeu de conhecimento que o crime não seria hediondo, não tendo sido reconhecida a presença de qualquer agravante ou atenuante.
No mês seguinte, logo após o início do cumprimento da pena, Lucas sofreu foi nova condenação definitiva pela prática de crime de ameaça anterior ao de associação, onde foi aplicada exclusivamente a pena de multa, razão pela qual não foi determinada a regressão de regime. Após 01 ano de cumprimento da pena aplicada pelo crime de associação, o defensor público que defende os interesses de Lucas apresenta requerimento de progressão de regime, onde destacou que Lucas não sofreu qualquer sanção disciplinar.
O Magistrado da Vara de Execução Penal da Comarca de Belo Horizonte/MG, indeferiu o pedido sob os seguintes fundamentos: 
a) o crime de associação para o tráfico, é crime hediondo; 
b) o apenado é reincidente, diante da nova condenação pela prática de crime de ameaça; 
c) o requisito objetivo para a progressão de regime seria o cumprimento de 3/5 da pena aplicada e, caso ele não fosse reincidente, seria de 2/5, períodos esses ainda não ultrapassados; 
d) em relação ao requisito subjetivo, é indispensável a realização de exame criminológico, diante da gravidade dos crimes de associação para o tráfico em geral.
DO DIREITO
O crime de associação para o tráfico não é crime hediondo, pois não está previsto no artigo 1° da lei 8.072/90. Ademais, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é pacífica no sentido de que o crime previsto no artigo 35 da lei 11.343/06, não tem caráter hediondo.
Para o réu ser considerado reincidente, seria necessário que entre data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação, de acordo com artigo 64 do Código Penal, logo o réu não é reincidente, pois não prevalece a condenação anterior, pelo fato de nova condenação não ter o tempo superior a 5 anos da condenação anterior.
Outrossim, o crime praticado não é crime hediondo e o réu não é reincidente, conforme artigos 35 da lei 11.343/06 e 64 do Código Penal.
De acordo com a sumula 439 do STJ, não é necessário o exame criminológico, pois só é admitido diante da peculiaridades do crime, porém para o caso de tráfico de drogas não há necessidade, pois o exame criminológico tem o objetivo de obter elementos que sirvam para uma adequada classificação do condenado e, principalmente, para a individuação da execução penal  , porém o réu já foi condenado pelo crime de tráfico de drogas.
DO PEDIDO:
Ante o exposto, requer que seja conhecido e provido o presente recurso, sendo devidamente concedida a progressão de pena para o regime menos gravoso ao réu, nos termos do artigo 112 e seus incisos da lei 7.210/84.
Por ser medida de Justiça!
Nestes termos, pede deferimento.
Minas Gerais, 29 de novembro de 2017
Advogado (a)
OAB N.°

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