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Amanda Abreu Melo RA 004201804410 AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE GR02483 Campinas 2020 Amanda Abreu Melo RA:004201804410 Trabalho apresentado à disciplina Avaliação da Personalidade como exigência de obtenção de frequência em relação à licença maternidade. HTP (House-Tree-Person) O HTP é uma técnica projetiva de desenho basicamente não- verbal, que visa penetrar na personalidade do indivíduo. A técnica pode ser aplicada tanto em crianças, adolescentes e adultos como também em deficientes mentais/intelectuais, pessoas sem escolaridade, estrangeiros que não dominam plenamente o idioma, mudos, tímidos (retraídos) e nos que são bloqueados emocionalmente na área verbal. O desenho é anterior a linguagem escrita e é considerado uma das mais antigas formas de comunicação do ser humano. Muito antes de escrever, as crianças aprendem a desenhar. O criador do HTP, John N. Buck (1948) percebeu por meio de sua experiência clínica que o tema Casa-Árvore- Pessoa são conceitos familiares mesmo para as crianças bem pequenas; portanto mais facilmente aceitos para serem desenhados por sujeitos de todas as idades. As crianças pequenas tendem a ignorar ou transformar a realidade em um mundo subjetivo, rico em fantasia. Os desenhos são representações, e não reprodução da realidade. O desenho não constitui uma reprodução fiel da realidade. É antes uma interpretação da realidade, uma maneira de ver as coisas e de se colocar diante delas. No HTP, os desenhos representam um reflexo da personalidade de seu autor e mostram mais sobre o artista do que sobre o objeto retratado. As atividades psicomotoras do sujeito ficam gravadas no papel. Material o Sala privativa com mesa e cadeira adequadas e confortáveis; o Folha de papel branco tamanho ofício (uma para cada desenho); o Lápis Grafite (de preferência nº 2); o Borracha macia; o Caixa de lápis de cor ou giz de cera. (Cores: vermelho, verde, amarelo, azul, marrom, preto, roxo e laranja). Normas para Aplicação Os desenhos devem ser executados à mão livre (sem suporte de outros instrumentos) na seguinte ordem: o casa, o árvore o figura humana o figura humana do sexo oposto ao já desenhado. Segundo E. Hammer, essa ordem proporciona uma gradual introdução do examinando na tarefa de desenhar, levando-o gradativamente aos temas mais difíceis do desenho. O examinador é levado do autorretrato mais neutro (casa) ao de maior implicação afetiva, que é o desenho da figura humana. Instruções O examinador deve pedir ao sujeito que desenho uma casa com o lápis grafite da melhor maneira que puder levando o tempo que precisar e apagando se necessário, fazendo o melhor possível. O examinador deve deixar claro que o importante são não os dotes artísticos e sim que ele faça o seu melhor e desta forma, deve ser para todos os demais desenhos. Após os desenhos concluídos, deve-se pedir ao examinado que desenhe as mesmas temáticas de forma colorida. **Para o desenho da casa a folha deve estar na horizontal (modo paisagem) e para os demais desenhos deve-se colocar a folha na vertical (modo retrato. **Caso o examinado interrogue sobre que tipo de desenho fazer, é importante sempre dizer “como achar melhor” ou “como quiser”. Caso ele não execute o desenho completo (como, por exemplo no desenho da figura humana, faça somente o rosto), deve recolher-se esse primeiro, oferecer-lhe outra folha e instruí-lo para fazer o desenho de uma pessoa completa- cabeça-tronco-braços- pernas. Depois que a bateria acromática estiver pronta, faz-se o inquérito. O examinador recolhe os desenhos e o lápis preto, dando novas folhas e a caixa de lápis de cor / giz de cera. O examinador deve observar e anotar todos os movimentos e verbalizações do examinando. Qualquer emoção manifestada pelo sujeito enquanto está desenhando ou sendo questionado a respeito de seus desenhos representa uma reação emocional à situação, que, de certa forma, está direta ou simbolicamente representada ou sugerida nos desenhos. É importante observar como ele se entrega à tarefa, de forma confiante e confortável, ou se expressa dúvidas a respeito de suas habilidades. É importante observar a sequência em que o examinando faz seus desenhos. Interpretação dos Desenhos Posição da folha: A folha representa o ambiente delimitado pelas bordas do papel e “imposto” ao sujeito, sua posição indicará como este se coloca perante ela e a manipula. Localização: A localização do desenho na folha revela muito de sua orientação geral do ambiente e consigo mesmo. o Centro: segurança, autovalorização, emotividade, comportamento emocional e adaptativo, equilíbrio; pessoa centrada em si e autodirigida; o 1º quadrante: contato ativo com a realidade, rebelião e ataque, projetos para o futuro; o 2º quadrante: força dos desejos, impulso e instintos; obstinação e teimosia; o 3º quadrante: conflitos, egoísmo, regressão, fixação em estágio primitivo; o 4º quadrante: passividade, atitude de expectativa diante da vida, inibição, reserva, nostalgia: desejo de retornar ao passado e/ou permanecer absorto em fantasia; o Metade superior (entre o 4º e o 1º): espiritualidade, misticismo, energia, objetivos muito altos (possivelmente inatingíveis), satisfação na fantasia, “estar no ar”; o Metade inferior (entre 2º e 3º): materialismo, fixação à terra e ao inconsciente, orientação para o concreto, insegurança e inadequação, com depressão; o Metade direita (entre 1º e 2º): extroversão, altruísmo, atividade, socialização, relação com o futuro, progresso; o Metade esquerda (entre 4º e 3º): introversão, egoísmo, predomínio da afetividade, do passado e do esquecido, comportamento compulsivo; Tamanho em relação à folha: Apresenta a relação dinâmica do sujeito com o seu ambiente (como está reagindo às pressões, se com sentimentos de inadequação e inferioridade ou com fantasias compensatórias de supervalorização). De maneira geral, quanto maior o desenho, maior a valorização de si mesmo e essa valorização será tanto mais compensatória, quanto mais exagerado for o tamanho. Tamanho das figuras em geral: o 1/3 a 2/3 da página: o tamanho das figuras fornece um paralelo entre a dinâmica, o ambiente e as figuras parentais. Oferece, também, pistas a respeito da autoestima, auto expansividade, o grau de adequação e a forma como está reagindo às pressões ambientais. o Médio: inteligência, boa autoestima, adequação ao meio, capacidade de abstração e equilíbrio emocional. o Grande: podem indicar tanto expansividade como inibição. Sugerem reação às pressões ambientais, com sentimentos de expansão e agressão, falta de controle ou inibição e ideias de grandeza, para encobrir sentimentos de inadequação. Podem também simbolizar sentimento de rejeição social e inferioridade a respeito do corpo. o Muito grande: chegam a ultrapassar o limite da folha – sugerem sentimento de constrição por parte do ambiente, com fantasias compensatórias de auto expansão e evidência de agressividade com possível descarga motora no meio ou controle interno ineficiente. o Pequeno: sentimentos de inferioridade com dificuldade em se colocar no meio, inibição, timidez, repressão da agressividade, comportamento emocionalmente dependente e ansioso. Sugere eventualmente inteligência elevada, mas com problemas emocionais por sentimentos de inadequação, baixo autoestima, insignificância, excesso de autocontrole e reação de maneira não adequada às pressões ambientais. o Muito pequeno: sentimento de inadequação e rejeição pelo ambiente, tendência ao isolamento; a criança que faz um desenho muito pequeno indica que as relações com o meio são sentidas como esmagadoras.Relação das partes do desenho em relação ao todo - quanto maior a disparidade, maior a possibilidade de desajuste. Qualidade do Grafismo Os tipos de linha e a consistência do traçado indicam a manifestação de energia, vitalidade, decisão, iniciativa ou emotividade, insegurança, falta de confiança em si, ansiedade. Linha grossa: energia, vitalidade, iniciativa, decisão, constância, confiança em si mesmo, possivelmente agressão e hostilidade para com o ambiente, esforço para manter o equilíbrio da personalidade, falta de adaptação (a ênfase levaria à suspeita de psicose); Linha média: nada a interpretar; Linha fina: insegurança, timidez, sentimento de incapacidade, falta de energia e de confiança em si, mas também personalidade hipersensível e artística; Traço contínuo: decisão, rapidez, energia, esforço dirigido, autoafirmação, mas também falta de sensibilidade e de vida, medo de iniciativas (quando é muito contínuo); Traço de avanços e recuos: emotividade, ansiedade, falta de confiança em si, timidez, insegurança, hesitação ao encontrar novas situações, mas também sentido artístico, intuição, sensibilidade; Traço interrompido: incerteza, temor, angústia e possivelmente tendências psicóticas; Traço trêmulo: medo, insegurança, sensibilidade, e se presente em todo o desenho verificar intoxicação por alcoolismo ou fadiga extrema; Resistência (Negação de desenhar ou não terminar o desenho): A negação significa basicamente atitudes negativistas e de oposição. A negação pode assumir outros significados como “intensa inferioridade da pessoa, que se sente muito inadequada para arriscar-se à imperfeição e ao julgamento, severo bloqueio, em um histérico e desconfiança do paranoico”. Tempo O uso que o avaliando faz do tempo durante a execução fornece pistas valiosas referentes ao significado que os desenhos têm para ele. O avaliador deve relacionar o tempo total consumido com a qualidade dos desenhos. Alguns pacientes desenham e apagam várias vezes, perdendo muito tempo; outros consomem a mesma quantidade de tempo, mas desenham livremente e colocam uma infinidade de detalhes. Tempo de latência inicial – a maioria dos indivíduos bem ajustados começa a desenhar mais ou menos 30 segundos depois que as instruções foram dadas. Pausa durante a realização do desenho – depois de iniciado o desenho, qualquer pausa superior a mais ou menos que cinco segundos, sugere conflitos com o que acabou de desenhar ou ainda com o que vai ser desenhado. Quando ocorrem pausas durante os comentários espontâneos do sujeito ou enquanto ele está respondendo ao questionário, é indício de prováveis bloqueios. Borracha O uso da borracha só tem valor quando o sujeito mostra capacidade de melhorar o seu desempenho. Apagar o desenho sem aperfeiçoá-lo não é bom sinal e quando o torna pior é mais significante ainda. A constante necessidade de apagar na maioria das vezes significa conflito. o Normal – autocrítica; o Não usa – falta de crítica ou autoconfiança no desempenho; o Uso exagerado – insegurança, excesso de autocrítica, indecisão, insatisfação consigo mesmo, falta de controle e fuga (sugere fobia social).
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