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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
COMPETÊNCIA ................................................................................................................................................... 2 
CAUSAS MODIFICADORAS DA COMPETÊNCIA .............................................................................................. 2 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA ..................................................................................................... 2 
CONEXÃO ................................................................................................................................................... 2 
CONTINÊNCIA ............................................................................................................................................ 3 
FORO PREVALENTE .................................................................................................................................... 4 
SEPARAÇÃO DE PROCESSOS ...................................................................................................................... 5 
PERPETUATIO JURISDICIONIS .................................................................................................................... 5 
AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA .................................................................................................................. 6 
 
 
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COMPETÊNCIA 
CAUSAS MODIFICADORAS DA COMPETÊNCIA 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA 
A competência absoluta é aquela que se relaciona com o interesse público e com a lei, e 
não apenas com as partes. É o caso da competência em razão da pessoa e da matéria. O 
desrespeito nesse caso gera nulidade absoluta, podendo ser reconhecida a qualquer 
momento. É o caso de um militar sendo julgado na justiça comum ou um Governador sendo 
julgado no próprio Tribunal de Justiça do estado, e não no STJ. 
Indutivamente se estabelece que A COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR É RELATIVA 
(fere normas infraconstitucionais), de modo que se não for alegada pela parte interessada até 
o momento da ação (resposta escrita), considera-se prorrogada a competência, sendo válido o 
juízo que não tinha competência territorial. Alexandre Cebrian exemplifica esse caso da 
seguinte forma: “furto ocorrido em Santo André que, por algum engano, dá início a um 
inquérito em São Paulo e o promotor, não percebendo o erro, oferece denúncia na Capital. O 
Juiz, nada percebendo, recebe a denúncia. A defesa não ingressa com exceção de 
incompetência, nada alegando na fase da resposta escrita, porém, após o julgamento, em grau 
de recurso, passa a alegar a nulidade da ação (e da condenação) em razão da incompetência. A 
nulidade, contudo, por ser relativa, não pode ser reconhecida porque não foi alegada na 
oportunidade devida, o que fez com que o vício se considerasse sanado”. 
ATENÇÃO! Competência relativa  deve ser arguida até o momento da resposta 
escrita! 
Caso o juiz reconheça sua incompetência para julgar o caso, ele deverá declinar, em 
qualquer fase do processo, inclusive em razão do lugar (art. 109 do CPP). 
Art. 109. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer motivo 
que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou não 
alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo anterior. 
CONEXÃO 
A conexão está prevista no artigo 76 do CPP, sendo ela aplicada sempre que houver 
DOIS OU MAIS CRIMES, em UM MESMO PROCESSO, podendo ou não haver pluralidade de 
autores. Com isso, cria-se uma problemática sobre quem (justiça e órgão) de fato julgará o 
crime. Vejamos o artigo 76: 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, 
ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas 
em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias 
pessoas, umas contra as outras; 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar 
ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem 
em relação a qualquer delas; 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas 
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
O inciso I explica a conexão INTERSUBJETIVA, a qual pode ser por: 
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SIMULTANEIDADE (ou ocasional): acontece quando duas ou mais pessoas cometerem 
duas ou mais infrações, mas ocasionalmente, ou seja, ao acaso. Por exemplo: imagine que em 
uma manifestação pacífica da comunidade LGBT, as discussões esquentar e a situação fuja de 
controle. Algumas pessoas mais exaltadas incitam que outras façam invasões aos 
estabelecimentos locais. Nisso, uma das pessoas, mais agressiva, joga uma pedra na vidraça e 
inicia a invasão. Nesse caso, houveram vários autores e vários delitos, o qual implica 
julgamento simultâneo. 
CONCURSAL: quando duas ou mais infrações forem cometidas por várias pessoas em 
concurso, ainda que diversos o tempo e o lugar. Ex.: uma quadrilha, para cometer um roubo a 
banco, furta e rouba 2 veículos em dias diferentes, para usarem no roubo ao banco. Assim, 
todos os crimes serão reunidos em um único processo. 
RECIPROCIDADE: quando duas ou mais infrações forem cometidas por várias pessoas, 
umas contra as outras. Cuidado com o crime de Rixa aqui, pois a conexão exige dois ou mais 
crimes, e não apenas a Rixa. Ex.: briga entre torcidas na saída do jogo, em que haja lesões 
leves, graves e gravíssimas, junto a ameaça. 
O Inciso II abandona a noção de intersubjetividade, admitindo o cometimento por 
apenas um agente. Nesse ponto, a conexão é do tipo OBJETIVA OU MATERIAL, e de acordo 
com a doutrina de Fernando Capez e Alexandre Cebrian, se bifurca em dois subtipos: 
 Objetiva Teleológica: é o crime cometido antes do crime principal desejado. 
Está presente no verbo “Facilitar”. É o caso de matar um agente de segurança 
para subtrair uma agência bancária. 
 Objetiva Consequencial: para assegurar o crime previamente cometido. 
Apresenta-se nos verbos “ocultar”, e “conseguir” impunidade. Ocorre no caso do 
homicídio cometido contra agente de segurança após ter subtraído o banco. 
Por fim, o inciso III ressalta um vínculo PROBATÓRIO OU INSTRUMENTAL entre as 
duas ou mais infrações. Aqui o que importa é essa relação probatória. Isso pode acontecer 
com os crimes de furto e receptação. Sendo assim, uma mesma prova pode servir para o 
esclarecimento de ambos os crimes. Demonstrado esse interesse probatório, deve-se 
relativizar a questão da prejudicialidade e reunir tudo para um único julgamento. 
CONTINÊNCIA 
A continência está prevista no artigo 77 do CPP: 
Art. 77. A competência será determinada pela CONTINÊNCIA 
quando: 
 I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; 
 II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 
70, 73 e 74 do Código Penal. 
Sendo assim, a continência, no inciso I, une as pessoas acusadas de uma mesma infração 
para julgamento simultâneo. Não há pluralidade de crimes, mas há de pessoas (concurso de 
agentes), por isso é chamada de CONTINÊNCIA SUBJETIVA. A questão mais complicada aqui 
é quando uma delas detiver prerrogativa funcional. Nesse caso, em regra, como visto acima, 
haverá cisão de processos (STF), mas é possível a absorção do particular pela prerrogativa 
quando houver prejuízo na separação processual. 
No inciso II, existe uma ficção jurídica, em que um agente, mediante uma ação ou 
omissão, comete 2 ou mais crimes (concurso formal), ou ainda quando há erro na execução 
(aberratio ictus) ou resultado diverso do pretendido (aberratio criminis). Essa hipótese de 
continência é chamada pela doutrina de CONTINÊNCIA OBJETIVA. 
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FORO PREVALENTE 
Explicados os casos de conexão e continência, percebe-se que muitas vezes há uma 
complicação acerca do caso concreto dadeterminação de quem de fato será competente para 
julgar os crimes. O artigo 78 do CPP oferece um rol de pensamento que deve se levar em conta 
nesse processo. Mas antes disso cuidado: na conexão, quando houver crime continuado, o 
critério definidor da competência será o da prevenção (Art. 71 do CPP). 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou 
continência, serão observadas as seguintes regras: 
 I - no concurso entre a competência do JÚRI e a de OUTRO ÓRGÃO 
DA JURISDIÇÃO COMUM, prevalecerá a competência do júri; 
 II - no concurso de jurisdições da MESMA CATEGORIA: 
 a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a 
PENA MAIS GRAVE; 
 b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o MAIOR 
NÚMERO DE INFRAÇÕES, se as respectivas penas forem de igual 
gravidade; 
 c) firmar-se-á a competência pela PREVENÇÃO, nos outros casos; 
 III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará 
a de MAIOR GRADUAÇÃO; 
 IV - no concurso entre a jurisdição COMUM E A ESPECIAL, 
PREVALECERÁ ESTA. 
Muito cuidado ao analisar esse artigo, pois a ordem não está correta. Inicialmente, deve-
se ter clareza sobre as regras estabelecidas anteriormente. Sempre o pensamento sobre a 
competência começa estabelecendo as competências das Justiças Especiais (Militar ou 
Eleitoral). A Justiça militar não prevalece, ela cinde (separa), ou seja, se é crime militar vai 
para a seara Militar, do contrário, separa (Art. 79 do CPP). 
 
Perceba que se nenhuma das perguntas citadas no esquema for positivada, estar-se-á 
diante de uma situação em que vários juízes deverão analisar o caso concreto. Desse modo, 
em primeiro lugar, prepondera o lugar da infração mais grave. Havendo empate, prevalece o 
local em que houve maior número de infrações. Por fim, se ainda houver empate, prevalecerá 
a competência do Juiz prevento. 
 
 
1) Define-se a 
competência na Justiça 
Militar.
2) Define-se a 
competência na Justiça 
Eleitoral.
3) Há prerrogativa de 
função?
4) O crime é da Justiça 
Federal ou Estadual? 
5) Algum dos crimes 
cabe ao Tribunal do 
Júri?
6) Se da negativa dos 
tópicos anteriores, 
segue-se as alíneas a, b e 
c do Inciso II do Art. 78.
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SEPARAÇÃO DE PROCESSOS 
PERPETUATIO JURISDICIONIS 
As hipóteses de perpetuação da jurisdição relacionadas a crimes conexos fazem com o 
que o juiz, ainda que desclassifique ou absolva a infração ou a pessoa que detém o foro 
originário em instância diferenciada, permaneça responsável pelo julgamento dos demais 
casos conexos, pautado pela celeridade e economia processual. 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou 
continência, ainda que no processo da sua competência própria 
venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que 
desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua 
competência, continuará competente em relação aos demais 
processos. 
Ex.: já se sabe que cabe ao TJ dos Estados julgar crime praticado pelo prefeito em 
coautoria com outra pessoa comum. Devido ao prefeito gozar de prerrogativa de foro, caso 
venha o Tribunal a absolvê-lo, continuará competente para julgar o particular. 
O disposto no caput do art. 81 não se estende ao júri, devendo-se obedecer a dois 
momentos: 
 Se houver desclassificação ou absolvição quanto ao crime doloso contra a vida na 
fase de pronúncia, o processo (todo ele) deverá ser remetido ao juízo 
responsável; 
 Se na fase de julgamento em plenário, o crime conexo será julgado pelo juiz 
presidente, e não mais pelo júri. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência 
por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração 
ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a 
competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente. 
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AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Para finalizar, o Art. 82 do CPP estabelece que: 
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem 
instaurados processos diferentes, a autoridade de jurisdição 
prevalente deverá avocar os processos que corram perante os 
outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste 
caso, a unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o 
efeito de soma ou de unificação das penas. 
Imagine que nas cidades A, B e C erroneamente tenha sido instaurado um processo pelos 
delitos conexos lá praticados. Deverá o Juiz, nesse caso, avocar os demais processos, baseado 
nos critérios já estabelecidos, para que haja um único processo. 
No artigo 82 entende-se por sentença definitiva aquela sentença penal ainda recorrível, 
passível de recurso. Logo, quando o juiz de primeiro grau der a sentença, não caberá a outro 
juiz avocar, pois a jurisdição de primeiro grau está exaurida. É também o que salienta a 
súmula 235 do STJ. 
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