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APOSTILA PICC TRADICIONAL

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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM INSERÇÃO, MANUTENÇÃO E 
RETIRADA DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) 
 
 
 
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CURSO DE CAPACITAÇÃO EM INSERÇÃO, MANUTENÇÃO E 
RETIRADA DO CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA (PICC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila organizada pela enfermeira Anna Karoline Fossa para 
aplicação do Curso de Capacitação em Inserção, Manutenção e 
Retirada de Cateter Central de Inserção Periférica, promovido 
pela Hammes Cursos. 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
1. HISTÓRICO DA TERAPIA INTRAVENOSA E DO PICC 5 
2. ANATOMIA E FISIOLOGIA 7 
2.1 Pele 7 
2.1.1 Camadas da Pele 7 
2.1.2 Funções da Pele 8 
2.1.2 Microbiota Humana 9 
2.2 Sistema Vascular 9 
2.2.1 Sistema Venoso: Classificação das Veias 12 
2.2.2 Principais Veias 12 
2.2.3 Sistema Venoso do Recém-Nascido 15 
3. CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS DOS MEDICAMENTOS 18 
3.1 PH da Solução de Perfusão 18 
3.2 Osmolaridade 20 
3.3 Tonicidade 20 
3.4 Soluções Hipertônicas 20 
3.5 Soluções Isotônicas 20 
3.6 Soluções Hipotônicas 20 
4. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA UTILIZAÇÃO DE PICC 22 
5. CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA 23 
5.1 Características da composição do PICC 23 
4 
 
6. ESCOLHA DO DISPOSITIVO ADEQUADO PARA A TERAPIA 29 
6.1 Fluxograma decisório para escolha do Cateter 30 
7. INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E LIMITAÇÕES AO USO DO PICC 31 
7.1 Indicações 31 
7.2 Contraindicações 31 
7.3 Limitações 31 
8. ELEGIBILIDADE DO PACIENTE PARA USO DO PICC 32 
9. VANTAGENS E DESVANTAGENS 33 
10. PREPARO ANTES DA INSERÇÃO DO PICC 34 
10.1 Preparo do Material 35 
10.2 Mensuração do Cateter 36 
11.TÉCNICA DE INSERÇÃO DO PICC 36 
12. CURATIVO 39 
13. MANUTENÇÃO DO PICC 43 
13.1 Desobstrução do Cateter 44 
13.2 Escolha da seringa adequada 46 
14. RETIRADA DO CATETER 46 
15. COMPLICAÇÕES/INTERVENÇÕES RELACIONADAS AO PICC 47 
15.1 COMPLICAÇÕES IMEDIATAS 48 
15.2 COMPLICAÇÕES TARDIAS 50 
REFERÊNCIAS 55 
ANEXOS 56 
 
 
 
 
 
5 
 
1. HISTÓRICO DA TERAPIA INTRAVENOSA E DO 
PICC 
 
Até meados de 1600 médicos e cientistas não entendiam como funcionavam os 
vasos sanguíneos. Acreditavam que o fígado era o centro do sistema circulatório do corpo 
humano e que veias e artérias possuíam sangue que fluía e refluía como a respiração. 
(PORTO, 2007). 
William Harvey, médico britânico, descreveu no século XVII, o sistema 
circulatório por meio de observação e da realização de experimentos em animais, em que 
o coração funcionava como uma bomba muscular produzindo uma circulação continua. 
Harvey constatou que, nos animais, o coração se contrai e enrijece, da mesma maneira 
que o bíceps quando se flexiona o cotovelo. Deduziu então que o coração é um músculo, 
um músculo diferente, já que é oco. Ele viu que esse músculo oco serve para lançar o 
sangue nos vasos e entendeu que, quando o coração se contrai para expulsar o sangue que 
lhe chegou através das veias, este é jorrado unicamente nas artérias. Logo, concluiu que 
as veias levam o sangue ao coração e este expulsa para as artérias quando há contrações 
cardíacas (HART, 2001). 
Em 1665 foi realizada a primeira demonstração de uma transfusão sanguínea com 
sucesso, pelo médico Richard Lower. Onde realizou a transfusão de uma artéria cervical 
de um cachorro para a veia jugular de outro. Após, em 1977, Nikolai Vladimirovich 
realizou uma experiência em cachorros criando uma fístula entre a veia porta e a veia 
cava inferior, dando início as tentativas de cirurgias vasculares (SANDRUSSI; MUSSA 
2014). 
Observou-se que as vítimas de cólera perdiam enorme quantidade de água e 
soluções salinas e alcalinas, e em 1800 na Inglaterra, Thomas Latta realizou uma 
reposição de eletrólitos, colocou uma solução hipotônica de sódio, cloreto e bicarbonato 
através de um tubo de prata conectado a uma seringa (MILLAM, 1996). 
De 1835 a 1890 não houve avanços nas técnicas de terapia endovenosa. Os 
princípios de osmose foram documentados em 1824 e de pressão oncótica em 1877 
(MILLAM, 1996). 
Em 1960, Christopher Wren produziu a primeira agulha hipodérmica (PHILLIPS, 
2001). Logo após, em 1964 um médico alemão Johann Majors, utilizou uma agulha para 
realizar a infusão de substâncias impuras em humanos, não obtendo resultados 
satisfatórios (PHILLIPS, 2001). 
Durante a segunda parte do século XIX, grandes avanços na medicina ocorreram. 
Novos caminhos para os problemas enfrentados na medicina foram revelados. 
(NASCIMENTO; SOUZA, 1996). 
Em meados dos anos 50, a terapia intravenosa era utilizada para dois principais 
propósitos, que eram as
grandes cirurgias e desidratação, quando eram infundidas 
soluções de glicose e água a 5% ou cloreto de sódio a 0,9%. Era utilizado agulha de aço 
reutilizável, fixada com auxílio de ataduras de couro, geralmente na região anticubital. 
Os tubos de borrachas reutilizáveis foram substituídos por dispositivos de plásticos 
descartáveis, diminuindo a incidência de infiltrações causadas pelas agulhas de metal, 
onde levaram ao desenvolvimento de cateteres de plásticos flexíveis, inseridos através da 
técnica de dissecção (PHILLIPS, 2001). 
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Em 1945 populariza a cateterização venosa prolongada, utilizando cateteres 
plásticos de polietileno, foi aprimorado e adaptado para a utilização de terapia intravenosa 
de longa duração, este dispositivo possui sob a agulha um cateter de plástico flexível. 
Deste modo inúmeras vantagens foram observadas aos pacientes como, administração de 
soluções intravenosas, com risco diminuído de infiltração, melhor fixação, permitindo 
ainda total mobilidade ao paciente, sendo que a agulha é retirada no momento da inserção 
do cateter, ficando somente o dispositivo plástico. (PHILLIPS, 2001). 
No final dos anos 50 começou-se a utilizar também a agulha de Rochester, que 
era um cateter de resina envolvendo uma agulha metálica, na qual o cateter deslizava da 
agulha para dentro da veia e a agulha era removida. Em 1957 os laboratórios MacGrow 
introduziram um dispositivo de punção venosa com asas dobráveis para apoio 
(PHILLIPS, 2001). 
As seringas de vidros foram utilizadas em 1957, onde os dispositivos de infusão 
eram de borrachas e trocados quando os gotejadores se impregnavam de glicose ou 
quando a eficácia já não era o suficiente, permaneciam instalados por uma ou até duas 
semanas (PEREIRA; CHAUD, 2004). 
Ainda em 1953 o radiologista Sven-Ivar Seldinger descreveu a técnica em que 
utilizava um kit de agulha, dilatador e o fio-guia flexível. Sua ideia foi obter acesso a um 
vaso utilizando um sistema de troca de agulha após a punção por um fio-guia e colocando 
um cateter sobre o fio-guia dentro do aparelho vascular do paciente (KNOBEL, 2013), 
sendo uma técnica bastante utilizada até os dias atuais. 
Começou-se a usar em 1958, o intracath, um cateter de plástico colocado através 
de uma agulha (PHILLIPS, 2001). 
O cateter de Hickman foi utilizado pela primeira vez em 1979, cateter este de 
longa duração, foi usado na quimioterapia. Após foi desenvolvido o cateter de poliuretano 
e silicone, que aumentou a tolerância de uso dos pacientes (SANDRUSSI; MUSSA, 
2014). 
Cateteres centrais tuneilizados foram utilizados a partir da década de 1980, eram 
utilizados para infusão de nutrição parenteral e tratamento citotóxico (PHILLIPS, 2001). 
Iniciou-se o uso do PICC em 1970 em outros países, um cateter de 50 a 60cm de 
comprimento, inserido nas veias basílica, cefálica ou braquial, que apesar de ser inserido 
perifericamente, sua ponta fica em posição central, porção distal da veia cava superior. 
No Brasil o uso do PICC começou a ser utilizado somente em 1990 na neonatologia e 
1995 em adultos (VIZCAYCHIPI; JUNIOR; SANCHES, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
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2. ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
2.1 Pele 
 
A pele é o maior órgão do corpo humano, formando um envoltório para as 
estruturas do corpo e substâncias vitais (líquidos), desenvolve múltiplas funções de 
proteção do corpo contra o meio ambiente, dentre elas incluem a termorregulação através 
das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos, controle de infecção, apoio estrutural, 
sensibilidade por meio de nervos superficiais e suas terminações sensitivas (VISSCHER, 
2009). 
A pele é um órgão, composto por um agregado de tecidos, que funcionam em 
conjunto. A epiderme e a derme constituem as principais camadas tegumentares, além de 
estruturas anexas (unha, pelos e glândulas), que auxiliam em suas funções, estes 
componentes formam o tecido tegumentar (Figura 1). 
 
 
2.1.1 Camadas da Pele 
 
EPIDERME: É a camada mais extensa da pele, é avascular, formada por uma 
camada de células epiteliais sobrepostas, de quatro ou cinco camadas, que se ligam 
firmemente umas nas outras, fina, porém resistente. Contém terminações nervosas. É a 
8 
 
camada onde se encontra as bactérias, que são denominadas de flora residente e transitória 
(Figura 2). 
 
 
 
DERME: A derme é a segunda camada da pele, mais profunda e espessa, é 
vascularizada. Constituída principalmente por tecido conjuntivo, como o colágeno e 
fibras elásticas, tornando a pele resistente e elástica. Além disso, as fibras elásticas e o 
colágeno são organizados em padrões definidos no seu interior, produzindo linhas de 
tensão, garantindo o tônus. Reage ainda a estímulos dolorosos, alterações de temperatura 
e sensação de pressão. 
TECIDO SUBCUTÂNEO: Essa última camada não é considerada como 
pertencente à pele e por isso é chamada de tela, tecido subcutâneo ou hipoderme. É 
composto principalmente por tecido conjuntivo frouxo e tecido adiposo. Desempenhando 
duas funções principais: auxiliando o corpo a isolar variações extremas do meio ambiente 
e fixar a pele às estruturas subjacentes. 
 
2.1.2 Funções da Pele 
 
Protetora: tem o objetivo de proteger o organismo contra penetração de 
substâncias indesejadas, forma uma barreira que neutraliza e impede que a epiderme 
absorva substâncias irritantes, contra agressões físicas. 
Regulação de calor: fornece termo regulação do organismo. 
Imunitário: ela alberga diversos tipos de leucócitos. Há linfócitos que regulam a 
resposta imunitária e desenvolvem respostas especificas. 
Metabólicas: vitamina D. 
9 
 
Sensorial: apresenta inúmeras terminações nervosas, como células de Merckel, 
folículos pilosos. Tem capacidade de detectar sinais que criam as percepções da 
temperatura, movimento, pressão, dor. 
 
 
2.1.2 Microbiota Humana 
 
A microbiota da pele normal é dividida em residente e transitória. Em geral, os 
microrganismos são transmitidos por contato direto ou indireto. A pele humana é propícia 
para o crescimento de bactérias, devido ao calor e proximidade com locais que produzem 
secreção. 
Microbiota residente: é composta por elementos que estão frequentemente 
aderidos nos estratos mais profundos da camada córnea, formando colônias de 
microrganismos que se multiplicam e se mantém em equilíbrio com as defesas dos 
hospedeiros. Os microrganismos mais comuns desta microbiota são o Staphylococcus 
coagulase negativo e micrococos. 
São microrganismos de difícil remoção e suas colônias possuem mecanismos de 
defesa contra remoção mecânica ou por agentes químicos. Muitos deles apresentam baixa 
patogenicidade. 
Microbiota transitória: é composta por microrganismos que se depositam na 
superfície da pele, provenientes de fontes externas, colonizando temporariamente. 
Geralmente é formada por bactérias gram negativas, como enterobactérias, Pseudomonas, 
bactérias aeróbicas formadoras de esporos, fungos e vírus, possuindo maior potencial 
patogênicos. São mais facilmente removidos da pele por meio de ação mecânica, por 
degermação com agentes antissépticos, porém também se espalham com maior facilidade 
pelo contato. 
 
MICROBIOTA 
RESIDENTE/COLONIZANTE 
MICROBIOTA 
TRANSITÓRIA/CONTAMINATE 
Colonizam camadas mais profundas da 
epiderme; 
Colonizam camadas mais superficiais da 
epiderme; 
Mais resistentes à remoção pelas técnicas 
de higienização; 
Removíveis pelas técnicas de 
higienização; 
É composta por bactérias normalmente 
presentes nas superfícies cutâneas. 
Adquiridos durante o cuidado aos 
pacientes e estão relacionados 
frequentemente às infecções hospitalares. 
Ex: Staphylococcus Coagulase negativo. Ex: E Coli; Enterococos. 
 
2.2 Sistema Vascular 
 
O sistema circulatório é responsável por transportar elementos essências para os 
tecidos do corpo humano. Oxigênio para as células, hormônios para os tecidos, dióxido 
de carbono para eliminação nos pulmões, transporte
do sangue para todas as partes do 
corpo e desta para o coração. 
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O sistema circulatório no ser humano é composto pelo sangue, condutores que são 
as veias, artérias e capilares e o coração. 
Artérias: são os vasos pelos quais o sangue sai do coração (rico em oxigênio), 
tem capacidade de contração, são controladas pelo sistema nervoso autônomo, suas 
paredes são mais espessas com capacidade elástica. 
Veias: são os vasos que trazem o sangue para o coração (sangue desoxigenado 
dos tecidos), possuem paredes mais finas e com diâmetro interno maior, no seu interior 
tem válvulas que impedem o refluxo venoso. 
Capilares: são vasos microscópicos com apenas uma camada de células e uma 
camada basal, que são responsáveis pelas trocas de gases e nutrientes entre o sangue e 
meio interno. 
 
 
ARTÉRIAS VEIAS CAPILARES 
Levam sangue do coração 
aos tecidos. 
Levam sangue dos tecidos 
ao coração. 
Vasos ideais para trocas 
entre sangue e tecidos. 
Camada média mais 
desenvolvida, parede mais 
delgada. 
Camada adventícia mais 
desenvolvida, paredes mais 
espessas. 
Camada simples de até três 
células endoteliais. 
 Apresentam válvulas no 
seu interior. 
 
 
Válvulas venosas: agem de forma unidirecional para evitar o contra fluxo 
causado pela gravidade. Estas válvulas são constituídas de músculo esfíncter ou de duas 
ou três dobras membranosas, além de uma fina camada externa de colágeno, que auxilia 
na manutenção da pressão sanguínea e na prevenção do acúmulo de sangue. 
 
11 
 
 
 
Os vasos sanguíneos são formados normalmente por camadas chamadas de 
túnicas. 
Túnica íntima: camada mais interna, está diretamente em contato com o fluxo 
sanguíneo, constituída por superfície lisa, células endoteliais que se apoiam em tecido 
conjuntivo. 
Túnica média: formada por células musculares lisas e tecido elástico, apresenta-
se mais espessa, permite que as veias suportem mudanças de pressão e fluxo, 
possibilitando distensão e contração muscular quando necessário. 
Túnica adventícia: é a camada externa dos vasos, formada por tecido conjuntivo 
principalmente, denso não modelado e tecido conjuntivo frouxo, reforçando a parede do 
vaso a fim de evitar o rompimento através da pressão. 
 
 
FONTE: BRASIL ESCOLA 
 
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2.2.1 Sistema Venoso: Classificação das Veias 
 
O sistema venoso é composto por uma parte mais profunda localizada ao nível 
muscular e outra parte superficial, localizada no tegumento, derme e hipoderme. 
Classificamos elas em veias profundas e veias superficiais. 
Veias profundas: geralmente paralelas ás artérias e normalmente possuem os 
mesmos nomes de sua artéria correspondente, exemplos como jugular interna, 
braquiocefálica, axilar, subclávia, tibial, poplítea e femoral. 
Veias superficiais: veias localizadas na tela subcutânea, muitas vezes possíveis 
de serem visualizadas, na extremidade superior podemos encontrar as seguintes veias 
superficiais: dorso da mão, cefálica, basílica, intermédia do cotovelo, safena, magna e 
parva. 
 
2.2.2 Principais Veias 
 
No membro superior anastomoses digitais formam o arco venoso dorsal que 
formam a veia basílica, a veia cefálica, a veia intermédia do cotovelo e do antebraço. 
Veia cefálica: nasce na mão no lado radial do arco venoso dorsal, ascende pela 
face anterior do antebraço e sobe pelo braço correndo ao nível do ombro, no sulco 
deitopeitoral. Em seguida se aprofunda nos tecidos, unindo-se à veia axilar. 
 Veia basílica: nasce na mão no lado medial do arco venoso dorsal e ascende na 
face posteromedial do antebraço. Na metade do braço a veia basílica perfura 
profundamente os tecidos e na região da axila se une à veia braquial, formando a veia 
axilar. 
 Veia intermédia do cotovelo: próximo à prega de flexão do cotovelo a veia 
cefálica e a veia basílica se unem formando a veia intermédia do cotovelo, separando-se 
novamente em veia cefálica e veia basílica no braço. 
 Veia intermédia do antebraço: as veias da região palmar formam a veia 
intermédia do antebraço, que se localiza entre a veia cefálica e a basílica, podendo unir-
se a essas duas na prega de flexão do cotovelo. Ainda a veia intermédia do antebraço pode 
bifurcar-se na prega de flexão do cotovelo em veia mediana cefálica e veia mediana 
basílica que vão se anastomosar com a veia cefálica e veia basílica respectivamente. 
Veia axilar: continua na veia subclávia ao nível da borda externa da primeira 
costela, e forma com a veia jugular interna a veia braquiocefálica. A veia jugular externa 
começa próximo do ângulo da mandíbula, desce pelo pescoço, cruza o músculo 
esternocleidomastóideo, esvaziando-se na veia subclávia. 
As veias braquiocefálica direita e esquerda se unem formando a veia cava 
superior. A veia cava superior é muito curta e desemboca no átrio direito do coração, 
drenando o sangue que provém dos órgãos localizados acima do diafragma. 
 
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Veias dos membros inferiores à veia cava inferior: O sistema venoso superficial 
dos membros inferiores é composto pela veia safena magna e veia safena parva. 
Veia safena magna: origina-se na rede de veias da região medial do dorso do pé e 
estende-se para cima no lado medial da perna, joelho e coxa, desembocando na veia 
femoral próximo à virilha. À medida que ascende na perna e na coxa, a veia safena magna 
recebe diversas tributárias e comunica-se com a veia safena parva, o que resulta na 
formação de uma complexa rede venosa. 
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Veia safena parva: nasce da união das veias da margem lateral da região dorsal do 
pé, sobe pela linha mediana da face posterior da perna e na fossa poplítea (posterior ao 
joelho) aprofundasse para esvaziar em uma das veias poplíteas. 
Veia poplítea: é formada pelas veias tibiais, que drenam as veias do arco venoso 
plantar. A veia femoral é uma continuação da veia poplítea, que posteriormente se torna 
em veia ilíaca externa. 
A veia ilíaca interna e veia ilíaca externa se unem e formam as veias ilíacas 
comuns (direita e esquerda). A veia ilíaca direita comum e veia ilíaca esquerda comum 
se unem e formam a veia cava inferior. A veia cava inferior é mais longa que a veia cava 
superior e drena o sangue proveniente das partes do corpo abaixo do diafragma. Depois 
sobe e atravessa o diafragma desembocando no átrio direito do coração. 
Preferencialmente a avaliação dos vasos deve seguir, veias dos membros 
superiores, veia basílica, cefálica, cubital são de mais fácil acesso. 
As outras opções são: veia temporal, veia posterior auricular, jugular externa, 
safena. 
 
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2.2.3 Sistema Venoso do Recém-Nascido 
 
As principais veias para acesso venoso pediátrico incluem as veias das regiões 
cefálica, dorso da mão, antebraço e pé. Preferencialmente deve-se optar por puncionar as 
veias localizadas nos membros superiores, considerando como primeira opção as veias 
basílicas e as veias cefálicas, pois apresentam menores irregularidades em seu trajeto e 
como segunda opção, a veia intermédia do cotovelo. 
As veias da região cefálica utilizadas para punção venosa são: veia temporal, veia 
frontal e veia auricular posterior. A punção das veias da região cefálica pode ser realizada 
até 18 meses, a partir de quando a epiderme se torna endurecida e os folículos dos cabelos 
maduros. As veias localizadas na região cefálica e pescoço devem ser a última escolha de 
inserção do PICC em recém-nascidos pela dificuldade de fixação e risco de migração do 
cateter. 
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A punção da veia jugular externa ainda apresenta um risco adicional, de punção 
acidental da artéria carótida. 
Nos membros inferiores as opções são a veia poplítea, a veia safena e a veia 
femoral, porém devido à presença de muitas válvulas nessas veias pode ocorrer 
dificuldade de migração do cateter. 
 
 
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3. CARACTERÍSTICAS FÍSICO QUÍMICAS DOS 
MEDICAMENTOS 
 
Na terapia intravenosa,
frequentemente precisamos fazer o uso de medicamentos 
cuja natureza pode comprometer a integridade física e a segurança da terapia intravenosa 
para o paciente. Estima-se que cerca de noventa por cento de todos os doentes 
hospitalizados recebe algum tipo de terapêutica por via intravenosa, sendo essencial levar 
em consideração as características da solução de perfusão quando da seleção do 
dispositivo de acesso vascular apropriado. 
 
3.1 PH da Solução de Perfusão 
 
Uma das características mais importantes das drogas é o PH, chamado potencial 
de hidrogênio. A regulação da concentração de íons de hidrogênio é fundamental na 
manutenção do balanço ácido-básico, Há três mecanismos responsáveis pela manutenção 
de níveis adequados de pH: sistemas tampões, remoção de CO2 pelos pulmões e 
regulação renal do equilíbrio ácido-básico. 
O pH refere-se á acidez ou alcalinidade da droga, a qual pode contribuir para potenciais 
complicações e pode ser um fator determinante no que diz respeito ao tipo de dispositivo 
de acesso necessário para o doente. A relação pH versus concentração de íons de 
hidrogênio é inversamente proporcional, isto é, quanto maior o pH, menor a concentração 
de íons hidrogênio; quanto menor o pH, maior a concentração de hidrogênio. 
A escala de pH varia entre 0 e 14, sendo que o 7 representa um valor neutro. Os valores 
inferiores a 7 são ácidos; os valores superiores a 7 são alcalinos (base). O pH sanguíneo 
normalmente varia de 7,35 a 7,45. A água pura tem um pH de 7. Os fluídos e medicações 
administrados por via intravenosa podem situar-se em qualquer parte da escala de pH. 
Na prática, é praticamente impossível modificar o pH dos medicamentos, sob risco de 
comprometer sua eficácia. Considera-se o pH ideal para medicações o que fica em torno 
de 7,0. Já o pH em níveis extremos (baixo de 4,0 ou acima de 8,0) causa alterações 
histológicas severas no endotélio venoso. Essas medicações são chamadas na prática 
como vesicantes ou irritantes. 
Irritante: um agente capaz de causar comichão, flebite ou uma reação ao longo do vaso 
ou no local de injeção. 
Vesicante: um agente capaz de causar bolhas, descamação do tecido ou necrose quando 
se desvia do trajeto vascular previsto. 
 
 Esta lista contém algumas medicações com propriedades irritantes ou vesicantes. São 
apenas uma referência: 
 
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Figura 4: Fonte MANUAL DO CCIP BARD ACCESS SYSTEMS 
 
20 
 
3.2 Osmolaridade 
 
Osmolaridade refere-se à concentração de solutos em um volume de solução, sendo 
normal para fluidos corporais em torno de 280 a 295mOsl. A osmolaridade refere-se à 
concentração de solutos numa solução por peso. É expressa como o número de 
miliosmoles (mOsm) por quilograma (kg) de solução. O termo osmolaridade é utilizado 
aquando da descrição de fluídos no organismo. 
 
3.3 Tonicidade 
 
A tonicidade refere-se à concentração de moléculas dissolvidas presentes numa solução 
que afeta a pressão osmótica de uma solução. A pressão osmótica influência o movimento 
da água pela membrana celular. 
 
3.4 Soluções Hipertônicas 
 
 As soluções hipertónicas fazem com que a água presente numa célula se mova para o 
compartimento de fluído extracelular (FEC), onde a concentração de sal é superior, 
fazendo com que a célula encolha. As soluções hipertônicas têm uma osmolaridade igual 
ou superior a 375 mOsm/l. Estas soluções são utilizadas para substituir eletrólitos. 
Quando são utilizadas soluções de dextrose hipertónicas isoladamente, estas são também 
utilizadas para mudar o FEC do tecido intersticial para o plasma. Recomenda-se que 
soluções com uma osmolaridade >600 sejam perfundidas através de uma linha central. 
Por exemplo, soluções hipertónicas, como NaCL a 3%, são utilizadas como expansores 
de volume. 
 
3.5 Soluções Isotônicas 
 
As soluções isotônicas têm a mesma osmolaridade que os fluidos normais do organismo. 
As soluções com uma osmolaridade de 250–375 mOsm/l são consideradas soluções 
isotônicas e têm um efeito mínimo no volume do fluído no interior da célula; a solução 
permanece no espaço do FEC. As soluções isotônicas são utilizadas para expandir o 
compartimento do FEC. Por exemplo, soluções isotônicas, como solução salina normal, 
são utilizadas em casos de traumatismo para repor o volume de fluídos. 
 
3.6 Soluções Hipotônicas 
 
As soluções hipotônicas contêm menos sal que o espaço intracelular e, quando 
perfundidas, têm uma osmolaridade inferior a 250 mOsm/l. A água move-se para o 
interior da célula, provocando o seu inchaço e, possivelmente, a explosão da mesma. Ao 
21 
 
reduzir a osmolaridade sérica, os fluídos corporais deslocam-se dos vasos sanguíneos para 
o tecido intersticial e para as células. As soluções hipotônicas hidratam as células e podem 
esgotar o sistema circulatório. Por exemplo, soluções hipotônicas, como NaCL a 0,45%, 
podem ser utilizadas em casos de cetoacidose diabética para provocar o deslocamento dos 
fluídos para a célula. As soluções de perfusão com um pH inferior a 5, superior a 9 ou 
com mOsmol superior a 600 podem provocar danos na túnica íntima se perfundidas 
através de um PIV, pelo que deve ser ponderada uma perfusão através de uma linha 
central. 
 
 
Figura 5: fonte Manual do CCIP Bard Access Systems 
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4. ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA UTILIZAÇÃO DE 
PICC 
 
A terapia intravenosa é um processo complexo, onde o enfermeiro participa de 
ações de assistência e de cuidado, tais como a escolha, instalação e a manutenção do 
acesso venoso. O cateter venoso central de inserção periférica (CCIP/PICC) tem se 
demonstrado como cateter fundamental para uma terapia segura para pacientes adultos, 
crianças e recém-nascidos que requerem uma via para a administração de fluídos 
endovenosos. 
 
A Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, rege o exercício profissional dos 
trabalhadores de enfermagem e através do Artigo 11, inciso I, alínea “m”, o Enfermeiro 
exerce todas as atividades de Enfermagem, cabendo-lhe, privativamente, a execução de 
cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de 
base científica e capacidade de tomar decisões imediatas. 
 
Desde 2001, o COFEN, por meio da resolução nº 258 (anexo 01), torna licita a 
inserção do PICC pelo enfermeiro, desde que tenha se submetido a qualificação e/ou 
capacitação profissional (COFEN, 2001). 
 
O Código de Ética de Enfermagem (anexo 02), nos responsabiliza a avaliarmos e 
aprimorarmos nossas competências técnica, científica, ética e legal para somente depois 
assumirmos atribuições, para garantir uma assistência livre de danos decorrentes de 
imperícia, negligência ou imprudência, como exige o código de ética de enfermagem 
(COFEN, 2007). 
 
No ano de 2014, o COFEN manifestou-se através da contribuição do parecer 
15/2014 do COFEN orientando que além da responsabilidade legal em inserir o PICC, ao 
enfermeiro também cabe: 
 
[...] O Enfermeiro com curso de Capacitação/Qualificação para Inserção do 
PICC, em instituição que possua protocolo que normatize a aplicação de 
anestésico local pelo Enfermeiro, e treinamento do profissional para esta 
atividade, poderá realizar o procedimento de anestesia local, com a lidocaína 
1% e 2% sem vasoconstritor, no tecido subcutâneo, com a finalidade de 
inserção do PICC. 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
5. CATETER CENTRAL DE INSERÇÃO PERIFÉRICA 
 
O cateter central de inserção periférica comumente denominado de PICC 
(Peripherally Inserted Central Venous Catheter) é um dispositivo intravenoso inserido 
através de uma veia periférica que progride até a veia cava superior ou inferior, adquirindo 
características de um cateter venoso central. Seu posicionamento correto deverá ser na 
junção da veia cava superior com o átrio direito chamado de junção cavo atrial ou em 
terço superior da veia cava inferior, quando inserido em membros inferiores. 
Normalmente inserido a beira leito por enfermeiros
ou médicos capacitados, tendo como 
principal benefício, sua praticidade no momento da inserção. Possui maior segurança com 
menores taxas de complicações graves. 
Há diferentes modelos de cateteres acessíveis no mercado, eles são construídos 
com diferentes tipos de materiais e configurações como: calibre, comprimento, gauge, 
número de lumens, tempo de permanência e radiopacidade entre outras. Estas diferenças 
possibilitam atender as inúmeras especialidades e tratamentos existentes. Sugere-se como 
de suma importância, que o profissional de saúde habilitado para passagem do PICC, 
reconheça as principais características estruturais e de uso prático de seus materiais 
hospitalares. Levando-se em conta, que muitas vezes o enfermeiro é o profissional 
responsável pela elaboração e acompanhamento de licitações para compra de materiais e 
na supervisão da qualidade do material utilizado para a passagem de PICC. 
 
5.1 Características da composição do PICC 
 
O PICC é um cateter longo que pode variar até 65 cm de comprimento, flexível, 
biocompátivel e radiopaco, fabricado em poliuretano ou silicone e é inserido por punção 
venosa periférica, sendo a veia basílica o vaso de escolha principal por ser mais calibroso 
e possuir menos válvulas venosas. 
Características obrigatórias e desejáveis: 
Obrigatórias: biocompatibilidade, hemocompatibilidade, bioestabilidade, 
radiopacidade, ofereça segurança ao paciente. 
 
Desejáveis: trombo resistência, flexibilidade, resistência a dobras e deformações, 
termo sensibilidade e mínima aderência bacteriana. 
 
Diferenças entre Cateteres de Silicone e Poliuretano: 
 
Poliuretano: é um polímero termoplástico, empregado na sua maioria das vezes 
na fabricação de cateteres, apresentando como principais características a bioestabilidade, 
baixa trombogenecidade, moldabilidade, rigidez e resistência química. 
 
Silicone: é um polímero sintético utilizado na construção de vários artigos 
médicos hospitalares desde cateteres até implantes. Suas características variam de acordo 
24 
 
com o produto fabricado, dentre elas destacam-se elevada inércia química e força tênsil, 
resistência a temperatura e oxidação, alta resistência a dobras, alta biocompatibilidade e 
baixa aderência microbiana e trombogenecidade. 
 
SILICONE POLIURETANO 
Mais maleável Menos maleável, apresenta memória 
quando confeccionados em poliuretano de 
primeira geração. 
Paredes mais espessas Paredes mais finas 
Diâmetro interno reduzido Diâmetro interno maior 
Suporta menos pressão Suporta mais pressão 
Maior resistência a dobras e pinçamento 
repetidos 
Menor resistência a dobras e pinçamento 
repetidos 
Compatível com soluções antissépticas 
com base alcoólica 
Restrição ao uso de antissépticos com base 
alcoólica, apresenta risco de quebra do 
cateter 
 
 
 
Os cateteres possuem vários calibres de 1 a 6 French (Fr é a medida de do diâmetro 
externo cuja unidade é conhecida como French, equivale à 0.3mm), quanto maior o Fr do 
cateter, maior o seu calibre. Existe uma diferença entre o diâmetro externo do cateter e o 
diâmetro interno do cateter. Dependendo do material utilizado na confecção a espessura 
da parede pode sofrer variação. 
 
Na escolha do diâmetro do cateter deve-se levar em conta a largura do vaso e 
escolher o menor calibre possível para evitar traumas ao leito vascular. Lembrando que 
não podemos ocupar mais de 45% da luz do vaso, para que nosso cateter introduzido 
25 
 
permaneça com maior quantidade de sangue circulante em sua volta, evitamos assim as 
flebites mecânicas que podem ser ocasionadas com a escolha errada do calibre do nosso 
cateter. 
Gauge: é a medida do calibre da agulha, quanto maior o gauge, menor o calibre 
da agulha. 
Número de lúmens: lúmen é o interior ou canal do cateter, ele pode ser uma via 
única, de duplo ou de triplo lúmen, a ser escolhido de acordo com a necessidade 
terapêutica do paciente. 
 
 
Ponta do cateter: a ponta do cateter pode ser aberta ou valvulada. As de ponta 
aberta utilizam pinças ou clampes para fechamento, sendo recomendada a utilização de 
lavagens com solução fisiológica ou uso de solução heparinizada para evitar sua 
obstrução. Cateter valvulados impossibilitam o refluxo sanguíneo e a entrada de ar no 
sistema e sua manutenção deve ser feita somente pela lavagem com solução fisiológica 
após utilização (TAVARES; ALVES; EIRAS et al.,2009). 
 
 
26 
 
 
 
CATETER PONTA ABERTA CATETER COM PONTA DISTAL 
VALVULADA 
Técnica SAS ou SASH obrigatória após a 
utilização do cateter 
Não é necessário heparinizar após a 
lavagem 
Necessário Clampear quando não estiver 
em uso 
Não possui Clamp 
Necessário técnica de pressão positiva 
para flush 
A ação da válvula substitui a técnica de 
pressão positiva para flush 
Maior risco de embolia aérea Mínimo risco de embolia aérea 
 Menor índice de obstrução 
 
 
Suporte a pressão: atualmente são disponibilizados cateteres centrais de inserção 
periférica, fabricados em poliuretano, que suportam altas pressões (em torno de 300 psi 
com fluxo de 6ml/seg, variando conforme a marca). PSI é uma unidade de medida de 
pressão. 
Radiopacidade: Capacidade de o cateter permitir visualização através de imagem 
/raios-X ou fluoroscopia. Esta característica é devida à adição de bário (elemento 
radiopaco) ao material de construção do cateter, para permitir a visualização do cateter 
sob fluoroscopia ou raios X (esta mistura não deve ultrapassar 30%, caso contrário, o 
material torna-se tóxico ao paciente, frágil e quebradiço). 
Introdutores: os introdutores para cateter possuem duas características 
fundamentais: peel away que descasca, compostos por uma bainha plástica com asas ao 
redor de uma agulha hipodérmica (bastante semelhante a um cateter periférico curto, tipo 
Insyte , o qual é rasgado após o término da introdução do cateter) ou são agulhas metálicas 
quebráveis com asas, possuindo um friso que separa as partes quando as asas são 
aproximadas. Ambos apresentam uma câmara para observação do refluxo sanguíneo após 
a punção venosa. A medida dos introdutores é a mesma das agulhas, gauge (quanto maior 
o gauge, mais fino é o introdutor / agulha). 
 
27 
 
 
 Peel away Agulha de aço quebrável 
Introdutor para cateter Groshong: semelhante ao dispositivo intravenoso curto 
(jelco) porém normalmente mais calibrosos, já que são retirados posteriormente a 
inserção do cateter e não necessitando a quebra como os anteriores. 
Punção com Micro introdutor: utiliza a Técnica de Seldinger modificada, onde 
a punção venosa é realizada com uma agulha de gauge pequeno. 
Com ou sem fio guia (metálico ou plástico): Com exceção dos dispositivos 
intravenosos centrais para neonatologia (1.0, 1.9 e 2.0 Fr), os outros calibres normalmente 
apresentam estiletes metálicos ou plásticos, parecidos com um fio guia, para proporcionar 
firmeza ao cateter e facilitar sua introdução / progressão através da veia após a punção, 
os quais podem ou não vir pré-montados nos cateteres. Existem também os cateteres 
inseridos através da Técnica de Seldinger ou Seldinger Modificada. 
 Dispositivo para irrigação: Grande parte dos cateteres e estiletes apresentam 
algum tipo de tratamento hidrofílico, ou seja, quando entram em contato com meio aquoso 
(solução fisiológica) tornam-se escorregadiços, favorecendo a introdutor do cateter pelo 
interior da veia e a sua retirada após o término do procedimento. Por este motivo é 
necessário que todos os cateteres sejam sempre “molhados e preenchidos com solução 
fisiológica” antes da inserção no sistema venoso. Muitos cateteres apresentam 
dispositivos para irrigação, permitindo que ele seja irrigado antes, durante e após o 
procedimento de inserção. 
28 
 
 
Com ou sem extensões / conectores: Determinados dispositivos apresentam 
conectores com injeção lateral,
proporcionando a manipulação sem a necessidade de 
entrar em contato direto com o cateter. 
Kit para reparo: Alguns fabricantes de cateter oferecem a opção de kit para 
efetuar reparo no cateter quando ocorrem fraturas / quebras no segmento externo de um 
cateter que está permeável e funcionando bem, sem no entanto, ter que removê-lo. 
Geralmente estes kits constam de conectores extras, na medida do cateter que se quebrou. 
Com ou sem kit completo para inserção: Há diversas apresentações de cateteres, 
desde bandejas simples contendo o cateter, o introdutor ou agulha introdutora e o estilete, 
até kits completos contendo todo material necessário à execução da técnica (fita métrica, 
tesoura, introdutor, cateter, garrote, seringa, agulha hipodérmica, pinça delicada, fita 
adesiva para fixação, curativo transparente, campos cirúrgicos, campo fenestrado, 
compressas de gaze, swab com antissépticos, álcool e solução para preparo da pele). Por 
razões econômicas, muitas vezes opta-se pelas embalagens mais simples. 
 
 
 
29 
 
6. ESCOLHA DO DISPOSITIVO ADEQUADO PARA A 
TERAPIA 
 
Para que possamos fazer uma escolha do dispositivo ideal para a terapia do 
paciente, necessitamos observar se o mesmo possui características básicas para um 
“dispositivo venoso adequado”, dentre quais deverá possuir a maior chance de 
permanecer durante todo o tempo previsto do tratamento, prestar-se aos requerimentos do 
tratamento, ser o menos invasivo possível, apresentar o menor calibre em relação à veia, 
utilização do menor número de cateteres para implementar o tratamento prescrito, 
apresentar uma relação custo x risco x benefício viável. 
A decisão em escolher um cateter venoso periférico ou central, deverá ser tomada 
de maneira sistematizada, de acordo com protocolo institucional e em conjunto com 
equipes multidisciplinares. 
As limitações técnicas do profissional responsável pela inserção, conforto do 
paciente assim como sua preferência, deverão ser consideradas no momento da escolha 
do cateter e do sítio de inserção. 
A seleção do cateter deve ter como base o objetivo pretendido, a duração da 
terapia, as características do fluido, e as condições da rede venosa periférica. Segundo as 
recomendações ANVISA 2017, devemos considerar um cateter central em casos de 
infusão contínua de produtos vesicantes, nutrição parenteral com dextrose acima de 10% 
ou outros aditivos que resultem em osmolaridade final acima de 900 mOsm/L, ou para 
qualquer solução com extremos de Ph e para terapias acima de seis (06) dias. 
 
 
 
 
Dobutamina pH 3.6 - 1.0 Ácido de mineração
Vancomicina pH 2.4 Suco de limão
Dopamina pH 2.5 - 3.0 Coca-cola
Doxorrubicina pH 2.5 - 4.5 Coca-cola/ Cerveja
Morfina pH 2.6 - 6.0 Vinagre/ Leite
Gentamicina/ Cisplatina pH 3.0 - 5.5 Suco de laranja
Nitroglicerina pH 3.0 - 6.5 Suco de laranja
Ciprofloxacino pH 3.3 - 3.9 Suco de laranja
Vincristina pH 3.5 - 5.5 Chá
Amiodarona/ Potássio pH 4.0 - 4.5 Cerveja
Claritromicina pH 4.8 - 6.0 Cerveja/ Leite
Cloreto de Sódio pH 6.0 Leite
Dipirona/ Estreptoquinase pH 6.0 - 8.0 Leite
Dexametasona pH 7.0 - 8.5 Água potável
Furosemida pH 8.0 - 9.3 Água do mar
Ampicilina/ Bactrin pH 8.0 - 10.0 Sabão para as mãos
Pantozol pH 9.0 - 10.5 Sabão para as mãos
Fenitoína pH 10.0 - 12.5 Tira mancha
Acyclovir pH 10.5 - 11.6 Sabão/ Água sanitária
Ganciclovir pH 11.0 Água sanitária
R
ég
u
a
30 
 
 
6.1 Fluxograma decisório para escolha do Cateter 
 
 
 
 
 
31 
 
7. INDICAÇÕES, CONTRAINDICAÇÕES E 
LIMITAÇÕES AO USO DO PICC 
 
7.1 Indicações 
 
Programação de terapia intravenosa acima de seis dias; 
Infusões de soluções hipertônicas, vesicantes, irritantes ou com extremos de PH e 
osmolaridade; 
Nutrição parenteral; 
Antibioticoterapia; 
Drogas vasoativas; 
Drogas antineoplásicas; 
Hemocomponentes para cateteres acima de 3Fr; 
Recém-nascidos prematuros extremos; 
Recém-nascidos submetidos a cirurgias e recém-nascidos com síndromes e 
malformações. 
 
7.2 Contraindicações 
 
Presença de edema, hematoma, tromboflebite, flebite e extravasamento químico 
no local a ser puncionado; 
Lesão ou infecção cutânea ou do tecido na área próxima ao local proposto para 
inserção; 
Em alterações anatômicas que possam impedir a progressão do cateter 
(dissecções, cirurgias prévias que possam ter alterado anatomia venosa e o retorno 
venoso, punções venosas prévias e malformações); 
Alterações ortopédicas ou vasculares como membros parético, fistulas 
arteriovenosas, veias esclerosadas; 
Pacientes que não possuam acesso venoso periférico visível ou palpável; 
Pacientes que estejam em estágio avançado de doença renal, devido necessidade 
de preservação dos vasos para posterior confecção de fistula arteriovenosa; 
 
7.3 Limitações 
 
Difícil acesso venoso periférico; 
Distúrbios de coagulação; 
32 
 
Doença cardíaca com edema (neuropatia periférica); 
Mastectomia, circulação comprometida devido esvaziamento axilar; 
Obesidade, veias profundas e de difícil acesso; 
Fibrose cística (tem sido relatada uma incidência de dificuldade na remoção do 
cateter, sendo necessário intervenção cirúrgica em alguns casos), observar risco e 
benefícios da inserção. 
 
8. ELEGIBILIDADE DO PACIENTE PARA USO DO 
PICC 
 
Deverá ser avaliada a elegibilidade do paciente para uso do PICC, durante uma 
consulta de enfermagem. O enfermeiro utilizará o prontuário médico e de enfermagem 
em mãos para avaliação da terapia prescrita e realizará um exame físico geral para 
determinação da estabilidade do paciente ao verificar sinais vitais, condições de 
mobilidade, possibilidade de alteração do decúbito do paciente, estado cutâneo, condições 
da rede venosa, eleição das possíveis veias de escolha para realização do procedimento e 
realização da medida para determinar o tamanho do cateter a ser introduzido. 
Na escolha do paciente para uso do PICC, o enfermeiro deve-se estar atento às 
indicações e contraindicações do procedimento, avaliando conjuntamente os benefícios 
que este procedimento pode trazer ao tratamento do paciente, junto à equipe médica 
responsável pelo paciente. 
O diagnóstico de indicação do uso do PICC geralmente parte do olhar e cuidados 
prestados pela equipe de enfermagem, principalmente sob atenção do enfermeiro no 
planejamento da terapia endovenosa para seu paciente. Este, juntamente com a equipe 
médica responsável pelos cuidados do indivíduo, promove a discussão em equipe para 
escolha do melhor dispositivo e técnica para promover a terapia endovenosa. Muitas 
vezes, o paciente em necessidade de utilizar o PICC é identificado pela equipe de 
enfermagem (auxiliares, técnicos de enfermagem e enfermeiros assistenciais) como um 
paciente necessitando de terapia endovenosa prolongada, e/ou uso de múltiplas infusões 
de soluções e/ou fragilidade venosa apresentada. Por outras vezes, a equipe médica ao 
prescrever soluções de osmolaridades e PH distintos dos valores aceitáveis por rede 
periférica, indica a realização da passagem de PICC para administração segura do 
medicamento. 
Para tanto, a consulta de enfermagem, cuidado esse que pode ser realizado apenas 
pelo enfermeiro enquanto lei do exercício profissional, é a melhor forma para 
planejamento da terapia intravenosa ao paciente. É importante ressaltar sempre que 
possível, a autonomia e escolha do paciente pelo seu cuidado e tratamento. Através da 
interação e comunicação com o paciente sobre as vantagens e desvantagens dos 
dispositivos utilizados para a terapia promove-se essa autonomia do indivíduo perante o 
cuidado prestado, direito do indivíduo em cuidado de saúde, em caso de pacientes adultos. 
No cuidado ao neonato e crianças, esse diálogo deverá ser realizado com os pais e/ou 
responsáveis pelo menor, solicitando também a sua autorização perante termo de 
consentimento livre e esclarecido. 
33 
 
 
9. VANTAGENS E DESVANTAGENS 
 
Vantagens: 
 É considerado um dispositivo
seguro quando realizado com assepsia correta, 
profissional capacitado e localização confirmada por exames de imagem; 
 Maior tempo de permanência que outros cateteres centrais; 
A inserção do PICC é menos traumática que outros dispositivos centrais; 
 Possui possibilidade de infusão de drogas irritantes, vesicantes e de osmolaridade 
e PH variados; 
 Tem variadas portas de entrada (veias periféricas) disponíveis para inserção e 
quando instalado, preserva o uso de outras veias periféricas; 
 Menor risco de infecção relacionada a cateter quando comparado a outros 
dispositivos, menor adesão de microrganismos. 
Menor custo; menor diminuição de mobilidade do paciente e de estresse por evitar 
múltiplas punções periféricas na internação; 
Elimina complicações como pneumotórax e hemotórax; 
É indicado para terapia domiciliar, podendo permanecer inserido por semanas, 
meses até um ano. 
 
Desvantagens: a grande maioria de desvantagens que encontramos ao utilizar o 
cateter do PICC é bastante subjetiva, pois se avaliado criteriosamente as “desvantagens” 
são métodos para garantir a qualidade do procedimento e da assistência prestada ao 
paciente. 
Requer capacitação técnico-cientifica do enfermeiro para realização do 
procedimento; 
Execução de protocolos de manutenção para prevenção de complicações; 
Demanda vigilância rigorosa do dispositivo incluindo cuidados diários; 
Apresenta restrição de movimentos quando inserido na fossa cubital e radiografia 
para confirmação da localização da ponta do cateter; 
Procedimento eletivo devendo ter preparação, data e hora para inserção, não 
devendo ser realizado em caso de emergência. 
 
 
 
34 
 
10. PREPARO ANTES DA INSERÇÃO DO PICC 
 
Identificar precocemente o membro a ser puncionado para inserção do PICC 
conforme protocolo institucional, ou com fita, gaze, para que este membro fique legível 
para a punção. 
 
Após a decisão de inserir o PICC, realizar a orientação para paciente/familiares 
sobre a necessidade da passagem do cateter, riscos e benefícios do procedimento, 
esclarecer dúvidas, solicitar assinatura no termo de consentimento (quando houver) e 
registrar sempre no prontuário do paciente. Para o profissional que será responsável pelo 
procedimento de inserção, o aspecto cognitivo da família é de extrema importância, esta 
conduta contribui para reduzir a ansiedade da família e facilita assim a adesão ao 
procedimento (OAKLEY; WRIGHT; REAM, 2000). 
Manter um ambiente previamente aquecido, por se tratar de um procedimento 
eletivo, essa preparação é fundamental que aconteça antes do procedimento, 
principalmente em relação ao uso do PICC em recém-nascido, pela perda de calor 
radiante ou do calor da incubadora durante o procedimento, evitando vasoconstrição e 
perda de peso do recém-nascido. Portanto, o ambiente deve estar climatizado prevendo 
uma possível hipotermia do paciente, adulto ou neonato e para facilitar a vasodilatação 
da rede periférica necessária para melhor visualização da veia de escolha. A realização 
do procedimento em neonato no berço aquecido é idealmente melhor para os profissionais 
que irão puncionar, pela melhor possibilidade de visualização e manipulação do RN, 
porém também poderá ser feito dentro da incubadora; 
 Sala pronta antes do procedimento. Arrume o material e comunique as pessoas 
que circulam na sala para diminuir a rotatividade e barulho onde acontecerá o 
procedimento. Avise o restante da equipe, acompanhantes e visitantes que evitem 
circulação no local do procedimento, principalmente para proteção dos materiais estéreis; 
 Posicione o paciente em decúbito dorsal de forma confortável. Cuidados para o 
alívio da dor no paciente durante inserção do PICC são fundamentais para o sucesso do 
procedimento. Deve-se acomodar o paciente confortavelmente no leito, em recém-
nascidos poderá conter todo o corpo do bebê e oferecer de 1 à 2ml de solução sacarose à 
25% por via oral, comprovadamente úteis no alívio da dor, quando oferecidas minutos 
antes de um procedimento doloroso; 
35 
 
Ressalta-se a importância da autorização do paciente, responsáveis e/ou pais para 
execução do procedimento. Realizar a contenção dos membros superiores e inferiores em 
caso de neonato e crianças, em caso de adulto e possibilidade de contar com a cooperação 
do paciente, comunica-lo sobre cada passo realizado para inserção do dispositivo; Medir 
a distância para estabelecer o tamanho do cateter a ser introduzido. A distância para o 
adulto e recém-nascido é a mesma. 
Radiografia ciente. Solicite que o técnico de radiologia posicione anteriormente 
ao procedimento a placa de raio-x embaixo do paciente para evitar contaminação dos 
campos estéreis após a introdução do cateter. 
 
10.1 Preparo do Material 
 
1 caixa de passagem de cateter estéril (tesoura, pinças para antissepsia do local de 
inserção e pinça para auxiliar a introdução do cateter); 
2 compressas estéreis; 
 1 campo fenestrado estéril, 2 campos simples estéreis; 
 2 aventais estéreis; 
 2 gorros cirúrgicos; 
 2 máscaras cirúrgicas; 
2 óculos de proteção; 
2 pares de luvas cirúrgicas; 
Clorexidina degermante; 
Clorexidina alcoólica 0,5%; 
100 ml de solução fisiológica 0,9%; 
 2 seringas de 10ml; 
1 agulha hipodérmica 40X12; 
1 garrote estéril; 
Gazes estéreis; 
1 fita métrica não estéril; 
1 cateter de calibre adequado ao paciente; 
1 introdutor de calibre equivalente ao cateter; 
1 curativo transparente de poliuretano; 
 1 par de luvas de procedimento; 
Saco plástico para resíduos; 
Carrinho para procedimento e hamper. 
36 
 
 
10.2 Mensuração do Cateter 
 
Deverá ser mensurado com fita métrica a partir do local de punção da veia de 
escolha até a altura da clavícula (manúbrio direito, independente de membro superior 
direito ou esquerdo) e daí até o terceiro espaço intercostal, sempre com o membro superior 
disposto em 90º. Para punções em membros inferiores (menos comum), mede-se o 
comprimento entre a região de punção, passando pela região inguinal até a umbilical, 
finalizando na região do apêndice xifoide. A cabeça do paciente deverá estar virada 
lateralmente para o lado onde será realizada a punção. 
 
 
 
 
 
Figura 6: The PICC Book Bard 
 
 
 
11. TÉCNICA DE INSERÇÃO DO PICC 
 
Para a devida inserção do cateter PICC é necessário seguir os seguintes 
procedimentos: 
• lavar as mãos corretamente; 
• paramentação, utilizando Equipamento de Proteção Individual (EPI) como: 
gorro, óculos, máscara avental e luvas estéreis; 
• dispor os materiais estéreis em mesa auxiliar protegida por campo estéril. 
• preencher o cateter com solução fisiológica a 0,9%; 
• medir o cateter com fita métrica estéril e cortar conforme medida. 
37 
 
 
 
Após a organização dos equipamentos necessários, procede-se com a preparação 
do membro a ser puncionado, na seguinte ordem: 
• posicionar o membro no campo fenestrado estéril; 
• garrotear o membro com garrote estéril para visualização das veias; 
 • realizar a degermação do local a ser puncionado com clorexidine alcoólica a 
0,5%; 
• limpar com solução fisiológica a 0,9% e enxugar; 
• realizar o preparo do conjunto introdutor; 
Obtendo-se o retorno sanguíneo, manter firme o introdutor com os dedos 
indicador e polegar, com o dedo médio obstruir o retorno venoso e solicitar à pessoa que 
está auxiliando, soltar o garrote. Em seguida, realizar os seguintes procedimentos: 
 • retirar a agulha do introdutor; 
 • iniciar a introdução do cateter com auxílio da pinça sem tocar na extensão do 
corpo do cateter; 
• progredir o cateter com a pinça, lentamente, de 5 a 10 centímetros; 
• solicitar ao auxiliar para que mobilize a cabeça lentamente para o local da punção 
venosa, esta manobra muda o ângulo do cateter para baixo em direção à veia cava 
superior, evitando o posicionamento inadequado do cateter; 
• retirar o introdutor cuidadosamente para não tracionar o cateter;
• quebrar o introdutor; 
• confirmar a introdução do cateter na medida correta; 
• verificar o retorno venoso e estabilizar o fluxo; 
• salinizar o cateter com soro fisiológico 0,9% com volume de 2x o priming do 
cateter, e fechar o cateter; 
 • estancar o sangramento com leve pressão 
38 
 
• limpar o sítio de inserção com solução fisiológica, removendo resíduos de 
sangue; 
• fixar o cateter e aplicar o curativo transparente oclusivo e compressivo nas 
primeiras 24 horas. 
Após a inserção do PICC, o raio-x de tórax é de fundamental importância para se 
visualizar a posição do cateter e se certificar de que o mesmo não fez falso trajeto ou 
apresenta dobras que impossibilite seu uso (CAMARGO, 2007; CARDOSO et al., 2008; 
LAMBLET; CHIMIRRI, 2009). 
Cabe ressaltar que a ponta do cateter deve encontrar-se adequadamente instalada 
na veia cava superior (preferencialmente no 1/3 médio inferior da veia cava superior). E 
se o cateter for inserido no membro inferior, deve encontrar-se na veia cava inferior em 
posição terço médio superior. (CAMARGO, 2007; CARDOSO et al., 2008). 
 
 
Figura 7: The PICC Book Bard 
 
 
 
39 
 
12. CURATIVO 
 
Segundo SOBETI (2004), o curativo realizado no PICC cumpre duas funções: cria 
um ambiente que protege a área onde está inserido o cateter e evita que haja seu 
deslocamento. 
O curativo de PICC deverá ser estéril, oclusivo, o primeiro após a inserção deverá 
ser compressivo, de fácil aplicação e remoção, boa adesividade, manter o sitio do cateter 
seco e visível, confortável para o paciente. 
Atualmente os curativos transparentes (películas ou filmes semipermeáveis de 
poliuretano) são possibilidades que favorecem a fixação do cateter, apresentando diversos 
benefícios dentre eles podemos destacar a visibilidade do sitio de inserção, maior tempo 
de permanência (em torno de 7 dias), funciona como barreira contra contaminantes 
externos (impermeável a líquidos e microrganismos), aumenta o conforto do paciente 
(menos volumoso, menor número de trocas, permite banho de aspersão, reduz risco de 
alergias de contato por permitir a transpiração normal da pele) e segurança da equipe, 
menor custo ( menos trocas, menor tempo gasto de enfermagem e menor risco de trauma 
cutâneo), maior e melhor fixação do cateter, evitando assim lesões traumáticas, flebites, 
trombose e exteriorização do cateter. 
O cateter PICC deve ser manipulado apenas por pessoa treinada e capacitada e os 
curativos realizados por enfermeiro qualificado para o procedimento de inserção, 
manutenção e remoção do mesmo. O curativo deve ser trocado de acordo com o protocolo 
da instituição ou quando a integridade do curativo estiver comprometida. 
Técnica do curativo: 
● Lavar as mãos; 
● Calçar luvas de procedimento; 
● Retirar o curativo anterior com cuidado evitando tocar no cateter e na área de 
inserção; 
● Caso seja película transparente, puxá-la perpendicular à pele do paciente; 
● Retirar a luva de procedimento; 
● Lavar as mãos; 
● Calçar luvas estéreis; 
● Realizar a limpeza da área de inserção com gaze embebidas com solução salina 
(SF0,9%) removendo resíduos se houverem; 
● Aplicar solução antisséptica padronizada pela instituição com auxílio de gaze 
estéril e esperar secagem espontânea; 
● Certificar-se da posição do corpo do cateter para que não ocorra exteriorização 
acidental; 
● Checar a medida do corpo do cateter; 
● NUNCA reintroduzir o cateter caso ocorra a exteriorização acidental; 
40 
 
● Inspecionar o sítio de inserção atentando-se para hiperemia, edema, dor, rubor, 
endurecimento, calor, secreção; 
● Fechar o curativo, conforme técnica recomendada; 
● Lavar as mãos; 
● Colocar data no curativo; 
● Fazer registros de Enfermagem. 
 
Procedimento de estabilização: 
Este método permite uma fixação segura do cateter, distribuindo a força de tensão 
de maneira uniforme sobre toda área do curativo. 
 
 Cateter de um lúmen: 
Apoiar o conector do cateter na pele e posicionar a fita adesiva hipoalergênica 
sobre ele para fixá-lo à pele. EVITAR a colocação de fita adesiva diretamente sobre o 
corpo do cateter. 
 
Cobrir a área ao redor do sítio de saída e a fita adesiva com um curativo 
transparente amplo, procurando centralizar o cateter. Assegurar-se de que o curativo não 
oclua o conector do cateter. 
 
Posicionar uma fita adesiva longa por baixo do conector do cateter (com o lado 
aderente para cima), passando por baixo dele e bem rente à pele, logo após o final do 
curativo transparente já colocado (como se fosse uma gravata/ Chevron), cruzando-a 
sobre o conector e o curativo transparente. 
 Figura 1 
 
 
 
 
41 
 
 
Para garantir maior segurança, colocar uma fita adesiva sobre o conector. 
 
Anotar / registrar em impresso próprio a troca do curativo (data, responsável, 
achados). 
 
Cateter de dois lúmens: 
 
Apoiar o conector do cateter na pele e posicionar a fita adesiva hipoalergênica 
sobre a bifurcação do cateter para fixá-lo à pele. EVITAR a colocação de fita adesiva 
diretamente sobre o corpo do cateter. 
 
Cobrir a área ao redor do sítio de saída e a fita adesiva com um curativo 
transparente amplo, procurando centralizar o cateter. Assegurar-se de que o curativo não 
oclua os conectores do cateter. 
42 
 
 
Posicionar uma fita adesiva longa por baixo de cada conector do cateter (com o 
lado aderente para cima), passando por baixo deles e bem rente à pele, logo após o final 
do curativo transparente já colocado (como se fosse uma gravata/ Chevron), cruzando-a 
sobre cada conector e o curativo transparente. 
 
Para garantir maior segurança, colocar uma fita adesiva sobre os conectores. 
Anotar/registrar em impresso próprio a troca do curativo (data, responsável, achados). 
 
Uso do estabilizador: 
 
 Esse dispositivo acompanha a maioria dos Kits do PICC; 
 A troca deve acontecer a cada 7 dias; 
 Seguir corretamente todos os passos para estabilização do PICC com Statlock. 
Técnica utilizando os 4 P’s; 
 1. Prep.: preparar o local; 
 2. Press: conectar o cateter ao dispositivo; 
 3. Peel: retirar a fita adesiva do dispositivo; 
 4. Place: aderir o dispositivo à pele. 
 
 
 
 
 
 
43 
 
13. MANUTENÇÃO DO PICC 
 
Na utilização do cateter PICC, o sucesso aumenta com o conhecimento dos 
profissionais sobre as propriedades dos cateteres e com a devida habilitação. Como 
falamos anteriormente o profissional enfermeiro é responsável pela inserção e 
manutenção deste dispositivo, cabendo a ele o treinamento da equipe para manuseio 
adequado e fiscalização diária do dispositivo. 
Sempre realizar a higienização das mãos antes de manipular o cateter. 
Aferição da circunferência dos membros puncionados é uma medida que visa 
auxiliar na identificação precoce do aparecimento de tromboses (o aumento superior a 
2cm é um sinal precoce), condições de permeabilidade do cateter e extravasamento. 
A equipe de enfermagem deve ser orientada a fazer assepsia das conexões todas 
as vezes que o sistema for manipulado. 
Checar a medida do comprimento do cateter para identificar exteriorização 
acidental. 
NUNCA reintroduzir o cateter caso ocorra a exteriorização acidental 
Inspecionar o sítio de inserção quanto a hiperemia, edema, dor, rubor, 
endurecimento, calor, secreção. 
Manter via exclusiva para Nutrição Parenteral. 
Lavar o cateter sob baixa pressão antes e após administração de medicamento ou 
solução intravenosa com solução fisiológica 0,9%, o volume deve ser igual ao dobro da 
capacidade(priming) do cateter, incluindo conectores, extensões e cânulas. 
A recomendação de frequência da salinização segundo o CDC, 2007 é de no 
mínimo 12/12 horas, porem a frequência pode ser submetida aos protocolos 
institucionais. 
Utilizar a lavagem com pressão positiva/turbilhonamento, técnica que previne o 
retorno do sangue para o interior do cateter, quando sua ponta é aberta. O objetivo é 
manter a pressão
da seringa no interior do cateter, formando assim uma coluna de liquido 
sob pressão positiva, quando infundir o último ml de solução, fechar o clamp 
simultaneamente, para criar e manter a pressão positiva no interior do cateter. 
Realizar a substituições de tampas, conexões e equipos conforme protocolo 
institucional e recomendações da ANVISA. 
 
Procedimento de Flushing: 
 Salinização: Utilizar SEMPRE seringa de 10 ml; 
 Utilizar 10 ml de solução salina SF 0,9% conforme sigla SAS com técnica pulsátil 
realizando o turbilhonamento do cateter; 
 A frequência deve ser determinada pela instituição. Indica-se a salinização a cada 
pelo menos 12 horas, segundo CDC, 2007. 
44 
 
 
Quando houver impossibilidade de realização deste cuidado de enfermagem 
imediatamente após a administração de medicamentos intravenosos através do cateter, 
sugerimos incluir nas prescrições de enfermagem, podendo ser de 4/4 h, 6/6 h, 8/8 h ou 
12/12 horas de acordo com a terapia intravenosa prescrita. 
Procedimento de Heparinização: 
 Heparinização: Utilizar SEMPRE seringa de 10 ml; 
 Utilizar 10 ml de solução salina SF 0,9% conforme sigla SASH com técnica 
pulsátil realizando o turbilhonamento do cateter; 
 A frequência do uso da heparina deve seguir protocolo institucional e prescrição 
médica; 
 A solução recomendada é 100 U/ ml - 9,8ml de SF0,9% para 0,2ml de Heparina 
(5000U/ml); 
Administrar 1,5 ml da solução final após o término das infusões a serem 
administradas (fármacos e fluidoterapias); 
Antes de utilizar o cateter novamente, deve-se aspirar e desprezar a solução 
anterior e lavar o cateter com 10ml de solução fisiológica 0,9%. 
 
Embora a literatura recomende uma lavagem com solução heparinizada de 5 a 10 
UI/ml para pacientes pediátricos e neonatais e seja bastante comum utilização de solução 
de 100 UI/ml para adultos e crianças maiores do que 15 quilos a intervalos de 12 horas, 
tais procedimentos deverão ser ajustados às normas de cada instituição. Na prática, em 
neonatologia a utilização de heparina ou soluções heparinizadas é uma rotina pouco 
comum, sendo que normalmente o cateter é mantido com solução sob gotejamento 
contínuo (taxa de fluxo de 0.3 a 0.5 ml/h). 
 
13.1 Desobstrução do Cateter 
 
Somente poderá ser realizado por enfermeiros habilitados; 
 Técnica de Desobstrução Mecânica – “Técnica da Torneirinha”; 
Caso seja protocolo institucional, o médico deverá prescrever o agente 
trombolítico a ser utilizados, quantidade e tempo de ação; 
45 
 
Certifique-se que as conexões dos dispositivos sejam luerlock. 
 
Materiais: 
1. Torneirinha de três vias estéril; 
2. Uma seringa estéril de 10 ml vazia; 
3. Uma seringa estéril de 5 ml com solução salina; 
4. Luva estéril; 
 5. Gaze estéril embebida em álcool a 70%. 
 
Descrição da Técnica de Desobstrução: 
 1. Realizar fricção de limpeza no hub do cateter conforme protocolo institucional; 
2. Conectar a torneirinha no cateter previamente preenchida com solução salina 
(SF0,9%); 
3. Conectar de forma estéril duas seringas nas conexões da torneirinha conforme 
figura abaixo; 
4. Abra o sistema para a seringa de 10 ml e exerça a pressão negativa; 
 5. NÃO empurrar o êmbolo; 
6. Com a pressão negativa na forma de vácuo, segure o êmbolo e abra a conexão 
para a seringa de 5 ml com solução salina; 
7. A quantidade de solução que irá infundir será o quanto o cateter suporta sem 
romper; 
 8. NÃO empurrar o êmbolo; 
9. Repita o procedimento até que ocorra refluxo sanguíneo na seringa de 10 ml; 
10. Após refluxo sanguíneo, realizar flushing conforme descrito anteriormente. 
 
 
46 
 
 
13.2 Escolha da seringa adequada 
 
Pressão: É a aplicação de uma força a um corpo por outro corpo em contato com 
ele / força exercida por um fluido em todas as direções; tensão. Exemplo: ao empurrar o 
êmbolo de uma seringa com o seu dedo polegar, você irá sentir certa resistência quando 
empurrar o êmbolo da seringa, o que irá resultar em uma pressão sobre o corpo da seringa. 
Se esta resistência for aumentada (por exemplo, adaptando uma agulha ou filtro à 
seringa), seu polegar terá que exercer uma força maior para conseguir empurrar o êmbolo, 
aumentando ao mesmo tempo a pressão sobre o corpo da seringa. 
 
PSI é uma unidade de pressão, que significa libras por polegada quadrada (PSI 
Pound Square Inch). 
 
 1 psi é equivalente a 50 mmHg. 
 
 Seringa de 1 mL----150 PSI 
 Seringa de 3 mL----120 PSI 
 Seringa de 5 mL----90 PSI 
 Seringa de 10 ml ----20 PSI 
 Seringa de 20 ml ----10 PSI 
 
14. RETIRADA DO CATETER 
 
Segundo a SOBETI (2004), as principais causas de remoção do cateter de PICC 
são: término da terapia proposta, ruptura ou quebra do cateter, posicionamento 
inadequado do cateter, extravasamento de líquidos, presença de processo infeccioso ou 
inflamatório. 
Técnica de retirada do PICC: 
Lavar as mãos; 
Calçar luvas estéreis; 
Colocar o paciente em posição supina e remover o curativo; 
Posicionar o braço do paciente em ângulo de 45 a 90 graus em relação ao corpo; 
47 
 
Orientar para que realize a manobra de valsava enquanto estiver removendo o 
cateter; caso o paciente esteja inconsciente, remover o cateter sempre durante a expiração; 
 Examinar o local, quanto à presença de anormalidade; 
Remover o cateter lenta e delicadamente, exercendo tração firme e constante; 
Não aplicar pressão no local de saída durante a retirada; 
Aplicar compressão digital no sítio de saída após a remoção total do cateter por 5 
- 10 minutos, dependendo do calibre do cateter; 
Aplicar curativo pequeno e levemente compressivo no local; 
Medir e examinar o cateter para a certificação da retirada completa do mesmo; 
Comparar o comprimento do cateter retirado com o comprimento documentado e 
anotado antes da inserção. Se for observada alguma discrepância no comprimento, 
notificar o médico imediatamente; 
 Registrar o procedimento. 
 
Dificuldade de remoção do PICC: 
 
Em situações de venoespasmo, o enfermeiro deverá: 
 Interromper o procedimento; 
Conversar e acalmar o paciente; 
Tentar nova remoção. 
 
Em caso de resistência, o enfermeiro deverá aplicar compressa úmida e morna na 
área acima do trajeto do cateter por 20 a 20 minutos para favorecer a vasodilatação e 
tentar a remoção novamente. Na segunda tentativa, se for mantida a resistência, refazer 
curativo mantendo técnica asséptica e tentar retirar após 12-24 horas. 
 
 
15. COMPLICAÇÕES/INTERVENÇÕES 
RELACIONADAS AO PICC 
 
Apesar de pouco frequentes, podem ocorrer complicações com o uso do PICC, 
como punção arterial, arritmia cardíaca, dificuldade na progressão, infecção, trombose e 
deslocamento do cateter (VIZCAYCHIPI; JUNIOR; SANCHES, 2013). As principais 
complicações e condutas em relação a elas são: 
 
 
48 
 
15.1 COMPLICAÇÕES IMEDIATAS 
 
Dificuldade de Progressão 
Sinais e Sintomas Causas 
 Resistência ao avanço – cateter 
“enrola” externamente 
 Posicionamento inadequado do 
paciente ou do introdutor; 
 Mau posicionamento de cateter; 
 Calibre inadequado do cateter; 
 Dissecção prévia; 
 Esclerose; 
 PICC de encontro com válvula; 
 Bifurcação venosa; 
 Angulação venosa acentuada; 
 Vasoconstrição 
Prevenção Intervenção 
 Posicionar o paciente com braço 
formando um ângulo de 90 graus com o 
corpo; 
  Avançar o cateter suavemente; 
  Puncionar em cima e no sentido 
do vaso; 
  Ambiente aquecido; 
  Escolha correta do vaso; 
Nunca use força! (pare, espere e 
reinicie); 
 Reposicione o braço do paciente; 
 Faça leve rotação do braço; 
 Abrir e fechar a mão do paciente; 
 Lavar com SF a 0,9% o cateter; 
 Remover o fio guia; 
 Aplicar calor sem comprometer 
o campo estéril 
 
Hemorragia/Hematoma 
Sinais e Sintomas Causas 
 Sangramento
pela inserção de 
difícil controle; 
 Inadequados calibres de 
agulha/cânula introdutora; 
 Distúrbios de coagulação; 
 
 Terapêutica anticoagulante;  
Inserção traumática. 
Prevenção Intervenção 
Conhecer a terapêutica prévia; 
  Conhecer os resultados 
laboratoriais; 
 Cuidados na punção. 
 Aplicar pressão; 
 Realizar curativo compressivo 
nas primeiras 24 horas; 
 Agentes Hemostáticos 
 
 
 
Arritmia Cardíaca 
Sinais e Sintomas Causas 
Ritmo cardíaco irregular; 
 Dispneia; 
 Irritação do miocárdio pela ponta 
do cateter. 
49 
 
 Palpitações; 
 Hipotensão arterial 
Prevenção Intervenção 
Avaliar pulso e frequência 
cardíaca de base; 
 Medir cuidadosamente o cateter; 
 Cortar o cateter atentamente; 
 Verificar a localização da ponta 
pelo RX. 
 Prevenção; 
 Retrair o cateter para a veia cava 
superior; 
 Notifique o médico. 
 
 
 
Punção de artéria 
Sinais e Sintomas Causas 
 Fluxo sanguíneo pulsátil; 
 Coloração do sangue; 
 Hipotensão; 
 Hipovolemia. 
 Não identificação da artéria; 
 Abordagem profunda. 
Prevenção Intervenção 
 Identifique a artéria; 
 Punção mais superficial. 
 Prevenção; 
 Remover a agulha/introdutor 
imediatamente; 
 Aplicar compressão direta; 
 Curativo compressivo; 
 Avaliar o desenvolvimento de 
hematoma 
 
 
Dano/estimulação de nervos 
Sinais e Sintomas Causas 
 Dormência; 
 Formigamento; 
 Fraqueza da região. 
 Dano direto pela agulha; 
 Irritação de nervos durante a 
inserção; 
 Posicionamento inapropriado do 
braço; 
 Cateter fora da veia. 
Prevenção Intervenção 
 Avaliação adequada; 
 Posicionamento adequado; 
 Avanço lento e cuidadoso; 
 Apoiar o braço em posição 
confortável. 
 Pare a progressão; 
 Reinicie mais lentamente; 
 Se as sensações persistirem o 
cateter deve ser removido; 
 Realizar nova punção e inserção. 
 
 
50 
 
Fio guia difícil de retirar 
Sinais e Sintomas Prevenção 
 Falta de irrigação prévia do 
cateter; 
 Dobra do fio guia dentro do 
cateter. 
 Preencher o cateter com solução 
fisiológica para ativar a camada 
hidrofílica do cateter; 
 Não forçar a progressão do 
cateter. 
 
 
 
 
 
Mau posicionamento do cateter 
Sinais e Sintomas Causas 
 Ângulos e dobras observáveis; 
  Ausência de retorno de sangue; 
 Percepções auditivas (no adulto) 
 Cateter que não progrediu até a 
medida, (resistência) 
 Cateter dentro da área cardíaca; 
 Cateter localizado na região 
cervical ou cefálica; 
 Outras localizações. 
 Anatomia venosa irregular; 
 Cirurgias ou lesões prévias; 
 Posicionamento inadequado do 
paciente; 
 Medida incorreta do trajeto e/ou 
do PICC. 
Prevenção Intervenção 
 Avaliação cuidadosa; 
 Ocluir jugular interna durante 
inserção); 
 Medir atentamente; 
 Verificar retorno sanguíneo; 
 Nunca forçar a inserção. 
 Verificação de posicionamento 
pelo RX; 
 Medidas de reposicionamento 
pelo RX; 
  Dê tempo ao paciente e ao 
cateter; 
 Elevar paciente durante 24 horas, 
o cateter pode migrar. 
 
15.2 COMPLICAÇÕES TARDIAS 
 
Oclusão do Cateter 
Sinais e Sintomas Possíveis Causas 
 Resistência e dificuldade de 
infusão 
 Impossibilidade de lavar o 
cateter 
 Impossibilidade de aspirar 
sangue 
 Lentificação ou interrupção da 
infusão 
 Coágulo intraluminal 
Bainha de fibrina 
Formação precipitado 
Localização inadequada da ponta 
do cateter – trombose mural 
 
51 
 
Prevenção Intervenção 
 Realizar manutenção adequada 
do cateter com flush conforme 
recomendações. 
 Realizar transfusão e coleta de 
sangue apenas em cateteres acima de 3Fr 
 Método SAS 
 Método SASH 
 Uso adequado de equipamentos 
de infusão continua. 
 Verificação do posicionamento 
do cateter. 
 
 Desobstrução – Técnica da 
torneirinha 
 
A oclusão do cateter é em razão de “flush” inadequado; refluxo sanguíneo 
excessivo; medicações incompatíveis formando cristais; baixa solubilidade (SOBETI, 
2004). 
 
 
 
Fratura do cateter 
Sinais e Sintomas Causas 
 Quebra visível; 
 Embolia do cateter. 
 Forca excessiva na lavagem; 
 Fixação inadequada do cateter; 
 Dano ao corpo do cateter; 
 Retração do cateter pela agulha 
introdutora; 
 Retirada agressiva do estilete; 
 Aplicação de pressão excessiva; 
 Falta de qualidade do material. 
 
Prevenção Intervenção 
52 
 
 Nunca use força ao lavar; 
 Utilizar seringas de 10 ml; 
 Fixar o cateter seguramente; 
 Evitar o uso de cortantes 
próximo ao cateter; 
 Cuidado ao retirar o cateter pela 
agulha; 
 Não utilizar fitas adesivas para a 
fixação do corpo do cateter. 
 Atenção médica imediata (caso 
de fratura interna); 
 Identificação da localização; 
 Retenha o fragmento para 
prevenir migração; 
 Aplicar pressão direta (mão ou 
garrote) acima do local de inserção; 
 Acionar cirurgia vascular. 
 
 
 
 
Migração do cateter 
Sinais e Sintomas Causas 
 Infusão lentificada; 
 Alarmes frequentes; 
 Exteriorização do cateter; 
 Dor durante a infusão; 
 Distúrbios neurológicos; 
 Dispneia. 
 Movimentação vigorosa da 
extremidade; 
 Alterações da pressão 
intratorácica; 
 Fixação inadequada do cateter. 
Prevenção Intervenção 
 Fixação adequada do cateter; 
 Posicionamento adequado da 
terminação em veia cava superior ou veia 
cava inferior. 
 Observar sinais de 
funcionalidade do cateter; 
 Notifique o médico; 
 Verificar o posicionamento do 
cateter; 
 Nunca reinsira um cateter que 
migrou; 
 Reconsiderar nova inserção 
(novo cateter). 
 
 
 
 
Flebite mecânica 
Sinais e Sintomas Causas 
 Dor; 
 Calor; 
 Eritema; 
 Hiperemia de trajeto venoso; 
 Edema; 
 Endurecimento da veia. 
 Material e tamanho do cateter 
inadequados e técnica incorreta de 
inserção; 
 Característica da veia; 
 Fatores inerentes ao paciente. 
Prevenção Intervenção 
53 
 
 Técnica de inserção 
 Evitar fluxo turbulento; 
 Escolha apropriada do cateter. 
 Iniciar o tratamento 
imediatamente; 
 Repouso e elevação; 
 Aplicação de calor local; 
 Anti-inflamatórios não-
esteroidais; 
 Continuar o tratamento até a 
interrupção dos sintomas; 
 Remoção do cateter. 
 
 
 
 
Flebite química 
Sinais e Sintomas Causas 
  Medicações irritantes; 
 Extremos de PH ou 
osmolaridade; 
 Diluição inadequada; 
 Migração do cateter; 
 Talco e látex da luva. 
Prevenção Intervenção 
Assegure localização do cateter 
por confirmação de RX; não tocar no 
corpo do cateter com a luva durante a 
inserção. 
 Notifique o médico; 
 Aplique calor por 24 h; 
 Observar de 2/2h se não houver 
melhora retirar o cateter. 
 
Flebite bacteriana 
Sinais e Sintomas Causas 
  Lavagem de mãos Inapropriada; 
 Preparo inadequado da pele; 
 Técnica inadequada; 
 Contaminação do cateter durante 
inserção; 
 Progressão da flebite mecânica. 
Prevenção Intervenção 
 Aderência às técnicas e 
procedimentos de controle de infecção. 
 Hemoculturas; 
 Notifique o médico; 
 Tratamento de acordo com o 
agente etiológico e tipo de cateter; 
 Remoção do cateter e nova 
inserção. 
 
Infecções do local de inserção 
(Celulite) 
 
54 
 
Sinais e Sintomas Causas 
 Área de infecção afetando pele e 
subcutâneo; 
 Drenagem pelo local de inserção; 
 Eritema; 
  Edema; 
 Dor; 
 Ausência de sintomas sistêmicos 
 Contaminação do local de 
inserção; 
 Preparo inadequado da pele; 
 Manutenção inadequada do local 
de inserção; 
 Condições clínicas; 
 Técnicas inapropriadas de 
lavagem de mãos. 
Prevenção Intervenção 
 Aderência às técnicas e 
procedimentos de controle de infecção. 
 Notifique o médico; 
 Tratamento de acordo com o 
agente etiológico e tipo de cateter; 
 Cultura; 
 Remoção do

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