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RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO SOLOS ARGILOSOS Disciplina: Mecânica dos Solos II Professora: Albaniza Maria da Silva Velocidade de aplicação da carga Estado de adensamento Resistencia ao Cisalhamento: Solos argilosos Estrutura da argila • O estudo da resistência ao cisalhamento de solos argilosos é bastante complexo, em virtude do número de fatores interferentes; • Principais fatores que influenciam na resistência ao cisalhamento das argilas: Condições de drenagem ARGILA • Argila é a fração do solo, cujas partículas apresentam um diâmetro inferior a 0,002mm (2 μm) – ABNT 7250. • É constituída de diversos tipos de partículas, que podem ser classificadas de acordo como a tabela abaixo: Classificação em função do tipo de partícula (Lambe e Whittman, 1972) Resistencia ao Cisalhamento: Solos argilosos ATIVIDADE COLOIDAL (Ac) • É a relação entre o índice de plasticidade e a percentagem da fração argilosa menor que 0,002mm (2 μm). • A atividade coloidal serve como indicação da maior ou menor influência das propriedades mineralógicas e químico-coloidal, da fração argila, nas propriedades de um solo argiloso. 𝑨𝒄 = 𝑰𝑷 (% 𝒇𝒓𝒂çã𝒐 𝒅𝒆 𝒑𝒂𝒓𝒕í𝒄𝒖𝒍𝒂𝒔 < 𝟐𝝁𝒎) Atividade Ac Baixa < 0,75 Normal 0,75 < Ac < 1,25 Alta > 1,25 Atividade das argilas (apud Skemton, 1953) Resistencia ao Cisalhamento: Solos argilosos COLÓIDES Coloides são sistemas nos quais um ou mais componentes apresentam pelo menos uma das suas dimensões menores que 1µm. TAMANHO • Via de regra são menores que 1μm de diâmetro. Como as frações de argila atingem até 2μm, nem todas as argilas são estritamente coloidais, mesmo assim as suas partículas maiores possuem características do tipo coloidal. TIPO DE MATÉRIA COLOIDAL • Orgânico – encontra-se sob a forma de húmus; • Inorgânico – encontra-se sob forma de minerais argilosos das diversas formas. Resistencia ao Cisalhamento: Solos argilosos ESTRUTURA DA ARGILA • Constituição geral das argilas Carga elétrica Forma • Laminar, outras irregulares, em forma de placas ou flocos e outras esferoidais, mas sempre a extensão horizontal ultrapassa as dimensões verticais; • As minúsculas partículas coloidais das argilas possuem em geral carga negativa, o que favorece a adsorção de cátions. Resistencia ao Cisalhamento: Solos argilosos ESTRUTURA DA ARGILA • Argilo-minerais são, fundamentalmente, silicatos hidratados de alumínio, que apresentam plasticidade, permuta catiônica, dimensões geralmente inferiores a 2μm e forma lamelar e alongada; • É quimicamente muito ativa e tem propriedades coloidais; • A mais importante propriedade coloidal da argila é a afinidade pela água e por elementos químicos nela dissolvidos. ESTRUTURA DA ARGILA • Os argilo-minerais compreendem uma grande família de minerais, que podem ser classificados em diversos grupos, conforme a estrutura cristalina e as propriedades semelhantes. Os principais grupos são as caulinitas, ilitas e montmorilonitas. • Caulinita • Ilita • Montmorilonita ESTRUTURA DA ARGILA • Estrutura das camadas das argilas: Tipos de laminas Lâminas de Sílica/Alumínio Octaédricas Tetraédricas Folha Silícica Folha Alumínica Silício Alumínio Oxigênio ESTRUTURA DA ARGILA • Estrutura das camadas das argilas: Tetraédricas -Os tetraedros agrupam-se em unidades hexagonais, sendo a ligação entre dois tetraedros, feita pelo vértice (oxigênio). As unidades hexagonais repetem-se indefinidamente, formando uma retícula laminar. ESTRUTURA DA ARGILA • Estrutura das camadas das argilas: Octaédricas -As lâminas alumínicas estão formadas por retículas de octaedros, tendo também como ligação o oxigênio. ESTRUTURA DA ARGILA • Unidade estrutural Ilita Caulinita Montmorilonita -De acordo com a estrutura reticular os minerais de argila constituem três grupos: - ESTRUTURA DA ARGILA • Classificação mineralógica Caulinitas Em consequência da estrutura rígida, são relativamente estáveis em presença da água. Sendo considerada não expansiva em processo de saturação. É estável e não caracteriza o solo como problemático, principalmente no que se refere a característica de plasticidade e expansão. Minerais tipo 1:1 • São constituídas de uma lâmina tetraédrica (sílica) combinada com uma lâmina octaédrica (alumina), formando um reticulado fixo; • A água não penetra no permeio das camadas, e não ocorre expansão; ESTRUTURA DA ARGILA • Classificação mineralógica Minerais tipo 2:1 • São constituídas de uma lâmina octaédrica intercalada no permeio de duas lâminas tetraédricas; Montmorilonitas: A ligação entre as retículas é frágil, possibilitando a entrada de água entre as mesmas (material expansivo). ex.: bentonita ESTRUTURA DA ARGILA • Classificação mineralógica Ilitas: Possuem estrutura análoga à das montmorilonitas sendo porém menos expansivas em virtude da ligação de potássio. As partículas das ilitas são extremamente pequenas, portanto, sem condições de definir um contorno ou forma. Todavia, a microscopia eletrônica tem mostrado que as partículas da ilita e montmorilonita tem a forma de “flocos achatados” K Solos argilosos: Atrito entre as partículas e coesão do solo. Resistência ATRITO E COESÃO Solos arenosos: Atrito entre as partículas. • A resistência do solo ao cisalhamento é determinada pelas características coesivas e friccionais entre as partículas do solo; ATRITO E COESÃO A resistência ao cisalhamento depende da interação entre as partículas, e esta interação pode ser dividida em duas categorias: ‒Componentes da resistência ao cisalhamento: Atrito Coesão τ = C + σ.tgφ. Solos Coesivos: c ≠ 0 ATRITO E COESÃO Coesão Aparente Real • A coesão do solo é a força de atração entre as superfícies de suas partículas. • Definido como o ângulo máximo que a força transmitida a superfície pode fazer com a força normal à superfície de contato, sem ocorrer deslizamento. Atrito O atrito é função da interação entre duas superfícies na região de contato. COESÃO REAL • É resultado do efeito de agentes cimentantes (como teor de óxidos e de argilas silicatadas), bem como o resultado da atração entre partículas próximas por forças eletrostáticas. Natureza coloidalAgentes cimentantes • Colóides eletronegativos, com alta capacidade de adsorção de cátions e moléculas de água. • Alto teor de argilas silicatadas aumenta o efeito dos agentes cimentantes. COESÃO APARENTE • É resultado da tensão superficial da água nos capilares do solo, formando meniscos de água entre as partículas dos solos parcialmente saturados, que tendem a aproximá-las entre si. • É a parcela da resistência ao cisalhamento de solos úmidos (parcialmente saturados), devido à tensão capilar da água que atrai as partículas. No caso da saturação do solo a coesão tende a zero. COESÃO APARENTE Comportamento tensão deformação quando submetido a ensaio edométrico é distinto das areias ARGILA Diferenciam das areias Baixa permeabilidade; Importância do conhecimento de sua resistência em termos drenados e não drenados INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS ÍNDICES DE VAZIOS AREIA f (deposição original dos grãos, de sua deposição na natureza) praticamente independente do histórico de tensões do solo. Carregamentos posteriores que não criem tensões desviadoras elevadas, não produzem grandes variações de índice de vazios INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS Uma areia fofa pode permanecer fofa ainda que submetida a elevada sobrecarga , para que ela esteja compacta, ela deve se formar compacta ou ser levada a esta situação por efeito de vibração , que provoquem escorregamentos das partículas. ÍNDICES DE VAZIOS ARGILA f (sedimentação das partículas, estrutura + histórico de tensões do solo – pré adensamento). As argilas se formam sempre com elevados índice de vazios, quando se apresentam com um índice de vazios baixo,estes são consequentes de um pré adensamento INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS ÍNDICES DE VAZIOS ARGILA f (sedimentação das partículas, estrutura + histórico de tensões do solo – pré adensamento). Em virtude disso diversos cps de prova de uma argila , representativos de diferentes índices de vazios iniciais apresentarão curvas , que após atingir a tensão de pré adensamento correspondente, fundem-se numa única reta virgem. INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS ÍNDICES DE VAZIOS ARGILA A resistência de uma argila depende do índice de vazios em que ela se encontra, que é fruto das tensões atuais e passadas, e da estrutura da argila INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS AREIA ARGILA • Apresentam comportamento distinto a partir de e inicial ou seja apresentam curvas independentes para cada índice de vazios em que estejam originalmente • Apresentam comportamento tensão deformação convergente após superada a tensão de pré- adensamento. ÍNDICES DE VAZIOS INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS Tensão confinante acima da tensão de pré-adensamento (Normalmente Adensado) Tensão confinante abaixo da tensão de pré-adensamento (Pré-Adensado) Comportamento tensão- deformação no carregamento axial de uma argila Dependerá da situação relativa da tensão confinante perante a tensão de pré- adensamento. Desta forma serão analisados o comportamento das argilas para duas situações INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS OCR ( OVER CONSOLIDATION RATIO) Normalmente Adensada RPA = σ‘vm σ‘vo Onde, σ‘vm = tensão efetiva de pré-adensamento σ‘vo = tensão efetiva atuante RPA = 1 Pré-Adensada RPA > 1 INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS CAUSAS DO PRÉ ADENSAMENTO Variação Ação Tensão total Remoção da sobrecarga superficial ( processo de erosão; ação homem) Demolição de estruturas antigas. Poropressão Variação da cota do lençol freático; Pressões artesianas; Bombeamento profundo; Ressecamento e Evaporação; Estrutura do solo Mudanças ambientais tais como: temperatura, concentração de sais, pH, etc; Precipitação de agentes cimentantes, troca catiônica, etc. Condição Drenada Carregamento Lento Análise de resistência a longo prazo INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS VELOCIDADE DE CARREGAMENTO X CONDIÇÕES DE DRENAGEM Condição Não Drenada Carregamento Rápido Análise de resistência a curto prazo INFLUÊNCIA DA TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO NA RESISTÊNCIA DAS ARGILAS VELOCIDADE DE CARREGAMENTO X CONDIÇÕES DE DRENAGEM (UU) ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS TENSÃO DE PRÉ- ADENSAMENTO = 3 σ3= 8 e 4 => RPA = 1 (NA) σ3 = 2 e 0,5 => RPA = 1,5 e 6 (PA) ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS Consideremos uma argila cuja relação índice de vazios em função da pressão de adensamento esteja indicada na figura. Esta argila terá sido adensada no passado, segundo a curva tracejada até uma tensão efetiva igual 3. Esta argila apresenta atualmente a curva de índice de vazios em função da tensão confinante indicada pela linha contínua. Consideremos a realização de quatro ensaios com tensões confinantes indicadas. Quando aplicadas as tensões os cps adensam sob seus efeitos e estarão normalmente adensados sob estes valores σ3= 8 e 4 . σ3= 8 e 4 => RPA = 1 (NA) ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS Ao se fazer o carregamento axial nestes ensaios, obtém-se curvas com o aspecto indicado em (a) onde as tensões desviadoras crescem lentamente com as deformações verticais a que os Cp’s estão submetidos. Nota-se que as tensões desviadoras são proporcionais as tensões confinantes, onde as duas curvas se confundem (b). GRÁFICO NORMALIZADO (a) (b) Normalmente adensadas σ3= 8 e 4 => RPA = 1 (NA) ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS Como consequência da proporcionalidade das tensões desviadoras máximas com a tensão confinante os círculos de Mohr definem uma envoltória reta, que passa pela origem (c) (c) (d) Observa-se que durante o carregamento axial o Cp apresenta redução de volume, da mesma ordem de grandeza, sendo só ligeiramente maior para confinantes maiores(d) (e) Normalmente adensadas TENSÃO DE PRÉ-ADENSAMENTO = 3 σ3 = 2 e 0,5 => RPA = 1,5 e 6 (PA) ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS Considerando-se agora que sejam moldados Cp’s para o ensaio triaxial, onde as tensões confinantes são σ3 = 2 e 0,5 abaixo da tensão de pré adensamento. Considerando inicialmente que se o solo não tivesse sido pré adensado sob a tensão de 3 mas sim sob uma tensão menor que 0,5 , os cp’s estariam após adensados nas posições Normalmente adensados e seus resultados seriam semelhantes as tensões confinantes de σ3= 8 e 4. Mas o pré adensamento com a tensão 3 fez com que estes cp’s ficassem nas condições, ou seja, com índice de vazios menores do que na condição anterior. Menor indice de vazios maior proximidade entre as partículas comportamento diferente Pré - adensada σ3 =0,5 RPA = 6 σ3 = 2 RPA = 1,5 ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS Os resultados encontrados e sua transposição para o gráfico normalizado permitem algumas observações: Quando um solo é ensaiado sob uma tensão menor que sua tensão pré adensamento, o crescimento da tensão axial em função da deformação se faz mais rapidamente. E essas deformações são menores quanto maior for a razão pré adensamento. (a) (b) Pré - adensada Logo a deformação específica na ruptura é menor para confinante σ3 =0,5. σ3 =0,5 RPA = 6 σ3 = 2 RPA = 1,5 ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS A máxima tensão desviadora suportada é maior do que na situação de NA, e a diferença é tanto maior quanto maior for o RPA. A tensão desviadora máxima é bem distinta, havendo sensível redução da tensão axial para maiores deformações. (a) (b) Pré - adensada σ3 =0,5 RPA = 6 σ3 = 2 RPA = 1,5 ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS A diminuição de volume durante o carregamento axial é menos acentuada do que no caso de NA. podendo ocorrer aumento de volume, após uma inicial redução no caso da RPA ser elevada. Aumentos de volume correspondem a RPA maiores que 4 Pré - adensada ARGILAS SOB CONDIÇÕES DRENADAS A envoltória de resistência é uma é uma curva até a tensão de pré adensamento, e uma reta acima desta tensão, cujo prolongamento passa pela origem, acima desta tensão. Não sendo prático se trabalhar com envoltórias curvas, esta pode ser ajustada a uma reta que melhor a represente. σ3 = 2 e 0,5 => RPA = 1,5 e 6 (PA) Pré - adensada ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA c’ = coesão efetiva ou intercepto de coesão efetiva NA PA RESULTADOS COMPARANDO ARGILAS NA COM PA RESULTADOS COMPARANDO ARGILAS NA COM PA Normalmente adensada σ3 ≥σ‘vm Pré-adensada σ3 < σ‘vm c’ = coesão efetiva ou intercepto de coesão efetiva RESULTADOS COMPARANDO ARGILAS NA COM PA RESULTADOS COMPARANDO ARGILAS NA COM PA Com relação ao trecho inicial da envoltória os valores dependem da tensão de pré adensamento e do nivel de tensões de interesse. VALORES TÍPICOS DE RESISTÊNCIA DAS ARGILAS (NA) Índice de Plasticidade Ângulo de atrito interno (°) 10 30 a 38 20 26 a 34 40 20 a 29 60 18 a 25 φ costuma ser menor quanto mais argiloso for o solo (maior for o IP do solo). confirmando a tendência do Ko ser maior quanto maior for o IP do solo. PA COMPACTA NA FOFA Na ruptura ΔV= 0 RAZÃO DE ADENSAMENTO CRÍTICA Comportamento areia x argila Comportamento areia x argila ATÉ A PRÓXIMA AULA!!! Argilas sob Condições Não Drenadas (CU e UU) UU Argilas sob Condições Não Drenadas (CU) ENSAIO NÃO DRENADO (CU) Típicas de solos argilosos NA PA Pré - Adensamento Governa as gerações das pressões neutras e aresistência das argilas Em ensaio não drenado o carregamento é tão rápido que não há tempo para dissipação das poro pressões geradas . Não há variação do volume do CP. Argilas sob Condições Não Drenadas (CU) ENSAIO NÃO DRENADO (CU) 1 FASE: ADENSAMENTO 2 FASE: CISALHAMENTO APLICAÇÃO DA TENSÃO CONFINANTE APLICAÇÃO DO CARREGAMENTO AXIAL TENSÃO EFETIVA DE CONFINAMENTO É IGUAL A TENSÃO CONFINANTE POROPRESSÃO NULA DRENAGEM PERMITIDA DRENAGEM FECHADA SURGE POROPRESSÃO EM ARGILAS SATURADAS ENSAIO SEM VARIAÇÃO DE VOLUME OU HÁ VOLUME CONSTANTE TENSÃO DE PRÉ- ADENSAMENTO = 3 σ3= 8 e 4 => RPA = 1 (NA) σ3 = 2 e 0,5 => RPA = 1,5 e 6 (PA) ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (CU) Tensão confinante acima da tensão de pré-adensamento ARGILAS NORMALMENTE ADENSADAS (NA) (OCR =1) Tensão confinante abaixo da tensão de pré-adensamento ARGILAS PRÉ ADENSADAS (PA) (OCR >1) ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (CU) Tensão confinante acima da tensão de pré-adensamento ARGILAS NORMALMENTE ADENSADAS (NA) (OCR =1) NA Em ensaios drenados (CD) um carregamento axial provoca a redução de volume do corpo de prova, com consequente percolação de água para fora da amostra. Em ensaios não drenados (CU)Impedindo-se a drenagem, espera-se que surjam poro- pressões positivas devido à tendência da amostra de reduzir de volume. Uma amostra de argila saturada cisalhada em condições não drenadas deforma-se sem variação de volume, devido à incompressibilidade dos materiais que compõem a amostra (água e grãos). ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (CU) Tensão confinante acima da tensão de pré-adensamento ARGILAS NORMALMENTE ADENSADAS (NA) (OCR =1) NA Uma argila NA sob compressão axial tende a diminuir de volume se impedida a drenagem gerada pressão neutra positiva • Os máximos acréscimos de tensão desviadora são proporcionais a tensão de confinamento (σd ~ σ3) • as pressões neutras desenvolvidas são praticamente proporcionais a tensões de confinamento (u ~ σ3). ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (CU) Tensão confinante abaixo da tensão de pré-adensamento ARGILAS PRÉ ADENSADAS (PA) (OCR >1) PA As argilas pré-adensadas, ensaiadas com drenagem (CD),apresentam após pequena redução de volume (compressão), uma dilatação, ou seja, uma absorção de água pela amostraPara OCR>4 Ensaios CU ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (CU) Tensão confinante abaixo da tensão de pré-adensamento ARGILAS PRÉ ADENSADAS (PA) (OCR >1) PA Se impedida a drenagem (CU): Para baixo OCR desenvolvem-se pressões neutras positivas, só que serão menores que as que se desenvolveriam se tivesse NA, pois menor é a tendência de redução de volume que foi impedida. Para altos OCR é razoável esperar que surjam poro-pressões negativas, devido a tendência de aumento de volume do corpo de prova como se a água nos vazios do solo ficasse submetida a um estado de tração (pressão neutra negativa). σ3 = 2 e 0,5 => RPA = 1,5 e 6 (PA) ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (CU) Tensão confinante abaixo da tensão de pré-adensamento ARGILAS PRÉ ADENSADAS (PA) (OCR >1) PA Uma argila muito PA(OCR>4) sob compressão axial (CD) tende a aumentar de volume se impedida a drenagem gerada pressão neutra negativa. • Resultados normalizados em relação a σ3 : σd/ σ3 (σd/ σ3)max creScente com o OCR. • A pressão neutra aumenta e o acréscimo inicial diminui com o OCR. σ3 = 2 e 0,5 => RPA = 1,5 e 6 (PA) ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA São obtidas envoltórias ou seja os círculos de Mohr na ruptura, tanto em termos de tensões totais como em termos de tensões efetivas: Argila NA A resistência é caracterizada por um ângulo de atrito interno de ensaio CU(φCu). ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA NOTE QUE Φ’ > Φ σ’ < σ OBS: Uma argila NA apresenta resistência a longo prazo > curto prazo Argila NA ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA Argila NA Da proporcionalidade entre o máx acréscimo de tensão axial e a pressão confinante as envoltórias são retas passando pela origem com coeficientes angulares tg φ e tg φ’ para tensões totais e efetivas respectivamente. Representando os círculos de Mohr em termos de tensões efetivas determina-se assim a envoltória de resistência em termos de tensão efetiva de um ensaio CU que é aproximadamente igual a envoltória de resistência de um ensaio CD, ou seja ângulos de atrito iguais - φ’CU = φ’ CD O excesso de poro-pressão gerado é positivo. A dissipação desta poro- pressão aumenta a resistência ao cisalhamento do solo (note que φ’ > φ). Neste caso, uma obra estável a curto prazo aumenta sua segurança com o tempo. ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA Argila PA τ=𝑐 + σ. 𝑡𝑔ϕ τ'=𝑐 + σ′. 𝑡𝑔ϕ′ Envoltórias em termos de tensões totais como em termos de tensões efetivas. A envoltória em termos de tensões efetivas é praticamente igual à obtida em ensaios CD ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA Argila PA C > C’ ϕ′>ϕ τ‘ <τ (mais visível para altos valores de OCR) Para altas tensões confinantes (baixos OCR) a poro-pressão na ruptura é positiva e o círculo de tensões totais se localiza a direita do círculo de tensões efetivas, a coesão total (c) é maior do que a coesão efetiva (c’) e o ângulo de atrito interno total (φ) é menor que o ângulo de atrito interno efetivo (φ’). Para baixas tensões confinantes (elevadas razões de pré-adensamento - OCR) a poro-pressão na ruptura é negativa e o círculo de tensões totais se localiza à esquerda do círculo de tensões efetivas . ( baixos OCR) ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA NOTE QUE: Φ’ < Φ Alto valor de OCR τ’ < τ OBS: Uma argila muito PA apresenta resistência a longo prazo < curto prazo Para solos muito PA (altos valores de OCR ), o excesso de poro-pressão gerado por um carregamento é negativo, e portanto τ’ < τ Conseqüentemente, a resistência ao cisalhamento do solo tende a diminuir com o tempo e em análises a longo prazo a estabilidade da obra diminui (este caso é crítico em escavações em argila saturada fortemente pré- adensada). NA No ensaio Cu como não há drenagem o carregamento axial provoca o aparecimento de uma pressão neutra que reduz a tensão confinante efetiva sobre o CP com a redução dessa tensão , a tensão desviadora suportada no CU é menor do que no ensaio CD para as mesmas deformações Este comportamento se mantém até que, na ruptura o acréscimo de tensão axial seja menor do que do ensaio CD. A pressão neutra e positiva e não há variação de volume. PA Quando a tensão confinante é muito menor que a pressão de pré adensamento (altos OCR), no ensaio CD ocorre aumento de volume o que provoca entrada de água no Cp. No ensaio CU, não havendo drenagem Água fica submetida a um estado de tração significa pressão neutra negativa PA Logo tensão confinante efetiva aumenta de igual valor e este aumento de tensão corresponde a um aumento de resistência e em consequência o acréscimo de tensão axial suportado é maior do que no ensaio CD para as mesmas deformações Logo na ruptura, a tensão desviadora no ensaio CU é maior que no CD, a pressão neutra é negativa e não há variação de volume. No ensaio CU em termos de tensões totais constata-se que a envoltória de resistência se apresenta como curva para tensões abaixo da tensão de pré adensamento Esta envoltória, fica acima da envoltória em termos de tensões efetivas para tensões normais pequenas, justamente no caso em que a pressão neutra é negativa (CU) . O ensaio CU com medida de pressão neutra é empregado com freqüência para determinação da resistência em termos de tensões efetivas ,por ser muito mais rápido que o ensaio CD. É também muito empregado para determinar a resistência não drenada do solo INFLUÊNCIA DA TENDÊNCIA À DILATAÇÃO OU À CONTRAÇÃO NAS PORO PRESSÕES A razão pela qual Δu pode ser positivo ou negativo está na tendência à dilatação ou à contração da amostra. Quando a tendência à variação volumétricano cisalhamento não drenado é de dilatação Δu diminui Em uma argila PA saturada, que no ensaio CD apresenta dilatação volumétrica no cisalhamento, quando o material for submetido a um ensaio não drenado CU, as partículas tenderão a se afastar; entretanto, como as válvulas estão fechadas, não pode ocorrer qualquer dilatação e, com isto, a água será tensionada e a poro-pressão diminuirá. Quando a tendência é de compressão Δu aumenta pois em uma argila NA com um material saturado que tende a se contrair durante o cisalhamento ocorre o inverso; as poro-pressões tendem aumentar. ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (UU) O ensaio UU é realizado sem permitir a drenagem em qualquer estágio do carregamento as tensões efetivas de um CP permanecem constantes(n se alteram) após a aplicação da tensão confinante, independente do seu valor, pois quando se aplica uma tensão confinante surge uma pressão neutra de igual valor. Qualquer que seja a pressão confinante aplicada a tensão confinante efetiva é a mesma. Logo a resistência ao cisalhamento do solo independe ta tensão confinante aplicada. ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (UU) EX: Uma amostra indeformada, foi retirada do campo para ser ensaiada em laboratório e esta apresentava inicialmente u=-38kPa. Ao aplicar uma σ3= 100kPao Cp ficará com uma pressão neutra u= -38+100=62kPa.E a tensão confinante efetiva será σ3’= 100-62=38kPa Para σ3= 150kPao Cp ficará com uma pressão neutra u= -38+150=112kPaσ3’= 150-112=38kPa Conclui-se portanto que em ensaios UU, com amostras saturadas, a tensão confinante efetiva após aplicação da pressão confinante, será sempre a mesma e igual em valor absoluto, à pressão neutra negativa da amostra. Argilas sob Condições Não adensadas e Não Drenadas (UU) ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (UU) Como as tensões efetivas são independentes da tensão confinante Círculos de Mohr com diferentes valores da tensão confinante (σ3) apresentam iguais diâmetros(valores iguais de σdmax) Argilas sob Condições Não adensadas e Não Drenadas (UU) ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (UU) Pois após o confinamento os corpos de prova são submetidos ao carregamento axial (sem drenagem). Independente das tensões confinantes de ensaio, todos os corpos de prova estão sob a mesma tensão efetiva, todos apresentarão o mesmo desempenho, conseqüentemente a mesma resistência. Suportarão a mesma tensão desvio, obtendo –se assim uma envoltória reta. ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA Su ou Cu resistência ou coesão (não drenada) Os resultados expressos em termos de tensões totais , sendo a envoltória de resistência horizontal (envoltória fictícia), isto é, φu = 0 e a resistência ao cisalhamento, S = Su ou τ = Su Argilas sob Condições Não adensadas e Não Drenadas (UU) Argilas sob Condições Não adensadas e Não Drenadas (UU) ARGILAS SOB CONDIÇÕES NÃO DRENADAS (UU) Os círculos de Mohr em termos tensões totais terão os mesmos diâmetros , logo a envoltória será horizontal. ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA ENVOLTÓRIA DE RESISTÊNCIA Sendo as tensões efetivas independentes da tensão confinante, em solos saturados, os círculos de ruptura em termos de tensões efetivas de vários ensaios se confundem em um único circulo, não sendo possível definir a envoltória de resistência em termos efetivos no ensaio UU. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS AMOSTRAGEM Transformação do estado anisotrópico de tensões “natural” do campo estado isotrópico do confinamento do ensaio; Pertubações na amostra. Perturbações na amostra; cravação do amostrador ,retirada da amostra, moldagem do cponde haverá uma perda de resistência(argilas sensíveis) FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS ESTOCAGEM Perda da pressão neutra negativa da amostraRearranjo estrutural das partículas Tensão confinante efetiva diminui Redução de Su FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS ANISOTROPIA Sob uma mesma superfície de ruptura o solo está sujeito à solicitações variadas Resistência diferentes (ANISOTROPIA) O solo apresenta resistências diferentes, dependendo da direção e do sentido do deslocamento FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS ANISOTROPIA (a) (b) Figura: Solicitações no terreno por efeito de carregamento na superfície:(a)tipos de solicitaçao;(b)resultados típicos para cada solicitação. Três situações: -ativa: abaixo da área carregada ,qdo ocorre um aumento de tensão na direção da tensão vertical(ensaio de compressão) -Cisalhamento simples: o deslocamento é paralelo ao plano horizontal -passiva: ao lado da área carregada, solicitação é maior na direção da tensão horizontal. (ensaio de extensão) O solo apresenta resistências sensivelmente diferentes para as três situações FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS VELOCIDADE DE CARREGAMENTO • Menor Su Resistencia depende da velocidade de carregamento. Quanto mais lento o carregamento FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS VELOCIDADE DE CARREGAMENTO Pois as forças resistidas por atrito não se mantém por muito tempo devido a mobilidade dos íons de agua que provocam micro deslocamentos que reduzem a resistência por atrito no contato entre as partículas O fenômeno é mais importante quanto mais plástico for o solo ,pois maior é o número de contatos entre minerais argilas. E o coeficiente de segurança é tanto maior quanto mais rápida a construção. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS Construindo-se um aterro rapidamente a ruptura só ocorre para alturas de aterros maiores do que a altura que provoca ruptura se a construção for lenta, ou que, construindo um aterro com altura definida , o coef. de segurança é tanto maior quanto mais rápida a construção. Isto é verdade em principio. Figura: Resultados de ensaios de compressão com diferentes velocidades e coeficientes de segurança para as respectivas resistências. Indica o coeficiente de segurança em função do tempo para um aterro . FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS Mas é verdade também que se um carregamento é feito muito rapidamente(70 kPa em 0,5 dias) ,sem ruptura ,passa a ocorrer uma deformação lenta que poderá levar a ruptura posteriormente, se o adensamento que segue o carregamento não elevar a resistência, antes que a ruptura ocorra. Figura: Resultados de ensaios de compressão com diferentes velocidades e coeficientes de segurança para as respectivas resistências. Desta forma não é correto pensar que se o terreno suportou uma certa carga e não rompeu imediatamente após a aplicação da carga, sua estabilidade está garantida. É possível que a ruptura venha ocorrer nos dias seguintes. FATORES QUE AFETAM A RESISTÊNCIA NÃO DRENADA DAS ARGILAS Após a construção, dois fatos tem sentidos opostos: Enquanto o efeito adensamento ainda é pequeno, o coeficiente de segurança diminui com o tempo em função do comportamento das argilas; Quando o efeito do adensamento provoca redução do índice de vazios a resistência da argila e o coeficiente de segurança aumentam.
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