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LOGÍSTICA NO SETOR PÚBLICO Professor Me. Fábio Oliveira Vaz GRADUAÇÃO Unicesumar Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Direção Operacional de Ensino Kátia Coelho Direção de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha Direção de Operações Chrystiano Mincoff Direção de Mercado Hilton Pereira Direção de Polos Próprios James Prestes Direção de Desenvolvimento Dayane Almeida Direção de Relacionamento Alessandra Baron Head de Produção de Conteúdos Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli Gerência de Produção de Conteúdos Gabriel Araújo Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo Supervisão de Projetos Especiais Daniel F. Hey Coordenador de Conteúdo Paulo Pardo Design Educacional Camila Zaguini Silva, Larissa Finco, Maria Fernanda Canova Vasconcelos, Nádila de Almeida Toledo Rossana Costa Giani Iconografia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli SIlva Editoração Aline Morais Revisão Textual Yasminn Zagonel Edson Dias dos Santos Ilustração Aline Morais, Nara Emi Tanaka Yamashita C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; VAZ, Fábio Oliveira. Lo gística no Setor Público. Fábio Oliveira Vaz. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 178 p. “Graduação - EaD”. 1. Logística. 2. Setor. 3. Público 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 658.5 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar – assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Professor Me. Fábio Oliveira Vaz Mestre em Administração com a linha de pesquisa Gestão de Pessoas e Organizações pela Faculdade Metodista (SP). Pós-Graduado MBA em Marketing pela Faculdades Maringá (PR). Possui graduação em Administração pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (2007). A U TO R SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) acadêmico(a)! Seja muito bem-vindo(a) ao livro de Logística no Setor Pú- blico. Sou o professor Fábio Vaz, e juntamente com outros professores, desenvolvemos este livro para auxiliá-lo no conhecimento das competências e habilidades requeridas ao Gestor Público. Sendo assim, é com imenso prazer que apresentamos abaixo a estru- tura do livro de Logística no Setor Público, na certeza de que este contribuirá para sua vida acadêmica e profissional. Na primeira unidade deste livro será discutido sobre a introdução da logística, ou seja, o que é logística. Segundo Faria e Costa (2005), logística é a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla, de forma eficiente e eficaz, a expe- dição, o fluxo reverso e a armazenagem de bens e serviços, assim como o fluxo de infor- mações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, com o propósito de atender às necessidades dos clientes. Na segunda unidade trataremos sobre a importância do processo e cadeia de abasteci- mento, com o objetivo de aprender a conhecer as organizações envolvidas no processo, a compreender o sistema produtivo e seus formatos, além de analisar os processos das cadeias de abastecimentos e canais de distribuição. O processo de pedidos, ou seja, a compra na administração pública, será abordada na terceira unidade. O objetivo da unidade será demonstrar que a administração pública satisfaz o interesse público por meio das aquisições. Desta forma, podemos compreen- der o funcionamento de uma central de compras, além de revelar que a implantação de uma central de compras maximiza os procedimentos logísticos da Administração Pública. Na quarta unidade, você aprenderá sobre o almoxarifado central, quais suas vantagens, estruturas, funcionamento e controle. Sendo assim, você entenderá que o almoxarifado é o setor responsável pelo recebimento, armazenagem e distribuição dos bens e produ- tos adquiridos pela. Administração Pública. Por fim, chegamos à última unidade da nossa disciplina, em que você compreenderá como funciona os centros de consumos,ou seja, qual é importância da distribuição para o processo de logística, além de aprender qual será a rota de distribuição e o custo que ela agrega a este processo. Lembre-se também que as indicações de leituras são muito importantes para comple- mentar seu conhecimento na área, visto que o seu objetivo é tornar-se um profissional cada vez mais qualificado e entendedor do assunto. Um grande abraço e bons estudos. Professor Fábio Oliveira Vaz APRESENTAÇÃO LOGÍSTICA NO SETOR PÚBLICO SUMÁRIO 09 UNIDADE I INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA 15 Introdução 17 História da Logística 22 Conceito e importância da logística 24 Relação entre Logística e Competitividade 29 Subsistemas de Abordagem Logística 33 Macroprocessos de Logística 35 Logística na Administração Pública Contemporânea 41 Estratégia Logística 45 A Legislação Aplicável 48 Considerações Finais UNIDADE II PROCESSO E CADEIA DE ABASTECIMENTO 55 Introdução 56 Cadeia de Abastecimento 58 Organizações Envolvidas 63 O Papel da Logística 66 Canais de Distribuição 70 Distribuição Física 80 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III PROCESSAMENTO DE PEDIDOS: COMPRAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 89 Introdução 90 A Necessidade de Comprar 92 Central de Compras na Administração Pública 105 As Vantagens da Central de Compras 110 Considerações Finais UNIDADE IV ALMOXARIFADO CENTRAL 117 Introdução 118 Almoxarifado Central 121 Os Atores Envolvidos nos Pedidos 126 Principais Vantagens do Almoxarifado Central 129 Funcionamento do Almoxarifado 140 Controle Interno 141 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V CENTROS DE CONSUMOS: DISTRIBUIÇÃO E CONTROLE 149 Introdução 151 Distribuição 152 Separação 154 Rotas de Distribuição 157 Custos na Administração Pública 161 Controles nos Centros de Consumos 164 Casos que Requerem Logística Específica 170 Considerações Finais 175 Conclusão 177 Referências U N ID A D E I Professor Me. Fábio Oliveira Vaz INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer a evolução da Logística. ■ Compreender os conceitos de Logística. ■ Demonstrar a realidade contemporânea da Logística na Administração Pública brasileira. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ História da Logística ■ Conceito e importância da Logística ■ Relação entre Logística e competitividade ■ Subsistemas de abordagem Logística ■ Macroprocessos de Logística ■ Logística na Administração Pública Contemporânea ■ Estratégia Logística ■ A Legislação aplicável INTRODUÇÃO Este capítulo inicia os estudos sobre a Logística no Setor Público, porém para compreendermos o assunto precisamos entender o que é a logística. O termo logística é usado ou falado por todos, porém poucos sabem ao certo o que vem a ser tal termo. Ao pesquisarmos o termo no Novo Dicionário Aurélio, temos a seguinte definição: Parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: a) projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para fins operativos ou administrativos); b) recrutamento, incorporação, ins- trução e adestramento, designação, transporte, bem-estar, evacuação, hospitalização e desligamento de pessoal; c) aquisição ou construção, reparação, manutenção e operação de instalações e acessórios destina- dos a ajudar o desempenho de qualquer função militar; d) contrato ou prestação de serviços. Nos estudos sobre logística, diversos autores argumentam que sua origem parte das atividades militares, o que explica a definição do dicionário como uma “arte da guerra”, porém seus conceitos e aplicação vão muito além disso. Faria e Costa (2005, p. 15) consideram que a origem da logística não deveria ser “associada apenas às operações de guerra, pois, por exemplo, na construção das Pirâmides do Egito e em outras obras majestosas foram realizadas, também, muitas atividades relacionadas às atividades da logística”. A logística trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da ma- téria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (BALLOU, 1993, p. 24). É percebido que logística é uma atividade que serve para facilitar processos, minimizar problemas e maximizar os resultados. Não importa qual seja o tipo de organização, privada ou pública, é preciso eficiência na execução de proces- sos e tarefas e é através da logística que isso se torna possível. Dessa forma, podemos dizer que a logística é o conjunto de atividades rela- cionadas desde a obtenção de materiais até a satisfação dos consumidores de Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 qualquer organização, por meio da venda ou do oferecimento de um produto ou serviço. A logística deve encarregar-se de gerir o processo físico e de infor- mação, de compra da organização, receber os produtos ou serviços, organizar e controlar os estoques e distribuir esses produtos para o consumidor final (usu- ário ou cliente). Ballou (1993) afirma que a logística utiliza o planejamento, organização e controle das atividades de movimentação e armazenagem com o objetivo de melhorar a entrega de valor ao consumidor. Para reforçar este contexto, Gomes e Ribeiro (2004) explanam que a logística é quem organiza a aquisição, movi- mentação e armazenagem dos materiais, buscando o aumento da lucratividade da organização. Nas instituições públicas a logística também é utilizada, pois assim como as instituições privadas, elas têm necessidades de adquirir produtos ou serviços, que após as compras devem ser recebidos, armazenados e distribuídos para o consumo, possibilitando a prestação de um serviço público. Uma grande preocupação está no setor público, pois após o processo de compras (licitação), algumas instituições acabam tendo diversas falhas e o uso da logística não funciona ou não é usada para melhorar a qualidade dos serviços públicos. A logística é extremamente importante para atingir os objetivos propostos pela Administração Pública, pois assegura a aplicação eficaz dos recursos públi- cos, o que torna aquela gestão eficiente e de qualidade. Embora inexistam muitas normas que regulamentam tal funcionalidade no âmbito público, a prática vem ensinando e revelando aos gestores como seria o modelo ideal de logística. Novas técnicas de gestão vêm sendo implantadas, auxiliando a dirimir a problemática encontrada pelo setor público. Na Gestão Pública o objetivo maior é o atendimento aos interesses públicos, pois diferente do setor privado, o foco é a coletividade e não as particularidades. Sabe-se da dificuldade de aplicação dos conceitos logísticos em muitas orga- nizações públicas, porém, este material tem por objetivo levar a uma reflexão sobre o uso da logística e os resultados com ela atingidos. A logística é uma fer- ramenta que melhora os processos de uma gestão e com isso atinge os objetivos da organização com maior eficiência, logo gera a satisfação do interesse público. É preciso melhorar sempre, independente do setor de atuação. História da Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 HISTÓRIA DA LOGÍSTICA A palavra logística é derivada do grego logos, que significa razão. Pensando na palavra “razão”, podemos entender que a logística significa “a arte de calcular” ou “a manipulação de uma operação”. No começo, a logística foidesenvolvida para uso militar para designar atividades de suprimentos, estocagem, movimen- tação e transporte de bens, tais como: remédios, equipamentos, armamentos, uniformes e tropas. A logística teve um maior desenvolvimento após a Segunda Guerra Mundial, encontrando novas aplicações, ampliando sua atuação para a indústria, comércio e serviços em geral. A decisão de posicionamento de tropas segundo uma estratégia militar, onde comandantes militares precisavam ter sob seu comando, um grupo que facilitasse o deslocamento, na hora certa, de armamentos, munições, alimen- tos, equipamentos e material de atendimento médico no campo de guerra. Mas isso era considerado um serviço de apoio, sem o status da estratégia belicista, as equipes militares responsáveis pela logística ficavam sempre sendo reconhe- cidas em um plano inferior. Isso também aconteceu nas empresas durante um bom tempo. Porém, a logística muito se desenvolveu nas últimas décadas, encon- trando novas aplicações. Porém, a logística utilizada dentro do meio militar era considerada como um serviço de apoio, sendo vista como uma atividade inferior a qualquer outra INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 dentro das tropas. A mesma coisa acontecia dentro das organizações, no entanto, devido às constantes evoluções que têm ocorrido nas últimas décadas, a logística tem se tornado um importante setor, encontrando novas aplicações para dimi- nuir os custos da empresa. Até o século XV, a produção de bens era feita por artesãos que eram respon- sáveis por todo o ciclo produtivo, desde a encomenda até a entrega ao cliente. Nessa época, a logística era relativamente simples e ficava sob responsabilidade do próprio artesão e não tinha grandes complicações, pois os pedidos eram fei- tos pelos clientes diretamente ao artesão, que conhecia todas as informações que precisava para executar seu trabalho. O artesão conseguia saber o tempo necessário para a execução de tarefas e produção dos materiais, com isso sabia qual seria sua fila de espera. Tinha em suas mãos o controle do estoque, sabendo a disponibilidade de matérias-pri- mas, preço pago pelos insumos e qual a quantidade necessária de material para fazer cada bem. Também tinha o controle sobre quando receberia pelos produ- tos entregues e qual foi o gasto/custos para fabricá-los. Em outro período, o artesão, até mesmo por necessidade, começou a traba- lhar para oficinas, em que o dono era quem tomava as decisões, fazia os pedidos de venda, atendia o cliente e entregava o bem pronto. Nesse período, os donos de oficinas eram os responsáveis pela logística, eles recebiam as matérias-pri- mas dos clientes, as direcionavam para artesãos que trabalhavam na oficina, definindo o prazo de entrega pela quantidade de serviço que cada artesão pos- suía. O crescimento do consumo aliado à criação da máquina a vapor nos levou à Revolução Industrial, revolução não de revolta, mas sim pelo grande impacto que teve sobre a sociedade e a tecnologia de produção. História da Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Na Revolução Industrial, que ocorreu na Inglaterra, na segunda metade do século XVIII, as ferramentas foram substituídas pelas máquinas que utilizavam a energia do vapor em lugar da energia humana, o que proporcionou um grande aumento de produção. Com o aumento da produção, houve a necessidade de novos mercados, além de melhorar o transporte dos produtos, se fazia necessá- rio o uso de uma logística mais eficiente, o que foi possível com o surgimento da locomotiva e a utilização do vapor em navios que ajudaram e melhoraram em muito o processo de transporte e logística (PIRES, 2004). A logística não teve muitas alterações até a metade do século XX, as organi- zações sabiam que ela era importante, mas na aplicação, acabava ficando dividida em diversos departamentos e cada um aplicava o que achava mais interessante ou mais apropriado. Só em 1960 que se têm registros da formação de cargos direcionados para o setor logístico, onde quem ocupava algum destes cargos, ficava responsável pelo fluxo de materiais, transportes e estocagem. Já na década de 1990, a gestão dos estoques ganha grande destaque, devido ao contexto de globalização, o advento da internet, o comércio eletrônico, entre outros. O consumidor passa, nesta fase, a exigir muito mais das empresas, tornando a logística e sua gestão algo funda- mental para a entrega de valor ao cliente. Pensando em Brasil, a gestão de estoques e a logística são atividades muito recentes. Até os anos 70, havia um total desconhecimento do termo e de sua abrangência. Os conhecimentos de informática e sistemas de informação tam- bém eram restritos para um pequeno grupo de pessoas. Neste mesmo período, alguns setores, como a indústria automobilística e o de distribuição de energia elétrica, já aplicavam a logística e suas ferramentas, mas ainda de forma empírica, ou seja, sem o conhecimento científico e estraté- gico das ferramentas da gestão. Atualmente a Logística está bem servida de tecnologias no Brasil. O ponto ainda vulnerável na Logística é o capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo no Brasil, em função do pouco tempo, foi menos desenvolvido, que as tecnologias. As organizações chegam a ponto de ruptura do desenvolvimento por falta destes profissionais (CAVANHA FILHO, 2001, p.86). INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 Para que tenhamos uma noção de como as atividades logísticas eram disper- sas, no ano de 1977, foram criadas simultaneamente a Associação Brasileira de Administração de Materiais e a Associação Brasileira de Movimentação de Materiais, com objetivos idênticos, porém sem nenhum tipo de relação. Somente em 1979, o IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais) foi criado e pode ser considerado como sendo o primeiro evento concreto de utilização consciente de atividades logísticas. Ainda falando de Brasil, a partir de 1980 em diante, vários acontecimentos importantes concretizaram de vez a entrada da logística no Brasil. Podemos des- tacar a criação da Associação Brasileira de Logística e a instalação do Brasildock’s, o primeiro operador logístico do Brasil. O Brasil começa a trazer conhecimentos de logística de outros lugares do mundo, e em 1982, chega a nosso país, diretamente do Japão, o Kanban e o Just in Time, criados pela Toyota e vistos como os dois principais modelos para o sis- tema de logística integrada. Vamos compreender o que é Kanban e o que é Just in Time: ■ Just in time tem por objetivo aumen- tar a competitividade das organizações através da modificação de processos para que possam ser capazes de entregar exata- mente o que o consumidor necessita, na quantidade certa, onde e como ele neces- sita. Além de conseguir fazer isso com menos estoques e com menos custos para a empresa. Em resumo, podemos dizer que é aumentar a satisfação do cliente através da entrega superior e com meno- res custos. História da Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 ■ Já Kanban vem do Japonês e significa registrar ou cartão visual. Os con- troles visuais são utilizados no chão de fábrica para a gestão e controle da produção e dos materiais que serão necessários. Ou seja, podemos afir- mar que este método é uma gestão visual da produção, deixando tudo organizado e bem visualizado para o processo produtivo. Com a estabilidade da moeda brasileira, os empresários começaram a focar para a gestão de custos. Para tanto, o uso da tecnologia para facilitar a gestão de estoques passou a ser a grande ferramenta de melhora contínua nosprocessos logísticos. Um exemplo clássico é o uso do código de barras que, aliado à informática, tem agilizado de forma positiva as operações de gestão de estoques e distribuição. Somente a partir da década de 1990 que o Brasil passou a buscar mais fortemente o uso de ferramentas de gestão logística para o desenvolvimento organizacional e melhora de entrega de valor ao consumidor. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA Logística é um processo que faz parte do nosso cotidiano, mas que passa des- percebida pela maioria das pessoas. A logística trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da ma- téria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável. (BALLOU, 1993, p. 24). Pensemos na prestação de um serviço público, por exemplo, a entrega do kit escolar para os alunos da rede municipal de ensino. Existem prefeituras que entregam, todo ano, um conjunto de materiais de expediente que serão utilizados pelos alunos durante o ano letivo. Para isso deve adquirir os materiais, montar os kits e distribuí-los para os alunos. Conceito e importância da logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Nesse processo devem ser definidas algumas questões. Inicialmente é necessá- rio conhecer a quantidade de alunos da rede pública e sua distribuição nas escolas. Também deve ser definida, pela equipe pedagógica da Secretaria Municipal de Educação, a composição do kit escolar. Conhecidas essas variáveis iniciais, deve-se proceder à compra dos materiais de expediente, atentando-se ao procedimento licitatório que deve ser adequado às características, quantidades e valores desses materiais. Depois de identificada a proposta mais vantajosa o procedimento licitatório é encerrado, dando lugar à execução do contrato, onde o fornecedor fará a entrega dos produtos no local determinado. A partir do recebimento dos produtos, os kits escolares são montados. Para isso devem ser alocados recursos humanos suficientes para fazer o trabalho de forma eficiente e no prazo correto. Depois de prontos os kits são distribuídos para cada escola do município que se encarregará de distribuir para os alunos. Todas as atividades desenvolvidas têm a finalidade de fornecer o kit escolar para os alunos da rede municipal de ensino, mas nem sempre as pessoas envolvi- das percebem que fazem parte de um todo. Cada pessoa envolvida enxerga apenas suas atividades e da como concluído o processo quando termina sua participação. Os eventos acima são uma descrição bem simples de logística. Para passar de uma etapa para outra é necessário finalizar a anterior e cada uma tem um prazo. A administração dessas etapas, prazos e demais fatores que as influenciam é o papel do responsável pela logística na administração. Ballou (2006) enfatiza que planejamento, coordenação, direção e controle de todas as atividades ligadas à aquisição de materiais e formação de estoques for- mam o processo da gestão de estoques. Assim, apesar de ser um conceito tão amplo as pessoas acabam ligando logís- tica a estoques e transportes. Isso pode explicar porque essas são as duas principais atividades da logística, mas também porque são as atividades que consomem mais recursos, tempo e, consequentemente, pesam nas finanças da organização. Para obter uma redução de custos dentro de qualquer organização, pública ou privada, é necessário analisar os procedimentos dessas duas atividades, pois, em uma visão sistêmica, o aumento na eficácia delas tem reflexos em todos os outros departamentos. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 RELAÇÃO ENTRE LOGÍSTICA E COMPETITIVIDADE A competitividade entre as organizações é uma realidade que está cada dia mais complexa e não pode ser ignorada. As organizações procuram um diferencial em relação aos seus concorrentes para conquistar e manter os clientes, ou a melhor forma de entrega de serviços a sociedade, mas isso a cada dia tem se tornado uma tarefa mais e mais difícil. A competição, hoje, está em um nível extremamente globalizado, com uma necessidade enorme de novos produtos e serviços, cada dia mais descartáveis, de vida curta, e por outro lado os clientes muito mais segmentados e buscando exclusividade, além de serem extremamente mais informados e exigentes. As organizações precisam, para sobreviver, serem criativas, ágeis e flexíveis. Não deixando de lado a questão de ainda precisar ser confiável e entregar qualidade superior. Isso acarreta em esforços maiores nas estratégias de entrega de valor. O tempo certo, a quantidade necessária, são eventos que se mal planejados geram custos indesejáveis e diminuição de lucratividade. Além de avaliar estes Relação entre Logística e Competitividade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 fatores, é preciso adquirir materiais com o grau de qualidade necessário para o processo produtivo, pois o contrário também gera aumentos dos custos e pre- juízos pela falta de qualidade das matérias-primas, e ainda pode acarretar em paradas de máquinas, defeitos na fabricação, recompra etc. Para reduzir alguns destes problemas, contamos com os subsistemas logís- ticos, que se forem integrados, fornecem condições de solucionar e prevenir os problemas logísticos internos da organização. Vejamos alguns destes subsistemas, segundo Moura (1997): a. Controle de Estoque - o foco é gerir os estoques de forma econômica, através do planejamento e programação de materiais. Para que haja o processo produção/venda em uma empresa, o estoque é essencial, tendo níveis mínimos exigidos para cada processo. O estoque pode ser de maté- ria-prima, produtos em fabricação e produtos acabados. Controlar o estoque engloba acompanhar o nível de estoque e o investimento finan- ceiro envolvido. b. Classificação de Material - responsável pela identificação, classificação, codificação, cadastramento do material em estoque. c. Aquisição de Material - responsável pela gestão, negociação e contra- tação de compras de material através de orçamentos e/ou licitação. Este setor tem como foco o estoque de matéria-prima, assegurando que estas cheguem de maneira correta e dentro das exigências do setor de Produ- ção. Mas não é só comprar, se faz necessário buscar o melhor preço, as melhores condições, ajudando assim na redução de custos ao produto final. d. Armazenagem - responsável pela gestão física dos estoques, exercendo as funções de guarda, preservação, embalagem, recepção e expedição de material, seguindo todas as normas e cuidados exigidos no armaze- namento. O local onde ficam armazenados os estoques é chamado de Almoxarifado, responsável pela guarda física dos materiais em estoque, com exceção dos produtos em processo de produção. e. Inspeção de Recebimento - responsável pela verificação física e docu- mental do recebimento de material. f. Cadastro - encarregado do cadastramento de fornecedores, pesquisa de mercado e compras. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 g. Padronização e Normalização - tem a função de reduzir o excesso de variedades de determinado material, unificando e especificando os mes- mos, desta forma reduzindo estoques. h. Transporte de Material - responsável pela execução e planejamento do transporte, movimentação e distribuição de material. É nesse setor que se executa a administraçãoda frota de veículos da empresa ou se contrata empresas terceirizadas, como transportadoras, para este fim. Quanto maior o investimento nos vários tipos de estoque, tanto maior a capacidade e a responsabilidade de cada departamento na empresa. Para gerência financeira, a minimização dos estoques é umas das metas prioritárias. O objetivo é otimizar o investimento em estoques, aumen- tando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as necessidades de capital investido” (DIAS, 1995, p. 98). Um termo utilizado para este novo posicionamento organizacional é a Vantagem Competitiva, que não são duradouras, pelo contrário, tem vida curta, levando a organização a buscar novas vantagens constantemente. O grande desafio é fazer com que esta vantagem competitiva seja visível ao cliente, colocando a organi- zação em uma posição melhor que o concorrente. Existe algo em comum entre essas abordagens. Mas alguns aspectos são comuns a todas, como: produzir a um custo menor, agregar mais valor, e poder atender de maneira mais efetiva as necessidades de um determinado nicho de mercado. Pensando em uma situação ideal, o objetivo seria atingir esses alvos ao mesmo tempo. Utilizando o processo logístico, qualquer organização poderá obter vantagem competitiva em relação aos concorrentes, isto significa uma supremacia duradoura em relação à concorrência, obtendo a preferência dos clientes e demonstrando diferencial no oferecimento de bens e/ou serviços. Pesquisas mais recentes mostram que os produtos estão se tornando cada vez mais parecidos na visão dos clientes. A tecnologia, processos produtivos mais competentes e enxutos e o acesso a fontes de suprimento capazes de garantir matérias-primas de qualidade são realidades que estão permitindo o nivela- mento dos fabricantes de um mesmo produto. Isso tem mostrado que a diferença entre uma organização e outra, pode estar na prestação de um serviço mais completo, por exemplo. Isto é um desafio, pois a Relação entre Logística e Competitividade Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 melhoria de produtos ou serviços necessita vir acompanhada de um preço justo e às vezes até menor que os praticados. Se as organizações não forem capazes de cumprir as suas promessas, os clien- tes poderão ficar desapontados e com isso há influência negativa no mercado. As metas da logística são as de disponibilizar o produto certo, na quanti- dade certa, no local certo, no momento certo, nas condições adequadas para o cliente certo ao preço justo. Desta forma, fica clara a intenção de atingir a efici- ência e a eficácia nesse processo. Para mudar esse cenário, as empresas estão adotando cada vez mais a logística como obtenção de vanta- gens competitivas. Com isso, logística deixa de ser apenas a movimentação interna ou externa dos materiais pro- duzidos ligando a fábrica aos armazéns e posteriormente às lojas, no uso da Supply Chain Management (Gestão da cadeia de suprimentos) a logística passa a ser a entrega dos produtos no tempo certo, na quantidade certa, no lugar certo e da maneira correta, e aí sim temos então a redução de custos. Ao utilizar o conceito de Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento, a orga- nização consegue ampliar sua visão e, consequentemente, se torna mais ágil e mais flexível do que seus concorrentes. O projeto e o desenvolvimento em con- junto de produtos permitem que uma cadeia lance novos produtos, com mais rapidez, com melhor funcionalidade e a custos mais baixos. Para que um sistema logístico seja implantado e consiga atingir seus obje- tivos, alguns pontos precisam ser avaliados e observados (FERRAES NETO; KUEHNE JR., 2002): INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 a. Planejar o sistema para atender as necessidades dos clientes. b. O pessoal envolvido deve ser treinado e estar capacitado. c. Definir os níveis de serviços a serem oferecidos. d. A segmentação dos serviços deve acontecer de acordo com as exigên- cias dos serviços para os clientes e com a lucratividade de cada segmento. e. É necessário a utilização de tecnologia de informação para integrar as operações. f. Prever pontualmente as demandas e o seu comportamento. g. Adoção de indicadores de desempenho para garantir que os objetivos sejam alcançados. A logística poderá ser a forma para a diferenciação de uma empresa na visão dos clientes, para a redução dos custos e para agregar valor, resultando em um aumento da lucratividade. Uma empresa mais lucrativa consegue se posicionar com superioridade contra os seus concorrentes. Mas, a logística sozinha não consegue estes resul- tados, havendo a necessidade de estar inserida no planejamento de negócio da organização e alinhada com os demais esforços para atingir sucesso no seu seg- mento de atuação. Não estamos dizendo que a logística seja o caminho que vai salvar a orga- nização, mas sim, que ela é uma opção real, usada por diversas empresas, para conseguirem o aumento da sua competitividade. Subsistemas de Abordagem Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 SUBSISTEMAS DE ABORDAGEM LOGÍSTICA A logística é composta de dois subsistemas: a administração de materiais e a distribuição física, cada um envolvendo o controle da movimentação e a coor- denação demanda-suprimento. A administração de materiais compreende o agrupamento de materiais de várias origens e a coordenação dessa atividade com a demanda de produtos ou serviços da empresa. Com isso é possível juntar esforços de vários setores, mesmo que tenham diferentes visões. É possível analisar que uma empresa englobaria todas as atividades relativas aos materiais, a não ser as que estão diretamente ligadas ao projeto e manutenção dos equipamentos e ferramentas. Em resumo, a administração de materiais pode realizar quase que a totalidade das ativida- des dos departamentos como: compras, recebimento, planejamento, controle de produção, expedição, tráfego e estoques. Mas, pensando até mesmo em organizações públicas, a movimentação dos produtos de uma unidade para outra ou da empresa para seu cliente também exige a coordenação entre demanda e suprimento; isso constitui a distribuição física e pode ser definida como o transporte eficiente de produtos acabados da organização até o consumidor, podendo também ser incluído o transporte de matéria-prima até o início da linha de produção. Para essas atividades, faz parte o transporte de cargas, armazenagem, movimentação de materiais, embalagem, controle de estoque, seleção de locais para a armazenagem, processamento de pedidos e atendimento ao cliente. É preciso também conhecer as atividades primárias da logística, que são aquelas de importância essencial para atingir os objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Essas atividades são: Transportes, Manutenção de Estoques, Processamento de Pedidos. Elas são consideradas primárias porque contribuem com a maior parcela do custo total da logística ou são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 TRANSPORTES Para a maioria das organizações, o transporte é a atividade logística mais impor- tante, pois é a atividade que utiliza a maioria dos custos logísticos. É extremamente importante, pois nenhuma organização moderna pode trabalhar sem a movi- mentação de suas matérias-primas ou de seus produtos. Transporte refere-se aos vários métodos para se movimentar produtos. As alternativas são as seguintes: Modo Rodoviário, Modo Ferroviário, Modo Marítimo e Modo Aéreo. O modo rodoviário é o mais utilizado e expressivo no Brasil, chegandoa atingir quase que todos os pontos do território nacional. Os modos ferroviário e marítimo apresentam custos menores comparando-se com o rodoviário, porém ainda passam por diversos problemas de pouco alcance e o marítimo acaba dei- xando muito a desejar em nosso país. Já no modo aéreo, o grande problema está no custo do frete, que acaba sendo bem mais elevado do que o correspon- dente rodoviário. ©shutterstock Subsistemas de Abordagem Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 ■ Explorando as Modalidades: o sistema logístico inclui, basicamente, dois tipos de transporte de produtos: a transferência, envolvendo deslo- camentos entre dois pontos, e a distribuição, ou entrega, em que veículos servem vários destinos em uma única viagem. Existem também casos onde se processa a coleta dos produtos a partir de fontes diversas (fábri- cas, depósitos), trazendo-os para um depósito central. Em resumo, escolher o sistema de transporte a ser utilizado é fundamental para o crescimento da empresa, mas é preciso verificar alguns fatores de extrema impor- tância: atrasos na viagem, oscilações no prazo de entrega, políticas de estoque, avarias na carga e na descarga, necessidade de equipamentos especiais para carga e descarga, existe até uma medida de rendimento para medir o nível de desempe- nho de um sistema que analisa estes dados, além de reclamações e até extravios. MANUTENÇÃO DE ESTOQUES O uso eficiente da logística pode levar a organização a reduzir custos, agregar valor ao produto/serviço e melhorar os processos internos, proporcionando para a organização uma vantagem competitiva e a maximização da lucratividade. Quando falamos de manutenção de estoques estamos abordando as ques- tões relacionadas com seu controle e seu custo para a organização, sendo ela pública ou privada. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 Os custos de manutenção estão relacionados com capital utilizado nos esto- ques, seguros, custo de mão de obra para armazenamento e picking, depreciação, riscos de obsolescência, defasagem tecnológica, entre outros, também podem ser considerados custos de manutenção os riscos de furto pelo grau de atrativi- dade do produto. Se, por um lado, os estoques são ativos financeiros cuja imobilização em excesso compromete o retorno do investimento, por outro, a falta de estoques na hora e locais adequados causa prejuízos a toda a ca- deia de suprimentos: a empresa fornecedora deixa de vender e todos os integrantes da cadeia de suprimentos a partir desse ponto podem ter comprometida a continuidade de suas operações. Imagine você, leitor, que uma cadeia de suprimentos pode ser comparada à uma corrente (ACCIOLY, 2008, p. 26). Accioly (2008) enfatiza que no mundo empresarial, há uma grande dificuldade de determinar com precisão o custo pela falta de determinado produto ao longo dos processos produtivos. O que se concorda é que o custo é elevado, no qual tem levado algumas organizações a se garantirem por meio de contratos de forneci- mento, multas por paralisações ou outros artifícios para minimizar estes custos. Deste modo, fica claro que um sistema logístico eficaz melhora o processo de produção, no qual os recursos são utilizados de forma mais eficiente, aumenta a liquidez, cria valor ao consumidor por meio de um produto de qualidade e, con- sequentemente, irá gerar vantagem competitiva e maximizar seus lucros, sendo assim, pode-se dizer que a logística é um setor no qual influencia diretamente os resultados financeiros da organização. PROCESSAMENTO DE PEDIDOS O processamento de pedidos é representado por um conjunto de atividades que compõem o ciclo do pedido do cliente, iniciando pela preparação, transmissão, entrada ou recebimento, atendimento (separação e produção), expedição, trans- porte e recebimento pelo cliente, conforme Fleury (2003). Taylor (2005 p. 68) afirma que o processamento de um pedido pode ser complexo e lento, gerando assim um atraso no atendimento às necessidades Macroprocessos de Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 dos clientes. Segundo Ballou (1993), entrada e processamento de pedidos são ativida- des burocráticas de coleta, verificação e transmissão das informações referente às vendas realizadas. São fatores primordiais no tempo total do ciclo do pedido. As atividades do processamento de pedidos podem tomar mais de 50% do tempo do ciclo de pedido (que está diretamente ligado com o nível de serviço). O aprimoramento da forma com que a organização gira o seu ciclo de pedidos pode fazer com que ela tenha uma vantagem em relação às suas concorrentes. MACROPROCESSOS DE LOGÍSTICA A logística pode ser dividida em macroprocessos, ao todo são quatro, sendo eles: o de entradas, alimentação ou suprimento; o interno ou de operação; o de saída ou distribuição e o de logística reversa. Figura 1: Macroprocessos Logísticos da Administração Pública Fonte: O autor A figura 1 exemplifica os macroprocessos de logística que serão explicadas a seguir, onde cada processo é extremamente importante, e falhas em algum deles pode acarretar em prejuízos ou má execução de tarefas. Fornecedor Suprimentos ServiçosPúblicos Distribuição Logística Reversa Consumidor INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 LOGÍSTICA DE ENTRADA, ALIMENTAÇÃO OU SUPRIMENTO Resumidamente, a logística de entrada, conhecida também como de alimentação ou suprimento, trata do recebimento dos insumos necessários para prestação de serviço público, ou seja, são as operações que tratam da administração de mate- riais, permitindo que os mesmos estejam disponíveis para a sua distribuição ou para transformá-los em prestação de serviços. Nas organizações públicas essas atividades de suprimento devem aten- der normas e regulamentos específicos, sendo fiscalizados pelos Tribunais de Contas como, por exemplo, a realização de licitações e a formalização de con- tratos administrativos. A legislação básica desse macroprocesso é composta pela Lei 8.666 de 21 de junho de 1993 e pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, que definem os pro- cedimentos essenciais para as aquisições e contratações, fundamentais para o início das atividades de suprimento nas organizações públicas. LOGÍSTICA INTERNA OU DE OPERAÇÃO O segundo macroprocesso é o da logística interna, na qual deve ser adminis- trada a disponibilidade dos materiais adquiridos, dos recursos humanos e dos equipamentos para poder produzir ou prestar um serviço. Para ter sucesso na prestação de serviço público e atender os anseios da sociedade é necessário que exista no órgão público um sistema organizacional integrado com um planejamento a longo, médio e curto prazo, que contemple as quantidades de insumos necessários no sistema produtivo, para que a mão de obra possa trabalhar de forma equilibrada, sem ociosidade ou sobrecarga. LOGÍSTICA DE SAÍDA OU DISTRIBUIÇÃO É importante ressaltar que distribuição e logística não são sinônimos, mas que a distribuição faz parte da logística. Logística na Administração Pública Contemporânea Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 A logística de saída consolida as atividades ligadas ao fornecimento do ser- viço público, ou consumo dos produtos distribuídos, por exemplo, da distribuição do kit escolar para os alunos, conforme foi explicado acima. Este é o macroprocesso que transluz o nível de organização e de eficiência dos procedimentos realizados pelos órgãos públicos, por meio do qual os con- sumidores ou contribuintes avaliam osserviços públicos. LOGÍSTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CONTEMPORÂNEA Já foi dito que a logística veio à tona para os consumidores após o advento da internet e o crescimento do comércio eletrônico e que sua eficiência é fundamen- tal na concorrência estre as empresas, que está cada vez mais acirrada. Também discutimos na introdução que as organizações públicas também utilizam a logística, pois deve suprir as necessidades de materiais e serviços das suas unidades administrativas. A grande diferença entre a iniciativa privada e a pública é que a primeira apenas existe para gerar lucros, então procura de todas as formas possíveis redu- zir seus custos operacionais. Já as entidades públicas não buscam lucro e, talvez por isso, historicamente não se preocupam com os custos das suas atividades. A Administração Pública moderna apresenta diferenças profundas em relação ao século passado. Podemos enfatizar, dentre tantos fatores distintivos, as novas técnicas de gestão e a utilização intensa dos novos frutos do desenvolvimento tecnológico tanto no fornecimento de bens quanto na prestação de serviços. A importância atribuída aos processos que interferem diretamente na eficiên- cia das organizações e políticas públicas abriu um espaço para que atividades de cunho logístico fossem objeto de maior atenção dos gestores públicos. Funções logísticas básicas como suprimentos passaram a ser objeto de intervenções sig- nificativas no sentido de garantir um objetivo perseguido pela logística também nas empresas privadas: maior integração dos serviços logísticos e controle sobre INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 as cadeias de suprimento de acordo com Starks (2006). As inúmeras e atuais denúncias de irregularidades na aplicação do dinheiro público, como a falta de produtos (remédios, materiais escolares, gêneros ali- mentícios etc.), bem como superfaturamento nas compras, desvios de recursos, dentre outros tantos outros exemplos, tem levado a Administração Pública a repensar sua forma de atuação no sentido de minimizar as ameaças e aprovei- tar as oportunidades para otimização de seu desempenho. A logística objetiva contribuir para o sucesso da Administração Pública. A logística é a chave para uma estratégia de sucesso, capaz de prover uma multiplicidade de maneiras para satisfazer o interesse público. Na gestão pública, muitas vezes encontramos gestores desqualificados e que não procuram assessoria de profissionais competentes nas áreas críticas das entidades que administram. A logística, independentemente da atividade principal do órgão público, é uma dessas áreas críticas para qualquer gestor e acaba tornando-se um dos pro- cessos mais carentes de pessoas capacitadas para atuarem no poder público. Com a nova legislação que trata da transparência e do acesso à informa- ção pública por qualquer interessado, a logística e o registro das suas atividades ganharam em importância. Informações sobre o tempo total que toma uma compra desde o pedido até a entrega à unidade requisitante, sobre a quantidade de “canetas” que existem estocadas no almoxarifado da prefeitura, sobre a data de entrega dos produtos de determinada licitação, sobre a distribuição de medicamentos para os postos de saúde ou de material de limpeza para as escolas são algumas das respostas que os gestores precisam conhecer e que, somente terão essas respostas mediante uma logística organizada e eficaz. A implantação das atividades de logística parece ser uma atividade com- plexa, mas não é. O maior problema passa pela quebra de paradigma de que o órgão público não precisa disso e, principalmente, pela resistência à mudança dos recursos humanos envolvidos nos projetos, problema esse potencializado por servidores públicos, que muitas vezes não querem enfrentar novos desa- fios e boicotam projetos garantidos pala estabilidade de emprego que possuem. Nos últimos anos, os avanços tecnológicos auxiliaram reduzindo o tempo nos procedimentos e operações na gestão pública. Como vimos, a logística possui Logística na Administração Pública Contemporânea Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 várias etapas e o aprimoramento de cada uma dela reduz o custo operacional dos serviços prestados pelos órgãos públicos. O aprimoramento da gestão de logística na Administração Pública depende de planejamento, programação e o controle das atividades relacionadas à distri- buição de bens e serviços. O grande desafio é atender as expectativas das diferenças de públicos, de localização, de diversidade sociocultural etc. Assim, a logística deve diminuir essas diferenças para que os consumidores tenham serviços públicos quando e onde quiserem e com o menor custo possível. A satisfação da sociedade faz parte do objeto da logística. Entendemos que o processo é efetivado quando atinge este objetivo. Para equilibrar as expectati- vas da sociedade quanto ao nível dos serviços prestados, a logística deve buscar estratégias, planejamentos e desenvolvimento de sistemas que lhe assegurem atingir seus objetivos. No entanto, a importância da logística para a gestão de políticas públicas não advém somente de fatores de necessidade. Um poderoso fator de oportu- nidade também se impõe: o setor público gerencia simultaneamente distintas cadeias de suprimentos das várias políticas públicas, o que lhe abre grandes pos- sibilidades de integração e otimização de esforços, elemento central neste novo paradigma de gestão pública. Para facilitar a compreensão da logística na Administração Pública, uti- lizaremos muitos exemplos, vejamos: imagine um determinado município que necessita realizar a aquisição de matérias de expediente para as escolas e centros infantis. Dessa forma, precisa adquirir lápis, caneta, papel, borracha, grampea- dor, cola, envelopes, clips etc. Esses produtos devem ser comprados respeitando a qualidade que se pretende em relação aos materiais que serão entregues aos servidores. Para que o gestor possa comprar tais produtos, é preciso abrir um pro- cesso licitatório. Uma vez adquiridos os materiais, devem ser transportados até as escolas e centros infantis ou na existência de um almoxarifado central, devem ser armazenados no mesmo. Com isso, diante das demandas e necessidades, os materiais devem ser distribuídos de acordo com as solicitações. Tais atividades acima elencadas possuem prazos a serem respeitados e por isso reforçam a importância da logística no setor público, como forma de maximizar INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 a manutenção da máquina pública. Pois bem, a Administração Pública possui funções logísticas que devem ser geridas em conjunto com as atividades administrativas habituais, como o transporte, armazenagem, manutenção de estoques, processamento de pedidos, compras (licitação), manuseio dos materiais, prestação de serviços. Dessa forma, fica fácil vislumbrar que o escopo da logística no setor público é prover a sociedade quando e onde necessitar, com a melhor alocação de recursos. Dentre essas funções logísticas têm algumas que se destacam principalmente pelo custo e tempo destinado às mesmas, sendo elas: a. Transporte: o transporte é a ferramenta logística mais importante, pois além de ser responsável pela maior parte dos custos, é por meio dele que os produtos e serviços adentram na Administração Pública, bem como são oferecidos a todos os cidadãos. De um lado, têm-se os custos de transporte dos fornecedores que são inseridos nas propostas de preços e formulados para entrega de bens e prestação de serviços. Já do outro, os gastos com transporte também ficam a cargo da Admi- nistração Pública, mas voltados para a manutenção da máquina pública, ou seja, coma distribuição dos bens estocados para os destinos finais. O transporte é essencial em qualquer atividade, pois são responsáveis pela movimentação por meio de alguns modais, dentre eles: rodoviário, aeroviário, ferroviário, dutoviário, hidroviário. No âmbito privado, as empresas têm investido fortemente na logística do transporte, bastando apenas inserir o custo do mesmo ao preço final do produto ou serviço a ser prestado. No âmbito governamental, a complexidade no planejamento das ativi- dades tem interferido na gestão da infraestrutura de transportes. Dessa forma se faz necessário investimentos, principalmente em tecnologia da informação, capacitação de pessoal e aquisição de maquinários eficientes. b. Manutenção de Estoques: sabe-se que o estoque agrega valor de tempo, pois o tempo que seria despendido para proceder a uma nova aquisição Logística na Administração Pública Contemporânea Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 é economizado em razão da existência de um estoque capaz de suprir as necessidades emergentes. Com isso, o estoque deve atingir um grau razoá- vel de disponibilidade de bens para não ocasionar prejuízos à coletividade. Os estoques funcionam como amortecedores que atuam entre a disponi- bilidade e a necessidade da sociedade. Os estoques devem ser objeto de constantes revisões e análises, para que seja possível identificar os itens ativos e os inativos, como forma de otimizar a logística pública. c. Processamento de Pedidos: o processamento de pedidos está intima- mente ligado ao controle de estoques e também ao transporte, pois é a atividade que inicializa a movimentação de bens e a prestação de servi- ços. Neste caso, o simples fato de existir um estoque já é suficiente para proceder a determinado pedido, utilizando o transporte como forma de satisfazer o destinatário final, ou seja, atender o interesse público envolvido. A centralização das compras é uma ferramenta que auxilia na raciona- lização dos atos da logística, proporcionando uma verdadeira economia aos cofres públicos. No tocante ao processamento dos pedidos de compras, existem formas adequadas de proceder aos mesmos, como a descrição clara do bem a ser adquirido, identificando as características físicas e mecânicas, acaba- mento e desempenho, bem como todas as outras peculiaridades inerentes ao objeto que são essenciais para atender o interesse público. Estas três funções acima elencadas são tidas como as primordiais e essenciais dentro do processo de logística, mas que dependem das atividades de apoio que passaremos a expor: a. Armazenagem: a armazenagem inicia-se com a entrega do objeto lici- tado ao órgão público e o recebimento do mesmo no local apropriado e previamente designado, não implicando em aceitação. Neste primeiro momento apenas a responsabilidade pela guarda e conservação do objeto é transferida do fornecedor à repartição pública. Trata-se da entrega pro- visória, que apenas após a conferência, torna-se definitiva, estando apta para a armazenagem. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e preserva- ção do material adquirido, a fim de suprir adequadamente as necessidades operacionais das unidades integrantes da estrutura da Administração Pública. b. Manuseio de materiais: o manuseio diz respeito a atividades de seleção dos equipamentos de movimentação e balanceamento da carga de traba- lho, ou seja, é a movimentação do bem no local da estocagem. Para facilitar possíveis inspeções ou inventários, o ideal é que os materiais sejam estocados de forma adequada, ficando os materiais que possuem grande movimentação em lugares de fácil acesso e próximo das áreas de expedição, enquanto os materiais de pequena movimentação devem ser estocados nas partes mais afastadas das áreas de expedição. Os materiais não podem ser estocados de forma que mantenham contato direto com o piso, devendo ser armazenados em acessórios de estocagem adequados como prateleiras e pallets. Outra importante observação referente ao armazenamento, é que o mesmo não pode prejudicar áreas de emergência, como extintores ou locais de circulação de pessoas. Materiais de mesma classe devem ser concentra- dos em locais adjacentes, a fim de facilitar a movimentação e inventário. Materiais pesados ou volumosos devem ser estocados nas partes inferio- res das estantes e porta-estrados, eliminando os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a movimentação. Quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura das pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento “com distância de 70 cm aproximadamente do teto e 50 cm aproxima- damente das paredes”. c. Zelo com a embalagem: significa que os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos quando houver necessidade de fornecimento parcelado. Estratégia Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 ESTRATÉGIA LOGÍSTICA O mercado atual tem feito com que as organizações busquem novas formas e parâmetros de gestão. Para tanto, o planejamento, ou gestão estratégica, tem sido utilizado para buscar a vantagem competitiva em relação à concorrência. “A estra- tégia nada mais é do que a busca por um plano de ação para desenvolver e ajustar continuamente a vantagem competitiva de uma empresa” (SALIM, 2004, p. 19). A grande questão é conseguir suprir as demandas do presente de acordo com o planejamento feito para o futuro. A logística, quando usada de forma estratégica, contribui para a criação da vantagem competitiva, pois a gestão logística e de estoques pode modificar o desempenho da empresa e atingir resultados melhores e mais eficientes. Não se pode esquecer que o planejamento e a estratégia visam algo fundamental para as organizações, que é a satisfação dos clientes finais, desta forma, entramos nos conceitos de planejamento de marketing. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 A maioria dos planejamentos estratégicos da empresa lida com vari- áveis de marketing – planejamento, participação, desenvolvimento e crescimento do mercado – e é em geral difícil separar planejamento estratégico de planejamento de marketing (KOTLER, 1999, p.22). A gestão dos estoques, da armazenagem e da movimentação, desde que bem planejada, pode se tornar uma forma de competição estratégica que gera vanta- gens diferenciadas que vão além das características do produto. Estas estratégias estão ligadas ao posicionamento da empresa em relação ao mercado e ao con- sumidor, com isso, busca-se sempre encontrar o melhor caminho para atingir as necessidades e desejos, em primeiro lugar, do consumidor e da organização. Ao tratar de estratégia logística, Ballou (1993) destaca que uma boa estraté- gia logística contém os seguintes objetivos: a. Redução de custo: é a estratégia dirigida para minimizar os custos vari- áveis associados à movimentação e à estocagem. A melhor estratégia é geralmente formulada pela avaliação de meios alternativos de ação, como a escolha entre diferentes localizações de armazéns ou a seleção entre formas alternativas de transportes. Os níveis de serviço se mantêm cons- tantes, enquanto alternativas de custo mínimo estão sendo estabelecidas, tendo assim a maximização do lucro da empresa. b. Redução do capital: é uma estratégia direcionada para minimização do nível de investimento no sistema logístico. Maximizar o retorno sobre o investimento é o foco dessa estratégia. Para isso, transportar produtos diretamente para clientes, evitando despesas de armazenagem,selecio- nar uma abordagem de suprimentos Just in Time em vez de manutenção de estoque ou terceirizar serviços logísticos são alguns exemplos. c. Melhorias no serviço: são estratégias que normalmente reconhecem que as receitas dependem do nível do serviço fornecido, embora os cus- tos aumentem rapidamente com elevados níveis de serviços logísticos aos clientes. A estratégia competitiva de uma empresa define o conjunto de necessidades do consumidor que ela pretende satisfazer por meio de seus produtos e serviços. Uma vez formulada essa estratégia, o objetivo é alcançá-la. Estratégia Logística Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Ainda segundo Ballou (1993), as atividades da função logística têm três gran- des grupos, que são: a. Atividades estratégicas: essas atividades relacionam-se às decisões e à gestão estratégica da própria empresa. A função logística deve participar de decisões sobre serviços, produtos, mercados, alianças, investimentos, alocação de recursos, entre outros, sendo considerada de longo alcance, maior do que um ano. b. Atividades táticas: envolvem um horizonte de tempo intermediário, geralmente menos de um ano. Exigem um conhecimento profundo do problema em questão, e abordagens específicas devem ser personalizadas. c. Atividades operacionais: referem-se à tomada de decisão de curto prazo, usualmente feita em base por hora ou diárias. Operam com dados acu- rados e os métodos devem ser capazes de manipular um grande volume desses dados. Quando falamos em planejar estrategicamente estamos unindo os conhecimen- tos teóricos, metodologias e técnicas de grupo que, se bem aplicadas, levam a organização a uma mudança futura. O planejamento correto questiona o que uma decisão fará com o futuro da organização. Um negócio é lucrativo se o valor que cria supera o custo do desempe- nho de suas atividades de valor. Para ganhar vantagem competitiva so- bre seus rivais, uma empresa precisa ou desempenhar essas atividades a um custo maior ou desempenhá-las de forma tal a conduzir a uma diferenciação e um preço premium (mais valor) (PORTER, 1985, p. 42). Ballou (1993) enfatiza que muitas empresas buscam estratégias para que seus produtos sejam projetados com o intuito de atingir o mercado, e são produzi- dos com baixos custos, a fim de entregar o valor requerido pelo mercado com o intuito de maximizar os lucros e reduzir os custos. Vantagem Competitiva advém do valor que a empresa cria para seus clientes em oposição ao custo que tem para criá-la, portanto a formula- ção de uma estratégia competitiva é essencial para a empresa, pois esta dificilmente poderá criar condições, ao mesmo tempo, para responder a todas as necessidades de todos os segmentos de mercado atendido, proporcionando à empresa, desta forma, criar uma posição única e va- liosa (PORTER, 1985, p. 62). INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 Porter (1985) enfatiza que entregar valor ao consumidor leva a custos para a organização. A empresa de sucesso é aquela que com seu eficaz planejamento consegue reduzir seus custos e entregar um produto final que atenda às neces- sidades e desejos do consumidor. Estruturar uma vantagem competitiva é focar na Eficácia Operacional, que só pode ocorrer após uma detalhada análise dos processos da organização, ou seja, do uso da gestão logística da empresa. Accioly (2008) afirma que a gestão estratégica é uma ferramenta voltada a enfrentar ameaças e aproveitar oportunidades encontradas no ambiente onde a empresa atua. O bom alinhamento estratégico visa aproveitar iniciativas já existentes, a análise de ações a serem executadas em benefício dos interesses da organização. De modo geral, as empresas industriais e comerciais são mais depen- dentes da gestão de estoques quando comparadas às atuantes no setor de serviços, devido ao fato de as primeiras terem, atrelados aos seus inventários, representativos volumes, quando traduzidos em dinheiro e comparados com o capital necessário para impulsionar as atividades produtivas (ACCIOLY, 2008, p. 145). Podemos compreender que a gestão estratégica é a criação de planos que este- jam relacionados entre si com o objetivo de atingir resultados diferenciados em relação à concorrência. Para atingir esta diferenciação, algumas palavras-chave são essenciais, como: ■ Geração de Valor. ■ Diferenciação. ■ Eficiência. ■ Competitividade. Alinhar as estratégias da empresa é essencial para que a mesma atinja vantagem competitiva com relação às demais organizações. Por isso, é importante conhe- cer bem a organização e o mercado que vai atuar. A Legislação Aplicável Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 A LEGISLAÇÃO APLICÁVEL As leis são totalmente aplicadas à logística, ainda mais se tratando de gestão pública, onde o cuidado com as normas deve ser ainda maior. Sabendo-se disso seguem as principais leis apli- cadas à logística, citados pela revista Exame: LEI Nº 9.841, DE 5 DE OUTUBRO DE 1999 Institui o Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, que trata sobre o tratamento jurídico diferenciado, simplificado e favo- recido previsto nos Arts. 170 e 179 da Constituição Federal. LEI Nº 9.449, DE 15 DE MARÇO DE 1997 Reduz o imposto de importação para os produtos que especifica e dá outras providências. LEI Nº 9.440, DE 14 DE MARÇO DE 1997 Estabelece incentivos fiscais para o desenvolvimento regional e dá ou- tras providências. LEI N° 9.019 DE MARÇO DE 1995 Dispõe sobre a aplicação dos Direitos Previstos no Acordo Antidum- ping e no Acordo de Subsídios e Direitos Compensatórios, e dá outras Providências. LEI Nº 8.924, DE 29 DE JULHO DE 1994. Renova o prazo de que trata o § 6º do art. 2º do Decreto-lei nº 2.452, de 29 de julho de 1988, introduzido pela lei nº 8.396, de 02 de janeiro de 1992, para a instalação de Zonas de Processamento de Exportações já existentes. LEI Nº 7.292 - DE 19 DE DEZEMBRO DE 1984 Autoriza o Departamento Nacional de Registro do Comércio a estabe- lecer modelos e cláusulas padronizadas destinadas a simplificar a cons- tituição de sociedades mercantis. INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E46 E para continuar exemplificando, segue mais algumas leis e artigos relaciona- dos à logística empresarial. 1. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964 (Código Financeiro Federal). 2. Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). 3. Art. 198, § 3° da CRFB/88 (regularidade com o INSS). 4. Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (improbidade administrativa). 5. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (licitações e contratos). 6. Lei nº 9.012, de 30 de março de 1995 (regularidade do FGTS). 7. Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998 (limites para licitação). 8. Lei nº 9.854, de 27 de outubro de 1999 (declaração de empregabilidade de menor). 9. Decreto nº 34.314, de 27 de novembro de 2009 (registro de preços). 10. Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Responsabilidade Fiscal). 11. Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002 (Pregão). 12. Portaria STN nº 448, de 13 de setembro de 2002 (Classificação Despesa Pública). 13. Decreto nº 26.945, de 22 de julho de 2004 (compras corporativas). 14. Lei nº 12.676, de 22 de outubro de 2004 (altera o Código de Adminis- tração Financeira). 15. Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005 (regulamenta o pregão). 16. Lei nº 12.986, de 17 de março de 2006 (Pregão). 17. Lei Complementar Nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (ME & EPP). 18. Decreto nº 30.286, de 21 de março de 2007 (contratação serviços tercei- rizados). A Legislação Aplicável Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P enal e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 19. Decreto nº 30.492, de 01 de junho de 2007 (aquisições bens TI). 20. Decreto nº 31.058, de 23 de novembro de 2007 (contratação de serviços). 21. Decreto nº 31.276, de 04 de janeiro de 2008 (E-FISCO). 22. Lei nº 13.462, de 09 de junho de 2008 (serviços terceirizados). 23. Decreto nº 32.541, de 24 de outubro de 2008 (Pregão Presencial). 24. Decreto nº 32.539, de 24 de outubro de 2008 (Pregão Eletrônico). Os custos de obtenção compreendem os relacionados aos processos de provisionamento de estoques, envolvendo pesquisas de mercado e dis- pêndio com aprovações e desenvolvimento de fornecedores e processos operacionais de compras, no caso de materiais adquiridos de fornecedores terceiros, ou custos de processos produtivos internos, no caso de materiais produzidos internamente, normalmente rotulados como artigos produzi- dos verticalizadamente. Também estão aqui compreendidos os custos de transporte incorridos no processo de internação das mercadorias (ACCIOLY, 2008, p. 26). INTRODUÇÃO À LOGÍSTICA Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E48 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta unidade nos mostrou as diversas organizações que utilizam a logística, inde- pendentemente de seu setor, público ou privado. Alguns exemplos reforçam esta análise como empresas de transporte de cargas, distribuição de combustíveis, transporte público, correios etc. É preciso compreender que a logística pode ser o grande diferencial para o sucesso das organizações, e um assunto que deve estar em constante análise e pesquisa para atingir os objetivos da empresa. Ao colocarmos a logística como foco de estudos nas organizações temos resultados surpreendentes como redu- ção de custos, diminuição de perdas, melhor distribuição e planejamento além de agregar valor aos produtos/serviços com a melhora da satisfação do cliente final ou sociedade. A logística é uma estratégia que agrega melhor competitividade à organiza- ção, melhora processos internos, reduz o retrabalho e faz com que as organizações atinjam seus objetivos centrais. 49 1. Falar de logística sem conhecer sua origem seria demasiadamente errado, com isso discorra sobre a origem da palavra logística e sua importância na Gestão Pública. 2. Cite e explique três funções essenciais para uma boa gestão logística, indepen- dente mente do tipo de organização. 3. Porque na gestão pública a logística também pode ser considerada como estra- tégica? Explique. MATERIAL COMPLEMENTAR Logística Empresarial Ballou, Ronald H. Editora: ATLAS, 2004 Sinopse: Este é um livro sobre a administração do fluxo de bens e serviços em organizações orientadas ou não para o lucro. O assunto é vital e absorve parte substancial do orçamento operacional de uma organização, incluindo atividades de transporte, gestão de estoques, processamento de pedidos, compras, armazenagem, manuseio de materiais, embalagem e programação da produção. A ênfase situa-se nos princípios e conceitos que servem como guias para a tomada de decisões. O assunto é levado ao leitor de modo gradual. Cada seção oferece perspectivas, discernimento, compreensão e desenvolvimento de habilidades, enfocando Distribuição Física, Administração de Materiais, Nível de Serviço, Administração de Tráfego, Manuseio e Acondicionamento do Produto e Controles de Estoques, entre outros temas. César Borges fala sobre impactos do Programa de Investimento em Logística na INFRAERO O Programa de Investimento em Logística (PIL), o maior programa de logística do ocidente, tem como objetivo dotar o Brasil de um sistema de transporte adequado a suas dimensões e alavancar o crescimento econômico do país. Tendo como base um modelo de parceria entre o setor público e o privado, a iniciativa prevê, no setor rodoviário, investimentos por meio de contratos de concessão. Serão investidos R$ 47 bilhões em nove trechos de rodovias, num total de 7 mil quilômetros de estradas. Sobre este e outros assuntos, o repórter Paulo La Salvia conversou, com exclusividade, com o ministro dos Transportes, César Borges. <http://www.youtube.com/watch?v=AL85Ob2w3QM>. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Logística e Transporte de Cargas no Brasil - Produtividade e Eficiência no Século XXI Peter F. Wanke Editora: ATLAS, 2010 Sinopse: Este livro apresenta uma coletânea de estudos desenvolvidos sobre o transporte de cargas no Brasil, um setor extremamente fragmentado num sem-número de micro e pequenas empresas e que vem passando por grandes transformações e desafios nos últimos anos. A partir de diversas pesquisas de campo, são abordados temas, como o estágio atual das empresas de transporte de cargas no Brasil; a satisfação com o uso de autônomos no transporte de cargas; as motivações para a contratação de prestadores de serviços; os fatores que afetam a eficiência dos operadores logísticos; as dificuldades financeiras das micro e pequenas empresas de transporte e os desafios que a infraestrutura de exportação impõe ao transporte de cargas. Ao longo desses estudos são apresentadas as mais importantes relações existentes entre logística, transporte de cargas, competitividade e produtividade, proporcionando ao leitor um amplo panorama para planejamento e tomada de decisão nessa área. Logística aplicada à organização pública A gestão eficiente do fluxo de bens e serviços do ponto de origem ao ponto de con- sumo requer de maneira sequencial, o planejamento, a programação e o controle de um conjunto de atividades que reúnem: insumos básicos (matérias-primas); materiais em processamento; materiais acabados; serviços e informações disponíveis. Como re- sultado da administração destas atividades gera-se o movimento de bens e serviços aos clientes (cidadão/usuário), havendo como decorrência a geração das chamadas utilidades de tempo e/ou de lugar, que por sua vez são fatores fundamentais para as funções logísticas. Para a administração pública, tanto recursos quanto o público-alvo organizacional estão espalhados em áreas de distintos tamanhos, além da diversidade sociocultural dos residentes locais. Esse é o problema que a logística tem a missão de resolver. Ou seja, diminuir o hiato entre o resultado do processo de transformação da organização e a demanda, de modo que os consumidores (cidadão-cliente/sociedade/ usuário) tenham bens e serviços quando e onde quiserem, na condição que desejarem, e com o menor custo. Texto completo disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/econo- mia-e-financas/logistica-aplicada-a-organizacao-publica/49928/>. Acesso em:09/08/2014. MWL Empresa da área de Logística fecha novo contrato para transporte e distribuição de alimentos frescos e congelados Nova cliente, a GeneSIS (nome fictício), é produtora e distribuidora de pescados e fir- mou nova parceria com a operadora para a entrega de seus produtos no Rio de Janeiro. A MWL (Nome fictício) Logística, empresa com especialização na movimentação de car- gas, anunciou o fechamento de um novo contrato de prestação de serviços logísticos para a GeneSIS, produtora e distribuidora de peixe fresco e congelado. A operação prevê a movimentação de cerca de 10 toneladas de cargas, mas o número final pode chegar a 80 toneladas, e envolve serviços de armazenagem, movimentação e distribuição das cargas no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Para ler o artigo completo, acesse o link abaixo. Fonte: <http://www.transportabrasil.com.br/2014/07/mwj-logistica-fecha-novo-con- trato-para-transporte-e-distribuicao-de-alimentos-frescos-e-congelados/>. U N ID A D E II Professor Me. Fábio Oliveira Vaz PROCESSO E CADEIA DE ABASTECIMENTO Objetivos de Aprendizagem ■ Conhecer as organizações envolvidas no processo. ■ Compreender o sistema produtivo e seus formatos. ■ Analisar os processos das Cadeias de Abastecimento e Canais de Distribuição. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se