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Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/4779/o-que-o-filme-estrelas-alem-do-
tempo-tem-a-ver-com-a-sua-aula
Publicado em NOVA ESCOLA 07 de Março | 2018
Cinema
O que o filme “Estrelas Além do
Tempo” tem a ver com a sua
aula
Luta das mulheres, diversidade, racismo, corrida espacial e Guerra Fria
são alguns dos temas abordados no longa que você pode trabalhar com
a turma
Nairim Bernardo
Baseado em fatos reais, o filme Estrelas Além do Tempo (Theodore Melfi, 2h07) conta a história
de três cientistas negras que trabalharam na NASA durante a década de 1960 e colaboraram
para a conquista espacial: Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson. Indicado ao
Oscar de 2017 nas categorias de melhor filme, melhor atriz coadjuvante (Octavia Spencer) e
melhor roteiro adaptado (Theodoro Melfi), o longa está entre os dez filmes de maior bilheteria
de fevereiro nos cinemas do Brasil e dos Estados Unidos e levanta muitos temas que podem
contribuir com sua aula.
Abaixo, destacamos as questões sociais, raciais, históricas e políticas presentes na narrativa e
damos sugestões de como você pode trabalhá-las com a turma.
Local: Estados Unidos
Época: década de 1960
Com o acirramento da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética, o planeta
Terra deixa de ser o único objeto de desejo e as duas nações passam a disputar quem irá
mandar no universo. Vencer a corrida espacial não é apenas um sonho de ambos, mas
uma questão política que definirá os rumos da história do mundo. Veja aqui um plano de
aula a respeito dos aspectos tecnológico-ideológicos da Guerra Fria e de como a corrida
espacial estava inserida no cenário político-econômico do século 20.
O apartheid ocorrido na África do Sul é sempre lembrado, criticado e está presente em
muitos livros didáticos de História e Geografia. O que tem pouco destaque é o fato de que
a segregação racial também existiu nos Estados Unidos, e com muita força. Pessoas
negras não podiam frequentar os mesmos lugares que as brancas e não tinham o mesmo
direito à Educação. O racismo institucional era claro. A partir dos anos 60, começa um
movimento muito forte pelo fim da segregação. A organização política da população negra
cresce e, em resposta, líderes do movimento são assassinados. Veja aqui um plano de
aula para discutir com seus alunos alguns episódios da luta contra a segregação nos
Estados Unidos.
Entre as décadas de 1960 e 1970, o feminismo se consolidou como movimento e ganhou
força nos Estados Unidos e na Europa. Entretanto, as mulheres ainda estavam (e
permanecem) em grande desvantagem em relação aos homens, uma vez que não eram
https://novaescola.org.br/conteudo/4779/o-que-o-filme-estrelas-alem-do-tempo-tem-a-ver-com-a-sua-aula
http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/corrida-espacial-entre-urss-e-eua
http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/luta-contra-segregacao-racial-nos-eua
valorizadas devidamente, ou sequer contratadas. Veja aqui um plano de aula, voltado
para o Ensino Médio, sobre feminismo e os desafios que as mulheres encontram no
mercado de trabalho.
É nesse contexto de corrida espacial, segregação racial e luta das mulheres que Katherine
Johnson (interpretada pela atriz Taraji P. Henson), uma matemática negra brilhante, é escolhida
para trabalhar no Grupo de Missão Espacial, que pretende enviar o primeiro homem ao espaço
(e, posteriormente, à Lua). Computadores ainda não eram utilizados para realizar cálculos
complexos, por isso, ela mesma precisa realizar e conferir as contas que vão garantir que os
astronautas consigam ir e voltar do espaço em segurança. Katherine é a única mulher e a única
pessoa negra nesse grupo e sofre com a desconfiança e desvalorização. Ela tem seu trabalho
dificultado e é impedida de assinar os relatórios que realiza. Além disso, ela precisa andar
quase um quilômetro para usar o banheiro destinado a pessoas negras e os colegas não
aceitam dividir a mesma cafeteira com ela.
Já Dorothy Vaughan (papel que rendeu à Octavia Spencer a indicação ao Oscar de melhor atriz
coadjuavante) trabalha como supervisora dos “computadores negros” (equipe que realizava
cálculos), mas sem receber formalmente esse título, pois é mulher e negra. Ao saber que a
Nasa comprou um novo e potente computador, o IBM, ela descobre que ele é capaz de realizar
24 mil cálculos por segundo, o que pode colocar em risco seu emprego e de outras colegas.
Para evitar que elas sejam dispensadas depois de a máquina começar a funcionar, Dorothy
resolve aprender e ensinar as mulheres como programar.
http://rede.novaescolaclube.org.br/planos-de-aula/o-feminismo-e-o-mercado-de-trabalho
(Todas as vezes que temos a chance de avançar, eles mudam a linha de chegada. Todas as
vezes)
Mary Jackson (Janelle Monáe) sonha em atuar como engenheira, mas tem seu pedido para
entrar no programa de treinamento de engenheiros da Nasa negado (os requisitos foram
mudados justamente para que ela não pudesse concorrer). Determinada, ela resolve apelar
para a justiça com o objetivo de se tornar a primeira mulher negra a estudar na Universidade
da Virgínia. Ela consegue, vira a primeira engenheira da NASA e trabalha na construção da
cápsula que lançaria o homem ao espaço.
Deu para perceber que ser uma mulher negra, especialmente naquela época, é muito difícil.
Katherine, Dorothy e Mary sofrem preconceitos de todos os lados. Tanto de homens e mulheres
brancas, como de homens negros, que se sentem superiores por serem homens. Apesar disso,
o filme deixa claro que, sem essas três protagonistas, os Estados Unidos demorariam muito
mais para lançar um homem ao espaço. Se elas tivessem sido valorizadas e inseridas antes nos
programas para a missão espacial, o país poderia ter saído na frente da União Soviética. “O
Estado soviético recrutou cérebros em todos os lugares. Além de trazer essa diversidade para o
projeto de desenvolvimento do país, na época, eles estavam na frente na questão do
preconceito em relação a mulher”, diz Juarez Xavier, professor da Faculdade de Arquitetura,
Artes e Comunicação e Coordenador do Núcleo Negro da Unesp.
Duas questões sobre filmes para discutir com a turma
“Baseado em fatos reais” não quer dizer 100% verdade
Nem sempre o que aparece no filme é totalmente fiel ao que realmente aconteceu. Isso não
costuma ocorrer nem quando o longa é uma adaptação de um livro. Essas diferenças entre um
e outro são normais e, em geral, servem para ajudar na narrativa cinematográfica, dando mais
dramaticidade, ou para ajustar a história à linguagem do meio em que ela está sendo contada.
Em Estrelas Além do Tempo, por exemplo, o diretor da Nasa, Al Harrison (Kevin Costner), fica
indignado ao descobrir que sua funcionária precisa fazer uma grande caminhada para usar o
banheiro destinado às pessoas negras. <ALERTA PARA SPOILER> Por isso, ele quebra a placa
que indica “banheiro para pessoas de cor” e diz que, a partir daquele momento, não haverá
mais essa distinção. Além de dar a ele o papel de “justiceiro”, a cena disfarça o que realmente
aconteceu: os banheiros continuaram separados, apenas Katherine recebeu autorização para
usar o banheiro para pessoas brancas. <FIM DO SPOILER>
A tradução do título pode mudar o sentido original
O título original de Estrelas Além do Tempo é Hidden Figures, que, em tradução literal, significa
Figuras Escondidas. Escondidas porque poucas pessoas têm conhecimento de que mulheres
negras trabalharam tão ativamente para a conquista espacial. Mas, na adaptação para o
português, o nome ficou Estrelas Além do Tempo. “Essa adaptação esvazia o sentido crítico do
filme. Mais uma vez, o mito da democracia racial presente no Brasil mascara o problema”,
defende Juarez Xavier, da Unesp.
Imagens: Divulgação

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