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Resumo Comentado - A Interpretação das Culturas - GEERTZ, C.

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RESUMO COMENTADO
- Referência: GEERTZ, C. 1978. Em: A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Zahar.
- SÍNTESE DO ARGUMENTO CENTRAL (TESE)
- Invasão – O autor relata fatos que ocorreram em uma aldeia balinesa em 1958 na qual pretendiam, ele e sua esposa, atuar como antropólogos. Na referida aldeia ambos eram tratados pelos membros como invasores, tal como se não fizessem parte da vida dos aldeões, como se não lá estivessem, “éramos não pessoas, espectros, criaturas invisíveis”. Geertz asseverou ainda que essa ideia de indiferença por parte dos aldeões foi estudada por eles. Após presenciarem uma briga de galos que ocorria no centro, a qual foi interrompida pela chegada da polícia, o autor e sua esposa fugiram conjuntamente com a população. Essa circunstância fez com que eles fossem de certa forma aceitos pela comunidade, o que melhorou o relacionamento destes com aquela. Assim, o autor pode estar em contato com elementos que o auxiliaram a entender a natureza interna da comunidade.
- Galos e homens – O autor destaca o fato de haver uma identificação dos homens em Bali com os galos de briga, salientando que os galos eram considerados símbolos masculinos “por excellence”. Assim, se um homem era superior e cheio de pompa, era comparado a um galo. Ao mesmo passo em que mesmo em situações adversas, eram comparados a galos e seu respectivo comportamento. Salienta ainda o autor que além da comparação metafórica, a presença dos galos no dia a dia dos homens era sempre vista. Os galos eram a representação do ego masculino e sob a ótica do autor uma maneira como os balineses viam a condiação humana, qual seja, a animalidade. Ademais, destaca o autor ainda que os balinesas tratavam com repulsa comportamentos de cunho animalesco. Ao mesmo passo, ao se identificar o homem com seu galo, estaria igualmente identificando-se com “Os Poderes das Trevas”.
- Poderes das Trevas – O autor declara a expliciticidade da ligação dos galos de brigas com os Poderes, com os demônios animalescos e da ameaça que estes representavam. Ademais, as brigas de galo compunham uma espécie de sacrifício que era ofertada aos demônios. Traçando uma comparação com relação a ideia de vitória e derrota em uma briga de galos, os balineses associam a vitória e derrota a céu e inferno, respectivamente.
- Apostas em brigas de galo e mundo da cultura balinesa – O autor ao longo de dois tópicos esclarece característica dos embates e das apostas das brigas de galo. Ele relaciona a questão de apostas centrais e por fora ao equilíbrio e desequilíbrio ao mundo da cultura balinesa, além de demonstrar o caminho para sanar o problema e demonstrar o elo de ligação.
- Dinheiro, apostas e status – O autor descreve como ocorrem apostas e a distinção entre jogos frívolos e jogos profundos. Dentro deste contexto ele descreve a importância do dinheiro para os balineses, relacionando a perda de dinheiro a uma perda de status, orgulho, pose, masculinidade. Percebe-se que os apostadores focam-se onde se encontra o status, e é perceptível a existência de uma hierarquia sócio-moral entre os apostadores. De fato não é o dinheiro em si que envolve a sociedade nas brigas de galos, mas sim o que ele é capaz de proporcionar, qual seja a migração de status. Logo, a briga de galos representaria um estímulo da matriz social, sendo a força impulsionadora central naquela sociedade.
- Divisão entre grupos na aldeia – O autor destaca a presenção de quatro grupos dentro da aldeia, sendo estes de “descendência, grandes, patriliniares, parcialmente endogâmicos”, os quais sempre concorrem entre si e compõem as principais facções da aldeia. Destaca-se ainda a existência de subfacções. Nesse momento o autor ainda assevera que além da facções existe a aldeia em si, classificando-a como “quase que inteiramente endogâmica”.
- Delineação de pontos gerais - O autor considera alguns pontos fundamentais em sua tese com base no desenvolvido. Dentre estes salienta-se: a ideia de que quanto mais um embate é entre iguais de status aproximado e entre indivíduos de status elevado, mais absorvente ele é; quanto mais absorvente é um embate, mais próxima a identificação entre homem e galo; quanto mais refinados os galos, melhor equipados serão; quanto maior a emoção, mais absorção geral; quanto mais altas as apostas individuais centrais e por fora, menos vantagens terá a aposta por fora e maior as em geral; quanto menor a perspectiva econômica e de status, mais sólidos os cidadãos que realizarão a aposta. O autor destaca, inclusive, que na realidade a briga de galos na verdade não poderia modificar o status de ninguém.
- Relação entre briga de galos e cotidiano dos balineses - O autor destaca que por meio da observação da briga de galos é possível se compreender a vida comum, o cotidiano. Por meio desta é possível se perceber ideias de morte, raiva, masculinidade, orgulho, perda, etc. Assim, essa visão como estrutura global, alivia a visão da sua natureza essencial. O autor ainda destaca que a briga de galos não imita a vida balinesa, mas é um exemplo cuidadosamente preparado da mesma. Mas já no que tange a estrutura da briga de galos, no que tange a agressividade da mesma, essa seria uma contradição. O autor destaca que a briga de galos faz com que os sentimentos relacionados a hierarquia se aflorem. É por meio destas que o autor considera que a briga de galos possui função interpretativa, demonstrando uma leitura da sociedade balinesa e da história que eles contam sobre si mesmos.
Citações
“Levou-me a uma aceitação súbita e total, não habitual, numa sociedade extremamente avessa à penetração de estrangeiros. Deu-me a oportunidade de aprender, de imediato, um aspecto introspectivo da “mentalidade camponesa”, que os antropólogos que não tiveram a sorte de fugir como eu, justamente com o objeto de suas pesquisas, das autoridades armadas, normalmente não conseguem”. (GEERTZ, p.282-283)
“Consideremos, portanto, como apoio à tese geral de que a briga de galos, e especialmente a briga de galos absorvente, é fundamentalmente uma dramatização das preocupações de status”. (GEERTZ, p.304)
“Entrentanto, se uma dimensão da estrutura da briga de galos, sua falta de direção temporal, faz com que ela pareça um segmento típico da vida social em geral, a outra, sua agressividade categórica, cabeça com cabeça, faz com que ela pareça uma contradição, um reverso, até mesmo uma subversão dela”. (GEERTZ, p.313)
- DESENVOLVIMENTO DOS ARGUMENTOS
Ao longo do texto o autor discorrer acerca de sua experiência como antropólogo observando uma sociedade balinesa. Por meio da análise de uma briga de galos, o autor consegue descrever pontos fundamentais sobre a sociedade em si e da maneira como foi tratado iniciamente, como invasor, de ser tratado como alguém fora da sociedade, com indiferença pelos aldeões. Ademais, ele assevera ainda a relação entre galos e homens, que ocorre tanto de maneira metafórica quanto real, de modo que o galo seria a representação do homem em seus principais aspectos, demonstrando a masculinidade, a personalidade. Outro ponto é o fato de a vitória e derrota em briga de galos ser comparada a céu e inferno, respectivamente. Além disso, a representação de que por meio da briga de galo é possível se visualizar uma briga por status, denotando-se uma hierarquia socio-moral entre os que apostam, mas que de fato não consegue elevar ou diminuir o status de ninguém. Salienta-se ainda que na verdade a briga de galos seria uma representação da própria sociedade balinesa, e é acima de tudo absorvente.
Citações 
“ [...] elas também representavam expressões – e bem mais imediatas – daquilo que os balineses vêem como a inversão direta, estética, moral e metafísica, da condição humana: a animalidade. A repulsa balinesa contra qualquer comportamento visto como animal não pode deixar de ser superenfatizada”. (GEERTZ, p.286)
“Mas não se modifica realmente o status de ninguém. Não se pode ascender na escala de status pelo fato de vencer brigas de galos; como indivíduo, você não pode ascender nessaescala de maneira alguma. E também não pode descer por esse meio”. (GEERTZ, p.310)
“O que ela faz é [...]: ela assume esses temas – morte, masculinidade, raiva, orgulho, perda, beneficência, oportunidade, - e ordenando-os numa estrutura globalizante, apresenta-os de maneira tal que alivia uma visão particular da sua natureza essencial. Ela faz um construto desses temas e, para aqueles historicamente posicionados para apreciarem esse construto, torna-os significativos - visíveis, tangíveis, apreensíveis – “reais” num sentido ideacional.” (GEERTZ, p.311)
- JUÍZO FUNDAMENTADO
A meu ver percebo que o autor tenta traçar uma relação entre os acontecimentos que presenciou em uma briga de galos e demonstrar, sob a visão atropológica, como se desenvolvia e que traços marcantes teria a aldeia ora analisada. Vejo que ele se preocupou em detalhar os pontos marcantes das brigas de galo em si, e de fato ele demonstra a sua tese. Entretanto, vejo que a prolixidade envolvida no raciocínio do autor, a extensão em detalhes das brigas em si, acabam por prejudicar aquilo que seria o ponto central, que seria destacar as principais características da sociedade em si. Considera-se este ponto como limitação. Ademais, como fortaleza, considera-se o fato de ele elecar seus pensamentos ao fim como forma de retomar e sumarizar sua tese.
- JUÍZO SUBJETIVO
Traçando um juízo subjetivo, vejo que o texto é muito extenso, prolixo e demora um pouco a demosntrar o seu verdadeiro ponto. Creio que uma maior objetividade faria com que sua compreensão fosse mais clara e completa. Acredito ainda que o argumento principal só se demonstra mais ao fim, o que gera uma certa exaustão na leitura e ulterior compreensão do mesmo.
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