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TERAPIA PULPAR CONSERVADORA NA DENTIÇÃO DECÍDUA A polpa decídua tem 3 períodos de vida: · Crescimento (rizogênese) · Maturação (raiz completo) · Regressão (rizólise) *Vai influenciar a resposta pulpar Objetivo da terapia pulpar: · Manter a integridade da saúde dos tecidos bucais · Permitir a continuidade do seu desenvolvimento normal até época da esfoliação normal (usar técnicas e/ou medicamentos corretos) · Para o dente sem vitalidade pulpar objetivo é preservar a função e a estética Diferenças entre decíduos (ciclo vital curto) e permanentes: · Menores · Camadas de esmalte e dentina são mais delgadas e menos mineralizadas (molares: polpas de furcas vulneráveis) · Câmara pulpar mais ampla e cornos pulpares mais proeminentes · Assoalho da câmara pulpar mais fino · Raízes mais divergentes no sentido apical Particularidades dos decíduos: · Canais pulpoperiodontais (lesões de furca) · Canais secundários e acessórios · Presença do germe do dente permanente · Reabsorção irregular Diagnóstico correto: · Reconhecer a doença · Estipular o tratamento · Analisar a viabilidade de sua execução · Propor o prognóstico adequado Avaliação clínica e diagnóstico: Exame clínico bucal: · Tecidos moles: · Presença de abcesso ou fístulas · Alterações de cor ou volumes · Dentes: · Extensões e profundidade das lesões de cárie · Firmeza ou mobilidade · Hiperplasia pulpar Terapias pulpares · Tratamento conservador: · Capeamento pulpar indireto · Capeamento pulpar direto · Pulpotomias · Tratamento radical: · Pulpectomia: endodontia Capeamento pulpar indireto: Indicação: · Ao exame clínico: · Dente com cárie profunda (sem expor polpa) · Ausência de dor espontânea ou outro sinal ou sintoma que indique a inflamação pulpar · Nenhuma mobilidade e alterações nos tecidos periodontais · Ao exame radiográfico: · Dente com cárie profunda com proximidade a polpa (com possibilidade de exposição pulpar) · Espaço normal do ligamento periodontal · Ausência de radiolucidez no osso da região periapical ou furca Sequência: · Anestesia · Isolamento · Remoção da cariado: · Tecido cariado não remineralizável é removido (cuidado, para inadvertidamente não expor a polpa). · A camada mais profunda do preparo cavitado (parede de fundo) é deixada, evitando a exposição pulpar · Retirar todo o tecido cariado da parede circundante · Proteção pulpar: · Com hidróxido de cálcio: · Estimula a produção de dentina terciária e formação de dentina esclerosada · Efeito bactericida. · Restaurar provisoriamente IV · Filosofia conservadora: · Após 60 a 90 dias, remove-se o selamento provisório, a dentina alterada, agora com menor probabilidade de exposição pulpar, restaurasse definitivamente o dente. · Filosofia Atual: decíduo: · Após o cimento de hidróxido de cálcio, restaura-se com IV ou outro material de escolha Capeamento pulpar direto: Envolve a aplicação de medicamentos sobre a polpa exposta: estimulando o reparo (selamento da exposição pulpar) com o tecido remineralizado com vitalidade Fatores a serem observados: · Indicação: · Dentes sem história de dor (polpa não inflamada) · Pequena exposição pulpar (até 1mm) - acidental. · Fraturas coronárias (DD) com polpas expostas com menos de 24 horas- traumatismo · Sangramento mínimo · Crianças menores · Técnica: · Isolar o campo operatório · Lavar cavidade com soro fisiológico (bolinha de algodão estéril) · Irrigação/ hemostasia · HCA (pó ou pasta) · Cimento de HCA · Restauração com CIV · Proservação (barreira de 60 dias após) Pulpotomia: Remoção total da polpa coronária · Consiste na remoção total da polpa coronária de um dente com sinais de vitalidade e com manutenção da porção pulpar radicular · Amputação da porção coronária da polpa dentária inflamada, seguida do tratamento do remanescente pulpar com vitalidade por meio de técnicas farmacológicas Objetivo: · Manter a polpa radicular histofisiologicamente normal, através do uso de material capeador biocompatível e indulto de formação de tecido mineralizado Indicação: · Amplas exposições pulpares acidentais ou por cárie · Tratamento de alterações pulpares clinicamente reversíveis Aspectos clínicos fundamentais para a indicação da pulpotomia: Sinais Fatores favoráveis Fatores desfavoráveis Sangramento × Normal após o corte do tecido pulpar × Sangue de cor vermelho-vivo × Ausente × Muito escuro × Muito claro (amarelado) Remanescente pulpar × Polpa consistente/corpo (resistência a ação da cureta) × Polpa sem consistência Coroa dentária × Quase íntegra ou com paredes espessas e resistentes × Grande destruição coronária necessitando de colocação de pino Diagnóstico Diferencial de Alterações das Pulpites: Variáveis Reversível Irreversível Origem da dor Provocada Espontânea Duração da dor Fugaz, passa rapidamente após a remoção do estímulo Contínua, persistente após a remoção do estímulo Percussão Negativa Positiva em processo avançado Dor em decúbito Negativo Positivo Radiograficamente Periápice e área de furca normal Discreto aumento no espaço pericementário e radiolucidez na área de furca Tratamento Tratamento conservador da polpa Tratamento endodôntico Contraindicações da pulpotomia: · Dentes com dores espontâneas que não cessam com analgésico · Impossibilidade de isolamento absoluto · Dente com mobilidade, fístulas e reabsorção radicular de mais de 2/3 das raízes · Percussão vertical positiva Materiais usados para pulpotomia: · Capeadores: · Hidróxido de cálcio · Pasta de guedes pinto · CTZ: pasta com tetraciclina · Cloranfenicol · Óxido de Zinco e Eugenol · MTA (Agregado de Trióxido de Mineral) · Fixadores: · Formocresol Materiais usados para pulpotomia: Laser de baixa intensidade? · Vantagem: não causa efeito tóxico e esterilizante · Desvantagem: alto custo, não forma barreira placentária Pasta Guedes-Pinto: · Iodofórmio: antisséptico e antimicrobiano · PMCC: antimicrobiano/ ação bacteriostática e bactericida e alta citotoxidade · Rifocort (antibiótico) + (prednisola) corticosteroide CTZ: pasta com tetraciclina, cloranfenicol e óxido de zinco e eugenol: · Protocolo de simples execução · Aumentada em evidências clínicas e científicas · A técnica do CTZ pode ser indicada independente do diagnóstico · Não necessita de instrumentação dos canais · Os índices de sucesso clínico com ela objetivos são encorajadores, já que há desaparecimento dos sintomas rapidamente Protocolo clínico- material capeador CA (OH)2: 1. Anestesia, isolamento absoluto 2. Remoção de todo o tecido cariado com colher de dentina ou broca esférica em baixa rotação 3. Remoção teto câmara pulpar com brocas ou pontas diamantadas em alta rotação 4. Remoção da polpa coronária- até nível da entrada dos canais radiculares com colher de dentina média ou grande 5. Irrigação com soro fisiológico ou água destilada 6. Hemostasia com pelota de algodão estéril 7. Ostoporin: a. 1ª sessão: 5 a 10 min b. 2ª sessão: 48 a 72h 8. Aplicação material capeador- colocação de hidróxido de cálcio puro (PÁ) ou em solução aquosa (pasta) sobre os remanescentes pulpares e assoalho da câmara 9. Colocação de sub-base de cimento de hidróxido de cálcio, CIV forrador 10. Procedimento restaurador 11. Controle radiográfico Protocolo clínico- pulpotomia com formocresol: 1. Anestesia 2. Isolamento absoluto 3. Remoção de todo o tecido cariado com colher de dentina ou broca esférica em baixa rotação 4. Remoção teto câmara pulpar com brocas ou pontas diamantadas em alta rotação 5. Remoção da polpa coronária- até nível da entrada dos canais radiculares com colher de dentina média ou grande 6. Irrigação com soro fisiológico ou água destilada 7. Hemostasia com pelota de algodão estéril 8. Colocação da pelota embebida em formocresol por 5 minutos e retirar o excesso 9. Após retirar o formocresol colocar uma base forradora de: Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol ou Cimento de Ionômero de Vidro 10. Procedimento restaurador O sucesso da terapia depende: · Material a ser empregado · Indicação do tratamento:· Correto diagnóstico · Criteriosa na anamnese · Exame clínico e radiográfico · Cuidadosa execução da técnica · Acompanhamento dos pacientes
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