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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO SUPERIOR DE BIOMEDICINA E CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Elaborado por: Anna Beatriz L. dos Santos de Araújo – 201803386517 Beatriz Alencar de Souza – 201903441313 Carolinne da Silva Anchieta – 201803075091 Cintia Emília Santiago Machado – 201903493048 Eliziane Braga da Costa da Silva Amorim – 201908322462 Grasiele Freitas do Nascimento Correa – 201903525829 Lidiane da Silva – 201903003334 Nathalia Stephano Barbosa de Oliveira – 201803074906 Nathiele de Abreu Ribeiro – 201903081777 Terapia Gênica Rio de Janeiro 2020 TERAPIA GÊNICA Trabalho acadêmico apresentado ao Curso Superior de Biomedicina e Ciências Biológicas da ESTÁCIO DE SÁ, como parte da avaliação dos requisitos da disciplina Biotecnologia, ministrada pela Prof.ª Thiara Manuele Alves de Souza. Rio de Janeiro 2020 Resumo Este trabalho tem como objetivo abranger o tema sobre a terapia genica, trazendo informações sobre sua origem, técnicas e métodos utilizados com abordagem dos benefícios e malefícios de sua utilização. Apesar de uma ideia muito simples, o entendimento se torna complexo pela forma ética no meio da ciência e com prática apresentando vários obstáculos. Sumário 1. Introdução............................................................................................................................ 5 2. Histórico .............................................................................................................................. 5 2.1 O primeiro protocolo de terapia gênica ............................................................................... 7 3. Aplicações da técnica .......................................................................................................... 7 3.1 Métodos físicos ................................................................................................................... 7 3.2 Métodos químicos ............................................................................................................... 8 3.3 Métodos biológicos ............................................................................................................. 8 4. Exemplos de aplicação da técnica e detalhes do processo .................................................. 9 4.1 In vivo ............................................................................................................................... 10 4.2 Ex vivo .............................................................................................................................. 11 5. Atualização sobre a utilização desta tecnologia ................................................................ 12 6. Pontos Positivos e Negativos ............................................................................................ 13 6.1 Pontos positivos ................................................................................................................ 13 6.2 Pontos negativos ................................................................................................................ 13 7. Conclusão .......................................................................................................................... 14 8. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 14 1. Introdução A Terapia gênica ou geneterapia, é um procedimento que utiliza a inserção de genes modificados no interior das células e tecidos com o objetivo de curar doenças genéticas, como por exemplo, câncer, anemia falciforme, fibrose cística, entre outras. (MANDAL, 2019) A terapia gênica utiliza técnicas de DNA recombinante para substituir ou manipular genes com problemas (COSTA et al., 2018). O estudo de terapia gênica consiste na introdução de um gene ‘‘sadio’’ que será inserido no genoma para substituir um gene ‘‘defeituoso’’ causador da doença, o que pode levar ao alívio de seus sintomas. Este tipo de procedimento tornou-se possível por conta dos avanços da genética e da bioengenharia, que permitiram a manipulação de vetores para a entrega do material extracromossomal em células-alvo (GONÇALVES; PAIVA, 2017) Um dos principais focos desta técnica é a otimização dos veículos de entrega (vetores) que, em sua maioria, são plasmídeos, nanoestruturados ou vírus, sendo estes últimos os mais estudados, devido à sua excelência em invadir as células e inserir seu material genético. (GONÇALVES; PAIVA, 2017). O conhecimento dos genes responsáveis por características normais ou patológicas permite a plena aplicação dos princípios da medicina genômica, que deverá modificar os procedimentos médicos no diagnóstico e tratamento de várias doenças e onde se inclui a terapia gênica. (NARDI et al., 2002) Estudo em células somáticas in vivo apresentam resultados satisfatórios e já existem protocolos aprovados para uso clínico. Recentes avanços biotecnológicos empregados para o aprimoramento da terapia gênica, como células-tronco introduzidas em pacientes portadores de doenças hepáticas, imunoterapia com células T do receptor do antígeno e edição genômica. (GONÇALVES; PAIVA, 2017) 2. Histórico O conceito de terapia gênica surgiu durante os anos 60 e até o momento está em fase experimental, portanto, seu uso ainda não é generalizado. O que significa que há uma escassez de dados confiáveis e de longo prazo sobre a segurança e eficácia dessa terapia (MANDAL, 2019). As primeiras manipulações do DNA em bactérias ocorreram no ano de 1944, quando os pesquisadores Oswald T. Avery e Cools mostraram a possibilidade de transferir genes de uma cepa bacteriana patogênica para outra não patogênica. Essa descoberta foi seguida pela proposta da estrutura de dupla-hélice do DNA, por James Watson e Francis Crick em 1953. (MENCK; VENTURA, 2007). Em meados de 1960, Beckwith realizou seu primeiro isolamento gênico, causando dúvidas sobre a real segurança desse método e a possibilidade de sua utilização com intenção de aprimoramento genético da espécie. Estudos indicavam que os vírus poderiam ser o meio de transporte de genes a seres humanos, porém, foi só no início da década seguinte que Paul Berg conseguiu de fato manipular uma molécula de DNA, criando assim a tecnologia do DNA recombinante (LINDEN, 2010). Os pesquisadores Michael Wigler e Richard Axel conseguiram a primeira correção genética propriamente ditas em células de mamíferos cultivados in vitro, em meados de 1977. Eles inseriram o gene que codifica a enzima timidina quinase em células portadoras de deficiência nesse gene. A metodologia usada com DNA purificado, apesar de não deixar margem para dúvidas, ainda era pouco eficiente. Então, a proposta inventada de utilizar vírus não patogênicos como vetores transportadores de genes, ganhou força, gerando ideias intensas de pesquisas, como por exemplo, os primeiros sistemas de vetores derivados de três espécies virais: Retrovírus, Adenovírus e Vírus adenoassociados (AAV). (MENCK; VENTURA, 2007). Em 1985, os drs. W. Frech Anderson e Michael Blaese, trabalharam juntos para mostrar que as células de pacientes com deficiência de adenosina deaminase (ADA), podem ser corrigidas em um meio de cultura estéril. Eles utilizaram retrovírus para transportar o gene ADA humano correto para as células. Ambos estudaram os genes para a medula óssea dos animais, o processo não foi prejudicial, porém, o número de células que receberam o gene correto era muito pequeno para ser um tratamento útil. No ano seguinte, os pesquisadores decidiram substituir as células da medula óssea, por linfócitos T, essa mudança aumentou o número de genes corretos utilizados pelas células nos experimentos com animais. (GENE...2020) Em 1989, Dr. Steven Rosenberg e os pesquisadores testaram o processo de terapia gênica em pacientes com câncer. Eles cultivaram células TIL (linfócitos infiltrantes) de pessoas com melanoma maligno. Um vírus foi criado para colocar um marcador de DNA nessas células, estas células ‘‘marcadas’’ auxiliavam os pesquisadores a compreender duas coisas: que o vírus manipulado pode ser utilizado com segurança em humanos e quais linfócitos infiltrantes funcionariam melhor no tratamento do câncer. (GENE... 2020) 2.1 O primeiro protocolo de terapia gênica Foi realizado no ano de 1990, o primeiro teste clínico utilizando a terapia gênica em duas meninas, uma de 4 anos e outra de 9 anos; ambas com deficiência de ADA, uma doença que afeta severamente seu sistema imunológico. Essa condição faria com que elas vivessem durante toda a vida em um ambiente estéril, uma ‘‘bolha’’. Os pesquisadores coletaram amostras de glóbulos brancos do corpo das meninas e cultivaram essas células em laboratório com um vetor viral, o qual iria transportar o gene sadio, em seguida, as crianças foram infundidas com suas próprias células corrigidas em um período de dois anos. (GENE... 2020) O sucesso considerável dessa ação, alavancou vários estudos que almejavam o uso terapêutico dos genes; (MENCK; VENTURA, 2007). Os pesquisadores utilizam essa técnica para tratar recém-nascidos com deficiência de ADA, os genes normais são entregues a células sanguíneas imaturas isoladas do cordão umbilical do bebê. (GENE... 2020) Atualmente, várias outras pesquisas estão em desenvolvimento, representando uma oportunidade de tratamento ou até mesmo a cura de doenças, como o câncer, diabetes, hemofilia, HIV, entre outras. As pesquisas continuam e o número de doenças que estão sendo tratadas pela terapia genética aumenta. (COSTA et al., 2018) 3. Aplicações da técnica Os métodos de transferência gênica são geralmente divididos em três categorias: métodos físicos que é quando o transgene é introduzido de maneira mecânica nas células; Métodos químicos, que se dá por um vetor de alguma substância de origem química; e métodos biológicos, que são quando organismos naturalmente possuem a capacidade de transferir o material genético, como os vírus ou alguma bactéria. (MACHADO; CHIROTTO FILHO, 2018) 3.1 Métodos físicos Os métodos físicos envolvem três tipos de inserção de genes distintas, são eles: método da microinjeção, um dos métodos mais antigos e pouco utilizado que consiste na introdução do DNA plasmidial de forma direta, ou seja, o material genético é inserido diretamente no núcleo da célula-alvo, aumentando a eficiência na entrega do gene terapêutico; método da eletroporação, que utiliza pulsos elétricos para permeabilizar a membrana celular. As células são expostas a alta voltagem, causando uma desestabilização da membrana e a formação de poros, possibilitando a entrada do DNA para o interior da célula; E por fim, os métodos plasmidiais, que são segmentos de DNA de pouca complexidade, capazes de entregar o gene terapêutico. Porém, para romper a resistência das células à introdução de plasmídeos, é preciso fragilizar a membrana plasmática, o que pode ser obtido através de choques elétricos ou substâncias que a fragilizam quimicamente. (MACHADO; CHIROTTO FILHO, 2018) (PAIXAO, 2019) 3.2 Métodos químicos Nos métodos químicos podemos utilizar os lipossomos, que são vetores independentes de vírus e visam produzir baixa capacidade de causar doenças em relação a utilização dos vetores virais. Lipossomos são vesículas microscópicas compostas de uma ou mais bicamada lipídica concêntricas, separadas por um meio aquoso e as lipofílicas inseridas ou absorvidas na membrana, são capazes de incorporar no citoplasma da célula pela fusão com a membrana celular. Podemos citar, além das vantagens de utilização dos lipossomos, sua baixa imunogenicidade e, em certos casos, a capacidade de direcionamento deste vetor para células especificas. (MACHADO; CHIROTTO FILHO, 2018) (PAIXAO, 2019). 3.3 Métodos biológicos No método biológico utilizamos vetores virais, que possuem a capacidade de invadir as células de forma seletiva com eficiência. A maioria das formas de terapia gênica utiliza mecanismos virais, pois os vírus funcionam naturalmente para inserir o seu material genético na célula. Os vetores virais possuem a capacidade de entrar nas células-alvo, transcrever o seu RNA na forma de DNA devido à atividade da enzima transcriptase reversa, e se integrar em um cromossomo da célula. (MACHADO; CHIROTTO FILHO, 2018) (PAIXAO, 2019). As classes de vírus utilizados são: Adenovírus, retrovírus e vírus adenoassociados. Os retrovírus possuem o seu genoma constituído de RNA, seu envelope é composto por lipídios e se multiplica com o auxílio de uma enzima denominada transcriptase reversa. Após a sua entrada na célula-alvo, o genoma de RNA é transcrito em uma fita dupla de DNA, a qual é integrada no genoma. Portanto, são importantes em estudos de terapia gênica pois sua propriedade de integração ao genoma hospedeiro realça a possibilidade de garantir uma expressão estável do transgene. (MACHADO; CHIROTTO FILHO, 2018) (PAIXAO, 2019) Os adenovírus, possuem como material genético o DNA composto por uma única fita linear e são extremamente resistentes. Durante seu processo de replicação, os genes da região precoce são rapidamente transcritos e servem como reguladores transcricionais para o processo de replicação do genoma. Já os adenoassociados são constituídos por DNA linear. (MACHADO; CHIROTTO FILHO, 2018). Este, é protegido por um capsídeo icosaédrico e seu genoma é composto por dois genes: rep, replicase requerida para a replicação do genoma viral; e cap, o qual codifica proteínas estruturais. (OLIVEIRA et al., 2018) Figura 1 Fonte: https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR Figura 1. Principais vírus, que servem de vetores para os protocolos de terapia gênica. 4. Exemplos de aplicação da técnica e detalhes do processo A técnica da terapia gênica consiste na introdução de um gene sadio no organismo, considerando o gene de interesse (gene terapêutico). Este gene encontra-se em uma molécula de DNA ou RNA que deverá ser introduzida em um organismo (LINDEN, 2010). Existem duas abordagens na terapia genética baseada no tipo de células em que é realizada a inserção dos genes, que podem ser germinais ou somáticas. (PEREIRA, 2015). Na primeira abordagem, os genes adquiridos podem ser passados às gerações futuras, ela faz uso de células diploides resultantes da fecundação e tem como objetivo alterar todo o genoma desse indivíduo, já que todas as suas outras células irão se desenvolver a partir desta célula modificada, incluindo os seus próprios gametas. Essa técnica, é a mais eficiente, porém, fere sérias questões éticas, pois existem poucos conhecimentos de seu impacto e de suas consequências, o que faz com que seja uma abordagem menos aprovada (PEREIRA, 2015). Já na segunda abordagem, a inserção dos genes ocorre em células específicas que estão em grande quantidade do corpo, células somáticas. Como essas células não são produtoras de gametas, não há transmissão de genes inseridos às gerações futuras, mas sempre que uma célula modificada por esse gene inserido, sofre mitose, em duas, cada uma delas irá conter o gene funcional. Esta abordagem é a mais utilizada e representa grande parte dos estudos e dos ensaios clínicos (PEREIRA, 2015). Existem duas formas de execução da técnica somática para a substituição, inativação ou introdução de um gene nas células, podendo ser realizada fora do organismo hospedeiro (ex vivo), ou dentro do organismo hospedeiro (in vivo). (PEREIRA, 2015). 4.1 In vivo O método in vivo é o processo que insere diretamente o gene terapêutico no corpo por meio de um vetor viral. Figura 2. Fonte: https://www.google.com/imghp?hl=pt-BRFigura 2. Pode-se destacar na imagem o fragmento de gene humano ao qual foi inserido em um fragmento de gene Bacteriano (transgene). O Transgene será introduzido no corpo do paciente com o vetor viral e o vírus irá proporcionar a chegada do gene até o órgão ou célula alvo. A transferência de material genético pode utilizar-se de métodos físicos, químicos e virais. Estes vetores se diferenciam na forma de transferência do material genético sendo os físicos e químicos por transfecção do gene terapêutico com o DNA plasmidial recombinante e, os virais por transdução. Na metodologia in vivo, os vetores virais são considerados os mais eficientes, os quais podem transportar o gene específico ao órgão-alvo, sendo aplicado diretamente no organismo por injeção endovenosa. (PUC, 2020) Um exemplo do processo de Terapia gênica IN VIVO pode ser feito com pacientes que tem doença imunológica, que não tem células de defesa para contribuir com a imunidade, nesse distúrbio genético é aplicado a terapia gênica. Nesse processo utiliza-se um gene corretivo de um organismo doador, é isolado um pedaço de um gene corretivo e depois é utilizado um vetor viral, isolando seu DNA. Esse vetor viral, então, não teria material genético. Com isso, o vetor viral sem DNA recebe o gene corretivo isolado do doador. Em seguida, é oferecido ao paciente por meio da técnica de terapia gênica IN VIVO; esse vetor espera chegar na célula do hospedeiro para injetar seu material genético (o gene corretivo). Espera-se que esse gene corretivo se implante no local exato do gene defeituoso ou ausente, e possa corrigir o problema genético do indivíduo. (PUC, 2020) 4.2 Ex vivo Ex vivo significa que algo é experimentado ou investigado fora de seu ambiente natural, ou seja, as células do paciente são retiradas diretamente do corpo, transduzidas com o gene in vitro e depois são reintroduzidas ao corpo. A grande vantagem da utilização deste método, é a possibilidade de fazer uma triagem antes do transplante de células, permitindo que apenas as células com as alterações desejadas se repliquem e sejam transplantadas. (PEREIRA, 2015) Figura 3. Fonte: https://www.google.com/imghp?hl=pt-BR Figura 3. No método ex vivo utiliza-se um transgene que vai ser inserido no vetor. No primeiro momento ocorre a manipulação de células em cultura, as quais irão ser infectadas com o vírus geneticamente alterado; além disso, células alvo são retiradas do paciente e são adicionadas no meio de cultura. No segundo momento, amostras dessas células-alvo do paciente já estão geneticamente modificadas com o gene terapêutico e são reintroduzidas no corpo do paciente, dentro do corpo do paciente as células alteradas produzem as proteínas desejadas e funcionais, codificadas pelo DNA terapêutico. Portanto, a terapia ex vivo permite uma manipulação muito maior pois os acessos a essas células são mais fáceis, garantindo o sucesso do tratamento. Podemos frisar, que nem sempre a metodologia ex vivo consegue ser realizada de forma adequada. 5. Atualização sobre a utilização desta tecnologia Em 2019, foi o ano em que a terapia genética se tornou realidade, o que marca uma virada histórica em uma aventura iniciada há 30 anos. Pela primeira vez, a comercialização da CRISPR recebeu sinal verde nos Estados Unidos para uma doença neuromuscular e na União Europeia para uma condição sanguínea. (EXAME, 2020). A Crispr é uma revolução, mas ainda se encontra em fase experimental. O sistema CRISPR (do inglês Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), ou seja, Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas, consiste em pequenas porções do DNA bacteriano compostas por repetições de nucleotídeos (WIKIPÉDIA, 2020). Os cientistas que praticam a técnica inserem um gene normal nas células que contêm um gene defeituoso. Ele faz o trabalho que o original não pôde – como produzir glóbulos vermelhos normais ou criar “super” glóbulos brancos que matam tumores para um paciente com câncer. A Crispr vai ainda mais longe: em vez de adicionar um gene, a ferramenta edita o próprio genoma (EXAME, 2020). No total, existem oito terapias genéticas disponíveis no mercado mundial, em sua maioria contra diferentes tipos de câncer e uma especialmente desenvolvida contra uma forma de cegueira. Após décadas de pesquisa e ensaios clínicos sobre uma correção genética para desordens genéticas, 2019 teve um marco histórico: a aprovação para comercializar as primeiras terapias genéticas para uma doença neuromuscular nos EUA e para uma doença no sangue na União Europeia. (EXAME, 2020) Elas se juntam a várias outras terapias genéticas – elevando o total para oito – aprovadas nos últimos anos para tratar certos tipos de câncer e cegueira. Serge Braun, diretor científico da Associação Francesa de Distrofia Muscular, vê 2019 como um ponto de virada que levará a uma revolução médica. “Vinte e cinco, 30 anos, esse foi o tempo que levou”, disse à AFP de Paris. “Demorou uma geração para a terapia genética se tornar realidade. Agora, isso só vai continuar acontecendo mais rápido” (EXAME, 2020). 6. Pontos Positivos e Negativos 6.1 Pontos positivos Inúmeros estudos encontram-se em andamento a partir da Geneterapia, alguns obtiveram resultados esperançosos, como por exemplo, o caso da deficiência da lipoproteína lipase. Os efeitos foram tão satisfatórios que originaram o primeiro medicamento da terapia gênica, denominado Glybera e tem como objetivo curar permanentemente a patogenia. A terapia gênica possui a vantagem de estar disponível para qualquer pessoa, permite curar patogenias que anteriormente não obtinham cura possível; o desenvolvimento destes procedimentos ampliou as probabilidades de manipulação gênica. Caso ocorra diagnósticos de, por exemplo, células tumorais em formação, ocorre a possibilidade de inserir neste organismo células modificadas que serão ‘‘tóxicas’’ para as células malignas e as eliminarão. (VANTAGENS, 2020; PEREIRA, 2015). 6.2 Pontos negativos Grande parte dos ensaios clínicos de terapia gênica são feitos para o tratamento de doenças adquiridas, por exemplo, HIV, câncer, cardiomiopatia, e são mais utilizadas do que em doenças hereditárias. O uso desta técnica pode desenvolver tumores pela razão de uma aplicação de um DNA integrado no genoma, por exemplo, em um gene supressor tumoral, poderia estimular o desenvolvimento de uma célula tumoral. O uso da terapia gênica no intuito de melhorar a saúde de uma pessoa introduzindo genes sadios, pode acarretar novos distúrbios, tais como, doenças cardiovasculares, hipertensão, artrite e diabetes, que são causados por variações dos efeitos de combinações de diversos genes. Cientistas constataram que o tratamento não é tão eficaz quanto o prometido, existe a possibilidade de a patogenia retornar e o indivíduo terá que se submeter a novas incisões, se expondo a distúrbios gênicos e a possibilidade de desencadear tumores. (VANTAGENS, 2020; COSTA et al., 2020) 7. Conclusão Com base nesta pesquisa, concluímos que a terapia gênica pode trazer excelentes perspectivas para portadores de doenças genéticas. Além disso, foi possível observar a quantidade e eficiência dos métodos e sistema de vetores que foram desenvolvidos com o passar do tempo e que possibilitaram a aplicação desta terapia. Em síntese, a terapia gênica também tem levantado diversas discussões éticas e filosóficas que permanecem em debate. Dessa forma, esforços ainda são necessários para que este procedimento ofereça melhoras significativas aos pacientes e possa representar uma prática rotineira e bem-sucedida no futuro. 8. Referências Bibliográficas AUGUSTO.Leonardo. Terapia gênica, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232002000100010>. Acesso em: 31de março de 2020. BRUNET, KarinaSchuch. ENGENHARIA GENÉTICA: IMPLICAÇÕES ÉTICAS E JURÍDICAS. 2012. Disponível em: <https://brunet.adv.br/wp- content/uploads/2012/05/EngenhariaGenética.pdf.>. Acesso em: 06 de abril de 2020. COSTA, Bruno et al. Terapia genica. 2018. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/54869456/terapia-genica>. Acesso em: 07 abr. 2020. EXAME. Terapias genéticas deram passo gigante em 2019. 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