Buscar

atividade descursiva2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Sendo a educação responsável pela formação do sujeito em sua totalidade, ela deve propiciar fundamentos que levem esses sujeitos a querer mudar, transformar seu contexto social em beneficio da sociedade. Sobre isso, Friedrich Froebel diz que: 
“A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os
seus poderes funcionando com harmonia e completa, em relação à natureza e à sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal” (FROEBEL, 2001, pág. 58)
É nessa perspectiva que idéias transformadoras na educação estão surgindo em larga escala. Estudantes, pesquisadores e teóricos apostam numa educação de qualidade, que forme um sujeito político e crítico em relação ao seu meio para que se efetue uma sociedade libertada, igualitária e fraterna. Mas como pensar nisso se como dito antes, após tantos anos ainda nos deparamos com uma sociedade repleta de valores impregnados há séculos atrás. Para se pensar em uma sociedade justa e igualitária, devemos pensar em igualdade das oportunidades, em propiciar a todos os membros da comunidade os mesmo direitos comuns aos indivíduos.
Atualmente, abriu-se varias discussões sobre minorias que se encontra excluídas da vida social. Nesses discursos mostra-se a importância de resgatar esses indivíduos excluídos para a vida na sociedade e dar-lhes participação ativa nela. Segundo Paulo Freire:
“A violência dos opressores que os faz também desumanizados, não instaura uma outra vocação – a do ser menos. Como distorção do ser mais, o ser menos leva os oprimidos, cedo ou tarde, a lutar contra quem os fez menos. E esta luta somente tem sentido quando os oprimidos, ao buscar recuperar sua humanidade, que é uma forma de criá-la, não se sentem idealistamente opressores, nem se tornam, de fato, opressores dos opressores, mas restauradores da humanidade em ambos. E ai está a grande tarefa humanista e histórica dos oprimidos – libertar-se a si e aos opressores.” (FREIRE, 2008, pág. 30)
Mas como falar em uma educação que preze pela formação de um ser político, ativo na sociedade, se as escolas, que deveriam ser o lugar propício para essa formação, acabam se tornando uma agente percussora de ideologias que vão contra essa idéia?
O Brasil sempre mostrou, desde sua descoberta, um acentuado quadro de desigualdade social. Diante dos estudos feitos sobre o passado desse território, percebe-se que ele nunca foi referência no que se refere a igualdade de oportunidade, pelo contrário, cresce cada vez mais o quadro de desigualdade e exclusão.
A educação no Brasil passou por diversas rupturas até chegar ao que é hoje em dia. A primeira se dá mesmo com a chegada dos portugueses no Brasil, que propagou sua cultura de tal forma que acabou por destruir quase toda cultura indígena que já existia no território. Desde o Brasil colônia que a educação brasileira contém traços da cultura portuguesa. Assim como muitos outros aspectos, como a cultura, a economia, e a política, e educação no Brasil - Colônia era mantida e organizada de acordo com as necessidades portuguesas.
Atualmente, o Brasil é classificado como uma sociedade em transição em educação e mudança. Igualmente aqui ocorre a instalação da democratização fundamental, o que acarreta a exigência popular por uma crescente participação social.
A educação, peça fundamental para que aconteça tal mudança deve transcender o campo da ingenuidade e ir para o campo da criticidade. É preciso que tal educação leve o homem a fundar, de modo reflexivo, o seu pensamento, situando-se no contexto de seu enraizamento espaço-temporal, condição necessária para que o indivíduo intensifique o seu compromisso com sua realidade. É preciso fazer valer a posição do homem como sujeito da realidade, levando-o a intervir nela.
Porém, essa condição da escola não é refletida em sua prática, pois quando olhamos o cenário atual da educação brasileira, vemos um grande quadro de fracasso escolar, e a grande parte desse fracasso se dá na educação básica, e, principalmente, na questão da leitura e escrita.
Os quadros apontam para um acentuado número de analfabeto no país, mas percebe-se que a situação real ainda é mais alarmante, pois não se pode considerar alfabetizado o sujeito que codifica e não interpreta o que ler e escreve, e no Brasil esses casos são inúmeros.
Não dá para se falar em progresso nacional, quando os sujeitos dessa sociedade não dominam as competências básicas para exercer sua autonomia e criticidade, que são a leitura e escrita, onde o sujeito pode ler e interpretar sua realidade, permitindo-se criar condições favoráveis para mudá-las, pensando no bem comum.
Paulo Freire enfatiza bem isso em suas obras, quando diz que as capacidades de agir e refletir são dois elementos basilares na formação do sujeito. Para Freire, o ato de refletir está ligado à capacidade do indivíduo de transpor limites impostos a ele. É não estar inserido passivamente no mundo, cabendo-lhe a possibilidade de, por meio do distanciamento, admirar o cenário que o abriga, conseguindo ir além do contexto em que vive.
Neste sentido, a educação tem a finalidade de formar sujeitos pensantes e propiciar o bem coletivo, visando a evolução da espécie de maneira conjunta e pertinente, mas é visto que atualmente, essa finalidade é pouco alcançada. Primeiramente, é preciso rever práticas de ensino no que diz respeito a inserção do aluno no mundo das palavras, ou seja, na formação do sujeito que lê e escreve.
A escrita pode ser considerada uma representação da linguagem, e é ferramenta indispensável para a boa formação do cidadão atualmente. Não da pra se falar em um sujeito completo sem que ele não domine as práticas de leitura e escrita com pertinência.
A aquisição da leitura e escrita é fundamental para que haja certa igualdade entre os homens, onde esses se compreendem e buscam juntos soluções eficientes para sua realidade. Partindo disso, é preciso que a escola considere essa aquisição como algo primordial, que merece profundas reflexões, buscando melhorias nesse processo.
Inicialmente, é imprescindível retomar o conceito de alfabetização, levando-se em conta que essa conceituação tem sido pontuada por diferentes análises e enfoques, privilegiando, em alguns casos, a abordagem mecânica do processo de aquisição da escrita.
Magda Soares, porém, pontua que a alfabetização é mais do que essa abordagem, onde a criança aprende a escrever num processo de interação/ação com a língua escrita, construindo e testando hipóteses sobre a relação fala/escrita:
Consideremos a interferência desses dois fatores – a influência das ciências lingüísticas e a concepção psicogenética da aprendizagem da escrita – em duas faces do processo ensino e aprendizagem da língua escrita, aqui destacadas para fins de melhor clareza da exposição, já que não representam momentos sucessivos, mas contemporâneos, não são processos independentes, mas inseparáveis: uma face é a aquisição do sistema de escrita [...]; a outra face é a “utilização” do sistema de escrita para interação social, isto é, o desenvolvimento de habilidades de produzir textos. (Soares, 1999, Pág. 52)
Os processos que envolvem a aquisição da leitura e da escrita é o tema discutido por Emília Ferreiro e Ana Teberosky, em sua obra “Psicogênese da Língua Escrita”, as autoras trazem uma análise dos métodos como ocorrem essa aquisição. Segundo Ferreiro e Teberosky, a criança passa por quatro estágios evolutivos durante o processo de alfabetização, são eles: pré-silábico, onde a criança não faz distinção entre o que é escrita e desenho; silábico, que inicia-se com a fonetização da escrita, pois a criança começa a perceber correspondência entre a palavra escrita e a fala; silábico-alfabético, que é um período de transição, onde a criança desenvolve simultaneamente seu raciocínio entre o estágio anterior e o próximo; e o alfabético, onde a criança já consegue compreender aestrutura lógica da escrita e da leitura.
É válido ressaltar que esses níveis de alfabetização podem variar em crianças da mesma idade, sendo assim, numa sala de aula, as crianças podem se apresentar em níveis diferentes, mesmo com idades semelhantes.
Com a divulgação das pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita, de Ferreiro e Teberosky, o enfoque construtivista tornou-se, sem dúvida, um dos mais influentes na elaboração de novas propostas de alfabetização, pois de revelou a evolução conceitual por que passam as crianças até compreenderem como funciona o nosso sistema de escrita, além de tratar ideias de que ler e escrever são atividades comunicativas e que devem, portanto, ocorrer através de textos reais onde o leitor ou escritor lança mão de seus conhecimentos da língua por se tratar de uma estrutura integrada, na qual os aspectos sintáticos, semânticos e fonológicos interagem para que se possa atribuir significado ao que está graficamente representado nos textos escritos.
Segundo as autoras, o processo de alfabetização começa antes da criança chegar à escola, quando a criança entra em contato e interage  com a língua escrita:
Há crianças que chegam a escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas ou importantes. Essas são as que terminam de alfabetizar-se na escola, mas começaram a alfabetizar-se muito antes, através da possibilidade de entram em contato, de interagir com a língua escrita. (Pág. 37)
No processo de alfabetização escolar, os alunos passam por problemas variados, como por exemplo: entender que existem regras ortográficas e que não se escreve como se fala; compreender que uma letra só pode formar uma palavra; separar as palavras; aceitar encontro vocálicos, dentre outros. Assim o professor deve estimular e criar situações que levem os alunos a sair de sua zona de desenvolvimento real e desenvolva suas potencialidades, através de uma prática pedagógica que tenha em vista essa conseqüência.
Segundo Ferreiro e Teberosky, “nenhuma prática pedagógica é neutra. Todas estão apoiadas em certo modo de conceber o processo de aprendizagem e o objeto dessa aprendizagem”. A questão do método é preocupação de muitos professores. Há atualmente, uma vasta discussão sobre os dois tipos fundamentais de métodos: o sintético e o analítico:
O método sintético preserva a correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia. O que se destaca nesse método é o processo que consiste em partir das partes para o todo, sendo as letras os elementos mínimos da escrita. O método analítico insiste no reconhecimento global das palavras ou orações, a análise dos correspondentes se faz posteriormente. (Pág. 45)
O fato é que existem práticas que levam a criança às convicções de que o conhecimento é algo que os outros possuem e que só se pode adquirir da boca destes, deixando assim de ser participante da construção. Algumas práticas levam a pensar que aquilo que existe para conhecer já foi estabelecido, como um conjunto de coisas fechadas que não podem se modificar. E há práticas que levam o sujeito a ficar sem participar do conhecimento, como espectador ou receptor daquilo que o professor ensina. Todavia, existem práticas que libertam os indivíduos rumo a busca pelo seu próprio conhecimento.
A escola, como instituição pública que deve servir ao bem coletivo, deve então, propor condições para que os sujeitos que passam por ela sejam sujeito livres, capazes de pensar o bem coletivo e propor políticas que baseiam-se na possibilidade dos seres humanos regerem coletivamente a sobrevivência da sociedade. Porém, a realidade não aponta para a efetivação dessa prática, muitas vezes, a escola assume um caráter totalmente contrário a este.
Essa falha da escola implica diretamente na formação da sociedade existente, onde seus indivíduos perderam a capacidade de pensar o coletivo e se encontram focados no bem pessoal, o que leva a maior propagação da desigualdade, e como uma “bola-de-neve”, o problema não se resolve e só aumenta.
A escola precisa, então, rever alguns conceitos e tentar mudar esse quadro para que haja uma mudança nessa realidade, e a educação possa cumprir seu principal papel que é garantir a formação plena do educando, levando-o a transformar o meio em que vive e mudar a sociedade como um todo.
Trabalhar nessa perspectiva da complexidade do ser humano se apresenta como um desafio dos mais grandiosos para o engajamento da escola para a construção do cidadão pleno. Entretanto, as possibilidades de concretizar-se um trabalho de qualidade, deve permitir que se pense o aluno-sujeito capaz de intervir na sociedade, e construir sua própria história com discernimento e criticidade.
Pensando nisso, a escola deve pensar a alfabetização como processo dinâmico, como construção social, fundada nos diferentes modos de participação das crianças nas praticas culturais de uso da escrita, transcendendo a visão linear, fragmentada e descontextualizada presente nas salas de aula onde se ensina/aprende a ler e a escrever. Oliveira, acerca dessa questão, destaca que:
Por isso, é de fundamental importância que, desde o início, a alfabetização se dê num contexto de interação pela escrita. Por razões idênticas, deveria ser banida da prática alfabetizadora todo e qualquer discurso(texto, frase, palavra, “exercício”) que não esteja relacionada com a vida real ou o imaginário das crianças, ou em outras palavras, que não esteja por elas carregada de sentido. (Oliveira, 1998, Pág. 70-71)
A educação deve ser o processo que assegure a formação e o desenvolvimento físico, intelectual e moral do ser humano, para que ele possa almejar uma sociedade mais justa, igualitária e sem tantas divergências. Para Morin:
A educação deve favorecer a aptidão natural da mente em formular e resolver problemas essenciais e, de forma correlata, estimular o uso total da inteligência geral. Este uso total pede o livre exercício da curiosidade, a faculdade mais expandida e a mais viva durante a infância e a adolescência, que com freqüência a instrução extingue e que, ao contrário, se trata de estimular ou, caso esteja adormecida, de despertar. (MORIN, 2000.)
A escola precisa reconhecer essas características em suas de práticas educativas, onde os educadores possam abrir espaços para manifestações que possibilitam o trabalho com as diferenças, o exercício da imaginação, a auto-expressão, a descoberta e a invenção, novas experiências perceptivas, experimentação da pluralidade, multiplicidade e diversidade de valores, sentido e intenções. Para Aranha (1996):
A educação designa o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, físico, espiritual, estético e afetivo existente em cada ser humano. A educação diz respeito à influência intencional e sistemática sobre o ser humano, com o propósito de formá-lo e desenvolvê-lo em uma sociedade, a fim de conservar e transmitir a existência coletiva. A educação mantém viva a memória de um povo e dá condições para sua sobrevivência. (ARANHA, 1996)
A sociedade moderna não permite mais que se tenha uma concepção de aula voltada para a decoração, hoje, se faz necessário a formação de seres críticos e reflexivos, que sejam capazes de pensar a sociedade em que estão inseridos, e transformá-la de forma que propicie o bem comum. A educação, então, é o processo que deve garantir essa formação, e para isso, as práticas pedagógicas exercidas pelos professores devem ser planejadas pensando em conseguir atender essas novas demandas.
Ao professor, cabe condicionar e aplicar, em momentos oportunos, dinâmicas e atividades lúdicas sem roubar a independência da criança para fazer escolhas. A criança não pode ser “castrada” pelo ponto de vista do professor. Partindo disso, percebe-se a necessidade do educador, primeiramente, se colocar no lugar da criança, para entender seus gostos, anseios, sonhos, e passar a perceber que antes de qualquer outra coisa, ela é um ser humano. Por isso, o papel do educador é buscar possibilidades para o desenvolvimento do sujeito, e aescola deve ser o local privilegiado para promover esse desenvolvimento.
Ao se tratar da alfabetização, o professor precisa ainda mais internalizar-se como educador, de modo que consiga desmistificar o papel da aquisição da leitura e escrita como mera repetição de palavras, e mostrar sua finalidade real na sociedade atual.
Não da para se pensar num mundo onde a alfabetização junto com o letramento não seja prioridade no ensino, pois sabe-se que a linguagem está em tudo,em todo contexto, seu ensino é primordial.
A busca de novas possibilidades para aperfeiçoar a aprendizagem do aluno é o papel fundamental de todo bom professor. É preciso ir além do previsto para se alcançar plenitude no trabalho que ele valoriza. Na alfabetização não pode ser diferente, a constante atualização da práxis pedagógica é o que surte efeito nos resultados do desenvolvimento do sujeito.

Continue navegando