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MORFOSSINTAXE
Nádia Castro
Frase, período e oração: 
gramática tradicional e 
abordagem gerativista
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Classificar frase, período e oração.
 � Comparar as abordagens tradicional e gerativista da gramática.
 � Identificar cada segmento da oração por meio de exemplos.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar algumas temáticas introdutórias referentes 
à morfossintaxe. Nesse contexto, realiza-se uma análise conjunta dos 
aspectos morfológicos e sintáticos da língua portuguesa. Portanto, você 
vai conhecer e classificar frase, oração e período; em seguida, reforçar os 
seus conhecimentos sobre as diferenças entre a abordagem tradicional 
e gerativista da gramática. Para este estudo, serão analisados exemplos 
com o objetivo de identificar cada segmento da oração.
Lembre-se de que a linguagem é um sistema composto de signos, 
os quais são utilizados para o estabelecimento da comunicação. O seu 
aparecimento e o seu desenvolvimento estão diretamente relacionados 
com a necessidade que os seres humanos têm de comunicar-se. Dessa 
forma, é possível afirmar que a linguagem é fruto de aprendizagem social 
e também reflexo da cultura de determinada comunidade. Portanto, o 
seu domínio é relevante para a inserção dos indivíduos na sociedade.
Frase, oração e período
Para compreender as diferenças entre frase, oração e período, é preciso pes-
quisar. Isso mesmo! Estudar a formação de frases e orações compreensíveis 
e aceitas na língua portuguesa pressupõe pesquisa e leitura. Pense: qual a 
diferença entre oração e frase? O que é um período? E quanto às suas frases, 
todas as formações evidenciam sujeito, verbo e complemento? Você utiliza 
períodos muito extensos? Já pensou que frases mais curtas podem simplificar 
a escrita e tornar a comunicação mais clara e precisa? Você conhece alguém 
que não consegue terminar as suas frases (no nível da fala), ou seja, começa 
a expor o pensamento e antes de chegar ao final já inicia outro pensamento, 
e assim por diante?
Estas e outras perguntas são respondidas pelo conhecimento da frase, da 
oração e do período. Então, vamos conhecer as especificidades de cada uma 
dessas estruturas.
Frase
A frase pode ser qualificada como a estrutura mais abrangente. Ela representa 
um trecho do enunciado, um fragmento da fala, uma expressão, a divisão 
mais elementar do discurso. Pode-se afirmar que a frase é a menor unidade 
do discurso com capacidade para transmitir uma mensagem. Mas não é toda 
construção frasal que apresenta autossuficiência para a transmissão completa 
de uma mensagem (BECHARA, 2010). 
Tanto na linguagem oral como na escrita, o significado da construção 
frasal pode depender de outros fatores. Por exemplo, algo dito (ou escrito) 
anteriormente; ou mesmo por questão de influência do contexto e dos dados 
exteriores que ele evidencia. Dessa forma, a frase pode ser composta de 
apenas uma palavra:
Socorro!
Definida como uma enunciação com sentido completo, não há necessidade 
de presença de verbo. Portanto, representa a verdadeira unidade da fala. Mas 
várias palavras também podem compor uma frase.
A excursão durou cerca de 1 hora.
A presença do verbo, no entanto, não é obrigatória. Lembre-se disso!
Que frio!
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista2
Por fim, é importante destacar que a frase sempre é acompanhada de 
melodia de entonação particular. Mas o que seria isso? A melodia caracteriza 
o fim da enunciação. As frases organizadas com verbo, em geral, anunciam 
uma pausa forte. Agora, se a frase não apresenta verbo, é exatamente a melodia 
a única a marcá-la e possibilitar o seu reconhecimento.
Oração
A oração é uma unidade marcada por um verbo. Esta é a primeira informação 
que você precisa ter em mente para poder diferenciar e classificar as estru-
turas de forma correta. A oração é uma unidade linguística com objetivo de 
expressar um conceito sobre um sujeito. Na maioria das ocorrências, apresenta 
um nome (substantivo) a que se refere e com o qual concorda o verbo. Dessa 
forma, constitui-se a estrutura binária sujeito + predicado (BECHARA, 2010).
Quando têm sentido completo, as orações (que integram um período) são 
denominadas orações independentes. Exemplo:
Cheguei, vi e retornei.
Já na estrutura Embora o jornal tenha chegado às sete horas da manhã, 
não pude lê-lo, temos um período composto por subordinação. Ou seja, uma 
oração principal (não pude lê-lo) e uma oração subordinada adverbial conces-
siva (embora o jornal tenha chegado às sete horas da manhã).
É importante conhecer as expansões das orações, o que pode acontecer por 
subordinação, por exemplo. Nesses casos, a oração exerce funções de sujeito, 
objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e 
aposto. Assim sendo, desempenham a mesma função de um substantivo na 
estrutura das frases. A oração, portanto, é uma unidade linguística com objetivo 
de expressar um conceito sobre um sujeito.
A relação é direta. Observe:
 � Se desempenhar função de substantivo, a oração será subordinada substantiva.
 � Se desempenhar função de adjetivo, a oração será subordinada adjetiva.
 � Se desempenhar a função circunstancial, será subordinada adverbial.
3Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista
As orações ainda podem assumir três aspectos: desenvolvida, reduzida 
ou justaposta. A oração desenvolvida traz o verbo em sua forma finita e, 
assim, é introduzida ou por conjunção ou por pronome relativo. As orações 
reduzidas, no entanto, trazem o verbo em suas formas nominais. São elas: 
infinitivo, particípio ou gerúndio. As orações justapostas, por fim, são orações 
independentes.
A habilidade redacional resulta, portanto, do treinamento constante de 
quem escreve, no sentido de desenvolver várias formas para as mesmas cir-
cunstâncias. O exercício está em enunciar (falar ou escrever) de modos variados 
uma mesma frase, como:
Quando o vendedor chega, começa logo a trabalhar.
Ao chegar, o vendedor começa logo a trabalhar.
Chegando, o vendedor começa logo a trabalhar.
Chegado o vendedor, começa logo a trabalhar. (esta construção é pouco 
utilizada, mas não está incorreta do ponto de vista da gramática normativa 
da língua portuguesa)
O importante no conhecimento dessas classificações está na compreensão de 
que as palavras não estão apenas jogadas sem sentido dentro das orações. Pelo 
contrário, exigem, inclusive, para o entendimento, pontuação que demarque a 
localização correta dos elementos dentro da estrutura das orações.
Quando enunciada uma oração, apenas é possível entendimento do sentido 
se os interlocutores forem capazes de perceber os sentidos e de estabelecer as 
relações dentro das quais estão encaixadas as palavras. Nesse contexto, tanto 
falar como interpretar pressupõem o conhecimento intuitivo de todos os que 
participam do processo de comunicação (os falantes) bem como o domínio 
da estrutura sintática das orações. Mas você pode estar se perguntando: que 
sentido há em estudar algo que já conhecemos? Há muitas vantagens nesse 
aprofundamento. Por exemplo, ter consciência dos mecanismos utilizados 
inconscientemente e ampliar o controle que temos sobre eles. Outra vantagem é 
que, com esse controle, aumentamos a versatilidade no uso desses mecanismos, 
ou seja, possibilitamos riqueza comunicativa a partir de múltiplas opções. 
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista4
Pense, por fim, na tarefa de escrita de um texto. Exatamente! Quanto mais 
conhecemos as variedades, maiores serão as chances de sucesso no processo 
de escrita. São inúmeras opções para escrever com coesão, coerência e autoria 
uma vez que afastamos o texto da escrita comum.
Período
O período é constituído por mais de uma oração. Portanto, é a estrutura sin-
tática formada por uma oração básica acrescida de expansões oracionais. O 
período é o enunciado de sentido pleno, constituídopor uma ou mais orações. 
Ele é marcado por uma pausa bem definida, na fala; e, por ponto (final, de 
exclamação, de interrogação, reticências, dois-pontos etc.), na escrita. 
O período pode ser simples ou composto. O primeiro tipo é formado de 
uma só oração denominada absoluta. Observe o exemplo:
O jornal chegou às sete horas da manhã.
O período composto, por sua vez, é constituído por mais de uma oração. 
Veja o exemplo:
Cheguei, vi e retornei.
Frase
Nominal Oracional
Sem verbo Com verbo
5Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista
Período
Frase oracional
Simples Composta
Oração
absoluta
Coordenação Subordinação Coordenação
e subordinação
Abordagens tradicional e gerativista da 
gramática 
Você já pensou na Linguística como uma ciência? Pense nos físicos que se 
ocupam de fenômenos do mundo natural. Pois então, esses estudiosos delimitam 
os seus campos de estudo, pois não podem dar conta de todos os fenômenos 
do mundo. Certo? O que eles precisam é delimitar o seu objeto de estudo. 
Dessa forma, são encontrados físicos que estudam os fenômenos mecânicos; 
outros pesquisam sobre eletricidade e alguns que investigam os elementos 
magnéticos. Com a Linguística não é diferente. A quantidade de fenômenos 
que o termo Linguística abrange é extenso. Portanto, é necessário restringi-la. 
Nesse contexto, emergem duas abordagens de gramática: a tradicional e 
a gerativa, centradas no estudo do funcionamento da língua. Conforme na 
Física, também na Linguística esperamos ser capazes de realizar observações 
atentas e acuradas de forma objetiva e imparcial. Estamos, portanto, falando 
da construção de uma teoria científica da organização sintática das sentenças. 
Vamos conhecer cada umas das abordagens nas linhas a seguir. 
Abordagem tradicional
Vamos começar com o conceito de gramática tradicional (GT). Você já parou 
para pensar no que ele significa? Não pense apenas em um livro grosso e 
cheio de regras difíceis de traduzir. Visualize como uma fonte de consulta que 
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista6
possibilita um entendimento mais reflexivo das regras do bem falar e escrever. 
Assim, ela tem um caráter mais prescritivo e não abrange o que chamamos de 
variedade vocabular, exatamente porque o seu objetivo é padronizar a língua 
escrita. Por exemplo, na produção de documentos oficiais, é necessário seguir 
um padrão de escrita, este é então regido pela GT. Mas não se equivoque 
afirmando que as pessoas falam errado em determinados lugares do país pois 
não seguem, na fala, o que está prescrito na GT. Atenção: a língua falada é 
plural e permite a variação. 
A forma pronominal você (pronome de segunda pessoa do singular), por 
exemplo, não aparece registrada como pronome na gramática tradicional. 
Mas esta forma está na fala de muitos brasileiros, de acordo com a região 
do país. Isso não significa que está errado falar você. O que a gramática 
tradicional aponta são regras de escrita, padronizadas com o sentido de faci-
litar a comunicação, exatamente por apresentar uma forma escrita comum. 
Independentemente das variações linguísticas (de acordo com local, tempo 
e contexto histórico), a apropriação das formas padronizadas possibilita o 
entendimento compartilhado das informações.
Esta gramática é aquela que estudamos na escola. Classificada como 
normativa ou prescritiva, descreve apenas a língua isolada das variações 
linguísticas. Dessa forma, com base na observação, os gramáticos explicam 
o funcionamento objetivo da língua. Assim, a GT, na maioria das vezes, 
apresenta as seguintes seções: 
 � Oração simples, seus termos e representantes gramaticais.
 � As unidades do enunciado: formas e empregos.
 � Orações complexas e grupos oracionais.
 � Concordância, regência e colocação.
 � Estrutura das unidades.
 � Fonemas: valores e representações. 
 � Ortografia.
 � Para além da gramática (estilística, prosa e poesia, textualidade, oratória, 
entre outros temas).
Este é apenas um exemplo de estrutura da GT. Diferentes gramáticos 
estruturam de diferentes formas as seções da escrita das regras que regem a 
gramática tradicional da língua portuguesa. Procure observar a organização 
de diferentes gramáticas.
7Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista
Para saber mais sobre as seções que compõem a GT, pesquise o sumário de algu-
mas gramáticas para identificar as diferenças e as semelhanças. Alguns autores são 
consagrados:
 � Evanildo Bechara
 � Domingos Paschoal Cegalla
 � José Carlos de Azeredo
 � Madalena Parisi Duarte
Abordagem gerativista
Diferentemente da abordagem tradicional, a gramática gerativa apresenta 
um modelo teórico que tem como desafio propor uma série de reflexões as 
quais contestam a prescrição, a normatização, a noção de erro e acerto. Para 
a escola gerativista, a GT tem deficiências, pois não considera as variações 
da língua e não é explícita. Qualquer teoria reivindicada por ela necessita 
de uma metalinguagem para que seja possível falar em termos abstratos dos 
fenômenos estudados. 
Observe o exemplo do você (pronome de segunda pessoa do singular). 
Este não é reconhecido como forma pronominal pela GT. Mas pense no cê. 
Forma reduzida de você e recorrente em regiões do Brasil. Este não aparece 
em hipótese alguma como registro pela GT. No entanto, qualquer falante nativo 
do português brasileiro é capaz de reconhecer sentenças como:
Você viu João sair?
Cê viu João sair?
Tu viu João sair?
Tu viste João sair?
Mas por que os falantes reconhecem as variações apresentadas nas frases 
anteriores sem que ninguém tenha ensinado? A abordagem gerativista amplia 
para uma visão de gramática internalizada, ou seja, um conjunto de saberes 
que estão internalizados nos indivíduos. Assim, para os gramáticos tradicio-
nais, a sentença 4 é gramatical, uma vez que é formada segundo a gramática 
do português brasileiro; mas as sentenças 1, 2 e 3 são agramaticais. Com a 
abordagem gerativista, abandona-se a palavra gramática no entendimento 
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista8
da GT. No contexto gerativo, gramática tem a ver com o conhecimento que 
o falante tem de sua língua materna, independentemente de ter tido ou não 
aulas de português em algum momento da sua trajetória de estudos. Pense 
nos indivíduos analfabetos: para eles, o domínio da escrita é um desafio a 
ser superado, mas a comunicação verbal, não, pois eles possuem saberes 
internalizados. Este é um conhecimento inconsciente e não possibilita lugar 
para a definição limitante de certo e errado.
Observe esse exemplo:
A Maria viu ele no cinema.
A Maria viu-o no cinema.
De acordo com a GT, a primeira sentença estaria errada, uma vez que não 
pertence à norma culta. Conforme os gramáticos tradicionais e as normas, 
o objeto direto só pode ser realizado por um pronome oblíquo átono. Este 
exemplo é o que está presente na segunda frase. Agora, pense: esta construção 
frasal faz parte da fala cotidiana dos falantes de língua portuguesa? Alguns 
a utilizam, mas podemos afirmar que um número muito maior de falantes 
utiliza a primeira construção na língua falada. 
Para a gramática gerativa, a competência é fator determinante, ou seja, 
o conhecimento que o falante tem e que permite decidir se a sentença é gra-
matical ou não. Quando o falante exercita essa competência para produzir as 
sentenças que fala, o resultado é o que chamamos de desempenho. Portanto, 
para a teoria gerativa, o necessário é descrever e explicar a competência 
linguística dos falantes, explicando, também, os mecanismos gramaticais que 
estão subordinados a ela.
Para a abordagem gerativa, as línguas naturais são um dote do ser humano, 
e apenas dele. Nenhum outro animal se comunica como os seres humanos. 
Portanto, os gerativistas indicam ser plausível supor que a capacidade de falar 
uma língua tem conexão direta com o aparato genético da espécie humana e 
isso a distingue de todas as outras.Elaborada por Noam Chomsky no final da década de 1950 e apresentada nos 
anos 1980, o primeiro modelo de gramática gerativa aborda os princípios e os 
parâmetros. Ou seja, o autor elabora uma reflexão sobre aspectos linguísticos 
que abrangem a criatividade do falante, a capacidade que ele tem de emitir e 
de compreender as frases, independentemente das estruturas normatizadas 
pela gramática tradicional. Dessa forma, os gerativistas percebem o sistema 
como finito, mas passível de infinitas frases gramaticais. 
9Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista
Mas você pode estar se perguntando: existiriam regras nessa forma de 
estruturação da língua? Ótima pergunta! As frases, nesse campo de estudo, 
seguiriam regras que definem as sequências das palavras, e na individualidade 
de cada um dos falantes se apresentariam as regras internalizadas. Assim, 
cada um tem competência linguística para fazer uso da língua de acordo com 
arranjos diferentes e seguindo suas particularidades.
Por meio da sintaxe, da semântica e da fonologia, a gramática gerativa pode 
ser analisada. O componente sintático evidencia regras de formação de frases; 
o semântico está relacionado com a interpretação e o fonológico sistematiza 
as regras que formam as frases de acordo com a sequência de sons.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre gramática gerativa, desenvolva a leitura 
do livro Novo manual de sintaxe, de Mioto e Lopes (2005). 
Segmentos da oração e exemplos
Após a reflexão sobre as diferenças entre a abordagem gerativa e tradicional, 
vamos retornar para a análise das orações. Vamos, nesta etapa, conhecer cada 
segmento da oração, a partir da análise de alguns exemplos.
 � Sujeito explícito: 
Sujeito Predicado
 Jonas deu um chocolate para a neta.
Sem presença de verbo não temos oração. Logo: nesta oração, temos a 
presença do verbo (dar) e o sujeito (Jonas) é o referente da oração. O predicado 
é a complementação relacionada a ele (quem? deu um chocolate para a neta: 
Jonas). Conhecido o sujeito, ele não precisa ser explícito:
Vieram com os pais.
(Eles) vieram com os pais.
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista10
Os sujeitos das orações podem ser simples ou compostos. O simples tem 
apenas um núcleo, enquanto o composto apresenta mais de um. Observe:
Joice anda muito no trabalho. (Joice é sujeito simples)
Daniel e Jacir estudaram a gramática gerativa. (Daniel e Jacir representam 
dois núcleos, logo, temos sujeito composto)
As orações com sujeito indeterminado não apresentam uma unidade lin-
guística para ocupar o espaço do sujeito na frase. Observe:
Estão batendo à porta.
Precisa-se de empregados.
O predicado, no entanto, pode ser simples ou complexo. O tipo simples 
é percebido pela natureza semântico-sintática do verbo que se encerra nele 
mesmo.
Jesiel dorme.
Chove.
Agora, se a significação do verbo for mais ampla, é necessário delimitá-la.
Ana vendeu
um casaco.
uma casa.
vestidos.
Nestes exemplos, é necessário delimitar a coisa vendida. Este recebe o 
nome de complemento verbal. Neste caso, o predicado é complexo.
Os verbos que integram as orações podem ser intransitivos os transitivos. 
Aquele que não exige complemento verbal é denominado intransitivo: dorme, 
caminha, desce, chove etc.
Clara dorme o sono dos inocentes.
Cláudia compra no supermercado. (no sentido de faz compras e não 
compra isso ou aquilo)
11Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista
Nestes empregos, o verbo altera um pouco o seu significado. Portanto, é 
preciso ter atenção, pois é o emprego na oração que assinala se o verbo aparece 
como intransitivo ou transitivo.
O complemento verbal não introduzido por preposição é denominado 
objeto direto.
Eduardo viu a tia.
 Sujeito verbo objeto direto
Ao complemento verbal introduzido por preposição necessária, conferimos 
o nome de objeto indireto.
 Aline gosta de Teresópolis.
Sujeito verbo objeto indireto
Outro tipo de complemento verbal é o predicativo. Ele delimita a natureza 
semântico-sintática de um número reduzido de verbos: ser, estar, ficar, pa-
recer, permanecer e alguns outros. Estes tipos de verbos são denominados 
verbos de ligação.
Brasília é a capital.
Minha casa é aquela.
Chama-se adjunto o termo sintático não obrigatório. Ele tem a função de 
ampliar a informação e o conhecimento sobre o núcleo que integra o sujeito 
e o predicado.
Mamãe é jovem.
Nesta frase, mamãe funciona como sujeito que está constituído por um 
núcleo substantivo, passível de ser expandido.
A minha mãe é jovem.
A minha querida mamãe é jovem.
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista12
O predicativo “é jovem” também pode ser expandido, pois seu núcleo é 
um adjetivo.
A minha querida mamãe é a mais jovem.
A expansão do núcleo substantivo chama-se adjunto adnominal. Este pode 
ser representado por um adjetivo, uma locução adjetiva ou uma unidade equi-
valente. No entanto, a expansão do núcleo pode ocorrer mediante a presença de 
adjunto adverbial, representado por um advérbio ou uma expressão equivalente.
Jarbas estudou muito.
Marcelo chegou cedo.
Quando há formas nominais do verbo, temos a presença dos complementos 
nominais.
O jogador mostrou-se responsável pela situação.
Ele é um jovem desejoso de sucesso.
Nestes exemplos, os termos preposicionados funcionam como complemento 
nominal dos adjetivos e dos advérbios.
Outro termo para a expansão do núcleo é o aposto. 
Meu tio, irmão de minha mãe, chega hoje em São Paulo.
Por fim, neste exemplo, temos a presença de um termo de natureza subs-
tantiva (irmão de minha mãe) que é utilizado para explicar ou explicitar outro 
termo de natureza substantiva.
Para ampliar os seus conhecimentos e aperfeiçoar a sua habilidade de 
comunicação escrita e falada, é necessário o estudo das estruturas que confi-
guram a língua portuguesa. Lembre-se de que comunicação é um diferencial. 
Quanto mais dominamos a nossa língua, mais facilmente nos ambientamos 
em diferentes contextos.
13Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista
BECHARA, E. Gramática escolar da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fron-
teira, 2010.
Leituras recomendadas
BECHARA, E. Lições de Português pela análise sintática. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2014.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 2. ed. 
Brasília, 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.
htm>. Acesso em: 29 nov. 2018.
CAMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. 34. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
CARONE, F. B. Morfossintaxe. 7. ed. São Paulo: Ática, 1998. 
MIOTO, C.; SILVA, M. C. F.; LOPES, R. E. V. Novo manual de sintaxe. 2. ed. Florianópolis: 
Insular, 2005.
VOCABULÁRIO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA. Busca no vocabulário. 2009. 
Disponível em: <http://www.academia.org.br/nossa-lingua/busca-no-vocabulario>. 
Acesso em: 29 nov. 2018.
Referência
Frase, período e oração: gramática tradicional e abordagem gerativista14
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