Buscar

OSTEOTECNICAS_PARA_LABORATORIOS_DE_ANATO (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

OSTEOTÉCNICAS PARA LABORATÓRIOS DE ANATOMIA
1) Estudo de ossos frescos congelados e conservados em álcool.
	Em caso de disponibilidade de ossos humanos frescos ou de animais o uso destes para demonstrar elementos como medula óssea, periósteo, endósteo, feixe vascular-nervoso e cavidade medular se torna possível. Para tanto basta descarnar o osso com cuidado para não lesionar o periósteo deixando tendões musculares com suas inserções ósseas limpas e no lugar. Para o descarne o uso de bisturis e pinça dente de rato podem dar precisão aos cortes, más com cuidado dobrado para evitar a raspagem no periósteo. O uso de facas para carne com amolação média e muito cuidado são sugeridos para descarnar sem lesionar a camada mais externa, ainda durante o descarne o feixe vascular-nervoso deve ser localizado e preservado dissecando-o e marcando com um cordonê ou linha de sutura, a injeção de látex natural diluído com hidróxido de amônia e colorido com corante vermelho (para artérias) e azul (para veias) podem fornecer boas preparações. O corante utilizado em nossos laboratórios é comprado em casas de serigrafia (Serigraf).
	Uma vez injetados, deve-se esperar por duas horas antes de abrir os ossos com serra elétrica (própria de açougues) ou mesmo uma serra de arco manual. Cortes frontais em ossos longos como o fêmur ou úmero são ideais para explicitar sua estrutura óssea, ossos curtos, irregulares, pneumáticos e planos também podem ser cortados para o estudo da arquitetura óssea em cada caso, cortes transversais também podem ser usados. Ao final da preparação podem ser conservados em álcool comercial 96ºGl com trocas mensais. Cuidado especial com a medula óssea, para que fique no lugar de origem, pode ser tomado se antes de efetuar os cortes os ossos forem congelados o que evita a movimentação da mesma. 
	Uma interessante preparação é realizada simplesmente congelando e cortando um osso de açougue, retirando a medula óssea junto aos alunos com auxílio de curetas ou mesmo colheres pequenas e após ferver o osso em água por alguns minutos para retirar a gordura entranhada na estrutura esponjosa diferenciando os tecidos esponjoso e compacto. Se possível o uso de um osso de animal jovem, as epífises podem ser separadas na metáfise durante a cocção o que favorece a comparação com ossos adultos. A adição de 1% de hipoclorito de sódio na solução em que se está fazendo a cocção nos minutos finais da fervura auxilia a limpeza da peça. Devido aos gases expelidos esta parte final deve ser realizada ao ar livre ou capela com exaustão apropriada. Logo após o fim da fervura o osso deve ser lavado para evitar excessiva perda de massa óssea causada pelo hipoclorito. 
	Em preparações secas de ossos, ou seja sem conservação em solução de álcool, os mesmo devem ser protegidos contra pó e fungos com a aplicação de verniz transparente automotivo (base coat ou de poliéster) ou cloreto de polivinila (pva) utilizando cola branca forte diluída em água a 50%. Após a aplicação aguarda-se o tempo para secar e conserva-se a peça seca em caixa ventilada de plástico (semelhante a caixas de entrega de compras em supermercados). As preparações em álcool devem ser conservadas em caixas impermeáveis e com tampa hermética para evitar a evaporação do álcool, não é necessário o uso de formol para conservação. 
2) Descarne e maceração de esqueletos frescos e de cemitério.
	Geralmente os espécimes humanos e animais em condições perfeitas são preferíveis para a injeção de fixadores e conservação para dissecação. Contudo a produção de esqueletos e ossos para estudo prefere ossos de animais adultos, sem fraturas ou doenças ósseas. Ao chegarem ao laboratório os espécimes devem ser pesados, medidos e fotografados abrindo fichas catalográficas para cada esqueleto. Em seguida o animal é descarnado com bisturi ou faca de descarne removendo o máximo de tecido muscular e gordura sem, no entanto, raspar os ossos com a lâmina para evitar danos aos acidentes ósseos. As vísceras podem ser retiradas e enchidas de solução a 10% de formalina (37%) e guardadas na mesma solução para preservação para estudo. O encéfalo deve ser retirado pelo forame magno, em caso de necessidade de preservação a calota pode ser serrada e o mesmo ser retirado inteiro (vide Técnicas anatômicas; Hildegardo Rodrigues). É preferível um descarne mais moderado que o risco de raspar os delicados acidentes ósseos.
	Antes do esqueleto descarnado ser macerado alguns cuidados facilitaram a montagem final: Amarrar as costelas em ordens em pelo menos um lado com barbante de algodão, introduzir o mesmo fio no canal vertebral preservando a ordem das vértebras enquanto macerarão. Separe os ossos da mão e pé direitos em sacos de nylon usados para embalar laranjas de fácil acesso. Preserve uma mão e pé sem a maceração total enquanto monta o outro lado para facilitar em caso de modelo desconhecido ou não descrito nos atlas de anatomia. 
	A maceração pode ser realizada pela simples colocação dos ossos descarnados em recipiente com água corrente, proteja as saídas com tela para não perder ossos sobrenadantes, e deixado 1 ou 2 meses para a maceração natural em água corrente. Após o 1 mês os ossos são escovados e recolocados na água, é prudente perfurar as epífises por seus ápices com broca média (nº 6 a 8) e a diáfise em seu ponto médio posterior, estes orifícios auxiliaram a gordura da medula óssea ser decomposta. O tempo gasto com esta maceração pode chegar a 6 meses, contudo seus resultados são excelentes, apenas as reclamações referentes ao cheiro incomodam, pode-se evitá-las aumentando o fluxo de água corrente e fazendo limpezas semanais no recipiente de maceração. Ossos macerados assim podem ser simplesmente secos ao sol sobre um tecido absorvente branco e impermeabilizados com os meios descritos no item anterior. Os orifícios de saída da gordura podem ser fechados com acrílico autopolimerizante (de dentista com líquido e pó incolor) misturados em partes iguais obstruindo os furos nas epífises e diáfises.
	Outro método muito utilizado em laboratórios de anatomia é a cocção, ou seja, o cozimento dos ossos em panelões com água. O uso de uma grande colher de madeira e peneiras de aço presas a hastes pode facilitar o exame da maceração que pode durar dias ou horas em função do animal a ser macerado. Os cuidados são: nunca ferver peças ósseas com cartilagens que se quer preservar, supervisionar o tempo inteiro para não queimar os ossos menores por falta d´água, retirar os ossos com luvas apropriadas para calor e escová-los a cada hora para verificar se restos de tendões já se soltaram. Os furos e a secagem são os mesmos da maceração natural.
	O método químico consiste em colocar o esqueleto numa solução de algum agente degradante como: hipoclorito de sódio a 2%, peróxido de hidrogênio PA a 5%, tripsina ou papaína naturais ou processadas industrialmente, em todos os casos a solução digerirá a parte mole dos ossos deixando o tecido rígido. O risco é a degradação do tecido ósseo destruindo acidentes de superfície e diminuindo a densidade mineral resultando em ossos quebradiços e de superfície lisa. Esta maceração retira a gordura pelos furos já mencionados e dispensa o desengorduramento e clareamento posterior.
	Dependendo da cor, manchas de sangue, e grau de gordura aderida no osso os mesmos devem ser desengordurados com algum solvente de gordura. Utilizamos a solução de álcool com éter sulfúrico vendida comercialmente deixando os ossos de molho com os furos ainda abertos por 1 semana, sendo necessário, passamos mais uma vez em solução nova. Esta solução é muito tóxica sendo necessário o uso de capela ou mascara de carvão ativado.
	O clareamento usa apenas solução de peróxido de hidrogênio a 2%, em recipiente hermético, molho que varia de algumas horas a alguns dias devendo ser vigiado de perto no laboratório. No final secagem ao sol e impermeabilização com verniz ou pva. Nunca use verniz de poliuretano ou de madeira, estes materiais amarelam os ossos e mascaram os acidentes ósseos. A montagem dos esqueletosdevem ser aprendidos em curso próprio e específico para tal.
3) Diafanização, desmineralização e calcinação de óssos.
	Para facilitar o estudo de canais ou articulações e demonstrar a composição mineral e proteica de ossos existe uma técnica que o torna transparente ou próximo disto. A diafanização começa com a fixação do osso em formalina a 10% seguida pela desidratação do osso fixado com série crescente de alcoóis, começa-se em 70º e vamos subindo para 80º, 90º e absoluto por três vezes, a cada passagem devemos verificar se a graduação alcoólica estabilizou-se com o alcoômetro, ossos mal desidratados ficam opacos na diafanização. 
	O próximo passo é a imersão da peça em benzol PA, ela começará a ficar castanha e transparente. Após 1 semana a peça deve ser colocada numa solução de salicilato de metila (5 partes) e benzoato de benzila (3 partes) completando a diafanização em algumas semanas. Peças já prontas podem ser conservadas suspensas por linhas transparente de nylon em frascos com glicerina bidestilada trocada anualmente ou ao ficar esbranquiçada. 
	Uma variação desta técnica é a coloração com solução alcoólica de alizarina azul ou vermelha da porção óssea antes do benzol em ossos e preparados de animais jovens, as cartilagens ficam sem coloração e de fácil visualização. A solução de alizarina red a 0,1% deve ser acrescentada no álcool 90º e deixe por quinze dias, continue desidratando a peça em álcool 90º e absoluto e proceda como na técnica descrita. Temos diversas variáveis destas técnicas e para mais informações consulte Rodrigues, 2010.
Uma técnica para demonstrar as partes minerais e proteicas dos ossos é a desmineralizaçao ou popularmente chamada de descalcificação. Esta é conseguida com a imersão do osso em solução aquosa de acido nítrico ou clorídrico a 15%, durante um período de 48 a 72 horas. Testa-se o osso com uma agulha que sendo introduzida não deve encontrar resistência, um osso comprido e delgado como a fíbula pode ser montada suspensa em frasco com glicerina com um nó na diáfise causando grande impacto. A segunda parte da técnica consiste em eliminar a parte proteica do tecido ósseo deixando apenas a mineral, basta levar o osso ao forno a 180ºC por 2 ou 3 horas até deixá-lo quebradiço, o que é causado pela queima das proteínas que lhe conferem resistência.
4) Uso de PVA em osso de cemitério.
	Por vezes não podemos conseguir cadáveres suficientes para descarnar descartando as partes moles, o uso de ossos provenientes de cemitério é muito comum e necessário. Devido ao contato com a terra e a decomposição os ossos ficam manchados e frágeis, para limpá-los é necessário peneirá-los (para se evitar perder os ossos pequenos) e lavá-los com água e sabão neutro, colocá-los em água fervente e, após desligar a fonte de calor, acrescentar 2% de hidróxido de amônia, após algumas horas os ossos devem ser escovados e colocados para secar em bandejas sob o sol. Cuidado especial se deve ter com a terra dos osso utilizando os EPI´S necessários devido à contaminação e do mesmo modo o hidróxido de amônia ser tóxico aconselhamos não permanecer na sala após adicioná-lo à solução.
	Depois de secos os ossos de cemitério ficam muito frágeis, para fortalecer sua estrutura utilizamos uma cola branca forte (Cascorex rótulo azul da Cascola) diluída em água a 50%. Os ossos devem ser submergidos por alguns minutos e depois pendurados em varais para secagem. Isto impermeabiliza a sua superfície porosa evitando a proliferação de fungos, fortalece sua estrutura impedindo a fratura de detalhes anatômicos e torna sua aparência mais agradável. Durante a limpeza detalhes como o septo nasal, conchas nasais, etc. são facilmente destruídos por isso recomendamos cuidado na lavagem e escovação dos ossos, o uso de escovas para frascos ou mamadeiras infantis são muito uteis. O uso da máscara, jaleco e luvas é essencial para a proteção dos técnicos e alunos em trabalho.
	É raro um esqueleto completo ser reunido depois da exumação, por isso para montagem de esqueletos completos diversos conjuntos são necessários, contudo isto não impede que membros, coluna vertebral e gradil costal com esterno sejam montados e fixados em base e hastes para estudo. Esta montagem parcial é bastante útil para estudo topográfico.
Referencia.
RODRIGUES, Hildegardo. Técnicas anatômicas. Vitória-Es: GM gráfica e editora, 4ª edição, 2010.

Continue navegando