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Jéssica Assis – 2017.2 CARNE SUÍNA VANTAGENS - É de fácil reprodução – Animais Prolíferos - Capacidade de adaptação - Numerosas possibilidades de consumo – Variedade Culinária, e aproveitamento de todas as partes (nobres e menos nobres) Ex: Industrializados, Feijoada -> Forma de fazer aproveitamento quase total do suino -> prato típico brasileiro e surgiu na época da escravidão VALOR NUTRICIONAL - Fonte de vitaminas A e do complexo B - Fonte de minerais como cálcio, ferro e fósforo - Menor teor de gordura que o frango - Baixo teor de colesterol - Gorduras de ácidos graxos poliinsaturados -> Gordura de boa qualidade CONSUMO DA CARNE SUÍNA É a Carne mais consumida no mundo. No Brasil o consumo ta crescendo , mas ainda não atingiu o da carne bovina (por causa da tradição do churrasco). Maior consumo no Sul do Brasil -> onde tem grande parte da produção e dos matadouros. Obs: O ideal é que os matadouros estejam localizados próximo a produção, para que animal não sofra tanto durante o transporte , pq ele é transportado vivo. ABATE DE SUÍNOS OPERAÇÕES PRÉ ABATE Embarque e Transporte Jejum e Dieta hídrica - Mínimo 6 horas antes do transporte Jéssica Assis – 2017.2 Embarque - Rampa : preferência não inclinada - Inclinação da rampa : < 25°C -> De acordo com bem estar animal , o aconselhado é < 15° C -> rampa mais comprida, então precisa de espaço maior. - Com corrimões e protetores laterais, pro animal não cair da rampa. - Existe caminhões que tem elevadores , e assim preenche os 2 andares, conseguindo carregar com o dobro de suinos. Manejo PROVA - Grupos de 10 a 15 animais - são incluidos no caminhão - Evitar misturar suinos desconhecidos - Na criação, dentro de cada pocilga, os suinos estabelecem uma hierarquia, e tem um dominante. Ao mistura-los, ocorrem altos níveis de agressão , causando dano a pele -> interfere na qualidade da carne. Se for inevitável misturar - Fazer a junção deles imediatamente antes do embarque e não mais cedo. Os suinos brigam menos no caminhão em movimento. Transporte - Caminhão geralmente tem 2 andares - Densidade - 2 pisos : 200 a 235 kg/m² prova Evitar hipertermia, porque quando o suino se estressa a temperatura corpórea aumenta. Jéssica Assis – 2017.2 O suino se estressa com facilidade, e não ta acostumado com deslocamentos. Tem que haver uma forma correta de conduzir o suíno, considerando o bem-estar animal. Não é indicado haver a utilização de bastão elétrico ou varas, pois estressa o animal (aumenta a FC, perde glicogênio..) e afeta a qualidade da carne (salpicamentos e hematomas) . Temos que utilizar a Zona de fuga para conduzir esses animais -> é só utilizar uma haste de madeira com bandeira colorida na ponta, se aproximar, e ele vai se afastar. Recepção, Seleção e Espera Caminhão chega no matadouro, na área de recepção, onde o motorista leva consigo o Boletim sanitário e o GTA , pra entregar pro AFFA. AFFA recebe e faz a liberação ou não do caminhão. Caminhão liberado : animais são desembarcados . Pocilgas - Afastadas no min 15m do bloco industrial - Devem estar localizadas de maneira que os ventos não levem as sujidades das pocilgas pra dentro do matadouro. O vento deve ser contrário. Suinos entram e são conduzidos para dentro das Pocilgas. Na hora do abate , eles saem e são conduzidos pra dentro do matadouro. Jéssica Assis – 2017.2 Pocilgas de Chegada e Seleção - Quando suínos são desembarcados, são encaminhados para Pocilgas de chegada e seleção. - Obrigatoriamente cobertas, com pé direito de no min 4 m - Recebimento , pesagem (peso vivo ou peso morto) e classificação dos suinos, para a formação de lotes, de acordo com o tipo de procedência (separa por dono, sexo, grupos...) - É onde vai ocorrer a Inspeção Ante-mortem -> O vet faz a Visualização individual. - Os suinos que o veterinário percebe que estão comprometidos, com alguma suspeita, não podem ir pro abate direto, então estes são encaminhados para Pocilga de sequestro. Todos os outros vão para Pocilga de matança, para descansar e sofrer o abate. Pocilga de Sequestro - Recebe os suinos que na Inspeção ante mortem foram excluidos da matança normal são considerados animais para matança de emergência -> Mediata (aguardam o final do abate, e são abatidos depois) ou Imediata (são abatidos na hora) - Nessa pocilga, tem os dizeres : -> Só o Serviço de Inspeção Federal tem acesso. - A pocilga tem comunicação própria e independente com a sala de necropsia e com matadouro sanitário Pocilgas de Matança - Animais considerados em condições normal , permanecerão em descanso e dieta hídrica, aguardando o abate. - Temperatura amena (entre 15° e 18°C) -> dotar de ventilação forçada, aspersores... - Baixa umidade relativa do ar (entre 59 e 65%) Jéssica Assis – 2017.2 Descanso nas pocilgas - 8 a 24h – Ficam 24 horas em descanso, para reposição do glicogênio e em Dieta Hídrica . Esse tempo pode ser encurtado numa situação que não houve tanto estresse, por ex, se o animal veio de propriedade vizinha e o transporte foi muito rápido. Nunca inferior a 6h ! Condução ao abate - Corredores e seringas O corredor reto dificulta a condução, porque os suinos que estão atrás vendo os da frente , ficam apreensivos, então um imprensa um outro e eles demoram a caminhar, mas tem que esperar o tempo deles ! No final do corredor tem a seringa (afunilamento do corredor) , pra restringir a quantidade de animais que entram na sala de matança. Na seringa, os animais recebem o Banho por aspersão. Obs: Pesquisadora Temple Grandin – inventou corredores curvos, sinuosos, que induz o animal a andar sem tanta resistência. Os animais conforme vão percorrendo essa sinuosidade , desaparecem na curva , e assim, os de trás seguem naturalmente sem medo. Banho por aspersão - Ocorre na seringa - Água com pressão de 1,5 ATM, por 3 min OBJETIVOS: - Limpeza do animal , reduzindo a contaminação antes do abate - Quando animal recebe o banho com água fria, ocorre Vasoconstricção periferica, e pra compensar o organismo faz uma Vasodilatação interna. Isso aumenta o calibre dos vasos e Facilita sangria -> animal morre mais rápido (vantagem do ponto de vista do bem-estar) e evita que o sangue fique acumulado dentro do corpo do animal (vantagem do ponto de vista sanitário) Jéssica Assis – 2017.2 OPERAÇÕES DE ABATE Atordoamento (Insensibilização) A insensibilização do suíno ocorre por choque. Após o banho de aspersão, ele chega molhado, então a condução elétrica é facilitada. MANUAL Eletronarcose: Eletrodos de 2 pontos Causa insensibilização do animal ! - 0,5 a 2 Amperes / 350 a 750 Volts (baixa amperagem – p não matar o animal, e alta voltagem) - São colocados 2 eletrodos nas fossas temporais (atrás das orelhas,com cérebro no meio) e aplicado o choque por tempo suficiente para insensibilização. Desvantagem: O funcionário colocar os eletrodos no local errado . Tem que ter funcionário bem treinado . AUTOMÁTICA A seringa se afunila a tal ponto que só entra 1 suíno por vez em um corredor , que o chão ou as laterais, são esteira rolante , que vai impulsioná-lo para frente. O suino fica parado, a cabeça é posicionada pra frente, vem 2 eletrodos por cima (fossas temporais) que vão causar a eletronarcose, mas vem tb o 3º eletrodo por baixo, que Jéssica Assis – 2017.2 causa uma descarga elétrica pro coração, levando a parada cardíaca, causando a eletrocussão = MORTE. Eletrocussão : Eletrodos de 3 pontos Causa a morte do animal ! - Alta frequência: 500 a 1500 Hz Parada cardíaca: Reduz hemorragias Melhora cor e CRA (capacidade de retenção de água) Melhor para o bem-estar animal (animal já morre imediatamente) Sangria Intervalo mínimo após a insensibilização - Max = 30 segundos Prova - Ideal = 10 a 15 segundos -> Evitar salpicamento (petéquias, pontos avermelhados pelo corpo) A faca é inserida na linha mediana do pescoço, na depressão interior do esterno, e depois empurrada para seccionar a veia cava anterior . 3 minutos - Até perder 50% de sangue. -> Suino depois da eletrocussão, escorre numa outra esteira rolante, pra ser sangrado na horizontal OU -> Suino depois da eletronarcose, é içado na trilhagem aérea (passa corrente em 1 dos pés e sobe) , pra ser sangrado na vertical Jéssica Assis – 2017.2 Vertical x horizontal Vertical Vantagem: Maior extravasamento de sangue, por causa da gravidade. Desvantagem: Menos higiênico. Quando animal morre, ocorre relaxamento dos esfincteres, então é comum sair urina e escorrer pela pele, e contaminar o sangue. Horizontal Vantagem: Mais higiênica . Urina desce direto pela esteira que é vazada, não escorre pela pele. Desvantagem: Extravasamento de sangue mais demorado Lavagem final após sangria Escaldagem Amolecimento de cerdas – amolece o foliculo piloso, facilitando a remoção das cerdas. - Suinos são mergulhados dentro de um tanque, com água aquecida a 62ºC a 72ºC / 2-5 min - Dentro do tanque tem uma grade, para quando o suino ser içado, a água passar. - Existe Risco de Contaminação cruzada , por bactérias que resistem a altas temperaturas : Mesófilos termodúricos (Staphylococcus e Clostridium) - Deve ter um termômetro para controle da temperatura e Sistema de renovação e higienização constante da água Depilação Retirada dos pêlos e cerdas Com dedos de borracha Depois da depilação é muito comum a prática do : Chamuscamento Permitido pelo Riispoa 2017, sempre DEPOIS DA DEPILAÇÃO ! Jéssica Assis – 2017.2 - Bico de gas – com maçarico passa pela superficie do corpo e queima o resto de cerdas que ainda ficaram. Pode acontecer queimar a pele, ou o pêlo continuar ali, só que queimado. Nutricionalmente, pode acabar alterando a parte proteica da camada da pele Remoção das unhas Com alicate próprio. Obs: Área suja de suinos e bovinos é diferente de aves, que tem uma separação física, uma parede/óculo. Aqui a carcaça é grande, então nem sempre tem um obstáculo fisico que vai fazer a separação entre as áreas suja e limpa. INICIO ÁREA LIMPA Evisceração Abertura Abdominal e Torácica - Corte ventral mediano das paredes abdominal e torácica - Retirada do pênis, nos machos - Evitar o rompimento das alças intestinais (Contaminação fecal) Corte da Sínfise Pubiana (osso da bacia) - Com alicate especial (ou outro equipamento aprovado pelo DIPOA - Departamento de inspeção de produtos de origem animal) - Pra posteriormente facilitar a separação das meias-carcaças Oclusão do Reto e do Esôfago - Através de ligadura (amarração) ou grampos de aço inoxidavel - Para evitar contaminação da carcaça com conteúdo fecal /estomacal Jéssica Assis – 2017.2 Abertura da “Papada” - Corte ventral mediano - Antes da inspeção da cabeça - Para permitir na Inspeção da Cabeça e da Papada , o exame dos nodulos linfáticos e o corte dos musculos mastigadores (masséteres e pterigóideos) -> preferência pros cisticercos. Inspeção de Vísceras Mesa para Evisceração - Mesa rolante (automatizada) , permitindo-se o uso de mesas fixas, em aço inoxidavel, para abate até 100 animais/dia (evisceração manual). - Suíno vem por uma trilhagem aérea, pendurado pelos membros traseiros. Vísceras são puxadas e caem em cima de uma mesa de aço inoxidável , formada por 2 bandeijas , uma maior para as vísceras brancas (estômago,intestinos,bexiga, baço e pâncreas) e uma menor para as vísceras vermelhas (coração, lingua,pulmões e fígado) - Cada dupla de bandeijas vai pertencer a carcaça que ta em cima.Devem percorrer na mesma velocidade pra conseguir associar as visceras à carcaça. - Se tiver alguma víscera com alteração, a carcaça vai ser marcada com um gancho que tem uma chapa vermelha, pois precisa passar por uma avaliação . Vai continuar na trilhagem aérea e no final tem uma bifurcação. Nesse ponto vai ter um controlador , e quando ele ve uma carcaça marcada ele desvia da trilhagem aérea das carcaças normais. Linhas de Inspeção Post-Mortem - São 8 linhas de inspeção Jéssica Assis – 2017.2 LINHA A1 (cabeça primeiro) : CABEÇA LINHA A (amor): ÚTERO LINHA B (bucho) : TGI (intestino, estômago, baço, pâncreas, bexiga) LINHA C (crepitação e caju): PULMÃO E LINGUA LINHA D (diástole e ducto hepático) : CORAÇÃO E FÍGADO LINHA E (externo) : CARCAÇA LINHA F (nefrite): RINS LINHA G : CÉREBRO (opcional) - Incisão nos músculos mastigadores internos e externos (masseter e pterigóideo – a procura de cisticercos) - Incisões nos nódulos linfáticos submaxilares (problema nele indica tuberculose) - O útero é retirado e palpado (ve se ele liso, com nódulos, se tem feto, se ta inflamado..... não precisa de cortes) - Palpação: Esôfago , intestino e pâncreas - Incisão de nódulos mesentéricos e gástricos -> A inflamação nesses nódulos podem revelar casos de Adenite, tuberculose e abscessos. - Baço: corte transversal (abscessos, tuberculose, tumores, hematomas) - Pulmão: Palpação e avaliação gânglios apical e mediastino Jéssica Assis – 2017.2 Na Palpação do Pulmão tem que crepitar, pq tem os alvéolos com ar dentro. Se não tiver crepitação, o animal pode estar com congestão, com edema... - Incisão na base dos brônquios... corta desde a traquéia, brônquio, bronquiolo .. a procura de : parasita, exsudato, aspiração de sangue ou vômito -> Se tem sangue ou vômito significa que no momento da sangria, o animal respirou, então a insensibilização foi mal feita, porque tem que dar parada respiratória. - Lingua - Incisão nódulos retrofaringeanos e sublinguais Extipar tonsilas - Coração : pericárdio, incisões nos ventriculos (cisticerco) Tem que abrir câmaras do coração pra ver presença de nódulos ou cisticercos -> a musculatura do coração é espessa, e o cisticerco não ta só na superficie, então tem que fazer corte sagital com a faca , para abrir musculo e vê se tem cisticerco internamente. - Fígado : Palpação - Visualização da face interna da carcaça -> Nesse momento vai estar oca - Incisão Linfonodos inguinais ou retromamários - Verifica presença de nefrite, cisto (bolha com conteúdo liquido dentro) Opcional Jéssica Assis – 2017.2 - Somente quando se comercializado ou industrializado ( pode ser usado como produto comestível) - Se não for utilizado, não é avaliado e vai pra graxaria. APÓS A INSPEÇÃO POST-MORTEM A carcaça pode sair da industria de 2 jeitos : Carcaça Inteira Lavagem/ Toalete -> Carcaça passa por uma ducha que faz a lavagem e remove qualquer residuo que tiver ( toalete ) Pesagem e Carimbagem -> Uma vez que a carcaça foi avaliada, sendo ela liberada para consumo, ela vai receber 3 Carimbos da inspeção (do SIF) em posições estratégicas na carcaça: PALETA , REGIÃO LOMBAR e PERNIL Frigorificação -> Depois do carimbo, carcaça vai pra frigorificação Carcaça fragmentada Divisão Longitudinal da carcaça e da cabeça -> Imediatamente após a evisceração, pode ocorrer a Serragem de carcaças , onde vai dividir a carcaça inteira em 2 meias carcaças. Obs: Obrigatório esterilizaçãoda serra após cada uso Toalete -> Imediatamente antes do chuveiro de carcaças , para retirada da medula, resíduos da sangria, restos de traquéia, pulmões,etc.. Lavagem -> Com essa serragem há a formação de espírolas ósseas que vão se depositando na carcaça, então tem que fazer uma Lavagem Pesagem e Carimbagem Frigorificação -> Meias - carcaças vão pra câmara de resfriamento Resfriamento - Após o carimbo, a carcaça não sai pra venda, deve ficar ainda no estabelecimento, sofrendo maturação (pelo menos 24 horas) , pq nesse momento ainda não houve as alterações post-mortem Jéssica Assis – 2017.2 7°C na carcaça - 12 a 24 horas post mortem Desossa e Cortes 1- As carcaças inteiras/meias-carcaças podem ir direto pra comercialização Mercados e açougues compram e fazem corte e desossa dentro do próprio estabelecimento. Nesse caso, devem ser dotados de sistema de climatização e tem que ter liberação do SIE – Serviço de Inspeção Estadual e da Vigilância Sanitária Estadual. 2- Carcaças podem ir pro setor de corte e desossa São vendidos em cortes. 3- Produtos industrializados São feitos os embutidos ex: lingüiça, presunto.... Obs : Dentro das industrias de suinos e bovinos, existem setores responsáveis por receber as tripas (intestino) , chamada Triparia . O intestino de suino vai ser usado pra envoltório de lingüiça. Esse intestino vai ser trabalhado pq tem residuos de fezes: - Intestino é lavado por fora - É virado do lado avesso - Remove a mucosa intestinal - Lavagem da mucosa - Tratamento com hipoclorito de sódio, pradesinfecção/eliminação dos contaminantes microbiológicos - Enxague - Salga ou resfriamento Jéssica Assis – 2017.2 Parte traseira Menor intensidade de trabalho. Partes nobres/caras. São as carnes mais macias. Pernil -> Parte traseira, exceto o pé. É subdividido em : Picanha, lagarto, patinho, alcatra, coxão mole e coxão duro. Parte Dianteira Maior intensidade de trabalho -> músculo enrijece -> carne mais dura Paleta -> carnes mais escuras, com nervos e tendões – industrialização! ex: salsicha, lingüiça, mortadela... Acém -> corte tenro (macio) , abaixo do pescoço Musculatura do dorso Exerce pouco trabalho, tb é valorizada Lombo -> parte nobre do porco. Não tem osso (sem a parte das vértebras). Corte light O carré é o lombo com osso (Corte gorduroso) -> Pra fazer o corte do carré mais certinho, normalmente Congela o produto pra ficar rígido, e passa na Serra de fita Bisteca Filezinho Outros Costela : Carnes retiradas da caixa torácica Barriga : Atrás das costelas , bem gordurosas, de onde se extrai a banha . Vai pra elaboração de Bacon Papada: é constituída de banha e pouca carne. Contém muito colágeno Pele -> Fabricação de torresmo (ruim nutricionalmente) Rabo -> Utilizado na feijoada. Até 15º - validade 60 dias. Pé (mocotó)-> Apreciados pelos franceses e irlandeses. Brasil: Feijoada (é salgado) . Unha tem que ser retirada. Até 15ºC- validade 60 dias. Jéssica Assis – 2017.2 Orelha -> Feijoada Joelho ou Jarreta: Pode ser consumido defumado (comida típica alemã – chamada Eisben) No Brasil, o joelho normalmente salgado e vai pra feijoada. Lingua -> Até 15ºC- validade 60 dias. - Banha: Gordura derretida de suíno. Local seco e fresco até 120 dias - Bacon ou toucinho: Gordura subcutânea do suíno (logo abaixo do couro). Pode ser fresco, salgado e defumado. - Chouriços: Mistura de carne de suíno, pimentão, alho, cravo e vinho. É um produto que tem sangue (pode ser feito com sangue bovino ou suino -> recolhido com faca vampiro). - Paio: Com lombo de suíno com pimenta, sal e alho. Confundindo com lingüiça calabresa. É mais macio, feito com lombo. Mais caro. - Salame: Com carne de suíno misturadas, trituradas com vários temperos, conforme o tipo. Envoltório deve estar aderente e sem umidade. É um produto cru , que só passa por um processo de fermentação , além do sal de cura. Fica 6 meses dentro da industria - por isso é caro. - Mortadela: é feita com carne de suíno e toucinho fortemente condimentado. Mortadela Italiana - Carne suína, bovina e vitela , com noz-moscada, pimenta em grão e toucinho. - Presunto: Feito com Membro traseiro (parte nobre) ex: Pernil , depois de salgada e defumada. Não pode ter amido. Pode ser cru ou cozido. Mais caro Presunto cru: o membro suíno é posto para secar no mínimo 6 meses, ficando com uma crosta dura e o interior fica úmido e macio Presunto cozido: 24h em salmoura e cozido (cor rosada e sabor característico) - Apresuntado : Feito com Membro dianteiro ex: paleta . Pode ter amido . Mais barato. Jéssica Assis – 2017.2 - Linguiça – Partes menos nobres do suino como a paleta são moidas e colocadas dentro do envoltório. Obs: Vermelhão -> comum em setor de salga. Se tiver partes avermelhadas, é pq tem colônias de bactérias que vão se instalando ali, que são Bactérias Rodofíceas . Então quando elas formam colônias dão essa coloração avermelhada a carne, levando o produto a um aspecto repugnante e o produto deve ser descartado – apesar de não trazer malefícios a saúde da pessoa que consome. TECNOLOGIA DO ABATE DE BOVINOS Estabelecimentos de Carnes e derivados Matadouro - As recomendações do matadouro de bovinos seguem a de aves . 1 m de altura do solo 5 m de distância das vias públicas Barreira sanitária -> o funcionário é obrigado a passar por essa barreira sanitária e se higienizar, antes de entrar na sala de matança ou nas outras áreas do matadouro. ETE -> Estação de tratamento de efluentes ETA -> Estação de tratamento de água Graxaria Área de circulação de veiculo - Tem que ter permissão dos órgãos públicos e ser afastado da área urbana . - Deve ser próximo a produção de bois. - É muito comum ver Eucalipto perto do matadouro – para conter os ventos, que podem levar odores e carrear contaminação. Jéssica Assis – 2017.2 - Funcionário de branco, gorro, galocha... É obrigatório o uso de capacete (pq tem o risco da carcaça cair) - Existem funcionários que ficam no chão e outros em plataformas, para conseguir acessar a carcaça. Carcaça não pode arrastar no chão. Matadouro Público Municipal -> construido pela prefeitura em áreas que tem muito produtor, mas ninguem se interessa em montar um matadouro , e por isso tem muito abate clandestino. Esse matadouro recebe os pecuaristas/bois daquela região, e a arrecadação é da prefeitura. Dessa forma evita o abate clandestino ! Obs: Quando vc fecha matadouros ilegais, eles abatem no mato. O ideal é dar tempo pra eles se adaptarem e se regularizarem. Obs: Não é porque o matadouro é municipal , e não federal, que tem que ser benevolente (ex: deixar passar carcaças com hematomas,etc...) , pois o RIISPOA , que é federal, tem que ser obedecido em qualquer lugar do Brasil. Ex: matadouro do Carmo -> inspeção municipal (SIM) , mas as leis devem seguir o RIISPOA. Entreposto de Carnes -> Não faz abate . Recebe e resfria a carne/carcaça, as vezes fraciona (ex: carcaça inteira -> meia-carcaça -> ¼ de carcaça..) e distribui . Então a Jéssica Assis – 2017.2 carcaça sai do matadouro e vai pra um entreposto pra ser distribuido . A logistica deles é mais organizada. ABATE HUMANITÁRIO X ABATE CLANDESTINO Abate humanitario – Procedimentos que garantem o bem-estar do animal, desde as operações de embarque na propriedade rural até a operação de sangria, com o objetivo de reduzir sofrimentos inúteis ao animal a ser abatido. - Abate Ideal por questões humanitárias : Seria dar um tiro certeiro com silenciador, no animal enquanto ele pasta (abate em local aberto). Tecnologicamentepara aproveitamento dessa carne é inviável Abate clandestino – sem inspeção , sem pagamentos dos impostos, sem controle higiênico-sanitário -> Só visa a obtenção da carne, sem preocupação e respeito ao animal. Tem sofrimento, e a carne disponibilizada ao consumidor é comprometida (com estresse do animal, diminui drasticamente o glicogênio, e a carne deteriora rapidamente. Fora as contaminações...) - Cerca de 50% da carne que a gente come é clandestina. ABATE DE BOVINOS Manejo Ante-Mortem Os eventos que sucedem o abate (manejo pré-abate) , desde a propriedade rural até o abate do animal/sangria tem grande influência no BEM-ESTAR ANIMAL e consequentemente na QUALIDADE DA CARNE (evita carne DFD) Ex: Transporte, descarga, descanso, movimentação, insensibilização e sangria 1- Disponibilizar Água potável 2- Espaço - Suficiente para animal conseguir se movimentar, deitar, se afastar, ficar em pé... 3- Sombra e abrigo - Para proteção do clima - De acordo com raça ex: europeu – adaptado ao frio 4- Separação dos bovinos - Para evitar sofrimento e brigas - Ex: com chifre e sem chifre , macho e fêmea , doentes e saudáveis, agressivos, de acordo com a fazenda. Jéssica Assis – 2017.2 5- Tempo / permanência antes do abate - Deve ser suficiente para descanso do transporte 6- Alimentação após 24 h - Depois de 24 h fornece alimento, e refaz o jejum. - Melhor fornecer alimentos volumosos do que concentrados 7- Manejo : com utilização de bandeiras – sem dor, sofrimento e estresse. Não utilizar choque em partes sensiveis como genitália por ex. Utilizar bastão elétrico só em ultimo caso. Critérios para um bom abate - Os animais não devem ser tratados com crueldade - Os animais não podem ser estressados desnecessariamente - Sangria deve ser a mais rápida e completa possível - Contusões na carcaça devem ser mínimas - Método de abate deve ser higiênico, econômico e seguro para os operadores. FLUXOGRAMA Transporte de Animais - Inclinação da rampa : < 25º (< 15º) -> Quanto menor o ângulo melhor, porém mais espaço tem que ter no matadouro. - Espaço ocupado por animal : o Densidade de carga do caminhão: Não superior a 550Kg/m2. Média 18 bovinos o No Brasil : média de 390 a 410Kg/m2 Condições desfavoráveis Maior propensão a contusões, fraturas, luxação, hematoma, perda de peso, estresse e até morte Privação de alimento e água, alta umidade, alta velocidade do ar e densidade de carga Altas temperaturas, grandes distâncias = Vai interferir na carcaça/perda de áreas afetadas -> Perdas econômicas Jéssica Assis – 2017.2 = Sem Bem-estar animal -> ESTRESSE -> depleção do glicogênio muscular -> diminuição da produção de ácido lático -> queda do pH post-mortem -> Carne de pior qualidade = Hipertermia e Aumento da FR e FC Hipertermia acima de 40,5ºC = CONDENAÇÃO ! Obs: Novilhos sofrem mais ! RECEPÇÃO/CURRAIS Quando o caminhão chega no matadouro: AFFA vai até a área de entrada , receber a documentação (boletim sanitário..) , e fazer o registro do lote. Para o SIF: Registro por lote: - Natureza do transporte; como veio , características do caminhão - Procedência; de onde veio - Distância percorrida; - Eventuais lesões. Identificadas no desembarque pelo veterinário. - Desembarque dos animais : Rampa com declive máximo de 25 graus, em concreto com sistemas antiderrapantes. - Os bois são retirados do caminhão , e colocados em Currais (setorizados) -> dispostos 1 paralelo ao outro, separados por corredor central . - Tem que ter 3 currais: - Os currais tem porteiras de acesso que são abertas de forma estratégica , funcionando como barreira (de forma que os animais entrem no primeiro curral e não consigam seguir em frente). Antigamente as porteiras tinham batente. Hoje não se usa mais , porque se torna uma área onde o animal pode se machucar . Então hoje, as porteiras são rentes. Jéssica Assis – 2017.2 CURRAIS DE CHEGADA E SELEÇÃO - Pra onde animais vão quando saem do caminhão e ficam o tempo necessário para se recuperarem totalmente do transporte. - Separação por lote : de acordo com sexo, idade, categoria ou proprietário . Tem que ter algum local de fácil visualização , com um quadro identificando esses lotes. Ex: curral 1 – fazenda x , com 60 animais - Tamanho nunca inferior ao curral de matança - Inspeção Ante-Mortem : É feito individualmente pelo AFFA, na plataforma de observação. Os animais que o AFFA observar que tem algum tipo de alteração/suspeita, são direcionados pro Curral de observação. O restante dos animais que vão ser abatidos seguem pro Curral de matança. Exigir e verificar os certificados de vacinação e sanidade do gado Identificar o estado higiênico-sanitário dos animais para auxiliar, com os dados informativos, a tarefa de inspeção post-mortem. Identificar e isolar os animais doentes ou suspeitos, antes do abate, bem como vacas com gestação adiantada e recém-paridas -> Vacas com gestação adiantada não devem entrar no abate, mas o matadouro não manda de volta pra propriedade porque é inviável.Então tem que ter um curral, pra deixar a fêmea parir. Retorna depois de 10 dias. Bezerro é descartado se não tiver acordo – vai pra processamento de embutido. O ideal é quando proprietário mandar fêmea gestante para ser abatida, ele ser descontado do valor – perder todo peso do animal, e o lucro da fêmea e bezerro serem do matadouro. Verificar as condições higiênicas dos currais e anexos CURRAL DE OBSERVAÇÃO - Destina-se a receber para observação e exames mais detalhados, os bovinos que na inspeção ante-mortem foram excluídos da matança normal por suspeita de doença. - Construído totalmente em alvenaria - Área – Mín. de 5% da área total dos currais de matança - Afastado dos currais de chegada e seleção , no mínimo 3 metros. - Identificado em uma placa: CURRAL DE OBSERVAÇÃO: PRIVATIVO DA INSPEÇÃO FEDERAL. Como tem animais suspeitos, só o AFFA ou equipe podem entrar. Prova Jéssica Assis – 2017.2 - Brete de contenção - fêmeas gestantes e animais suspeitos (etiquetados) - Cordão sanitário = Mín. 50 cm -> É uma mureta/elevação que faz a divisão entre os currais, para que os residuos de um curral , não chegue a outro curral, evitando a contaminação cruzada. Como temos animais suspeitos dentro, esse cordão sanitário tem que ser mais alto que nos outros. Departamento de Necropsia - Adjacências do Curral de Observação - Próximo à rampa de desembarque - porque pode chegar animais mortos no caminhão - Ou próximo à Graxaria – porque depois a carcaça não vai ser aproveitada e vai pra graxaria. - Carcaças e restos mortais -> transporte pra graxaria em carrinho metálico com tampa articulada (vedação), pintado externamente de vermelho, com a inscrição: “DEPARTAMENTO DE NECROPSIA” - I.F. - Sala de necropsia + Forno crematório - Água e vapor para higienização -> Feito depois de cada animal necropsiado, para evitar contaminação cruzada. - Pia com torneira acionada a pedal, saboneteira (sabonete liquido) e desinfetante. - Mesa metálica fixa na parede, armário metálico para o guarda de instrumentos de necropsia e desinfetante. CURRAIS DE MATANÇA - Animais que após a inspeção “ante-mortem” foram julgados aptos para o abate. - Devem possuir a mesma área dos currais de chegada , ou um pouco menores. - DESCANSO E DIETA HÍDRICA prova o Animais devem permanecer em descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas, podendo este período ser REDUZIDO em função de menor distância percorrida/menor estresse . Nunca inferior a 6 horas. o Jejum Para reduzir o conteúdo gastro-intestinal , evitando contaminação da carcaçadurante a evisceração o Dieta hídrica Para facilitar a esfola, pois aumenta a quantidade de água no tecido subcutâneo e favorecer a sangria, pois aumenta a pressão arterial , venosa e capilar (sangue fica mais fluido) Jéssica Assis – 2017.2 CARACTERÍSTICAS DE TODOS OS CURRAIS - Distância dos currais pro Bloco Industrial : Mín 80m - Iluminação adequada -> podem chegar animais de madrugada - Piso pavimentado / declive mín. de 2%- para facilitar a drenagem - Cercas duplas: 2 m altura - Sem cantos vivos ou proeminências -> acúmulo de matéria prgânica e m.o . Tem que ser cantos mortos / arredondados . - Cordão sanitário: 30 cm altura (Exceto curral de observação = 50cm) - Corredor central com porteiras da mesma largura - Bebedouros -> Suficiente pra 20% dos animais beberem água ao mesmo tempo - Água para lavagem -> 3 atm - Plataforma elevada (mín. 60 cm largura / corrimão: 80 cm altura) - Área = 2,5 m2 / bovino. - Isolados dos varais de charque – se não o vento carreia sujidades do curral para o charque , que ta em processamento. Obs: Depósito de Chegada Para a espera dos animais proibidos de entrarem no estabelecimentos por não terem passado ainda pela inspeção. Quando não tem ninguem da inspeção para receber esses animais (receber documentação,...) BANHO DE ASPERSÃO Prova - Sistema tubular de chuveiros dispostos transversal, longitudinal e lateralmente, orientando os jatos para o centro da rampa. - Água hiperclorada a 15 ppm , com pressão de 3 ATM, por 3 min OBJETIVOS: - Limpeza do animal , reduzindo a contaminação antes do abate - Vasoconstrição periférica X Vasodilatação interna -> Quando animal recebe o banho com água fria, ocorre vasoconstricção periferica,e pra compensar o organismo faz uma vasodilatação interna. Isso aumenta o calibre dos vasos , facilitando a sangria -> animal morre mais rápido (vantagem do ponto de vista do bem-estar) e evita que o sangue fique acumulado dentro do corpo (vantagem do ponto de vista sanitário) Jéssica Assis – 2017.2 RAMPA DE ACESSO - Animais saem do banho de aspersão e sobem uma rampa de acesso, porque a área de matança é suspensa 1 metro do chão. - Mesma largura da área do banho - Paredes de cimento liso e completamente fechadas – para animal não enxergar e distrair o andamento. - Porteiras tipo guilhotina ou similar - Deve ter ressaltos/cálcios, pro animal não escorregar ao subir, porque ele está molhado....Então não é nivelado propositalmente. - Laterais : 2 m de altura - Aclive : 13 a 15% (máx.) - No final da rampa tem que ter uma canaleta de esgoto. SERINGA - A passagem vai afunilando , até obrigar os animais a se manterem em fila única - Movimentação – auxílio de choque elétrico (40 – 60v) -> porque animais tendem a ir parando. Animal molhado potencializa a corrente elétrica . Condenado pelo bem-estar animal, mas ainda é aceito e não foi proibido. - Ferrões – PROIBIDO!!! A seringa é a ultima etapa antes de passar pelas estruturas do Bloco Industrial INSENSIBILIZAÇÃO Prova - Objetivo: deixar o animal inconsciente Parede 2 metros lateral Outra parede mais alta Corredor onde funcionários ficam, mais alto , para conseguirem enxergar os bois Guilhotina Jéssica Assis – 2017.2 - Local: BOX DE INSENSIBILIZAÇÃO - Provido de lateral móvel (movimento basculhante) para área de vômito. - Insensibilização deve ser Individual - A insensibilização é feita com Pistola de dardo cativo penetrante ou não penetrante, posicionada na testa (parte frontal) do animal. PENETRANTE -> O dardo penetra no crânio em alta velocidade , tendo efeito dilacerante . Localização : No cruzamento das 2 linhas imaginárias que vão da base do chifre até o olho do lado oposto. Nesse local o osso é mais fino , então o dardo consegue penetrar. NÃO PENETRANTE -> Causam a concussão cerebral com o impacto, sem a penetração do dardo no crânio do animal. Maior chance do animal retornar, se não for imediatamente sangrado . Localização: No cruzamento das 2 linhas imaginárias que vão da base do chifre até o olho do lado oposto, subindo 2 cm . Obs: Essa pistola é pesada, então é suspensa por um cabo com pressão hidráulica (pneumática), ai o funcionário consegue manusear facilmente. - Insensibilização eficaz: Colapso imediato Olhar fixo e vidrado Parada na respiração rítmica Jéssica Assis – 2017.2 Mandíbula relaxada Língua exteriorizada Chutes involuntários Membros anteriores esticados Ausência de reflexo córneo -> é comum antes de colocar a corrente, ir nos olhos do animal e verificar o reflexo. Não pode ter reflexo. Se tiver é pq a insensibilização não foi adequada, e na hora de pendurar o animal pode levar um coice. Refaz a insensibilização. - Insensibilização Não-eficaz (risco de voltar) : Rotação do globo ocular Vocalização Respiração ritmica Tentativa de levantar Reflexo de se endireitar Área de vômito - Ao ser insensibilizado, estrutura metálica lateral é içada -> animal cai, rola pela rampa, e cai na área de vômito. - Com grade metálica sobre o piso -> O animal está inconsciente, então os esfincteres estão relaxados -> O ideal é que a rampa seja de grade metálica, para escoamento dos resíduos de vômito e fezes. - Animal é içado -> com guincho ou corrente presa a uma das patas traseiras, para trilhagem aérea . Funcionários devem ser treinados, pois animal não morreu ainda, então pode ter movimentos de pedalagem - Jato de água (3 atm) para limpeza Jéssica Assis – 2017.2 SALA DE MATANÇA - Separada área de “vômito” e de outras dependências (triparia, desossa, seção de miúdos, etc.). - Distância Graxaria – mín 5m - Pé-direito – 7m (porque boi é maior) Prova - Área total – 8m2/boi/hora SANGRIA - Intervalo entre insensibilização e sangria : Máx 1 minuto (ideal bem-estar: 30 segundos) Prova Aumento do intervalo entre o atordoamento e a sangria, aumenta o estado de tensão dos animais no momento do abate -> Causas de traumatismos, infecções e ingestão de substâncias tóxicas - Sangria é composta de 2 etapas : 1ª - Abertura sagital da barbela através da linha alba 2ª- Secção dos vasos -> aorta anterior e veia cava anterior, no início das artérias carótidas e final das veias jugulares - Sangria dura 3 min , e sangue é conduzido pra CANALETA DE SANGRIA -> vai pra graxaria . Animal morre por hipovolemia Área específica para Vômito -> para não contaminar o sangue Utilizar 2 facas Jéssica Assis – 2017.2 - As facas devem ser mergulhadas na caixa de esterilização após a sangria de cada animal -> água aquecida a > 85ºC - O sangue tem pH alto (7,35 - 7,45) e, devido ao grande teor protéico, tem uma rápida putrefação. Capacidade de conservação da carne mal sangrada é muito limitada. Sangue é meio de cultura -> Quanto mais sangue na carcaça -> mais alcalino -> corrige a acidificação causada pelo ácido lático da carne -> rápida putrefação - Sangue para fins comestíveis -> deve ser colhido através de facas especiais (tipo vampiro) conectadas diretamente nas artérias, que leva o sangue para recipientes esterilizados e identificados. Menos chance do sangue se contaminar externamente. Ex: para chouriço - Parte do sangue pode ser coletada assepticamente e vendida in natura para indústrias de beneficiamento, onde serão separados os componentes de interesse (albumina, fibrina e plasma) -> Industria farmacológica. - O sangue armazenado nos tanques (que veio da canaleta) pode ser processado por terceiros ou no próprio matadouro, para a obtenção de farinha de sangue, utilizada na alimentação de outros animais. - Um problema relacionado com a sangria é o aparecimentode hemorragias musculares caracterizadas por petéquias, listras ou equimoses em várias partes da musculatura, provocada por aumento da pressão sangüínea e ruptura capilar. SERRAGEM DOS CHIFRES - Serra elétrica ou manual - Os chifres são serrados e submetidos a uma fervura para a separação dos sabugos (suportes ósseos). Depois de secos , podem seguir para graxaria para serem convertidos em farinha , ou vendidos ESFOLA - Remoção da pele por separação do panículo subcutâneo (É considerado pele enquanto não foi curtido. Depois de curtido, vira couro) Jéssica Assis – 2017.2 - A esfola no Brasil é realizada principalmente pelo sistema aéreo, ou seja, com o bovino suspenso no trilho -> vantagem do ponto de vista higiênico-sanitário e tecnológico. A esfola pode ser dividida nas seguintes fases: 1ª- Ablação/desarticulação das patas dianteiras As patas (mocotós) precisam ser numeradas , pq ao ser tirado vai se separar da carcaça e vai pra outro setor , e essa carcaça ainda não passou pela inspeção post mortem. Numeração no metacarpo 2ª- Abertura da barbela até a região do mento 3ª - Incisão longitudinal da pele do peito até o ânus 4ª - Corte das patas traseiras Faz no membro que ta solto -> transferência do enganchamento de uma pata para outra (prende pelo Aquiles) -> faz no outro membro que tava preso e agora foi solto. Numeração no metatarso OPERAÇÃO DE OCLUSÃO DO RETO Faz amarradura no reto ou grampeamento -> para evitar extravasamento de conteúdo fecal ROLETE - Faz a remoção da pele - Pele fica pendurado na corrente, o funcionário aciona pra descer, e solta -> pele cai no Chute -> é uma passagem no chão, que é acoplada a uma tubulação que conduz o produto por gravidade, pra algum outro local. Nesse caso, fica na área em frente o rolete , e conduz a pele pro setor de coureamento para sofrer a salga e virar couro. ÁREA LIMPA OPERAÇÃO DE SERRAGEM DO OSSO DO PEITO - Com serra elétrica , passa na altura do externo , divindo a caixa torácica em 2 - CUIDADO NÃO PERFURAR O RÚMEN - Nesse momento pode haver a liberação de esquírolas ósseas, que são fragmentos de ossos que podem ir pra carne. Jéssica Assis – 2017.2 OPERAÇÃO DE OCLUSÃO DO ESÔFAGO - Para evitar extravasamento de conteúdo na evisceração. - Auxílio do saca-rolha -> separa o esôfago das estruturas colabadas ex: traqueia. RETIRADA DA CABEÇA - Corte entre o Côndilo do occipital (na cabeça) e o Atlas (1ª vértebra da coluna) , separando a cabeça do resto do corpo. Prova - Numeração : Côndilo do occipital + Atlas (com mesmo numero dos mocotós – metatarso e metacarpo) - A cabeça segue pra um local específico de cabeça dentro do matadouro, onde elas são trabalhadas e inspecionadas 1- Lavagem - Pendura no gancho pela mandibula - Água em temperatura ambiente com 3 atm -> para fazer remoção de residuos, sangue, osso, pêlo.. 2- Inspeção - Imediatamente após a lavagem Ex: Linha B -> Procura de cisticercose – corte sagital dos musculos mastigadores: masseter e pterigoides. EVISCERAÇÃO - Animal suspenso pelos 2 membros traseiros é aberto - As visceras vão escorregando lentamente e se depositam na mesa rolante de evisceração, composta de 2 bandejas de aço inoxidável , uma maior que recebe visceras brancas (estômago,intestino...) e uma menor que recebe as visceras vermelhas (coração, pulmão..) - Então tem 2 bandejas pra cada carcaça, e elas percorrem juntas - Ao longo da mesa tem o pessoal da inspeção, que vai fazer a Inspeção Post-Mortem, e temos funcionários que vão fazer a utilização do que já foi inspecionado. Jéssica Assis – 2017.2 - As partes comestiveis são separadas (coração, figado..) para ir pra setor específico pra ser trabalhada. - Bucho (estômago) e as tripas (intestino) vão pro setor de triparia e bucharia (pelo chute). - Tb tem chute pras visceras descartadas, que não passaram pela inspeção . A carcaça tem que ser marcada porque ela tb tem que ser avaliada. - A mesma bandeja é utilizada varias vezes no mesmo dia, ela vai por cima e volta por baixo automaticamente. Ocorre no inicio uma lavagem automática das bandejas com jateamento de água hiperclorada. LINHAS DE INSPEÇÃO LINHA A (aftosa): PATAS- FEBRE AFTOSA LINHA B (boca) : CONJUNTO CABEÇA/LINGUA; LINHA C (cronologia): CRONOLOGIA DENTÁRIA (opcional) LINHA D (digestório) : TRATO GASTROINTESTINAL (intestino, estômago, baço, pâncreas, bexiga e útero) LINHA E(epático): FÍGADO LINHA F (fumante) : PULMÃO E CORAÇÃO LINHA G (glomérulo): RINS Relacionados a carcaça : LINHA H: PARTE CAUDAL LINHA I: PARTE CRANIAL LINHA A: EXAME DAS PATAS- FEBRE AFTOSA - Exame nas 4 patas -> buscando lesão de febre aftosa Esfolar e desarticular, deixando presos pela pele Numerar (metacarpianos e metatarsianos - lápis tinta) com mesmo número do côndilo do occipital Lavar e realizar inspeção visual -> abre espaço interdigital dos bungulados - Em caso Positivo: marcar com chapinha tipo 3 e desviar carcaça e vísceras para o DIF. LINHA B: EXAME CONJUNTO CABEÇA/LÍNGUA prova - CABEÇA Exame visual Corte sagital do masseter e dos pterigóides - pesquisa de CISTICERCOSE É feito Corte duplo (2 incisões) Jéssica Assis – 2017.2 Incisão dos Nódulos linfáticos parotidianos, e parótidas Caso não seja encontrada lesões, cabeça e cérebro podem ser encaminhados para aproveitamento -> pode ser utilizada para embutidos (que passam por cozimento). - LINGUA Exame visual e palpação Incisão dos Nódulos linfáticos: retrofaríngeos, sublinguais Incisão sagital da língua e extirpar as tonsilas palatinas LINHA C: CRONOLOGIA DENTÁRIA - É opcional. Geralmente matadouro que trabalha com isso são aqueles que tem carnes de qualidades diferenciadas , pra exportação. Quanto mais novo o animal, mais macia a carne. Objetivo: - Avaliar idade aproximada dos animais abatidos, para estudos zootécnico-econômicos ou sanitários. - Ao menos, 60% devem ter a sua idade calculada. Exame: - examinar o grau de desenvolvimento dos incisivos (caducos e/ou permanentes) e, em sua função, calcular a idade aproximada do animal, conforme tabela fornecida pela I.F. Jéssica Assis – 2017.2 LINHA D: TRATO GASTROINTESTINAL, baço, pâncreas, bexiga e útero - Exame visual e palpação - Incisão dos nódulos linfáticos da cadeia mesentérica LINHA E: EXAME DE FÍGADO prova - Exame visual e palpação No inicio da inspeção , o fígado fica com a parte lisa pra cima, e com as estruturas (vasos, ductos,vesicula..) pra baixo. Depois vira o fígado, para avaliar as estruturas por baixo . Com isso temos acesso a vesícula biliar. - Cortar e comprimir a vesicula biliar* - Incisão do nódulos linfáticos hepáticos - Lesões: Fasciolose , Cirrose, congestão, hidatidose, fasciolose, esteatose e perihepatite , Telangiectasia -> É a dilatação dos vasos sinusóides do figado (alteração circulatória). Nesse caso, faz o Descarte do fígado. *A vesicula biliar é removida , e avaliada em relação ao seu conteúdo , que é a bile. É uma etapa muito importante economicamente falando pro matadouro, porque uma das alterações mais comuns de acontecer na vesicula é a pedra na vesicula biliar , e a pedra na vesicula bovina vale mais que ouro .Ela é vendida e comercializada a peso , pros paises asiáticos. Durante a palpação,dá pra sentir se tem pedras na vesícula ou não. Se tiver, tem que fazer o procedimento para recolher essas pedras. Um funcionário escolhido a dedo (confiável) arranca a vesícula e pendura em um gancho , que é estrategicamente em cima de um coletor que tem um funil e uma porta trancada com cadeado. - Rasga a vesicula biliar - Conteúdo (com as pedras) cai no funil - Tem uma placa vazada por dentro do coletor, onde a bilepassa e cai num cano coletor, pra ser descartada, e as pedras ficam retidas. - Só é possível ter acesso o interior do coletor , se abrir a porta. Só quem tem a chave é o funcionário de confiança do dono do matadouro. Possibilidades de uso das pedras : - Servir como componente de tintas de grandes pintores (manter a durabilidade) - Farmacológica - Elaboração de pérolas , em quem tem cultivo de ostras -> Essas pedras da vesicula são incluidas propositalmente dentro das ostras, pra provocar reação, e assim, induzir a produção de pérola com mais certeza. Se tiver fascilose o fígado é condenado Jéssica Assis – 2017.2 Obs: Para fazer o descarte do fígado, tem que desfigurá-lo , fazendo cortes longitudinais, transversais..para mostrar que está comprometido, evitando que seja aproveitado e vendido. LINHA F : PULMÃO E CORAÇÃO - PULMÕES Exame visual e palpação -> Na palpação do pulmão , temos que sentir crepitação (com presença de gás dentro). Se não crepitar, pode ser edema (conteudo liquido). Incisão dos nódulos linfáticos: apical, traqueobrônquicos, esofagiano e mediastinais. Incisão dos pulmões na altura dos brônquios -> corta desde a traquéia, brônquio, bronquiolo .. a procura de : parasita, exsudato, aspiração de sangue ou vômito -> Se tem sangue ou vômito significa que no momento da sangria, o animal respirou, então a insensibilização foi mal feita, porque tem que dar parada respiratória. - Lesões: bronquite,enfisema,linfoadenite,edema,aspiração de sangue,vômito e pneumonia. - CORAÇÃO prova! 1º - Avaliação externa (coração e pericárdio) Palpação. 2º - Abertura das câmaras incisar longitudinalmente o coração da base ao ápice. 3º - Corte Sagital -> As paredes do coração são espessas, então deve fazer corte sagital, dividindo a parede ao meio , a procura do cisticerco, que pode estar na superficie, mas tb pode estar no interior. Lesões: cisticercose, pericardite (forma exsudato entre pericárdio e musculatura), endocardite, miocardite. LINHA G : EXAME DOS RINS - Exame Visual e Palpação , apreciando aspecto, volume e consistência. - Lesões: congestão, cisto urinário, nefrite, isquemia ------- Jéssica Assis – 2017.2 Enquanto os órgãos vão sendo avaliados, outras pessoas estão avaliando a carcaça e dando continuidade ao processo de abate... Divisão da carcaça: Cauda é virada para o lado direito e divide pela coluna vertebral. A carcaça inteira é dividida em 2 meias carcaças. LINHA H : EXAME DAS FACES MEDIAL E LATERAL DA PARTE CAUDAL DA MEIA CARCAÇA Prova - Carnes mais caras , mais valorizadas - vem primeiro na inspeção - Examinar visualmente a carcaça - Contusões e contaminações pequenas tirar (ex: hematoma, contaminação fezes) , caso contrário enviar para o DIF. - Incisão dos nódulos linfáticos: inguinal (macho) e retromamário (fêmea) , précrural, íliaco externo e interno, isquiático. - Avaliação úbere(fêmea) e testículo (macho) Lesões: adenite, tuberculose, contusões e contaminações LINHA I : EXAME DAS FACES MEDIAL E LATERAL DA PARTE CRANIAL DA MEIA CARCAÇA - Examinar visualmente a carcaça - Contusões e contaminações pequenas tirar (ex: hematoma, contaminação fezes) , caso contrário enviar para o DIF. - Incisão dos nódulos linfáticos: pré peitorais e pré escapulares e o ligamento da nuca -Lesões: adenite,tuberculose,contusões e contaminações, bursite (comum em casos de brucelose = bursite brucélica) Jéssica Assis – 2017.2 LESÃO NO NÓDULO LINFÁTICO Os nódulos linfáticos tem que ser cortados para avaliação ! Pode ter presença de conteúdo purulento , indicando inflamação (algum problema nas proximidades) ou conteúdo caseoso, indicando que houve uma lesão antiga e calcificou, e ai vc sente a faca rangendo. Na inspeção, o linfonodo é um sentinela. Ele comunica se tem alterações naquela área aproximada dele. Quando tem lesão no nódulo linfático , coloca uma chapinha que tem um gancho , marcando exatamente onde foi verificada a lesão. Essa carcaça vai ter que ir pro DIF pra uma melhor avaliação porque se o linfonodo ta infartado, não necessariamente vc vai ver a lesão nessa parte da carne, mas pode ver em órgãos próximos. Todas as alterações normalmente são marcadas na própria carcaça. E essa carcaça continua com o resto que foi aprovado. La na frente, é que vai ter o desvio do DIF (funcionário observa que tem chapinha e desvia a trilhagem aérea) QUADRO NOSOLÓGICO Quadro Nosológico na área de inspeção, para contabilizar as doenças. Não tem todas as doenças, só as principais (ex: cisticercose) , porque muitas são de dificil diagnostico ex: raiva. No final do turno, o agente da inspeção passa os dados do quadro nosológico para planilha , e leva pro escritório pra passar pro computador. AFFA -> Cruz verde , Auxiliares -> Cruz azul. - Doenças mais comuns : Teniase, cisticercose , triquinose e tuberculose DIF Tudo que ta no DIF, já foi inspecionado antes , e sofre uma reinspeção Jéssica Assis – 2017.2 Provavelmente foi identificado cisticerco no coração, e a carcaça e cabeça foi desviada pro DIF, pra fazer avaliação, pra ver se tb tem cisticerco. Conteúdo inflamatório, caseoso. Após a inspeção... - As carcaças são pesadas, tipificadas e carimbadas nas seguintes regiões: PALETA, LOMBO, COXÃO E PONTA DE AGULHA. - recebe Carimbo do SIM, SIE E SIF - Lavagem da carcaça com água fria a 3 atm -> limpeza das esquirolas ósseas e coágulos sanguíneos - Lavagem da meia carcaça com água potável sob pressão, logo em seguida, carimbagem e pesagem . - Embalagem do quarto dianteiro. Colocação da etiqueta lacre. As carcaças podem ser vendidas pros mercados : Jéssica Assis – 2017.2 Em meias carcaças e eles fazem os cortes no próprio mercado (local deve ser fechado e climatizado) ¼ carcaça = quarto dianteiro e quarto traseiro Ainda dentro do estabelecimento, ir pro setor de corte e desossa Câmara Frigorífica - Carne fica na câmara frigorífica de 24 a 48h , sofrendo a maturação tecnológica -> toda carne deve passar, para dar amaciamento e não ficar dura, porque não teve tempo das fibras musculares entrarem no processo de desnaturação e degradação inicial. (nesse caso carne não precisa ir embalada) X Carne maturada : - Carne já embalada fica 14 dias na câmara frigorífica, a uma temperatura bem baixa (0ºC), pra sofrer maturação. EMBARQUE DA MERCADORIA EM CAMINHÃO COM UNIDADE DE FRIO - Vai para Mercados ou centrais de abastecimento Curtas distâncias -> caminhão pode ser isotérmico Longas distâncias -> caminhão deve ser frigorificado - Carne não pode encostar no chão do caminhão Obs: No caso dos bovinos temos os anexos : triparia (para trabalhar intestino) e bucharia (para trabalhar o estômago) Obs: Pagamento bovinos: - Pagamento pelo peso vivo : Pesa caminhão quando chega e quando sai , e depois faz a diferença. Desvalorizado , porque você paga por tudo, mas nem tudo vai ser aproveitado (osso, pele, chifre, sangue, partes condenadas) - Pagamento pelo peso morto : Abate o boi , e no final ele é pesado, com osso ou sem osso. Maior valorização, porque desconta o que vai pra graxaria, então vc só ganha pelo que vai ser aproveitado. - Matadouro recebe os bois, faz o abate , retorna a carne pro produtor, e fica com pele, residuos e mocotó = lucro . Normalmente isso é feito pelos matadouros de pequeno porte. Jéssica Assis – 2017.2 CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DE CARNES Estado de Conservação de Carne Bovina “in natura” O controle fisico quimico da carne é necessária, pra fazer uma avaliação , uma vez que essa carne já ta disponibilizada pro comércio varejista. Quando a carne sai da indústria , ou ela vai ou pra uma central de abastecimento, ou ela vai pro mercado direto,sendo que lá ela vai ser colocada em estoque, em câmaras frigoríficas de estocagem, e aos poucos ela vai sendo conduzida à área de exposição, que é onde o consumidor vai ter acesso. Nesse momento a carne tem que estar em boas condições pro consumidor comprar . Quando essa carne fica um bom tempo ali, é possivel que ela começe a ter alterações. Se for bem acondicionada, as alterações vão ser bem lentas. Mas podem ser aceleradas se forem mal-acondicionadas. A indústria então faz uma recomendação, um prazo de validade , pro consumidor ter um tempo de consumo. Obs: O controle físico-quimico avalia a condição de frescor da carne , se ta boa pra consumo ou não , não avalia se tem contaminante ! - Análises que podem ser utilizadas tanto pra bovinos, quanto pra suinos e aves. - Fiscalização sanitária vai em um estabelecimento, entra no estoque e faz a caracterização sensorial das carnes, que vai dar uma idéia inicial das condições do alimento. Caracterização Sensorial A caracterização sensorial da carne é de grande importância e , ás vezes, maior que os exames quimicos, pois são estas caracteristicas que mais se alteram no inicio da putrefação da carne. Aspecto : Uniforme , sem acúmulo sanguíneo , corpos estranhos,etc... Limpa, isenta de sujidades ex: sem mosca, sem papelão, fio de cabelo.. Coloração : Uniforme, sem manchas escuras ou zonas claras, variando do vermelho rosado ao vermelho pardo. Com o envelhecimento há escurecimento da superfície que progressivamente torna-se acinzentada ou esverdeada pela ação de microrganismos. Vermelho brilhante e úmida Se não tiver uniforme, pode ser indicio que houve uma mistura de carnes, ou inclusão de gordura.. Não é porque a carne ta escura que ela ta contaminada. Pode ser queimadura pelo frio (nesse caso corta aquela parte e o resto aproveita). Se tiver em putrefação vai ter mudança de consistência, de odor, ... Carne esverdeada é principalmente pela ação bacteriana -> Pseudomonas. Jéssica Assis – 2017.2 Consistência : Normalmente é firme, compacta e elástica. No início da putrefação a superfície torna-se viscosa (produção de residuos da proteólise e exposição das partes hidrofóbicas da proteina) ou limosa e a carne perde a firmeza -> porque vai sofrer desnaturação (muda sua conformação, expondo parte hidrofóbica da proteina) , e logo depois vai ter degradação, que é a quebra das ligações peptídicas , que ligam os aminoácidos. Além disso os microrganismos começam a degradar a proteína , que fica fragmentada.. Para ver a consistência, palpa com a mão limpa (lavada e com antisseptico, normalmente alcool 70) ou com luva. Odor : Suave, agradável e característico em carnes sãs, tornando-se amoniacal e depois fétido. Sui generis Se a carne está dentro das características regulamentares : Libera a carne para consumo. Se a carne tiver por ex, com odor pútrido, coloração escurecida, sem brilho, viscosa ...mostra que lote não está mais adequado pra consumo , então não há necessidade de mandar pra análise: Descarta o produto/lote. Isso é culpa do mercado, porque se a carne ta a muito tempo no estoque, tem que ser feito promoção, para vender e não ter perdas. Se a carne tem caracteristicas positivas e negativas, e vc tem dúvidas de que destino dar ao produto : Manda pra análise no laboratório. Se vc descarta e a carne ainda ta dentro das caracteristicas regulamentares, vc causa prejuizo pro estabelecimento. Se vc libera e a carne está imprópria pra consumo você prejudica o consumidor. A primeira coisa a ser feita é a colheita de amostras . A amostragem deve ser representativa, de diferentes partes do lote (se a carne já está exposta, em bandeijas, ai isso é dificil) Normas para colheita da amostra - Coleta quantidade mínima de 500 gramas (devem ser mantidas as características de homogeneidade da amostra). - As amostras deverão ser acondicionadas em recipientes limpos e íntegros (saco plástico resistente e impermeável, fechado hermeticamente, lacrado e identificado) Jéssica Assis – 2017.2 - Transportadas em recipientes isotérmicos acompanhadas de gelo ou outra substância refrigerante. O tempo decorrido entre a colheita da amostra e sua chegada ao laboratório deve ser o mais breve possível. O ideal é que o carro tenha ar condicionado, para manter a temperatura interna do isopor. Preparo da amostra - Tomar porções de várias regiões da peça (sem grandes vasos, tecido adiposo, aponeuroses,etc..) , cortar em pedaços menores. - Homogeneizar em moedor de carne com discos de 5 mm de diâmetro ou em liquidificador à baixa rotação por 2 minutos. - Analisar imediatamente. - Para algumas determinações poderá ser acondicionada em frascos hermeticamente fechados e mantidos em congelador. Testes de Rotina - Depois de todos os testes concluidos, tem que contabilizar. Se der 3 testes ruins, a carne é considerada imprópria. PROVA DE FILTRAÇÃO - No pescado não tem - Avalia a CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA (CRA) e consequentemente a condição da carne. - O pH influencia na capacidade de retenção de água do alimento : Se pH do alimento for baixo (ácido) , a umidade sai com mais facilidade Se pH do alimento for alto (alcalino) , a umidade tem dificuldade de sair. Então quanto maior o pH, maior a CRA. Princípio – Baseia-se no volume de extrato aquoso obtido por filtração em papel de filtro de porosidade padronizado, e em um tempo também padronizado. Procedimento - Colocar amostra homogeneizada + água destilada em Erlenmeyer com rolha esmerilhada. - Fechar e agitar vigorosamente por 15 minutos, com intervalos de repouso. Jéssica Assis – 2017.2 Se a carne tiver em degradação, é porque tem enzimas proteolíticas , que quebram as ligações peptídicas, transformando uma proteina grande, em proteinas pequenas , que chamamos de resíduos de proteólise. Durante a agitação, os residuos de proteólise saem da carne passam pra água. - Lançar o liquido e os fragmentos da carne de uma só vez , em funil com capacidade não menor que 150 ml , e com papel filtro Whatman nº 1 ou similar. - Medir o tempo de filtração -> Quando água parar de escorrer pro Becker, vê quanto foi o tempo de filtração. Tempo de filtração 5 minutos – carne fresca e sã , boa para consumo - Quanto menor o tempo, melhor a carne. 6 a 10 minutos – carne de média conservação 10 minutos ou mais – carne suspeita, provavelmente alterada Prova Quanto mais resíduos de proteólise , mais tamponamento dos poros do filtro, mais dificuldade pra água sair -> Maior tempo. Além disso, se a carne ta deteriorada, provavelmente o pH está mais alcalino (pq substâncias alcalinas vão sendo formadas, como aminas, amônia...) . Se o pH está alto, aumenta a CRA -> dificuldade pra água sair -> Maior tempo Aspecto do filtrado Carne sã-> límpido, róseo-claro, cheiro sui-generis Jéssica Assis – 2017.2 Carne alterada -> turvo , de tonalidade groselha mais ou menos acentuada, com odor amoniacal ou sulfídrico (algumas proteinas são compostas por enxofre) Este filtrado deverá ser reservado para prova de Nessler. PROVA DA COCÇÃO - Cocção = cozimento -Objetivo : Verificar odores desagradáveis Verificar consistência da carne e características do caldo Procedimento: - Colocar amostra + água destilada dentro de um becker - Tampar o becker com o vidro relógio - Aquecer a amostra na chapa aquecedora - Quando o vidro começar a embaçar , é porque ta saindo os primeiros vapores Aproxima a narina do becker, abre o vidro relógio e sente o odor. Obs: Não adianta tirar o vidro em cima da chapa e dps ir cheirar, pq os gases de deteriora saem, e depois só temos odores normais do cozimento. O odor pode ser : Normal ,amoníaco, sulfídrico,nítrico... Procedimento 2 : - Depois pega esse becker, sem o vidro relógio, e coloca em aquecimento novamente por 5 minutos. - Retira o becker da chapa , e com auxilio de uma espátula de aço inoxidavel, retira um pedaço da carne e coloca no vidro relogio , pra avaliar a consistência Carne deve estar firme Caldo deve estar Límpido Jéssica Assis – 2017.2 DETERMINAÇÃO DO PH Princípio : O pH representa a concentração de íons hidrogênio em um material. É ideal para verificar as modificações bioquimicas da carne e, é a prova imediata e precisa para avaliar seu estado de conservação. Após o abate: - A Glicose que vem da alimentação, uma parte ele consome, e outra parte fica na forma de Glicogênio (reserva no músculo). O glicogênio em situação de aerobiose (O2), libera glicose. Em situação de anaerobiose (Sem O2) , o glicogênio se transforma em ÁCIDO LÁTICO. O ácido lático acidifica a carne e isso é bom , pq cria um ambiente improprio pra instalação de bactérias, e a carne dura mais. Então o ideal é que o pH seja mais ácido . - Quando o animal morre, não tem mais O2, então o glicogênio se transforma em ácido lático (pH 5,4-5,5) . Mas o pH vai começar a aumentar , porque no decorrer do tempo, a carne sofre ação das enzimas microbianas que são produzidas pelos microrganismos, e das enzimas autolíticas, da própria musculatura. Essas enzimas degradam principalmente as proteinas, que compõe a maior parte da carne, e são formadas de aminoácidos. A quebra dos aminoácidos libera radicais amina (ex:NH3) , que são compostos alcalinos, e aumenta o pH. O aumento propicia desenvolvimento de microrganismos e altera as caracteristicas sensoriais. Métodos : -> Método colorimétrico com fitas reativas = fita usada em urina -> Peagômetro de incisão Procedimento : - Coloca carne moída , no becker, acrescenta água destilada e homogeiniza (mistura/macera) com um bastão de vidro. O peagômetro (caneta) é inserida na amostra e o pH é determinado.. Jéssica Assis – 2017.2 pH 5.8 a 6.2 -> pH ótimo pH 6,2 a 6,3 -> pH ainda bom pH 6,4 -> É o limite. Deve ser consumido rapidamente, em até 24 horas. Então o mercado tem que mudar a data de validade e fazer uma promoção. O ideal é a inspeção voltar 2 dias depois para ver se ainda tem essa carne com prazo de validade ultrapassado a venda. PROVA PARA AMÔNIA - Existem 2 provas para determinação de amônia: Prova de Éber e Prova de Nessler - Análise química Qualitativa (só mostra se tem ou não a amônia, não diz a quantidade) Objetivo: Avaliar a presença de amônia, proveniente da degradação das proteínas. 1- PROVA DE ÉBER - Amarra um pedaço da amostra no barbante e coloca dentro do Erlenmeyer contendo os reagentes : Ácido clorídrico (HCl) + éter + álcool etílico (ajudam a volatizar o HCl- antes usava acetona) -> amostra deve ficar a 1 cm de distância dos reagentes, não pode encostar. - Tampar o frasco. O resultado é imediato. - A amônia (NH3), que tb é um composto volátel, se desprende da amostra. O cloro tem afinidade com a amônia, então eles se ligam formando o Cloreto de Amônia (NH3Cl), que aparece sob a forma de um precipitado branco, que é como se fosse uma fumaça branca em torno da amostra = Positivo Obs: Se não tiver amônia, não vai acontecer nada. HCl + NH3 NH3Cl (cloreto de amônia) Jéssica Assis – 2017.2 2- PROVA DE NESSLER - Prova complementar ao teste de Eber (para confirmar) - Análise Colorimétrica Procedimento: - Pega um tubo de ensaio e coloca o reagente de Nessler (solução alcalina de tetraiodomercurato de potássio ) e 10 gotas do filtrado (obtido na prova da filtração) - O reagente de Nessler ao reagir com a amônia forma um complexo de coloração amarela. Prova positiva : Coloração amarelo a avermelhado Prova negativa: Coloração amarelo esverdeado 3- PROVA DE BARTELS Essa prova pode ou não ser realizada. Se fizer , não precisa fazer a de Nessler, que é a mesma prova, mas com outro método. Procedimento: Colocar em uma cápsula (= pires) fragmentos de carne cobertos pelo reagente de Nessler e observar a coloração formada pela reação NH3 + reagente = cor amarela Se igual ao reagente = negativo Se mais intenso ou alaranjado = positivo Jéssica Assis – 2017.2 PROVA PARA H2S - Análise química Semi-quantitativa (sabemos que ta abaixo do valor máximo, mas não sabemos o valor exato) Objetivo : Avaliar a quantidade de gás sulfídrico (H2S) que sai da amostra , que é proveniente da degradação da proteína (tem aminoácido que tem enxofre na sua composição, e enxofre sai na forma de gás sulfidrico -> o odor é desagradável) O H2S é produzido principalmente por microrganismos mesófilos, e dificilmente por microrganismos psicrófilos. Procedimento: - Colocar amostra + água destilada no Erlenmeyer (esse Erlenmeyer tem uma rolha esmerilhada, que dá um fechamento hermético) - Colocar a tira com acetato de chumbo (que é branca), sem mergulhar na amostra e tampa com a rolha. - Coloca Erlenmeyer pra aquecer em banho-maria - Com aquecimento, o enxofre na amostra vai sair sob a forma de gás sulfídrico e ficar preso na parte de cima, encontrando com a tira. - O enxofre tem muita afinidade com o chumbo, então o enxofre se liga ao chumbo da tira, formando Sulfeto de Chumbo . Essa reação vai enegrecendo a tira. Reação negativa : Tira continua branca Reação positiva: Tira fica enegrecida -> quanto mais gás sulfidrico, mais sulfeto de chumbo ta sendo formado, mais a fita fica escura. Existe um limite máximo aceitável de gás sulfídrico que a amostra deve ter, então tem que fazer outra análise: Procedimento 2: Repete o que fez anteriormente, mas ao invés de colocar a amostra, coloca a Solução padrão (que é uma solução conhecida, ou seja, a gente sabe quanto tem dentro de gás sulfidrico ou do equivalente Sulfeto de sódio = 0,014 mg H2S/g Que é exatamente o valor máximo permitido) Jéssica Assis – 2017.2 - Coloca solução padrão + ácido acético glacial (pra acelerar o processo), no Erlenmeyer - A coloração da tira será referente ao limite máximo de enxofre permitido.Representa a tonalidade máxima que pode estar. - Compara as 2 tiras (da amostra e da solução padrão) Tira da amostra mais clara que a tira da solução padrão: tem < 0,014 mg H2S/g -> Produto é liberado. Tira da amostra mais escura que a tira da solução padrão: tem > 0,014 mg H2S/g -> Produto impróprio pra consumo. OBSERVAÇÃO: Em alguns casos, somente o conjunto das provas citadas será decisório para uma avaliação do estado de conservação da carne. CORTES BOVINOS Jéssica Assis – 2017.2 CARCAÇA O bovino é comercializado em ½ (meia-carcaça) ou ¼ (quarto) de carcaças , para mercados, açougues...e eles mesmo fazem os cortes Ou a própria indústria já vende os cortes separados. Os cortes geralmente ocorrem depois do período de maturação (24h) MEIA-CARCAÇA Jéssica Assis – 2017.2 QUARTO DE CARCAÇA Corte entre 5ª e 6ª costelas - vértebras torácicas. As carnes nobres (de 1ª) se encontram na parte traseira. São mais macias e com cobertura de gordura (exceto cupim, que é dianteiro e tb tem muita gordura). As carnes dianteiras, são carnes de 2ª , porque são mais duras -> é onde o animal faz força muscular pra subir. CARNES QUARTO DIANTEIRO PALETA /DIANTEIRO SEM PALETA Jéssica Assis – 2017.2 PALETA PÁ + MÚSCULO DO DIANTEIRO PEIXINHO + RAQUETE + CORAÇÃO DA PALETA Carne com média maciez Ideal para picadinhos e panela Ótima para moer Nenhuma gordura Nunca churrasco Nunca fritar DIANTEIRO SEM PALETA PESCOÇO É carne de primeira! A primeira que entra para o abate!!! -> carne muito ruim Pouca maciez – dura – animal movimenta muito pra pastar. Rica em nutrientes Ideal para panela (carne louca) -> se passar do ponto fica macia demais e se desfaz Retirando a gordura, boa para moer ACÉM Carne com pouca maciez Muito utilizada para carne moída Pode ser utilizada para panela (carne louca) Também utilizada em picadinhos Pouca gordura COSTELA – DO –DIANTEIRO PEITO É uma parte desossada da costela Muito saborosa por sua proximidade aos ossos Ideal para churrasco (assar lentamente envolto no celofane) Pode ser utilizada para assar em forno ou panela Bom preço CUPIM Carne com pouca maciez, entremeada de gordura É utilizada para churrasquear (lentamente envolta em celofane) Pode ser cozida na pressão e após isso, assada no forno Sabor característico e acentuado Jéssica Assis – 2017.2 CARNES QUARTO TRASEIRO TRASEIRO SERROTE : LOMBO + ALCATRA + COXÃO FILÉ- MIGNON + CONTRAFILÉ + FILÉ DE COSTELA + CAPA DE FILÉ VARIANTES DO LOMBO : BISTECA + TIBONE ALCATRA : MIOLO DA ALCATRA COXÃO : COXÃO DURO + COXÃO MOLE + LAGARTO + PATINHO -Menos macia que Filet Mignon -> mas é mt mais saboroso -Tem camada de gordura -Ideal para fritar -Pode churrasquear (não ideal) -Preferir sempre peças gordas ( gordura branca) - Bife Ancho Argentino - tb chamado de Noix (entrecôte) -É um corte novo no Brasil -Muito macio e saboroso -Pouca gordura externa -Ideal para grelha (churrasco) -Bom para fritar (grosso) -Perde água com facilidade - Pouca maciez - Ideal para carne de panelas em cubos - Muito saborosa - Bom preço - Pode-se churrasquear envolto em celofane ou alumínio - Muito macia - Carne magra (pouca gordura). - Sem sabor acentuado - Ideal para fritar (todas variantes) - É utilizada em pratos como Medalhão (com bacon – junta maciez e sabor) , Strogonofe (com molho –junta maciez e sabor) - Perde água facilmente (fritar rápido!) -> não pode cozinhar, pois perde água e enrijece. - Tem cordão do filé mignon - Chamada de chuleta - “T – bone” = Saboroso. Pega a parte medular do boi. -Muito macia, saborosa -Ideal para fritar -Grandes bifes sem gordura (milanesa) -> ideal para carne a milanesa porque é macia e sem gordura. -Se possuir capa de gordura, ótima para churrasco -Ideal para espetinho (cubos) -Pode substituir Filet mignon em “strogonof” - Pouca maciez - Muito saboroso - É gordo, produz grandes bifes - Ideal para carne de panela e bife enrolado - Uma “sola” se fritar ! - Chamado de “Chã” - Macio, sem sabor acentuado - Ideal para bifes (milanesa) -Grandes bifes sem gordura - Horrivel para churrasquear(sem gordura, sem gosto) - Pode fazer carne moída - Pouco macio - Ideal para panela - Recheado e fatiado, servido frio - É a peça utilizada para “carpaccio” - Nunca churraquear ou fritar - Formado pelo músculo semitendinoso - Média maciez - Ideal para bifes magros (milanesa) - Pode moer (carne moída de 1°) - Grandes bifes com nervuras pequenas - Nunca assar ou churrasquear Jéssica Assis – 2017.2 MUSCULO TRASEIRO Como outros “ músculos”, ideal para panela Caldo gelatinoso, rico Bom para carne moída Pobre em água, rico em nutrientes! PICANHA - É o principal corte - A capa de gordura impede saída de água de dentro da carne, conferindo Suculência - Média maciez - Uma boa picanha: max 1,5kg (1,2 kg é o ideal) – picanha tem que ter no máx 20 a 25 cm . Se tiver maior, provavelmente ta junto com outro tipo de carne ex: coxão . É uma fraude feito no açougue. - Sempre escolher gorda com gordura branca - Sem gordura ou gordura amarela: animal velho ou doente - Melhor carne para churrasco ou chapa Sabor inconfundível Servir “ao ponto” (bem passada pode ficar dura) Somente com sal (valoriza o sabor) Nunca churrasquear ! MAMINHA - Média maciez - Ideal para assar inteira em forno - Churrasquear se protege-la com papel alumínio ou celofane FRALDINHA É o diafragma do bovino - Fibras longas com média maciez - Bom para churrasco em grandes pedaços - Pode ser feito em panela - Sabor acentuado e característico Jéssica Assis – 2017.2 TRANSFORMAÇÃO DE MÚSCULO EM CARNE Esse gráfico tem uma relação entre o PH, com o passar do tempo. Proteinas musculares : Actina e Miosina -> Fazem contração (involuntariamente) e Relaxamento ( com gasto de energia!!!!) A carne imediatamente após o abate, ainda é músculo, então não é própria pra consumo, não é bem assimilado no nosso organismo, porque ainda não ocorreram as transformações. Fibras mt firmes ainda, não é macia. CARNE NORMAL - Se o processamento foi adequado até a sangria (bem-estar animal, sem estresse, teve o descanso pré-abate...), na sangria, o pH da musculatura é aprox 6,8 a 7,0 . O glicogênio, na situação de anaerobiose, se transforma em ácido lático, e o pH vai diminuindo gradativamente , até que em 24 horas, chega no menor pH possivel que uma carne consegue chegar , que é pH 5,4 (Ponto isoelétrico da proteina – é quando as cargas elétricas entre o pH e a proteina da carne se equiparam). Mesmo se tivesse ainda glicogênio, não diminuiria mais. Jéssica Assis – 2017.2 - Concomitantemente com a diminuição do pH, está ocorrendo a formação do Rigor Mortis: Quando animal morre ainda tem ATP , então o músculo ainda faz o relaxamento -> o músculo vai gastando , até que chega um momento que esse ATP acaba e a musculatura não consegue mais relaxar , perde a elasticidade = sofre ENCURTAMENTO (encurta e não consegue retornar - se morreu não usamos o termo contração) e carne fica rígida , ai falamos que atingiu o AUGE DO RIGOR MORTIS. Nesse momento ta dentro da câmara frigorífica a 7ºC (resfriada). - Depois vai começar o processo da maturação da carne (RESOLUÇÃO DO RIGOR MORTIS), onde vai haver Degradação protéica por ação enzimática (CATEPSINAS) , ocorrendo ruptura da ligação de actina e miosina. Por isso a carne vai ficando macia. Com essa degradação proteica, ocorre liberação de compostos alcalinos -> pH da carne vai subindo gradativamente. Essa carne, se bem resfriada no mercado , dura de 7 a 9 dias. Depois de 7 a 9 dias, esse pH atinge 6,4 , que é o LIMITE para o consumo , pq facilita a multiplicação bacteriana e se deteriora rapidamente. Deve ser consumida imediatamente, em até 24h. -> Isso quer dizer que depois que o animal morre, ele ainda tem que ficar mais 1 dia dentro do matadouro, ou até 2 dias. Obs: Estimulação elétrica -> queima do ATP Quando a carcaça entra na câmara frigorífica , ocorre intensificação do encurtamento , porque temos o encurtamento causado pelo rigor e causado pelo frio. Então alguns matadouros utilizam a estimulação elétrica após a sangria-> A trilhagem aérea passa por uma corrente elétrica, dando choque na carcaça . Com o choque, gasta-se rápido o ATP e antecipa o auge do rigor mortis ,ou seja, o encurtamento ocorre mais rápido,. Então a carcaça entra na câmara com rigor estabelecido. Assim o encurtamento do frio é bem menor, e a carne fica mais macia. CARNE DFD - ESCURA , FIRME/DURA e SECA - Muito vista em bovinos - Animal sem descanso/ sob estresse/sem bem-estar -> é abatido -> pH 7 na musculatura -> como tem baixo teor de glicogênio, forma pouco ácido lático , então pH Jéssica Assis – 2017.2
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