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Métodos não farmacológicos no trabalho de parto

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Métodos não farmacológicos no trabalho de parto: analgesia
Origem da dor
1. Fatores locais
2. SNC: medo-tensão-dor (quanto mais tensão mais dor)
Estímulo nocivo
1. Inflamação (o trabalho de parto, por si só é um processo inflamatório)
a) Mecânico: distensão das fibras uterinas e colo do útero
b) Térmico: hipertermia
c) Químico: maior liberação de prostaglandinas
2. Estímulos nervosos
a) SNA: dor visceral – trato espinotalâmico
· T7-T12 – S. simpático – útero e vagina superior
· S2-S4 – S. parassimpático – final do trajeto
b) Sistema somático superficial: passagem pelo assoalho pélvico
3. Trauma
Neuroanatomia da nocicepção
1. Consciência da dor: tálamo-cortical
2. Analgesia endógena: mesencéfalo
3. Componente afetivo da dor: sistema límbico
4. Conexão entre áreas: sistema reticular
Neurofisiologia da nocicepção do parto
1. Excitatórios: CoX2 e PGs
2. Inibitórios: GABA e Glicina
3. Moduladores: NOR, Serotonina e Dopa, ACh, Histamina e Opióides
A dor é mais lenta que o tato, por isso estímulos táteis interferem na intensidade da dor
Fases do trabalho de parto
1. Dilatação: estimulação por fibras simpáticas T
a) Fase precoce: 25-30 mmHg
b) Fase avançada: 65 mmHg
2. Expulsão (2-3 horas)
a) Dor visceral + somática (distensão do assoalho pélvico, colo uterino, cólica menstrual) = S2-S4
· Parâmetro anatômico: linha das espinhas ilíacas – transição L5/S1
· Digitopressão nesse ponto é analgésica
b) Fase mais intensa de dor
3. Dequitação
Fisiopatologia da dor
1. Por que não é adequado a paciente ter dores intensas?
a) Alterações respiratórias/hiperventilação
· Não favorecimento da resp. fetal
· Aumento do pH fetal = vasoconstrição placentária e diminuição da afinidade da Hb fetal
b) Circulatória
· Aumenta DC e viscosidade do sangue = risco, principalmente em cardiopatas
c) Neuroendócrino
· Aumento do medo e apreensão
· Exacerbação dos sistemas simpático e límbico
d) Acidose Metabólica (com alcalose respiratória) = hipofluxo, geralmente no final do trabalho de parto
e) Alterações na relação perfusão contração
· Isquemia
· Hipoperfusão útero-placentária
2. Indicação de peridural
a) Alívio de 80-90%
b) Mas tem riscos
· Hipotensão arterial
· Trabalho de parto prolongado
· Mal posicionamento fetal
· Necessidade de maior quantidade de occitocina
3. Manejo da dor
a) Menores doses possíveis
b) Morfina (no espaço epidural)
c) Antiinflamatórios: contrários ao trabalho de parto que é um processo inflamatório
d) Anestésicos locais: indicados na episiotomia
e) Anestesia geral: contra-indicação pois necessita do esforço da paciente
Escala visual de algesia – EVA
1. Quando mais dilatado o colo, maior a dor
· Ex.: EVA 7 = dilatação ~7
Analgesia por métodos não farmacológicos
1. O que funciona
a) Peridural
· Riscos
· Acidentes de punção
· Bloqueio anestésico pode estar mais alto que o normal
· A progesterona ajuda a manter o nível de bloqueio anestésico
b) Anestesia combinada (raquimedular + peridural)
c) Anestesia inalatória
d) MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS: banho, massagem, relaxamento e acupuntura
2. O que pode funcionar
a) Categoria A – OMS
· Apoio empático dos profissionais
· Boa comunicação
b) Categoria D – prática inadequada
· Ocitocina
- exógena aumenta a necessidade de analgesia
- endógena TEM EFEITO ANALGÉSICO (por diminuir a tensão)
· Episiotomia
c) MÉTODOS NÃO FARMACOLÓGICOS: 
· Passivos – final do trabalho de parto
-imersão em água
-acupuntura e massagem
· Ativos – Início do trabalho de parto
-Yoga/relaxamento
3. Com dados insuficientes
a) Música
b) Hipnose
c) Água esterilizada
d) Aromaterapia
e) Estímulo elétrico
4. Melhor método em cada fase
a) Dor
1-3: deambulação, suporte social
3-5: respiração (yoga/relaxamento)
· Lamaze (1960): 6-9 respirações/minuto, foco na expiração, expiração vigorosa (durante a contração), diafragmática – NÃO ULTRAPASSAR 18 irpm (não ficar tão perto desse limite)
· Respiração deve ser aprendida antes do parto ou enquanto a paciente ainda está tranquila
5-7: massagem
· Shiatsu = digitopressão
· Outras técnicas = deslizamento ritmico
7-9: banho e acupuntura e digitopressão
· Atenuação do sistema simpático = temperatura em que a pele está vermelha
· Aumento do tônus parassimpático = temperatura que leva à transpiração
· Parâmetros: temp.: até 38ºC; banho de 20 min
· Banho = período de dilatação: analgesia de 1-2 pontos na escala analógica, não influencia no trabalho de parto
· Banho durante a dectação: exige + cuidado por ser uma fase de maior sangramento normalmente
· Acupuntura e digitopressão = pontos nas mãos e nos pés, liberação de opióide pelo SN, redução de cortisol (S. endócriono), modulação da resposta inflamatória (S. imune)
- liberação de moduladores da dor
+9: peridural (A PACIENTE DEVE SOLICITAR)
b) Dor perineal
· Tendência do fechamento das pernas pela paciente
· Terapia: massagem perineal, bola e EPI-NO a partir da 34ª semana de gestação
-EPI-NO: balão que simula volume a ser expulso = evitar episiotmia
Exame físico Obstétrico
1. Palpação
a) Mensuradora
· Inicio da fita na borda da sínfise púbica
· Altura uterina: 4 cm por mês (no início da trabalho de parto já começa a “descida” mesmo que pouca)
b) Dilatação: 1 cm por hora
2. Plano de De Lee
a) Plano 0: linha das espinhas ilíacas
· +: em direção a vulva
· -: em direção ao colo do útero
DANIEL LUCIO WILLING – EPM/UNIFESP

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