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Analise do Principio da Ampla Defesa

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Introdução:
O princípio objeto desta análise de Acórdão é da AMPLA DEFESA, como um dos princípios norteadores do Direito Penal Brasileiro, este princípio é encontrado em nossa Carta Magna de 1988 em seu artigo 5º, inciso LV, vejamos:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Porém este princípio é abarcado por outro tão importante quanto ele, qual seja o da IGUALDADE, na mesma carta magna, conforme o caput do art. 5º acima grifado.
Ora, a junção de ambos os princípios garante que todos aqueles que julgados por fato alegadamente criminoso deverão ser tratados da mesma forma, sem distinção alguma, e, sem dúvida, com total direito de defesa, com direito de uso de todos os recursos inerentes a eles.
Visto que a ampla defesa é fundamental para o processo penal, no tocante, a possibilitar que o réu possa produzir/apresentar provas que lhe garanta a defesa da alegação de fato criminoso que está lhe sendo imputado.
Breve Síntese dos fatos:
O Réu foi condenado nos autos originário de nº 0009047-06.2012.8.26.0510 pelos crimes dos artigos 155, caput combinado com o art. 71, ambos do Código Penal Brasileiro, vejamos:
Furto
 Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
 Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Crime continuado
 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Delitos estes praticados em uma loja de relógio no centro da cidade onde reside. Sua genitora, na referida apelação alega que o réu é portador de deficiência cognitiva, fazendo o uso de remédios fortes, fato este que alega ela ser comprovado pelo furto de relógios de custo médio de R$ 50,00 vendidos por R$ 10,00, basicamente sem vantagem alguma, bem como com a finalidade de utilizar o valor para jogar vídeo game.
A sentença já transitou em julgado em 4/6/2019.
Visto que o Réu é comprovadamente portador de doença mental, conforme consta nos autos 4004159-74.2013.8.26.0320, sua genitora apela pela imputabilidade em relação ao seu filho.
Alega a apelante, em nome de seu filho, que o defensor público não lançou aos autos tal prova da imputabilidade, por desconhecer da condição do réu à época.
Teve sua liminar indeferida para que houvesse a suspensão dos efeitos da sentença condenatória, em decisão monocrática proferida, todavia opinou a Procuradoria pelo deferimento de tal liminar a qual foi acatada pelo colegiado que, imediatamente, deferiu a concessão da liminar para que os efeitos da sentença condenatória fossem suspensos.
Houve a anulação da sentença para que fosse ela convertida em incidente de insanidade mental, para que a apuração pudesse devidamente se realizada e aos autos considerada para nova sentença ser prolatada.
Interpretação do princípio: Ampla Defesa
Em apertada síntese dos fatos do acórdão utilizado para analise pode-se compreender que houve cerceamento de defesa, com a não observância do princípio da ampla defesa, uma vez que poderiam ter sido trazidos aos autos a comprovação da doença mental, por interdição judicial, anteriormente, proferida, o que traria ao réu condições de ser julgado de forma isonômica.
Pois bem, o Sr. Defensor não observou este falto e agora não poderia então ser o réu penalizado por tão inobservância, sem ter garantido o princípio em análise, entendo que a anulação da sentença foi necessária para que pudesse de forma constitucional ser garantido ao réu todos os meios que lhe são inerentes para recorrer de sua condenação. 
É cediço de que todos são inocentes até que se prove o contrário, por tanto é necessário que, para ambos os lados, acusação e defesa, se garanta a possibilidade de produção de provas de igual modo, com o intuito de garantir o contraditório e a ampla defesa, bem como garantir o resultado útil do processo. 
No caso em tela o princípio não foi observado pelo Juízo de 1ª instância, quando que, do momento da propositura da Apelação pela genitora poderia ter o Ilmo. Juiz a quo ter reformado de plano sua sentença evitando o cerceamento de defesa.
Vejamos que o neste caso defensor público, falhou na sua prestação quando deixou de alegar a tempo tal fato, não podendo então ao réu, novamente, que não tem a sanidade mental integral, assumir o ônus da inobservância do princípio da ampla defesa.
Em julgamento, conforme o Acórdão sob Registro: 2020.0000930835 foi decido pela anulação da sentença condenatória de 1ª instância, para que seja convertido em Incidente de insanidade mental em face do Réu, para que lhe seja garantido o princípio da ampla defesa.

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