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Termometria Avaliação da temperatura do paciente, traz alguns dados sobre a saúde geral do paciente. Pouco invasivo, baixo risco, resultado rápido, baixo custo. Temperatura corporal Mamíferos são homeotérmicos: controlam a temperatura do corpo independente da temperatura do ambiente. Temperatura: é mantida em níveis pelo sistema nervoso e por mecanismos como a termogênese e termólise, ao ter equilíbrio entre esses dois mecanismos temos a temperatura normal. · Termogênese: mecanismos químicos de aumento de temperatura · Termólise: queda da temperatura, mecanismo físico. Processos metabólicos oxidativos: promovem acúmulo de calor/energia, estão relacionados a termogênese, são processos metabólicos que fornecem oxigênio. Oxigênio promove a queima de carboidratos, lipídeos e aminoácidos que elevam a temperatura. Pode ser mantida durante o repouso, essa manutenção é principalmente mantida pelo fígado e coração. No exercício, a temperatura é aumentada devido a atividade dos músculos esqueléticos. Fisiopatologia da Termorregulação Centro termorregulador hipotalâmico: percebe queda de temperatura através da pele, órgãos internos e ambiente e manda informações para que ocorra uma vasoconstrição periférica (redução do leito vascular), piloereção e diminuição da frequência respiratória, tudo isso para conservar a temperatura do corpo e evitar maiores quedas. Ao perceber aumento da temperatura, promove vasodilatação periférica e aumento da frequência respiratória, buscando perder calor e reduzir a temperatura corpórea. Exame clínico do paciente febril Importante levar em consideração idade e espécie, pois a temperatura normal irá variar. Sinais clínicos inespecíficos: além da hipertermia o animal normalmente apresenta outros sinais como apatia, perda parcial do apetite. Duração e periodicidade: a febre é remitente (hipertermia variável) ou intermitente (períodos do dia com hipertermia, outros períodos com hipotermia ou normalidade). Perguntar quando ocorre e suas variações (dia, tarde, noite). Contactantes: importante perguntar se possui contato com outros animais, quantos, etc. Vacinas e outros medicamentos: animais mais jovens são mais acometidos, e normalmente sem vacina. Sempre questionar se foi usado algum medicamento. Exame dos linfonodos: aumento associado a febre indica processo infeccioso. Técnicas para aferição de temperatura Vários tipos de termômetro. Contudo nem todos podem ser usados em animais pois não temos valores de referência para outros tipos de temperatura, o mais indicado é a temperatura retal. Dorso na mão no abdômen: hipertermia Contato (palma da mão) com as extremidades: hipotermia Aferição em vulva e prepúcio: cuidado com contaminação. Usar quando o animal apresenta alguma lesão em região anal. Causa de erros Defecação ou enema (aplicação de produto via retal) recente. Introdução pouco profunda do termômetro, ar no reto, processo inflamatório (colite), tempo inadequado do termômetro no reto. Fatores fisiológicos · Variação circadiana (0,5 a 1,5ºC): de manhã a temperatura é menor, a tarde maior. · Ingestão de alimentos: pode aumentar um pouco. · Ingestão de água fria: pode diminuir um pouco. · Idade: quanto mais jovem, maior a temperatura. · Sexo: fêmeas no cio/gestação aumenta. · Gestação: diminui até 0,5ºC. · Estado nutricional. · Temperatura ambiental. · Esforços físicos. Temperatura Normotermia Hipertermia Hipotermia Febre Síndrome febre (pirexia): só hipertermia, não caracteriza febre. Indicativo de doença. Benéfica: no início é benéfica para o paciente, estimula a produção de anticorpos, reações de defesa e impede o crescimento de microrganismos. Nociva: na maioria das vezes se torna nociva pois acelera muito o metabolismo, causa depleção do glicogênio hepático (toda glicose armazenada no fígado é consumido), utilização de proteínas endógenas, perda de líquidos e sudorese. Patogênese da febre Pirógenos exógenos: microrganismos que provocam aumento de temperatura. Provocam a produção de pirógenos endógenos formados por citocinas e interleucinas, são produtos que participam do sistema imune humoral. Induzem a liberação de monoaminas e prostaglandina E (mediador de processor inflamatório). MO entra no paciente, provoca a produção de citocinas e interleucinas, e a resposta imune é tida como pirógena endógena: produção de calor de origem endógenos. Alteram o ponto fixo do centro termorregulador hipotalâmico, provocando aumento da temperatura. Pode ser de origem séptica, inicia-se com a invasão de MO. Pode ser asséptica, provocadas por queimaduras, traumas, choque, etc. Neurogênica, pode aparecer em casos de convulsões, contrações musculares de origem neurológicas. Síndrome febre Hipertermia. Mucosas congestas e secas. Pele quente, focinho seco e quente. Sistema circulatório: taquicardia. Sistema respiratório: taquipnéia. Sistema digestório: defecação reduzida, polidipsia, hiporexia (redução do apetite). Sistema urinário: oligúria (redução do volume urinário). Sistema nervoso: deprimido, apatia. Fases da febre Ascensão ou aparecimento: fase inicial, vasoconstrição periférica, frio, tremores. Fastígio (acme): temperatura atinge seu limite máximo, estabilização térmica. Defervescência: redução da temperatura, por lise (forma lenta) ou crise (baixa de temperatura rápida, podendo chegar a hipotermia). Tipos de febre Simples ou típica: três estágios, pouca variação. Remitente: animal apresenta-se hipertérmico na maior parte do dia, com variações sem chegar no normal. Intermitente: períodos de pirexia perduram intercalados com períodos homotérmicos ou até hipotérmicos. Atípica: curso irregular, não apresenta as três fases delimitadas. Classificação da febre Hipertermia grave: ocorre na febre muito alta, é muito difícil de ser revertida, chamada de hipertermia maligna. Hipotermia Temperatura corporal abaixo dos níveis normais. Sentir nas extremidades com a palma da mão. Pode ocorrer pela perda excessiva de calor, devido a alguma enfermidade. Produção insuficiente de calor, em animais subnutridos, sem reserva de glicogênio. Toxinas que paralisam a regulação central.