Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 PREFÁCIO Esta Guia n0 4 substitui a antiga Guia n0 8 de Dezembro de 1965 com base no documento ” Organização e Apresentação das Guias de Inspeção de Equipamentos do Instituto Brasileiro de Petróleo” , emitido em Maio de 1996, que reformula a estrutura das Guias, apresentando uma nova numeração e a priorização para um programa de elaboração de outras Guias. FALTA CONTEÚDO ver guia de guias. 1 Documentos de Referência ........................................2 2 Definições.......................................................................2 3 Descrição do Equipamento ........................................4 4 Causas Específicas de Deterioração e Avarias .12 4.1 – Quadros Resumos ...............................................27 4.2 Corrosão sob Tensão ..............................................30 4.3 Corrosão-Fadiga ......................................................33 4.4 Perdas de Espessura Internas .............................33 4.5 Corrosão Externa.....................................................38 4.6 Fragilização ..............................................................39 4.7 Danos Mecânicos ...................................................41 4.8 Envelhecimento por Deformação .........................42 4.9 Falhas de Fabricação .............................................42 4.10 Investigação e Análise de Falhas. ........................42 4.11 Causas Desconhecidas De deterioração ...........44 5 Preparativos Para Inspeção ....................................12 5.1 Análise da Documentação ....................................12 5.2 Condições Operacionais do Processo................12 5.3 Ciclos de Parada e Partida do Equipamento .....12 5.4 Procedimento de inspeção....................................12 5.5 Material e Equipamentos de Inspeção ................12 5.6 Preparação do Equipamento para o Serviço de Inspeção em Local Confinado ........................................13 5.7 Segurança e Proteção Individual do Inspetor.....13 6 Técnicas de Inspeção ...............................................14 6.1 Inspeção visual externa ..........................................14 6.2 Inspeção Visual Interna ..........................................18 6.3 Teste por Partículas Magnéticas ..........................18 6.4 Teste por Líquidos Penetrantes ............................19 6.5 Teste por Ultra-som .................................................19 6.6 Teste por Emissão Acústica ..................................21 6.7 Teste por Radiografia e Gamagrafia ....................21 6.8 Teste por Correntes Parasitas “Eddy Current” ...22 6.9 Termografia...............................................................22 6.10 Teste por ACFM .......................................................23 6.11 Teste de Pressão .....................................................23 6.12 Tabela Resumo de Técnicas De Inspeção .........24 6.13 Tabela Resumo de Aplicação de Técnicas de Inspeção .............................................................................27 7 Registros de Inspeção ..............................................27 7.1 Escopo / Abrangência ............................................48 7.2 - Instrumentos Utilizados .......................................48 7.3 Indicações / Resultados .........................................48 7.4 Responsável pela Inspeção ..................................48 7.5 Sistema de Arquivamento ......................................48 8 Reparos e Critérios de Aceitação...........................45 8.1 Códigos e Padrões de Construção ......................45 8.2 Materiais ...................................................................45 8.3 Partes de reposição ................................................45 8.4 Soldagem .................................................................45 8.5 Ensaios Não-Destrutivos .......................................46 8.6 Teste Hidrostático ....................................................46 8.7 Métodos Avançados de Análise e Adequação ao Uso – Critérios de Aceitação ...................................................46 9 Freqüência e Programação de Inspeção .............46 9.1 Intervalos de Inspeção............................................46 9.2 Ferramentas Auxiliares ...........................................47 10 Responsabilidade Pela Inspeção...........................14 ANEXO 1 – Implicações e Atribuições Legais Sobre a Inspeção de Equipamentos ANEXO 2 – Práticas de Inspeção BIBLIOGRAFIA Adicional Sugerida IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 1 INTRODUÇÃO Esta publicação tem por objetivo a apresentação de orientações, sugestões e recomendações, que podem ser seguidas, como práticas de trabalho para a inspeção de equipamentos. Esta Guia representa o consenso da comunidade de inspeção das empresas que compõem os Grupos Regionais e a Comissão de Inspeção de Equipamentos do IBP, não apresentando caráter de regulamentação ou lei. Esta Guia se aplica a inspeção em serviço de vasos de pressão tais como torres, colunas, reatores, esferas, acumuladores, não se aplicando a permutadores de calor, fornos e caldeiras, que possuem guias específicas. Esta Guia orienta a inspeção em serviço de vasos de pressão, priorizando o caráter preventivo. Auxilia na determinação dos diversos métodos de inspeção para a avaliação de integridade, da identificação do tipo e extensão dos danos. 2 DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA 2.1- Organização e Apresentação das Guias de Inspeção de Equipamentos do Instituto Brasileiro de Petróleo, revisão 2, de 24/5/1996. 2.2- API 510- Pressure Vessel Inspection Code: Maintenance Inspection, Rerating, Repair and Alteration 2.3- ANSI/NB-23- National Board Inspection Code 2.4- NR-6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI 2.5- NR-13 - Caldeiras e vasos de pressão 2.6- NR-15 - Atividades e operações insalubres 2.7- NR-20 - Líquidos combustíveis e inflamáveis 2.8- NR-25 - Resíduos industriais 2.9- NR-26 - Sinalização de segurança 2.10- ASME Sec. VIII, Div. 1 & Div. 2- Pressure Vessels 2.11- ASME Sec. V- Nondestructive Examinations 2.12- ABNT NB-109- Projeto e construção de vasos de pressão soldados não sujeitos a chama 2.13- API Publ. 581- Base Resource Document- Risk Based Inspection 2.14- API RP 579- Fitness-for-service 2.15- API RP 571 Damage Mechanisms Affecting Fixed Equipment in the Refining Industry 2.15- API 572- Inspection of Pressure Vessels 3 DEFINIÇÕES Para os fins do presente documento, aplicam-se as seguintes definições: Alteração – mudança de característica do projeto original. Característica – propriedade diferenciadora, pode ser inerente ou atribuída, qualitativa ou quantitativa. Certificação – testemunho formal de uma qualificação através da emissão de um certificado. CREA – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Defeito – não atendimento de um requisito relacionado a um uso pretendido ou especificado. Descontinuidade – interrupção das estruturas típicas de uma peça, no que se refere à homogeneidade das características físicas, mecânicas ou metalúrgicas. Não é necessariamente um defeito. Documento de autorização de trabalho - documento oficial da Empresa para planejamento e controle de atividades com risco. Exemplo: Permissão de Serviço (PS), Permissão de Trabalho (PT). Eficácia – extensão na qual as atividades planejadas são realizadas e, como conseqüência os resultados planejados alcançados. Eficiência – relação entre o resultado alcançado e os recursos usados. Ensaio – determinação de uma ou mais características de acordo com um procedimento. Equipamento de Proteção Individual (EPI) –: todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador,destinado à proteção contra riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Especificação – documento que estabelece requisitos. Uma especificação pode se relacionar a atividades (por exemplo, especificação de ensaio) ou a produtos (por exemplo, especificação de produto). Formulário – modelo impresso para preenchimento de relato de atividades e/ou resultados. Inspeção – avaliação da conformidade pela observação e julgamento, acompanhada, se necessário, de medições, ensaios ou comparação com padrões. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Local confinado – qualquer espaço com a abertura limitada de entrada e saída de ventilação natural. Exemplos de locais confinados: interior de caldeiras, tanques, carros-tanques, reatores, colunas, galerias de esgoto, tubulações, silos, porões, etc. Método de ensaio não-destrutivo – disciplina aplicada a um princípio físico em um ensaio não-destrutivo (por exemplo: ensaio por ultra-som). Não-conformidade – não atendimento a um requisito. Organização – grupo de instalações e pessoas com um conjunto de responsabilidades, autoridades e relações. Parte interessada – pessoa ou grupo que tem um interesse no desempenho ou no sucesso de uma organização. Plano de Inspeção – documento que especifica quais procedimentos e recursos associados devem ser aplicados, por quem e quando, a uma inspeção de um determinado equipamento ou de uma unidade industrial. PMTA – Pressão Máxima de Trabalho Admissível é o maior valor de pressão compatível com o código de projeto, a resistência dos materiais utilizados, as dimensões do equipamento e seus parâmetros operacionais. Procedimento – forma especificada de executar uma atividade ou processo, tratando de seqüências, métodos e prescrições. Processo – conjunto de atividades inter-relaciona-das ou interativas que transforma insumos em produtos, são planejados e realizados sob condições controladas para agregar valor. Qualificação – comprovação das características e habilidades, segundo procedimentos escritos e com resultados documentados, que permitem a um indivíduo exercer determinadas tarefas. Registro – documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas (por exemplo: Relatório de Inspeção). Reparo – ação implementada sobre um equipamento não conforme a fim de recuperá-lo para o uso, sem modificar o projeto original. Requisito – necessidade ou expectativa que é expressa de forma obrigatória. Sentinela: pessoa orientada para ações de emergência, que se posiciona do lado externo do local confinado, monitorando as atividades dentro do equipamento. Técnica de ensaio não-destrutivo – modo específico de utilização de um método de ensaio não-destrutivo (por exemplo: ensaio de imersão por ultra-som). Vaso de pressão – equipamento que contém fluido sob pressão interna ou externa. Verificação – comprovação, através de evidência objetiva, de que requisitos especificados foram atendidos. NOTA 1: A distinção entre os termos defeito e não- conformidade é importante, já que tem conotação legal, particularmente aquelas associadas à responsabilidade civil pelo fato do produto. Conseqüentemente, é conveniente que o termo defeito seja empregado criteriosamente. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 1: Vasos de Pressão: nomenclatura – 1 de 2 4- DESCRIÇÃO DO EQUIPAMENTO IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 2 Vasos de Pressão: nomenclatura – 1 de 2 IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 3: tipos de vaso de pressão IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 4: Acessórios externos de vasos depressão IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 5: Peças internas de vasos de pressão IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 6: Suportes para vasos verticais IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 7: Tipos de tampos para vasos de pressão IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 8: Aberturas e reforços em aberturas de vasos de pressões IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 5 PREPARATIVOS PARA INSPEÇÃO Em qualquer atividade de inspeção, a preparação é essencial para atingir os objetivos com eficácia e eficiência. Cada vaso de pressão deve ser analisado detalhadamente, visando identificar deterioração específica ou inerente a seu serviço. No entanto, enumeramos as seguintes providências genéricas que podem ser adotadas antes de iniciar a inspeção: 5.1 ANÁLISE DA DOCUMENTAÇÃO Coletar todos os desenhos, folhas de dados técnicos e croquis do equipamento e observar as seguintes características: - condições de projeto (fluido, pressão, temperatura, etc); - dimensões e aspectos de fabricação (tipo de calota, espessuras dos componentes, acessórios internos, existência ou não de bocas de visita para acesso ao interior do vaso, etc); - materiais envolvidos; Analisar os últimos três relatórios de inspeção, visando constatar registro de alterações de projeto, ocorrência de deterioração ou defeitos e analisar criticamente os métodos de inspeção utilizados; Verificar se as recomendações de inspeção foram atendidas ou a existência de pendências. 5.2 CONDIÇÕES OPERACIONAIS DO PROCESSO Verificar registros operacionais das temperaturas, pressões e fluidos do processo; Verificar ocorrências operacionais que possam interferir na vida útil do equipamento, tais como: surto de sobre- pressão, temperaturas acima da projetada, fluidos contaminantes não previstos, vibrações, vazamentos e cargas não previstas; Pesquisar a ação do fluido do processo e seus contaminantes nos materiais envolvidos, considerando as condições operacionais. Quando o equipamento operar com diversos fluidos e condições não definidas (por exemplo, vaso pulmão ou sump), recomenda-se uma análise para a pior condição; 5.3 CICLOS DE PARADA E PARTIDA DO EQUIPAMENTO Verificar data do início de operação do equipamento, ocorrência de hibernações e início de última campanha; Verificar os ciclos térmicos envolvidos (tensões térmicas); 5.4 PROCEDIMENTO DE INSPEÇÃO Caso existam, utilizar os planos ou procedimentos de inspeção estabelecidos para o vaso. Caso não existam planos ou procedimentos de inspeção do equipamento, identificar métodos e técnicas de inspeção a serem utilizadas, bem como as seguintes informações: Norma ou critério de aceitação; Suscetibilidade a determinado tipo de descontinuidade ou falha; Local mais suscetível à deterioração. 5.5 MATERIAL E EQUIPAMENTOS DE INSPEÇÃO Coletar desenhos, croquis e formulários, bem como das ferramentas, materiais e instrumentos necessários para a realização da inspeção do vaso de pressão; Verificar as condições e o funcionamento das ferramentas e dos instrumentos que serão utilizados na inspeção.Sugerimos que o inspetor leve para o local da inspeção ou tenha disponível para quando necessário: ? lanterna; ? luminária de segurança; ? martelo; ? pano, lixas, escova manual, espátula; ? marcador industrial; ? giz, lápis cera; ? faca, raspador, estilete; ? ímã; ? trena; ? paquímetro; ? micrômetro; ? prancheta com formulários e outros; ? sacos plásticos para amostragem; ? medidor de espessura por ultra-som; ? lupa; ? conjunto de líquido penetrante; ? máquina fotográfica; ? medidor portátil de dureza; ? nível; e ? espelho. 5.6 PREPARAÇÃO DO EQUIPAMENTO PARA O SERVIÇO DE INSPEÇÃO EM LOCAL CONFINADO 5.6.1 Limpeza O equipamento em que será realizado o serviço deve estar vazio, lavado, drenado, desgaseificado, purgado e esfriado. 5.6.2 Isolamento Recomenda-se o isolamento dos demais equipamentos de processo através de raquetes e flanges cegos ou, sempre que possível, desconectar as tubulações de entrada e saída dos equipamentos e vedá-las com flange cego. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 5.6.3 Atmosfera do Local Confinado A ventilação/exaustão permanente é fundamental para eliminar ou minimizar a presença de substâncias tóxicas e/ou inflamáveis e garantir a ausência de formação de misturas explosivas. Sempre que possível, a atmosfera do local deve estar isenta de misturas explosivas ou de substâncias tóxicas e/ou inflamáveis, tais como o sulfeto de ferro (FeS) que sofre combustão espontânea quando seco e exposto ao oxigênio. Recomenda-se que não seja permitida a entrada em locais confinados com atmosferas inertes, tais como nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2), freon e outros tóxicos ou não, em que o teor de oxigênio esteja abaixo dos padrões aceitáveis, sem conjunto autônomo ou equipamento de ar mandado e sem o acompanhamento da sentinela de emergência descrito no item 6.7.3. O interior do local, nestes casos, deve ser monitorado contínua ou periodicamente com relação à explosividade, aos níveis percentuais de oxigênio, H2S e/ou outros gases prejudiciais à saúde. O monitoramento não deve ser efetuado apenas próximo à entrada do equipamento, pois não medirá a concentração efetiva de gases no interior do equipamento. 5.6.4 Dispositivos Auxiliares A adequação da iluminação e os acessos aos locais de interesse da inspeção devem ser observados de modo a verificar necessidade de montagem de andaimes e/ou instalação de luminárias. Recomenda-se iluminação com uma tensão abaixo de 50V para evitar acidentes provenientes de choques elétricos. 5.6.5 Sinalização A delimitação da área de trabalho e a colocação de avisos de prevenção devem ser identificadas e determinadas pelo responsável pela segurança industrial. 5.7 SEGURANÇA E PROTEÇÃO INDIVIDUAL DO INSPETOR 5.7.1 Documento de autorização de trabalho Recomenda-se que a entrada em local confinado para limpeza, inspeção ou manutenção seja efetuada após emissão de documento de autorização de trabalho por funcionário autorizado, mesmo que tenham sido observadas todas as etapas previstas para descontaminação. O inspetor deve informar-se com o emitente do documento de autorização de trabalho quanto aos riscos envolvidos, às características e precauções referentes aos produtos eventualmente presentes, aos riscos de alterações das condições da atmosfera do local confinado quando da remoção de crostas, borras, bem como quanto aos equipamentos de proteção individuais (EPI) requeridos. 5.7.2 eQUIPAMENTOS E MEDIDAS DE SEGURANÇA ADICIONAIS Apesar de observado todo o procedimento neces- sário para a descontaminação do local confinado, substâncias tóxicas, inflamáveis ou explosivas po- dem ser liberadas lentamente de resíduos sólidos aderidos às paredes. Assim, se o equipamento opera normalmente com fluidos de processos que não permitam garantir a ausência de substâncias tóxicas no seu interior, para a entrada no local confinado, recomenda-se que o inspetor utilize: ? proteção respiratória isolante; ? roupa especial de proteção; ? permanência de sentinela equipada para socorro; ? cinto de segurança tipo “pára-quedista” para resgate, com corda de salvamento de comprimento suficiente para permitir sua saída do local confinado. Após a interrupção de trabalhos, por qualquer motivo, antes do seu reinício, todos os procedimentos de monitoração devem ser repetidos. 5.7.3 Sentinela de Emergência Aconselha-se não efetuar inspeção interna de um vaso de pressão sem a presença de uma sentinela. Independente do risco existente, para toda entrada em local confinado, é importante a presença de uma sentinela. A sentinela deve ser treinada sobre os procedimentos a tomar em situações de emergência. Ao sinal de qualquer anormalidade, a sentinela deve orientar oinspetor que estiver no local confinado, para que saia imediatamente. A sentinela deve posicionar-se de tal forma que, a qualquer momento possa prestar assistência ao inspetor que estiver no interior do local confinado. Em casos de emergência com o inspetor no local confinado, a sentinela deve acionar um alarme e aguardar a chegada de socorro. Em nenhuma circunstância, a sentinela deve entrar no local confinado sem o auxílio de outros colaboradores e desprovido dos equipamentos de proteção. A sentinela não pode ausentar-se do local, caso o inspetor ainda se encontre no interior do local confinado. 5.7.4 Equipamentos Rotativos e/ou Energizados Quando o serviço for executado em equipamento com partes móveis no seu interior (agitador, mexedor, etc), é necessária a desenergização, a colocação de dispositivo que impeça o acionamento acidental do equipamento e, sempre que possível, a desconexão dos cabos do motor. Antes de qualquer trabalho com máquinas elétricas portáteis ou iluminação elétrica portátil em local confinado, IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 o inspetor deve verificar visualmente as condições das máquinas, luminárias, cabos e extensões. Recomenda-se não utilizar, dentro do equipamento, cabos elétricos com emendas, ou condutores expostos. 6 RESPONSABILIDADE PELA INSPEÇÃO A NR-13 – Norma Regulamentadora para Caldeiras e Vasos de Pressão, define no subitem 13.10.6 que a inspeção de segurança de vasos de pressão deve ser conduzida por um Profissional Habilitado, podendo contar com a participação de Técnicos de Inspeção ou Inspetores. É de responsabilidade do Profissional Habilitado, orientar a preparação das inspeções de segurança, participar das inspeções e revisar e assinar os Relatórios de Inspeção e o Registro de Segurança. Aos Técnicos de Inspeção e Inspetores de Equipamentos cabe a responsabilidade de preparar as inspeções de segurança de acordo com as orientações do PH, executar as inspeções e elaborar e assinar os Relatórios de Inspeção. Mesmo para os vasos de pressão não enquadrados na NR-13, devem ser observadas as determinações dos CREAs quanto às responsabilidades sobre as inspeções. 7 TÉCNICAS DE INSPEÇÃO 7.1 INSPEÇÃO VISUAL EXTERNA Consiste de uma verificação visual detalhada da superfície externa do vaso de pressão e sistemas que o compõem, complementada sempre que necessário pela utilização de ferramentas auxiliares e aplicação de ensaios não- destrutivos. A periodicidade das inspeções externas deve ser estabelecida em função das condições do processo e ambientais do local da instalação, e deve estar definida no programa de inspeção do vaso de pressão, com o devido cuidado para que não sejam ultrapassados os limites definidos na legislação vigente. Para os vasos de pressão novos sujeitos a exigências legais de inspeção, deve ser feita inspeção inicial no local definitivo de instalação, atendendo ao disposto na legislação vigente. A inspeção externa pode ser realizada com o vaso de pressão em condições normais de operação, ou por ocasião das paradas do equipamento. Para que a inspeção possaser conduzida de forma objetiva, cabe ao inspetor seguir o planejado na fase de preparação e cumprir completamente cada etapa da inspeção antes de passar para a seguinte. 7.1.1 Etapas da Inspeção Visual Externa 7.1.1.1 Condições de Operação Como primeira ação da inspeção externa, deve ser verificado se o equipamento está operando em condições de pressão e temperatura compatíveis com o projeto. Trabalho acima dos limites de projeto compromete a segurança das pessoas, instalações e do meio ambiente. 7.1.1.2 Identificação e Instalação No texto da Norma Regulamentadora NR-13 estão descritas condições de identificação e instalação para os vasos de pressão nela enquadrados, e que devem verificadas durante as inspeções externas. Para os demais vasos, não existem regras definidas. 7.1.1.3 Isolamento Térmico Inspecionar visualmente todo o isolamento térmico, buscando identificar locais de possíveis infiltrações de umidade, de águas de chuvas ou de sistemas de dilúvio. Juntas sobrepostas das chapas que compõem o capeamento metálico abertas ou mal feitas e trincas no recobrimento asfáltico das partes sem capeamento são áreas preferenciais para infiltrações. frouxas ou soltas e regiões com bolsões (grandes empolamentos). Por questões de segurança essas regiões devem ser abordadas com cuidado em vasos operando, nos quais o histórico mostre ocorrência de corrosão interna intensa, principalmente naqueles que operam em temperaturas altas. Em vasos fora de operação, todo o trecho deve ser removido para análise da causa. As regiões sob as plataformas do topo, quando existentes, e junto às conexões e olhais de suportes são as mais sujeitas a conterem falhas no isolamento térmico. Para os vasos verticais, observar com cuidado a região da junção do isolamento térmico com a proteção contra fogo da saia. Deve-se remover trechos do isolamento térmico para avaliar as condições das chapas do costado, principalmente nos vasos de pressão que operam em baixas temperaturas (isolados a frio). Para esses vasos, é necessária uma amostragem mais abrangente ou mesmo a remoção total do isolamento, pois a experiência mostra que pode haver condensação ou de umidade entre a parede do vaso e o isolante térmico, com instalação de processo corrosivo em áreas localizadas, estando o restante da superfície completamente sã. Essas áreas estão localizadas principalmente nas partes inferiores dos vasos. Muitos vasos de pressão possuem pintura anticorrosiva sob o isolamento térmico e, nesse caso, essa pintura deve ser inspecionada quanto à existência de falhas localizadas (rompimento da película). Para os vasos de pressão IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 isolados a frio, essas falhas propiciam o aparecimento de áreas anódicas em relação ao restante da superfície. O capeamento metálico do isolamento deve ser verificado quanto ao estado físico e, se necessário, ser recomendada a substituição total ou parcial. 7.1.1.4 Pintura de Proteção Os defeitos mais comuns encontrados em pinturas de proteção de equipamentos industriais são os seguintes: 7.1.1.4.1 Empolamentos Principais causas de empolamentos em pinturas: ? presença de umidade, óleos, graxas ou de sujeiras durante a aplicação. Aparece em curto prazo após a aplicação; ? operação do equipamento, mesmo por períodos curtos, em temperaturas acima do limite de resistência da tinta. Aparecimento imediatamente após a ocorrência. incompatibilidade entre camadas das tintas que compõem o esquema de pintura. ? intervalos inadequados entre as demãos, causan- do problemas de ancoragem entre as camadas; ? condições de processo que permitam formação de hidrogênio atômico. Pode haver empolamento da pintura, que nesse caso poderá aparecer de forma generalizada ou localizada. Para identificar a causa provável do empolamento, deve- se romper alguns deles e observar o interior da bolha, verificando se existe alguma forma de contaminação ou presença de água ou algum outro líquido. No caso de empolamentos por hidrogênio, o interior das bolhas estará sempre limpo e seco. O inspetor verifica ainda, se o empolamento, está restrito à tinta de acabamento ou atinge também a tinta de fundo. No primeiro caso deve recomendar recomposição da pintura de acabamento e, no segundo, recomendar o reparo ou repintura usando o esquema completo de pintura. 7.1.1.4.2 Empoamento Significa deterioração superficial da pintura, de modo uniforme e progressivo, por ação de raios ultra violeta. Deve ser avaliada a intensidade do desgaste para decidir o que recomendar; refazer a pintura de acabamento ou todo o esquema, ou ainda, especificar um esquema mais adequado. 7.1.1.4.3 Abrasão / Erosão Desgaste em áreas localizadas, devido à ação de partículas sólidas carreadas por ventos freqüentes em uma mesma direção. A avaliação deve se conduzida da mesma forma que o item anterior; 7.1.1..4.4 Fendilhamento, Gretamento, Enrugamentos e Presença de Pontos de Corrosão Dispersos pela Superfície Pintada. O aparecimento desses defeitos sugere: ? em pinturas recentes: aplicação incorreta; ? em pinturas relativamente novas: esquema de pintura inadequado; ? em pinturas velhas: término da vida útil do sistema. Para todos esses defeitos, a reparação requer a aplicação do esquema de pintura completo. Áreas queimadas ou com mudança de coloração em vasos refratados internamente indicam possível avaria do refratário interno. Nesse caso, a inspeção visual deve ser complementada por tomada de medidas de temperatura da chapa na região afetada, para verificação de possíveis riscos para a integridade do equipamento. É prática usual se recomendar a repintura total, caso a área afetada resulte maior que 30% da superfície total. As normas ASTM D 610, D 659, D 661 e D 714 apresentam padrões fotográficos que podem ser usados como auxiliares na avaliação de pinturas. As regiões dos vasos de pressão mais susceptíveis ao aparecimento de processos corrosivos devidos a falhas na pintura são: ? cordões de solda manuais: nessas regiões, devido às irregularidades da superfície, não há uniformidade da espessura da película protetora. ? topo do vaso: causada por baixa aeração, quando existem plataformas muito próximas ao casco. Essa forma de ataque é comum nos vasos esféricos, torres e cilindros de armazenamento de gases. Essas regiões são difíceis de serem retocadas. ? geratriz inferior dos vaso horizontais: causada por condensação de umidade. bocais e conexões: partes dos vasos onde a pintura está sujeita a danos mecânicos por ocasião das manutenções. ? Selas: quando o vaso é simplesmente apoiado nas selas (metálicas ou de concreto) ou fixado por cor- dões de solda intermitentes. ? Pedestais: causada por acúmulo de detritos depositados, por objetos largados por ocasião de manutenções ou por acúmulo de águas de chuvas. A avaliação da pintura de proteção deve contemplar, além da verificação de defeitos, a conformidade das cores empregadas com a legislação de segurança em vigor. A inspeção visual das chapas do costado dos vasos de IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 7.1.1.5 Inspeção das Chapas do Costado e Pescoço dos Bocais A inspeção visual das chapas do costado dos vasos de pressão deve ser meticulosa o bastante para que os problemas detectados possam ser avaliados com o cuidado necessário para que não sejam super ou subestimados. Deve-se pesquisar conforme tabela abaixo: Inspeção do costado e bocais Dano Parte afetada Causa Recomendação para ação corretiva Regiões de falhas dos revestimentos protetores. Regiões de acúmulo de umidade. Regiões afetadas por vazamentos de produtos. Regiões com baixa aeração em relação ao conjunto. Regiões de contato com materiais dissimilares. Análise do trecho corroído para tomada de decisãoquanto a: a) conviver com a situação – nesse caso, recomendar ações para estacionar o processo corros ivo. b) reparar – recomendar o preenchimento por soldagem usando procedimento qualificado. c) substituição do trecho corroído – delimitar a área a substituir e recomendar a substituição. Atentar para a necessidade da emissão de projeto de alteração e reparo. Corrosão localizada Qualquer parte do vaso Parte exposta das roscas das conexões roscadas. Porcas e parte exposta dos chumbadores. Substituição das peças afetadas. Definir a ocasião adequada, aguardar parada ou substituição imediata. Estojos frouxos. Reaperto dos estojos. Estojos frouxos ou apresentando escoamento. Corrosão em faces de vedação de flanges. Reaperto ou promover maior aeração dos estojos ou resfriar os estojos. Instalar braçadeiras com selante. Correção ou substituição dos flanges. Vazamento em junta de vedação Conexões Falha da junta de vedação. Analisar os riscos envolvidos e tomar decisão sempre baseada na preservação das pessoas, meio ambiente e instalações. Vazamento por furo em chapa. Corpo, tampos ou pescoço de conexão Corrosão externa interna localizada. Retirar de operação para análise e definição daação corretora. Trincas em chapas Chapas do corpo, tampos ou pescoço de conexão Corrosão sob tensão Dupla laminação que aflorou à superfície externa. Trincas nucleadas por inclusões internas. Cada caso deve ser analisado cuidadosamente, preferencialmente por um especialista. Trincas em cordões de solda e zonas adjacentes. Soldas do corpo e dos tampos Tensões residuais de soldagem. Tratamento térmico não adequado. Pressão causada por hidrogênio ou metano retido em descontinuidades internas. Cada caso deve ser analisado cuidadosamente, preferencialmente por um especialista. Empolamento por hidrogênio Chapas do corpo, tampos e pescoço de conexão. Geração de hidrogênio atômico no processo. Fazer análise da região afetada, dimensionando os empolamentos maiores e pesquisando a existência de trincas ao redor. Consultar literatura específica ou especialista. Deformações do costado Partes pressurizadas Sobrepressões. Aquecimentos localizados Tensões geradas por tubulações acopladas ao vaso. Fazer análise da integridade do equipamento Tabela 1: Inspeção do costado e bocais IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 7.1.1.6 Suportes e Bases dos Vasos de Pressão A inspeção visual desse componente deve estar sempre contemplada no planejamento da inspeção externa. Alguns pontos devem ser verificados com mais cuidado, como a saia dos vasos verticais na junção com o corpo, região sujeita a processos corrosivos localizados sob a proteção contra fogo. Deve ser verificada também a área exposta dos chumbadores e, com auxílio de um martelo de inspeção, avaliada a integridade das porcas de fixação do equipamento. A verificação desses pontos é muito importante nos vasos de pressão verticais, principalmente nas torres. O concreto da proteção contra fogo e das bases deve ser verificado quanto à existência de trincas ou esboroamento devido a corrosão das ferragens internas. As trincas dos suportes podem ser conseqüência de recalques e, nesse caso, se propagam a 45° da 7.1.1.7 Aterramento Elétrico Nos vasos de aço carbono, é comum a instalação de processo corrosivo intenso no clip de fixação do cabo de cobre ao vaso. O martelo de inspeção deve ser usado para verificar a integridade da ligação. 7.1.1.8 Escadas e Plataformas. O problema mais comuns encontrado nas escadas e plataformas é a corrosão devida a deterioração da pintura de proteção. Devem ser verificados com atenção os degraus e guarda-corpos das escadas, pois da sua integridade depende a segurança do pessoal que acessa o equipamento. Para as plataformas, deve ser verificada a existência de regiões com sinais de acúmulo de águas de chuvas. Nessas regiões, é recomendável fazer um furo na chapa para a drenagem das águas, evitando o empoçamento. 7.1.1.9 Dispositivos de Segurança Devem ser verificados; o estado físico aparente e sinais de vazamentos; para dispositivos do tipo válvula de segurança ou alívio, se a pressão de abertura é menor ou igual à pressão máxima de trabalho; se existem válvulas de bloqueio à montante ou à jusante e se, em caso positivo, estão instalados dispositivos contra o bloqueio inadvertido. O programa de inspeção deve ser consultado para verificar se existe coincidência da inspeção externa do vaso com a manutenção e calibração do dispositivo. 7.1.1.10 Medição de Espessuras e Cálculo da Vida Residual É comum as medições de espessuras coincidirem com as inspeções externas. O procedimento de inspeção deve ser consultado quanto às épocas previstas e as exigências de capacitação do pessoal executante e de calibração dos instrumentos de medição. 7.2 INSPEÇÃO VISUAL INTERNA Para a monitoração da integridade física, recomenda-se que o vaso de pressão seja inspecionado internamente, segundo uma freqüência adequada às suas condições de projeto, condições operacionais e de acordo com as legislações aplicáveis. A inspeção interna, de uma forma geral, é realizada simultaneamente ou precedida pela inspeção externa. As primeiras providências para a realização da inspeção estão descritas no item 5 acima Preparativos para Inspeção, onde ressaltamos as medidas de segurança e proteção individual do inspetor. A inspeção visual interna é de grande importância para a identificação de mecanismos de danos internos, cujas características sejam de ataques não uniformes e que seja difícil a sua localização por meio de Ensaios Não Destrutivos externos. Em uma inspeção visual interna de um vaso de pressão, o inspetor dirige sua atenção para: ? no momento da abertura do vaso, verificar a existência de depósitos, resíduos, incrustações, observando o tipo, quantidade e localização. Recolher amostras para análise, se necessário; ? inspecionar o costado, as calotas, cordões de solda e conexões quanto a deformações, trincas, corrosão e erosão, danos devido a limpeza ou manutenção; em algumas situações, pode haver a necessidade de remoção de componentes internos do vaso. ? verificar a ocorrência de danos por hidrogênio; ? avaliar o estado interno das conexões quanto à corrosão e obstrução; ? verificar a integridade do revestimento interno (“clad”, “lining”, pintura, refratários e outros ) quanto à corrosão, estufamentos, trincas nas soldas, erosão; ? examinar o posicionamento, a fixação e a integridade de componentes internos, quando houver, tais como: distribuidores, tubulações, serpentinas, defletores, demister, ciclones, grades, antivórtice, parafusos e porcas; e identificar os locais a serem preparados para inspeção por Ensaios Não Destrutivos. A medição de espessura é o ensaio de realização mais freqüente e tomado como base para os cálculos das taxas de corrosão. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 7.3 TESTE POR PARTÍCULAS MAGNÉTICAS O ensaio por partículas magnéticas é usado para detectar descontinuidades superficiais e sub superficiais em materiais ferromagnéticos. São detectados defeitos tais como: trincas, junta fria, inclusões, gota fria, dupla laminação, falta de penetração, dobramentos, segregações, etc. Figura 9: Trinca detectada por partículas magnéticas via seca. O método de ensaio está baseado na geração de um campo magnético que percorre toda a superfície do material ferromagnético. As linhas magnéticas do fluxo induzido no material desviam-se de sua trajetória ao encontrar uma descontinuidade superficial ou sub superficial, criando assim uma região com polaridade magnética, altamente atrativa à partículas magnéticas. No momento em que se provoca esta magnetização na peça, aplicam-se as partículas magnéticas por sobre a peça que serão atraídas à localidadeda superfície que conter uma descontinuidade formando assim uma clara indicação de defeito Figura 10: Esquema da origem do campo de fuga Alguns exemplos típicos de aplicações são fundidos de aço ferrítico, forjados, laminados, extrudados, soldas, peças que sofreram usinagem ou tratamento térmico (porcas e parafusos), trincas por retífica e muitas outras aplicações em materiais ferrosos. Para que as descontinuidades sejam detectadas é importante que elas estejam de tal forma que sejam “interceptadas” ou “cruzadas” pelas linhas do fluxo magnético induzido; conseqüentemente, a peça deverá ser magnetizada em pelo menos duas direções defasadas de 90º. Para isto utilizamos os conhecidos yokes , máquinas portáteis com contatos manuais ou equipamentos de magnetização estacionários para ensaios seriados ou padronizados. Figura 11: Trinca em cordão de solda detectada por partículas magnéticas por via seca. O uso de leitores óticos representa um importante desenvolvimento na interpretação automática dos resultados. 7.5 TESTE POR LÍQUIDOS PENETRANTES O ensaio por Líquidos Penetrantes é considerado um dos melhores métodos de teste para a detecção de descontinuidades superficiais de materiais isentos de porosidade tais como: metais ferrosos e não ferrosos, alumínio, ligas metálicas, cerâmicas, vidros, certos tipos de plásticos ou materiais organo-sintéticos. Líquidos penetrantes também são utilizados para a detecção de vazamentos em tubos, tanques, soldas e componentes. O líquido penetrante é aplicado com pincel, pistola, ou com lata de aerossol ou mesmo imersão sobre a superfície a ser ensaiada, que então age por um tempo de penetração. Efetua-se a remoção deste penetrante da superfície por meio de lavagem com água ou remoção com solventes. A aplicação de um revelador (talco) irá mostrar a localização das descontinuidades superficiais com precisão e grande simplicidade embora suas dimensões sejam ligeiramente ampliadas. Este método está baseado no fenômeno da capilaridade que é o poder de penetração de um líquido em áreas extremamente pequenas devido a sua baixa tensão superficial. O poder de penetração é uma característica bastante importante uma vez que a sensibilidade do ensaio é enormemente dependente do mesmo. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Figura 12: Trinca superficial em peça fundida revelada por líquido penetrante Descontinuidades em materiais fundidos tais como gota fria, trincas de tensão provocadas por processos de têmpera ou revenimento, descontinuidades de fabricação ou de processo tais como trincas, costuras, dupla laminação, sobreposição de material ou ainda trincas provocadas pela usinagem, ou fadiga do material ou mesmo corrosão sob tensão, podem ser facilmente detectadas pelo método de Líquido Penetrante. 7.5 TESTE POR ULTRA-SOM Detecta descontinuidades internas em materiais, baseando-se no fenômeno de reflexão de ondas acústicas quando encontram obstáculos à sua propagação, dentro do material. Um pulso ultra-sônico é gerado e transmitido através de um transdutor especial, encostado ou acoplado ao material. Os pulsos ultra-sônicos refletidos por uma descontinuidade, ou pela superfície oposta da peça, são captados pelo transdutor, convertidos em sinais eletrônicos e mostrados na tela LCD ou em um tubo de raios catódicos (TRC) do aparelho. Os ultra-sons são ondas acústicas com freqüências acima do limite audível. Normalmente, as freqüências ultra- sônicas situam-se na faixa de 0,5 a 25 MHz. Figura 13: Princípio básico da inspeção por ultra-som. Geralmente, as dimensões reais de um defeito interno podem ser estimadas com uma razoável precisão, fornecendo meios para que a peça ou componente em questão possa ser aceito, ou rejeitado, baseando-se em critérios de aceitação da certa norma aplicável. Utiliza-se ultra-som também para medir espessura e determinar corrosão com extrema facilidade e precisão. Modernamente o ultra-som é utilizado na manutenção industrial, na detecção preventiva de vazamentos de líquidos ou gases, falhas operacionais em sistemas elétricos (efeito corona), vibrações em mancais e rolamentos, etc. Para atender a necessidade de inspeção de componentes de forma automática, rápida e menos susceptível aos erros de interpretação do inspetor, foram desenvolvidas técnicas de ensaios não-destrutivos acoplados a sistemas mecatrônicos de varredura e facilidades de tratamento de imagens. 7.5.1 Teste por IRIS O Internal Rotatory Inspection System – IRIS, uma das técnicas não convencionais, tem sido utilizado em tubos de trocadores de calor e caldeiras, com resultados satisfatórios. Esse tipo de ensaio depende fundamentalmente da limpeza da superfície a ser inspecionada – uma vez que óxidos e carepas interferem com os resultados, sendo este um de seus limitantes. Um transdutor é conectado ao dispositivo centralizador colocado dentro do tubo a ser testado. Os pulsos ultra- sônicos são emitidos pelo transdutor na direção do eixo do tubo, e refletidos por um espelho a 45º , de forma a serem direcionados radialmente à parede do tubo. As reflexões das paredes interna e externa do tubo seguem o mesmo caminho de retorno para o transdutor – o intervalo de tempo entre o primeiro eco (parede interna) e o segundo eco (parede externa) dá a medida da espessura da parede do tubo, se evidenciando a espessura mínima e os defeitos encontrados interna ou externamente. Figura 14: Esquema de funcionamento do ensaio IRIS Uma restrição ao ensaio IRIS é a não detecção de trincas – além disso pode não detectar defeitos com IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 diâmetros menores ou iguais a 1,5 mm. A aplicação do ensaio é limitada para tubos com diâmetros entre 9 e 100 mm. 7.5.2 Teste por TOFD A técnica de TOFD (Time-of-Flight Diffraction) é baseada no tempo de percurso da onda difratada na extremidade de uma descontinuidade para determinação da sua profundidade dentro do material. Ao difratar, a onda sofre conversão de modo gerando múltiplos ecos que devem ser descartados. A fim de evitar a sobreposição destes ecos com os de interesse, se utilizam somente ondas longitudinais que, por possuírem maior velocidade, alcançarão primeiramente o receptor, enquanto as que sofreram conversão de modo, mais lentas, apresentarão ecos bem distantes dos de interesse A técnica utiliza dois transdutores, um emissor e um receptor para cobertura do volume de material a ser inspecionado. A aquisição de vários sinais de A-Scan armazenados sucessivamente ao longo de um cordão de solda permite a formação de uma imagem D-Scan, onde as amplitudes positivas e negativas do sinal ultra-sônico são decodificadas em termos de tons de cinza. A técnica TOFD representa um grande avanço por permitir o registro gráfico da inspeção do cordão de solda por ultra- som. Figura 15: Dados de varredura do TOFD. (a) 136x128 C-Scan de solda de topo de chapa de aço com 25mm de espessura. (b) A-scan ao longo da linha AB. 7.5.3 Teste por Phased Array O ultra-som phased array consiste basicamente na substituição de vários transdutores de ângulos diversificados, os quais são necessários para cobrir toda a região de interesse a ser inspecionada, por apenas um ou dois transdutores com diversos cristais independentes, geralmente entre 64 e 128 cristais por transdutor, podendo ser ampliado de acordo com a aplicação. Tais transdutores são pulsados de modo multiplexado e em paralelo obedecendo a algumas regras de foco programadas pelo inspetor. No caso de inspeção em soldas, a varredura perpendicular às mesmas é controlada eletronicamente, não havendo movimento mecânico dos transdutores. funcionamento do sistema de varredura por phased array para dois diferentes ângulos de incidência. Com a técnica, o feixe sônico pode ser focado na região de interessee de forma uniforme, garantindo precisão no dimensionamento de descontinuidades. 7.6 TESTE POR EMISSÃO ACÚSTICA O princípio do método é baseado na detecção de ondas acústicas emitidas por um material em função de uma força ou deformação aplicada nele. Caso este material tenha uma trinca, descontinuidade ou defeito, a sua propagação irá provocar ondas acústicas detectadas pelo sistema. Os resultados do ensaio por emissão acústica não são convencionais. Na realidade este método não deve ser utilizado para determinar o tipo ou tamanho das descontinuidades em uma estrutura, mas sim, para se registrar a evolução das descontinuidades durante a aplicação de tensões para as quais a estrutura estará sujeita, desde que as cargas sejam suficientes para gerar deformações localizadas, crescimento do defeito, destacamento de escória, fricção, ou outros fenômenos físicos. Aplica-se a emissão acústica quando se quer analisar ou estudar o comportamento dinâmico de defeitos em peças ou em estruturas metálicas complexas, assim como registrar sua localização. O ensaio por emissão acústica permite a localização da falha, captados por sensores instalados na estrutura ou no equipamento a ser monitorado. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 7.7 TESTE POR RADIOGRAFIA E GAMAGRAFIA O método está baseado na mudança de atenuação da radiação eletromagnética (Raios-X ou Gama), causada pela presença de descontinuidades internas, quando a radiação passa pelo material e deixar sua imagem gravada em um filme, sensor radiográfico ou em um intensificador de imagem. Figura 17: Exemplo de irradiador portátil para inspeção por gamagrafia. A radiografia foi o primeiro método de ensaio não destrutivo introduzido na indústria para descobrir e quantificar defeitos internos em materiais. Figura 18: Exemplo de radiografia de solda usando a técnica de parede simples - vista simples. Raios-X industriais abrangem hoje várias técnicas: ? Radiografia: é a técnica convencional via filme radiográfico, com gerador de Raios-X por ampola de metal cerâmica. Um filme mostra a imagem de uma posição de teste e suas respectivas descontinuidades internas. ? Gamagrafia: mesma técnica tendo como fonte de radiação um componente radioativo, chamado de “isótopo radioativo” que pode ser o Irídio, Cobalto ou modernamente o Selênio. Radioscopia: a peça é manipulada a distância dentro de uma cabine a prova de radiação, proporcionando uma imagem instantânea de toda peça em movimento, portanto tridimensional, ? através de um intensificador de imagem acoplado a um monitor de TV. Imagens da radioscopia agru- padas digitalmente de modo tridimensional em um software possibilitam um efeito de cortes mostran- do as descontinuidades em três dimensões o que nada mais é do que uma tomografia industrial. A radiografia também passou a ser realizada em processos dinâmicos (tempo real), como no movimento de projétil ainda dentro do canhão, fluxo metálico durante o vazamento na fundição, queima dos combustíveis dentro dos mísseis, operações de soldagem, etc. 7.8 TESTE POR CORRENTES PARASITAS “EDDY CURRENT” O campo magnético gerado por uma sonda ou bobina alimentada por corrente alternada produz correntes induzidas (correntes parasitas) na peça sendo ensaiada. O fluxo destas correntes depende das características do metal. Praticamente as “bobinas” de teste têm a forma de canetas ou sensores que passadas por sobre o material detectam trincas ou descontinuidades superficiais, ou ainda podem ter a forma de circular, oval ou quadrada por onde passa o material. Neste caso detectam-se descontinuidades ou ainda as características físico-químicas da amostra. A presença de descontinuidades superficiais e sub- superficiais (trincas, dobras ou inclusões), assim como mudanças nas características físico-químicas ou da estrutura do material (composição química, granulação, dureza, profundidade de camada endurecida, tempera, etc.) alteram o fluxo das correntes parasitas, possibilitando a sua detecção. O ensaio por correntes parasitas se aplica em metais tanto ferromagnéticos como não ferromagnéticos, em produtos siderúrgicos (tubos, barras e arames), em autopeças (parafusos, eixos, comandos, barras de direção, terminais, discos e panelas de freio, entre outros). O método se aplica também para detectar trincas de fadiga e corrosão em componentes e estruturas aeronáuticas e em tubos instalados em trocadores de calor, caldeiras e similares. Figura 19: Ensaio por corrente parasita. É um método limpo e rápido de ensaios não-destrutivos, mas requer tecnologia e prática na realização e interpretação dos resultados. Tem baixo custo operacional e possibilita automatização à altas velocidades de inspeção. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 7.9 TERMOGRAFIA A inspeção termográfica (Termografia) é uma técnica não- destrutiva que utiliza os raios infravermelhos, para medir temperaturas ou observar padrões diferenciais de distribuição de temperatura, com o objetivo de propiciar informações relativas à condição operacional de um componente, equipamento ou processo. Em qualquer dos sistemas de manutenção considerados, a termografia se apresenta como uma técnica de inspeção extremamente útil, uma vez que permite: realizar medições sem contato físico com a instalação (segurança); verificar equipamentos em pleno funcionamento (sem interferência na produção); e inspecionar grandes superfícies em pouco tempo (alto rendimento). Os aplicativos desenvolvidos para a posterior análise das informações termográficas obtidas, como a classificação de componentes elétricos defeituosos, avaliação da espessura de revestimentos e o cálculo de trocas térmicas, permitem que esses dados sejam empregados em análises preditivas. Aplicações de termografia: Manutenção preditiva dos sistemas elétricos de empresas geradoras, distribuidoras e transmissoras de energia elétrica; Monitoramento de sistemas mecânicos como rolamentos e mancais; Vazamentos de vapor em plantas industriais; Análise de isolamentos térmicos e refratários; Monitoramentos de processos produtivos do vidro e de papel; Acompanhamento de performance de placas e circuitos eletrônicos; Pesquisas científicas de trocas térmicas, entre outras possibilidades. Na indústria automobilística é utilizada no desenvolvimento e estudo do comportamento de pneumáticos, desembaçador do pára-brisa traseiro, no turbo, nos freios, no sistema de refrigeração, etc. Na siderurgia tem aplicação no levantamento do perfil térmico dos fundidos durante a solidificação, na inspeção de revestimentos refratários dos fornos. A indústria química emprega a termografia para a otimização do processo e no controle dos reatores e torres de refrigeração, a engenharia civil inclui a avaliação do isolamento térmico de edifícios e determina detalhes construtivos das construções como, vazamentos, etc. 7.10 TESTE POR ACFM A técnica ACFM (Alternating Current Field Measurement), ou seja, medição do campo de corrente alternada tem como base uma corrente alternada que circula em uma fina camada próxima à superfície dos materiais condutores e não necessita de contato direto entre a sonda e a peça a ser inspecionada. Quando uma corrente elétrica uniforme é aplicada numa área sob inspeção com uma descontinuidade tipo trinca, circulará ao redor dos extremos e faces desta. Esta variação da corrente elétrica está associado um campo magnético que será medido por pequenos detectores existentes na sonda que permitem reconhecer as perturbações no campo induzido. Em se tratando de uma técnica de inspeção relativamente recente, recomenda-se que sejam realizadas várias inspeções em juntas soldadas de vasos de pressão com posterior confirmação das descontinuidades indicadas pela técnica de partículas magnéticas. Essa técnica é bastanteutilizada para identificar trincas de fadiga e trincas subsuperficiais. 7.11 TESTE DE PRESSÃO Ao término dos serviços de inspeção e de manutenção, onde são recomendados e executados reparos que podem ter afetado a estrutura do vaso, torna-se necessário realizar testes de pressão que poderão ser feitos com água, ar, vapor, ou outro meio que proporcione igual efeito de pressão, sem aumento dos riscos inerentes ao teste. A NR-13 exige uma periodicidade do teste de pressão em função das características do vaso e de suas condições operacionais. 7.11.1 Estanqueidade O teste de estanqueidade tem como objetivo assegurar a inexistência de vazamentos, sem considerar aspectos de integridade estrutural do equipamento. Vazamentos de acessórios internos de vasos de pressão causam perdas de eficiência, podendo ainda acarretar em acúmulo de produtos em locais não previstos do vaso, provocando deterioração do mesmo. Em vasos de pressão, temos os exemplos, a saber: a) Estanqueidade das conexões e bocas de visita – são fechadas todas as conexões para preenchimento do vaso com o fluido de teste e observado se há vazamento pelas juntas, pelo simples exame visual, ou usando-se detectores apropriados em função do fluido utilizado; b) Bandejas de torres de destilação – Neste teste, a bandeja é inundada com água até a altura da chapa de nível do vertedor, sendo seu esvaziamento espontâneo cronometrado. A inspeção visual da parte inferior da bandeja indicará o número de gotas que vazam na unidade de tempo através das regiões de vedação do assoalho da bandeja; c) Chapas de reforço – O teste, nesse caso, consiste em colocar ar comprimido ou gás inerte através de um niple com entalhe na extremidade, conectado ao furo de ensaio. O entalhe no niple é para evitar o bloqueio de gás no caso de a extremidade do niple entrar em contato com o casco do vaso. A chapa deve ser pressurizada com uma pressão entre 0,7 a 1,0 Kgf/cm2. Após 15 minutos de pressurização, deve ser colocada IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 sobre as soldas em teste uma solução formadora de bolhas. 7.11.2 Hidrostático Em geral, o teste hidrostático tem como finalidade a verificação da integridade estrutural do equipamento e se baseia sempre na atual pressão máxima de trabalho admissível do vaso de pressão. Para a execução do teste hidrostático, deve ser considerado o código de projeto, a instalação, as condições de suportação e de fundação do vaso de pressão. O teste hidrostático em vasos de pressão consiste na pressurização com um líquido apropriado a uma pressão cujo valor no ponto mais alto do vaso é a “pressão de teste hidrostático”. Recomenda-se que o teste hidrostático não seja executado numa temperatura do fluido abaixo de 15°C, para prevenir fratura frágil, exceto para cascos de vasos integralmente construídos com materiais adequados para baixas temperaturas. Outra advertência segue para vasos construídos em aços inoxidáveis austeníticos, ou revestidos por eles, onde a concentração de cloretos na água não deve ultrapassar 50 ppm para se evitar posterior corrosão sob tensão. Como exemplo, citamos o código ASME na seção VIII, divisão I, o qual determina que a pressão do teste hidrostático deve ser igual ou maior, em qualquer ponto do vaso, a: Ptp = 1,5.PMA.(S f/Sq), onde: PMA – pressão máxima admissível de trabalho do equipamento na situação corroída na temperatura de projeto; Sf – tensão admissível do material à temperatura do teste; e Sq – tensão admissível do material na temperatura de projeto. Este é o mínimo valor que o código estabelece. Caso o projetista ou o dono do equipamento deseje estabelecer um valor mais conservador, este deve se basear em um procedimento alternativo de acordo com o próprio código ASME. Na realização do teste hidrostático, costumam-se usar, no mínimo, dois manômetros aferidos para a leitura dos valores de pressão. Tais instrumentos devem ter um fundo de escala adequado ao valor da pressão de teste. 7.11.3 Pneumático Este teste é realizado quando o vaso e seus suportes e/ ou fundações não sustentam o seu peso com a água ou quando não for possível uma perfeita secagem para a eliminação da água, restando traços que não são permitidos por motivos operacionais, ou quando houver acessórios internos que não possam ter contato com líquidos. Novamente, citamos o código ASME que estabelece que a pressão de teste não deve exceder o valor calculado pela expressão a seguir: P = 1,25.PMA.(S f/Sq) A pressão do teste é aumentada gradualmente até cerca da metade da pressão de teste. Após ter sido alcançado este valor, a pressão no vaso é incrementada em 1/10 da pressão de teste, até a pressão requerida. Em seguida, a pressão é reduzida a 80% da pressão de teste e mantida o tempo suficiente para a inspeção do vaso. Vale lembrar que o código ASME exige que todas as soldas em volta de aberturas e todas as soldas de ângulo com espessura maior do que 6 mm sejam inspecionadas por partículas magnéticas ou líquido penetrante para a detecção de possíveis trincas. Como medida de segurança, o teste pneumático só deve ser adotado quando não houver outra alternativa. Além disso, durante toda a execução do teste, incluindo a completa despressurização do vaso, somente deverão ter acesso ao vaso e suas imediações as pessoas estritamente necessárias à execução do teste e inspeção do vaso de pressão. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 1.1 TABELA RESUMO DE TÉCNICAS DE INSPEÇÃO Técnicas de investigação e detecção de mecanismos de danos Classificação geral Técnica Tipo de informação coletada Vantagens Limitações EXAME VISUAL: exame da região a ser inspecionada com visão direta ou com auxílio de pequena ampliação Marcas de abrasão, trincas de maior porte, amassamentos, etc. Pode ser executada no campo, sem necessidade de equipamentos especiais. Pode ser fotografado. Baixa resolução / detectabilidade. MICROSCOPIA (ótica ou eletrônica): ensaio de campo ou através de réplica metalográfica Microestrutura do componente, porosidades, microtrincas (se incidentes na região estudada). Indicações do comportamento metalúrgico do material, indicações de danos ainda em pequena escala Custo, dificuldade de se realizar no campo, limitação da área estudada. MAGNETISMO: aplicação por contato ou proximidade de elemento magnético. Identifica se o material é ou não ferro magnético. Identificação rápida e confiável para uma classificação geral do material (ligas ferríticas, de níquel ou cobalto) Variações de ligas e proporções (p.ex. soldas que contenham estruturas austeníticas). RESISTÊNCIA ELÉTRICA: aplicação de corrente contínua ou alternada ao material e medição de potencial resultante ou modificação do potencial Trincas abertas à superfície. Taxa de corrosão ou desgaste (técnica de monitoração contínua ou intermitente). Integridade do revestimento. Técnica simples e interpretação relativamente fácil. Detecção de trinca só pode ser precisa se a trinca for normal à superfície e sua largura 3 vezes maior do que sua profundidade. Calibração precisa. Pode exigir correção de temperatura. INSPEÇÃO POR LÍQUIDOS PENETRANTES : aplicação e posterior revelação de líquidos penetrantes. Indicações gerais de incidência de trincas abertas à superfície. Técnica simples e rápida. Resolução até 0,5mm de extensão. Pode ser realizado registro fotográfico. Existem padrões internacionais. Somente detecta trincas abertas à superfície. O PENETRANTE PODE CONTAMINAR OS PRODUTOS DE CORROSÃO, EVENTUALMENTE TORNANDO SUA IDENTIFICAÇÃO QUÍMICA POSTERIOR IMPOSSÍVEL. Resolução depende fortemente da condição de limpeza da superfície e da habilidade do operador. 1. Exames físicos INSPEÇÃO POR PARTÍCULAS MAGNÉTICAS: Indicações gerais de incidência de trincas abertas à superfície ou não,desde que próximas à superfície. Técnica simples e rápida. Melhor resolução e sensibilidade do que o líquido penetrante. Existem padrões internacionais. Somente detecta trincas próximas à superfície. O material a inspecionar deve ser magnético. O VEÍCULO PODE CONTAMINAR OS PRODUTOS DE CORROSÃO, EVENTUALMENTE TORNANDO SUA IDENTIFICAÇÃO QUÍMICA POSTERIOR IMPOSSÍVEL. 7.12 IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 RADIOGRAFIA Indicação volumétrica da incidência / extensão / localização / orientação de trincas e defeitos Espessura do material limitado apenas pelo poder da fonte. Fácil de interpretar. Bom para geometrias complexas. Grandes áreas podem ser inspecionadas juntas. Existem padrões internacionais Usualmente a radiação penetra na transversal, dificultando a detecção de trincas radiais. Demanda cuidados especiais quanto à radiação. Requer equipamentos especiais e manuseio próprio. Temperatura limite aprox. de 50ºC EMISSÃO ACÚSTICA: detecção por transdutores de sinais acústicos refletidos pelos defeitos. Incidência e localização de trincas em evolução (particularmente em vasos de pressão pressurizados) Pode ser aplicado em grandes equipamentos, continuamente ou intermitente. Requer poucos equip amentos. Interpretação de moderada a difícil, demandando experiência. Técnica de emprego passivo. MEDIÇÃO DE TEMPERATURA: lápis térmico, giz, outros Medição da temperatura da superfície, dentro da faixa especificada. Técnica rápida, simples e confiável. Não requer equipamento especial. Fácil interpretação Somente indica a temperatura da superfície. Baixa resolução (tipicamente de 50ºC). MEDIÇÃO DE TEMPERATURA: pirômetros de radiação, infravermelho, termografia Medição da temperatura da superfície, em ampla faixa (-20ºC a 2000ºC ou mais) Técnica rápida, e relativamente simples. Detecção de radiação infravermelha pode indicar temperaturas sob isolamento, etc. Boa resolução (até 0,1ºC). Para termografia é possível registro em vídeo. Fácil interpretação. Técnicas com infravermelho sujeitas a erro se houver presença de vapor d’água e CO2, que absorve a radiação. Requer equipamento especial MEDIÇÃO DE PRESSÃO Pressão do fluido, contínua ou variação. Relativamente simples medição e interpretação. Equipamento simples e com boa resolução Pode exigir tomada de acesso especial. 2. Exames Químicos TESTE POR PONTOS: aplicação de reagentes para indicar a presença de componentes Presença ou ausência de elementos químicos na composição do material Relativamente simples e confiável. Fácil interpretação. Material s imples Requer experiência do operador. Não indica a composição completa do material. Limitado a uma certa gama de materiais. 3. Exames mecânicos TESTE DE DUREZA: aplicação de um micro ensaio de dureza em área determinada do material Dureza do material no local testado Técnica simples e rápida. Interpretação fácil e imediata. Pode alterar a superfície e a estrutura do material, demandando cuidado e atenção na escolha do local a ser ensaiado. Mede apenas a dureza da micro região ensaiada. Técnicas de investigação e detecção de mecanismos de danos Classificação geral Técnica Tipo de informação coletada Vantagens Limitações IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 Tabela 1: Técnicas de investigação e detecção de mecanismos de danos 1.1 TABELA RESUMO DE APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE INSPEÇÃO Nenhuma técnica de inspeção é considerada altamente efetiva para todos os tipos de danos. Para a maioria dos tipos, podem ser utilizadas mais de uma técnica, cada uma complementando a outra. Efetividade de Técnicas de Inspeção Mecanismos de danos Técnica de inspeção Perda de espessura Trincas superficiai s conectadas Trincas subsuperfi ciais Formação de microfissuras ou microvazios Transformaç ões metalúrgicas Alterações dimensionai s Empolam entos nspeção visual 1-3 2-3 4 4 4 1-3 1-3 Ultra-som feixe normal 1-3 3-4 3-4 2-3 4 4 1-2 ltra-som feixe ngular 4 1-2 1-2 2-3 4 4 4 artículas magnéticas 4 1-2 3-4 4 4 4 4 íquido penetrante 4 1-3 4 4 4 4 4 missão acústica 4 1-3 1-3 3-4 4 4 3-4 ddy current 1-2 1-2 1-2 3-4 4 4 4 lux leakage 1-2 4 4 4 4 4 4 adiografia 1-3 3-4 3-4 4 4 1-2 4 edições mensionais 1-3 4 4 4 4 1-2 4 etalografia 4 2-3 2-3 2-3 1-2 4 4 1= altamente efetivo; 2= moderadamente efetivo; 3= possivelmente efetivo; 4= não utilizado normalmente Tabela 2: Efetividade de Técnicas de Inspeção 2 CAUSAS ESPECÍFICAS DE DETERIORAÇÃO E AVARIAS 2.1 QUADROS RESUMOS 2.1.1 Tipos Gerais e Características de Danos Tipo de dano Descrição Perda de espessura ou de material. Remoção de material de uma ou mais superfícies; pode ser geral ou localizada. Trincas superficiais conectadas. Trinca conectada a uma ou mais trincas superficiais. Trincas subsuperficiais. Trinca sob a superfície do metal. Formação de microfissuras / microvazios. Fissuras ou vazios sob a superfície do metal. Alterações metalúrgicas. Alterações na microestrutura do metal. Alterações dimensionais. Alterações nas dimensões físicas ou na orientação do m etal. Empolamentos. Formação de bolhas induzidas pelo hidrogênio em inclusões no 8.1.2 Mecanismos de Danos por Corrosão (perda de espessura) 7.13 8 8.1 8.2 t in u u p lí E E F R M di M IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 ? Corrosão a quente. ? Corrosão atmosférica. ? Corrosão biológica. ? Corrosão em ponto de injeção. ? Corrosão galvânica. ? Corrosão de orgânicos com enxofre. ? Corrosão pelo ácido fluorídrico. ? Corrosão pelo ácido fosfórico. ? Corrosão pelo ácido naftênico. ? Corrosão pelo ácido sulfúrico. ? Corrosão pelo fenol / “NMP”. ? Corrosão pelo solo. ? Corrosão por “flue gas”. ? Corrosão por ácido clorídrico. ? Corrosão por água de caldeira / condensado. ? Corrosão por água de resfriamento. ? Corrosão por águas ácidas (NH4HS). ? Corrosão por amônia. ? Corrosão por cáustico. ? Corrosão por cloreto / hipoclorito de sódio. ? Corrosão por cloretos inorgânicos. ? Corrosão por cloretos orgânicos. ? Corrosão por CO2. ? Corrosão por ponto de orvalho de “flue gas”. ? Corrosão sob contato / sob depósito. ? Corrosão sob isolamento / proteção contra fogo. ? Oxidação por alta temperatura. ? Perda de elementos de liga. ? Sulfetação pelo H2 / H2S. 8.1.3 Mecanismos de Danos por Corrosão sob Tensão Fraturante (“SCC”) (trincas superficiais) ? ? Corrosão sob tensão fraturante por aminas. ? Corrosão sob tensão fraturante por amônia. ? Corrosão sob tensão fraturante por caustico. ? Corrosão sob tensão fraturante por carbonato. ? Corrosão sob tensão fraturante por cloreto. ? Corrosão sob tensão fraturante por ácido poliotiônico. ? Fragilização por metal líquido. ? Corrosão sob tensão fraturante por ácido fluorídrico. ? Corrosão fadiga. 8.1.4 Mecanismos de Danos Induzidos pelo Hidrogênio M e c a n i s m o s d e d a n o s T i p o s d e d a n o s E m p o l a m e n t o . E m p o l a m e n t o , t r i n c a s s u b s u p e r f i c i a i s , t r i n c a s s u p e r f i c i a i s c o n e c t a d a s , a l t e r a ç õ e s d i m e n s i o n a i s . T r i n c a s i n d u z i d a s p e l o h id r o g ê n i o . T r i n c a s s u b s u p e r f i c i a i s , t r i n c a s s u p e r f i c i a i s c o n e c t a d a s . T r i n c a s i n d u z i d a s p e l o h i d r o g ê n i o o r ien t a d a s p e l a s t e ns õ e s ( S O H I C ) . F o r m a ç ã o d e m i c r o f i s s u r a s / m i c r o v a z i o s , t r i n c a s s u b s u p e r f i c i a i s , t r i n c a s s u p e r fic i a i s c o n e c t a d a s . T r i n c a s s o b t e n s ã o p o r s ul f e t o s . T r i n c a s s u p e r f i c i a i s c o n e c t a d a s . T r in c a s s o b t e n s ã o p o r c ia n e t o s ( H C N ) . T r i n c a s s u p e r f i c i a i s c o n e c t a d a s . H i d r e t a ç ã o . T r i n c a s s u b s u p e r f i c i a i s , t r i n c a s s u p e r f i c i a i s c o n e c t a d a s , a l t e r a ç õ e s m e ta l ú r g i c a s . A t a q u e p e l o h i d r o g ê n i o . F o r m a ç ã o d e m i c r o f i s s u r a s / m i c r o v a z i o s , a l t e r a ç õ e s m e t a l ú r g i c a s , t r in c a s . E m p o l a m e n t o p e l o h i d r o g ê n i o . T r i n c a s s u p e r f i c i a i s c o n e c t a d a s , a l t e r a ç õ e s n a s p r o p r i e d a d e s d o m a t e r ia l . IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 8.1.5 Mecanismos de Danos Mecânicos Mecanismos de danos Tipos de danos Erosão por sólidos. Perda de espessura. Erosão por gotas. Perda de espessura. Cavitação. Perda de espessura. Desgaste por atrito. Perda de espessura. Fadiga. Trincas superficiais conectadas, trincas subsuperficiais. Fadiga térmica. Trincas superficiais conectadas. Corrosão fadiga. Trincas superficiais conectadas. Ruptura por fluência e tensão. Formação de microfissuras/ microvazios, trincas subsuperficiais, trincas superficiais conectadas, alterações metalúrgicas, alterações dimensionais. Trincas por fluência. Formação de microfissuras/ microvazios, trincas subsuperficiais, trincas superficiais conectadas. Thermal ratcheting Trincas superficiais conectadas, alterações dimensionais. Sobrecarga (colapso plástico). Alterações dimensionais, perda de espessura. Fratura frágil. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. 8.1.6 Mecanismos de Danos Metalúrgicos e pelo Ambiente Interno Mecanismos de danos Tipos de danos Fusão incipiente. Formação de microfissuras / microvazios, trincas subsuperficiais, trincas superficiais conectadas, alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Esferoidização e grafitiz ação. Formação de microfissuras / microvazios, trincas subsuperficiais, trincas superficiais conectadas, alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Endurecimento. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Fragilização por fase sigma e “chi”. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Fragilização a 885ºF. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Fragilização ao revenido. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Trincas de reaquecimento. Trincas superficiais conectadas, alterações metalúrgicas, alterações nas propri edades do material. Fragilização por precipitação de carbonetos. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Carbonetação. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Descarbonetação Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Oxidação do metal (“ferru gem”) Perda de espessura. Nitretação. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Envelhecimento por deformação. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Amolecimento devido a superenvelhec imento. Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. Fragil ização devido ao envelhecimento em alta temperatura Alterações metalúrgicas, alterações nas propriedades do material. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão Preliminar arquivo: GuiaNº4 - Rev0.16 data do arquivo: 28/05/2004 8.2 CORROSÃO SOB TENSÃO 8.2.1 Por Aminas A corrosão sob tensão por aminas ocorre quando um metal submetido a ação combinada de uma tensão de tração e de corrosão na presença de uma solução aquosa aminoalcalina a elevada temperatura. O trincamento é predominantemente intergranular e tipicamente ocorre em aço-carbono como uma rede muito fina de trincas preenchidas com produto de corrosão. A corrosão sob tensão por aminas também ocorre em aços ferríticos de baixa liga. Esse fenômeno é mais comum em unidades de monoetanolamina (MEA) e de disopropanolamina (DIPA) e em menor escala em unidades de dietanolamina (DEA). A concentração de amina é um fator importante na susceptibilidade ao trincamento em soluções de MEA, onde tal susceptibilidade tem se mostrado mais alta na faixa de concentrações de 15 a 35%. Com relação à composição da solução de amina, a corrosão sob tensão ocorre tipicamente em soluções amino-alcalinas usadas as quais são alcalinas e contêm níveis bem baixos de gases ácidos. Conforme já dito antes, a CST (corrosão sob tensão) por aminas é bem mais sensível em altas temperaturas, porém há de se notar que o parâmetro fundamental é a temperatura do metal em si e não apenas a temperatura normal de processo. Finalmente, quanto ao nível de tensões trativas, os aços ao carbono como soldados e conformados, bem como os aços de baixa liga são sensitivos ao fenômeno devido ao alto nível de tensões residuais. A aplicação de tratamento térmico de alívio de tensões após fabricação é um método comprovado para evitar tal problema. Um tratamento de cerca de 621ºC por uma hora por polegada de espessura é considerado suficiente para prevenir o fenômeno. 8.2.2 Por Carbonatos A corrosão sob tensão por carbonatos ocorre em presença de uma água ácida alcalina contendo de moderadas a altas concentrações de carbonato associada a ação de tensões. As trincas são em grande parte intergranulares e tipicamente ocorrem em aço ao carbono como soldado como uma fina rede de trincas preenchidas com óxidos. Tais trincas se propagam paralelamente às soldas no metal base adjacente, mas também podem ocorrem no metal de solda, bem como na zona afetada termicamente (ZAT). O formato do trincamento observado na superfície do metal é descrito algumas vezes como sendo uma teia de aranha de pequenas trincas, as quais, freqüentemente, se iniciam ou se interconectam com outras trincas de solda que servem como concentradores de tensões locais. A corrosão sob tensão por carbonatos tem sido encontrada em sistemas de refluxo e no condensador superior do fracionador principal da unidade de craqueamento catalítico, no sistema de compressão de gás úmido à jusante e no sistema de águas ácidas que provêm dessas áreas. Alguns estudos concluem que esse fenômeno ocorre em uma faixa muito estreita de potencial eletroquímico, o qual é bastante dependente da composição da água ácida. A susceptibilidade ao trincamento aumenta diretamente com o pH e com a concentração de carbonato. Uma das ações preventivas para esse fenômeno é a aplicação de tratamento térmico de alívio de tensões semelhante ao exposto para a prevenção da corrosão sob tensão por aminas. 8.2.3 Por Cáusticos O hidróxido de sódio, em soluções concentradas e em altas temperaturas, pode provocar corrosão sob tensão em regiões soldadas ou conformadas de aço ao carbono. A experiência industrial indica que a falha por corrosão sob tensão por cáusticos requer um longo período de exposição de um ou mais anos. Entretanto, o aumento da concentração cáustica, bem como da temperatura do metal aceleram a taxa de propagação das trincas. O mecanismo responsável por esse fenômeno está associado à formação de hidrogênio, conforme se observa na reação de ataque ao aço pela solução concentrada de NaOH, abaixo: Figura 20: Corrosão sob tensão em aço inoxidável 310 por cáusticos. (Aumento de 100X) A deterioração não ocorre para temperaturas abaixo de 46ºC. Na faixa entre 46 e 82ºC, a sensibilidade ao trincamento é função da concentração cáustica e, acima desse intervalo, é alta para qualquer concentração de cáusticos acima de 5% de peso em massa. Casos históricos desse fenômeno ocorreram em colunas de destilação quando da adição de soda cáustica para controle de pH. IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás GRINSP-RJ GUIA N0 4 – Inspeção de Vasos de Pressão Emissão
Compartilhar