Buscar

Resumo de Psicologia do envelhecimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo de Psicologia do envelhecimento 
Envelhecimento populacional e teorias psicológicas da velhice 
· Transição demográfica
· Europa- Início com a revolução Industrial- diminuição da taxa de fecundidade; um posterior aumento gradativo da expectativa de vida. 
· Brasil: Processo de urbanização sem alteração na distribuição de renda. A partir de 1940- queda da taxa de mortalidade; 1960- redução da taxa de fecundidade iniciada na população mais privilegiada economicamente. 
· 1940- Expectativa de vida: cerca de 43 anos; Taxa de fecundidade entre 6 a 7 (variando por região do Brasil). 
· Dados atuais: 
· Taxa de fecundidade brasileira: 1,9 (IBGE, 2010) São Paulo: 1,67 
· Expectativa de vida no Brasil: 74,6 (IBGE, 2012)
Teorias psicológicas da velhice 
Profissionalização e Carreira
Busca de autonomia e independência em relação ao meio familiar
Constituição familiar ou não
Sexualidade e afetividade
Crise da meia idade (incidência maior ente 40 a 50 anos): Crise existencial diante das conquistas almejadas e obtidas, bem como expectativas para o futuro, ansiedades; Processos depressivos podem ocorrer, bem como ideações suicidas; 
Múltiplos papéis: ser pai, ser filho e cuidador dos pais;
Revisão de planejamentos pessoais e profissionais, projetos que são revistos ou abandonados;
Produtividade maior e uma fase gratificante, porém carregada de tensões e expectativas; 
Teorias Biológicas do Envelhecimento
(PAPALIA, OLDS & FELDMAN, 2007; ARKING, 2008)
O cérebro 
Em pessoas mais velhas e saudáveis, as mudanças no cérebro são modestas e interferem pouco no seu funcionamento (KEMPER, 1994). 
Após os 30 anos, nosso cérebro perde peso, a principio lentamente, e depois mais rápido. Aos 90 anos, o cérebro pode ter perdido até 10% de seu peso.
A perda de peso do cérebro ocorre em função da perda de neurônios (células nervosas) no córtex cerebral, parte do cérebro destinada às funções cognitivas. Não há uma perda generalizada, mas uma perda do tecido conectivo: axônios, dendritos e sinapses. 
Teoria Psicossocial de E. Erikson
O indivíduo está sempre redesenhando sua personalidade. Em cada fase do desenvolvimento o indivíduo deve enfrentar e dominar um problema central, o dilema da fase. 
Variáveis para compreensão dos oito estágios: a) Leis internas e processos biológicos do desenvolvimento; b) Influências culturais que especificam o grau desejável do desenvolvimento; c) A resposta idiossincrática de cada indivíduo e a forma particular de manusear seu desenvolvimento. 
Releitura da teoria de desenvolvimento psicossexual do Freud à luz da teoria antropológica. 
E. Erikson problematizou a vida humana em toda a sua extensão, o desenvolvimento humano desde o nascimento até a morte. 
Ntegridade psíquica versus desespero 
· A partir da resolução satisfatória da crise, a pessoa idosa adquire a virtude da sabedoria: aceitação da vida como ela é ou foi, e sem maiores arrependimentos.
· A finitude e a vulnerabilidade maior na velhice mantêm de certo modo uma sensação de desespero. 
· O senso de integridade surge a partir da resolução dos conflitos anteriores. 
· O engajamento ativo com a sociedade e com a família é importante para manter a integridade psíquica da pessoa idosa. 
Crítica às teorias normativas do desenvolvimento
As crises ocorrem não por chegar a uma determinada idade (como no modelo das crises normativas), mas pela inesperada ocorrência e pelo momento dos eventos de vida. Se os eventos ocorrem como esperado, o desenvolvimento prossegue sem dificuldades” (PAPALIA, OLDS & FELDMAN, 2007, p. 559)
Teoria Life – Spam- Paul Baltes
Interessou-se por compreender o desenvolvimento cognitivo e comportamental desde a infância até a velhice. 
Desenvolveu a teoria do curso de vida, life-span, perspectiva do curso de vida.
A teoria life-span considera que o desenvolvimento ocorre ao longo de toda a vida, desde a concepção à morte; Considera o contexto no qual se dá o desenvolvimento individual. 
Life-span (para a biologia: extensão de vida individual, potencial máximo de duração da vida, idade para a ocasião da morte). Prefere-se dizer da teoria do curso de vida, sem tradução literal ou recorrer à biologia. 
Desenvolvimento do ponto de vista das inter-relações dos níveis individual, familiar e social ao longo do tempo. 
Diz do desenvolvimento comportamental, cognitivo e psicossocial ao longo do curso de vida. Não adota ciclos ou estágios para descrever o desenvolvimento. 
Análise do impacto da sincronia ou da assincronia entre o tempo individual, o tempo familiar e o tempo histórico sobre o desenvolvimento individual
A partir de uma visão psicanalítica, na velhice, as defesas do ego se afrouxam e as pessoas idosas apresentam fortes dificuldades de adaptação. 
O paradigma do curso de vida em sociologia serve de base para a teoria de estruturação etária em gerontologia (RILEY, JOHNSON e FONER, 1972): As pessoas fazem parte de um determinado estrato etário ao exibirem comportamentos, papéis e lugares de atuação que lhe correspondem pela estrutura social. 
Infância, adolescência, vida adulta e velhice são fases construídas socialmente, por meio de normas reguladoras que determinam as exigências e as oportunidades de cada segmento etário na ordem social.
Os estágios de desenvolvimento são de origem sociogenética e não ontogenética. A sociedade dita os cursos de vida na medida em que define expectativas e normas para cada faixa etária a partir de marcadores de natureza biológica e social
A teoria do curso de vida considera dois fatores:
A multidirecionalidade (o desenvolvimento é caracterizado como capacidade tanto para o aumento quanto para diminuição da eficácia durante o curso da vida);
E a multidimensionalidade (uma interação de fatores, endógenos e exógenos, influenciando o desenvolvimento). 
· Desenvolvimento como ganhos (características do crescimento) e perdas (características do declínio- como na acuidade visual, capacidades motoras) em uma relação dinâmica ao longo da vida; 
· Plasticidade e variabilidade intrapessoal: Potencial de mudança dos indivíduos ao se considerar as potencialidades e limites da natureza do desenvolvimento humano. 
· Imersão histórica: uma relação entre o desenvolvimento de um indivíduo e o ambiente sociocultural do mesmo.  
· Mecanismos autorreguladores da personalidade permanecem intactos ao longo da velhice. 
Contextualismo: três sistemas de influência biológica e ambiental influenciam em conjunto o desenvolvimento: influências normativas reguladas pela idade, influências normativas reguladas pela história, e influências não normativas.
 
O desenvolvimento humano é entendido em uma perspectiva multidisciplinar.
A idade cronológica não causa o desenvolvimento ou o envelhecimento. Os fatores ambientais interferem no na velhice. Existem fatores que favorecem o envelhecer saudável: nutrição, atividades físicas, medicina preventiva. 
Noções gerais de gerontologia 
Qual o nome da velhice?
Termos mais comuns: Terceira Idade, Melhor Idade, Maduro, Idoso, Velho, Meia-Idade, Maturidade, Idade Maior, Idade Madura (NERI & FREIRE, 2000).
“Velho”= idoso, antigo, gasto pelo tempo, experimentado, veterano, desusado, obsoleto (FERREIRA, 2000).
Terceira Idade= origem na década de 1960, na França, para descrever a idade em que a pessoa se aposentava (na época, aos 45 anos; hoje aos 62 anos). A terceira idade hoje é utilizada para descrever o período intermediário entre a vida adulta e a velhice (NERI & FREIRE, 2000). 
“Avó”, “aposentado” e “pensionista”= controvérsias na realidade brasileira para designar a pessoa idosa. 
As Idades da Velhice
A idade é um fato pré-determinado, mas o tratamento dado aos anos depende das características da pessoa. 
Para a OMS, a partir da idade cronológica, a definição de idoso inicia aos 65 anos nos países desenvolvidos e aos 60 anos nos países em desenvolvimento. Para o Estatuto do Idoso, a pessoa se caracteriza como idosa a partir dos 60 anos. 
O processo de envelhecimento (“envelhescência”) é influenciado por fatores variados, como gênero, classe social, cultura, padrõesde saúde individuais e coletivos da sociedade, dentre outros
Idade Psicológica: 
Habilidades adaptativas dos indivíduos para se adequarem às exigências do mesmo (HOYER & ROODIN, 2003); 
Relação entre a idade cronológica e às capacidades psicológicas, tais como percepção, aprendizagem e memória, as quais prenunciam o papel de funcionamento futuro do indivíduo (NERI, 2005);
A idade psicológica também pode ser definida pelos padrões de comportamento adquiridos em mantidos ao longo da vida e tem uma influência direta na forma como as pessoas envelhecem (SCHNEIDER & IRIGARAY, 2008). 
GERONTOLOGIA
Do grego gero= envelhecimento + logia = estudo
“Campo multi e interdisciplinar que visa à descrição e à explicação das mudanças típicas do processo de envelhecimento e de seus determinantes genético-biológicos, psicológicos e socioculturais” (NERI, 2008, p. 95) 
GERONTOLOGIA
Estuda os processos associados à idade, ao envelhecimento e à velhice: área de convergência entre a biologia, a sociologia e a psicologia do envelhecimento. 
Biologia: Impacto da passagem do tempo nos processos fisiológicos ao longo do curso de vida e na velhice; 
Psicologia: Concentra-se nos aspectos cognitivos, afetivos e emocionais relacionados à idade e ao envelhecimento, com ênfase no desenvolvimento humano; 
Sociologia: Períodos específicos do ciclo de vida e concentra-se nas circunstâncias socioculturais que afetam o envelhecimento e as pessoas idosas. 
GERIATRIA
Parte da Gerontologia direcionada para questões médicas do envelhecimento e que estuda os distúrbios provenientes do envelhecimento, além de atuar na prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças agudas e crônicas da velhice. 
AVD´s - Atividades Básicas da Vida Diária (atividades rotineiras de autocuidado, como cuidar da higiene e da alimentação)
AVI´s - Atividades Instrumentais da Vida Diária (envolve planejamento de ações, como administrar a casa, cuidar de um ambiente, cuidar de outras pessoas)
Noções gerais Gerontologia 
Independência: Capacidade de executar suas tarefas e atividades, realizar algo com seus próprios meios, sem auxílio de terceiros. 
Autonomia: Capacidade individual de tomada de decisão e comando sobre suas ações, capacidade para gerir a própria vida. 
Senilidade: Velhice patológica, caracterizada por disfunções orgânicas, doenças crônico-degenerativas e perdas psíquicas. 
Senectude/Senescência: Processo de envelhecimento que resulta nas mudanças fisiológicas e psicossociais durante a velhice. 
Áreas de Intervenção
Promoção de cuidados e atenção domiciliar à pessoa idosa;
Promoção do envelhecimento ativo;
Desenvolvimento de políticas públicas, programas e serviços relativos ao envelhecimento e a velhice; 
Promoção do envelhecimento produtivo;
Intervenções socioeducativas na área de envelhecimento;
Auxílio na formação e acompanhamento dos cuidadores de idosos.
Desafios...
Campo do saber científico que aborda a interdisciplinaridade;
Desafios no seu reconhecimento como área científica: ausência das áreas de geriatria e gerontologia na árvore de conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq);
A gerontologia como um campo do conhecimento científico com caráter intervencionista sobre os idosos- a ser reconhecido;
Se o interesse pela população idosa parte do Estado, da Industria e do Poder Público, não teria a gerontologia um caráter ideológico? (PRADO & SAYD, 2007). 
Campo de ascensão que precisa sensibilizar a população para um planejamento intervencionista destinado à população idosa. 
A institucionalização da pessoa idosa 
A longevidade é um fato dos tempos atuais que traz a necessidade de adaptação frente às perdas que ocorrem ao longo da vida.
Adequar-se à realidade das perdas, muitas vezes, pode levar a pessoa idosa a aceitar e procurar auxílio em uma ILP (BESSA & SILVA, 2008)
Quando a família sai de cena por conflitos ou ausência, a pessoa idosa busca adaptar-se a essa nova realidade (BENTES, PEDROSO & MACIEL, 2012). Sentido atribuído à família como lugar de proteção e aconchego.
No Brasil, os cuidados aos idosos são prestados pela família e, na falta desta, por amigos e vizinhos; contudo, por não existir programas formais vinculados ao Estado que prestem amparo a idosos que não possuem assistência da família, a institucionalização ainda é a principal opção (CAMARGOS, RODRIGUES & MACHADO, 2011 apud BENTES, PEDROSO & MACIEL, 2012, p. 197)”.
Consequências da Institucionalização:
Drástica redução dos ambientes físico e social, ambiente que pouco estimula a pessoa a pensar, agir e se comportar com perspectiva de mudança de qualidade de vida (BENTES, PEDROSO & MACIEL, 2012);
Isolamento, inatividade física e mental, redução da qualidade de vida (RIBEIRO & SCHUTZ, 2007);
Exige uma adaptação e produz um estranheza que impõe a pessoa pensar na solidão, no conformismo e no abandono (CREUTZBERG, GONÇALVES & SOBOTTKA, 2008)
Segregação, tratamento igualitário e simultâneo para todos os residentes e um estado acentuado de controle (TOMASINI & ALVES, 2007)
O que são as ILPs?
Instituições que “apresentam características residenciais destinadas ao domicílio coletivo de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com a função de integrar a rede de assistência social à rede de assistência à saúde” (BENTES, PEDROSO & MACIEL, 2012). 
Instituições originalmente relacionadas aos asilos que anteriormente atendiam a população carente que necessitava de abrigo.
Hoje, representam residências coletivas que atendem tanto idosos independentes em situação de ausência de renda ou de família quanto aqueles com dificuldades para gerir a própria rotina diária, visando cuidados prolongados (CAMARANO & KANSO, 2010). 
Quem procura por uma ILP? Pessoa Idosa ou Familiar?
46,2% das pessoas idosas independentes adentram nas ILPs por decisão própria, seguindo-se por parte da família com 30,1 % (ALMEIDA & RODRIGUES, 2008). 
Mudança do perfil dos idosos institucionalizados: de uma demanda de idosos pobres e desprovidos de família para idosos com incapacidade e dependência física ou cognitiva, com doenças crônicas e falta de acesso a serviços de saúde. 
Estigma herdado dos antigos “ASILOS”
Lugar de tristeza, abandono, pobreza e decadência, para resolução dos problemas de mendicância, exclusão e pobreza da população idosa pobre (XIMENES & CÔRTE, 2007).
Por um lado, a ILP contribui para o acolhimento e assistência ao idoso, mas, por outro lado, constitui um lugar que impossibilita um contato social externo, promove o confinamento e a institucionalização que dificulta os vínculos familiares (BENTES, PEDROSO & MACIEL, 2012)
Os estereótipos contribuem para a manutenção de uma percepção social negativa acerca da pessoa idosa e o preconceito contribui para danos para sua qualidade de vida. Ageismo: intolerância relacionada à idade da pessoa. 
Estatuto do Idoso, artigo 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa permanência adotarão os seguintes princípios: 
I – preservação dos vínculos familiares; 
II – atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior; 
IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo; 
V – observância dos direitos e garantias dos idosos; 
VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e dignidade. 
Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo das sanções administrativas
Aula 7 e 8 – A pessoa Idosa no contexo familiar o papel do cuidados e a violência domestica
Violência contra os idosos no contexto familiar
São crescentes os casos de denúncia de violência contra idosos, em sua maioria ocasionada pela própria família, que desconhece o processo de envelhecimento e as garantias legais dadas à pessoa idosa. 
A efetividade das denúncias possui muitas dificuldades pela situação específica em que se encontra essa população, por depender de seus familiaresem muitos aspectos. 
Tipologia da violência contra a pessoa idosa (BERGER & CARDOZO, 2013)
A) Negligência: recusa ou omissão de cuidados necessários aos idosos por parte dos responsáveis familiares ou institucionais; 
B) Violência Psicológica: agressões verbais ou gestuais com objetivo de aterrorizar osidosos, humilhá-los, restringir sua liberdade ou isolá-los do convívio social; 
C) Abuso Financeiro e Econômico: exploração imprópria ou ilegal dos idosos ou ao uso não consentido por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais; 
D) Violência Física: uso da força física, para forçar os idosos a fazerem o que não desejam, para feri-los, provocar-lhes dor, incapacidade ou morte; 
E) Abandono: ausência ou deserção dos responsáveis sejam governamentais, institucionais ou familiares de prestarem socorro e assistência a uma pessoa idosa
A violência contra os idosos expressa-se de três formas de acordo com Minayo (2005): 
i) Violência social ou estrutural: a base para todos os outros tipos de violência, estando ligada as relações sociais e as estruturas econômicas e políticas. 
ii) Violência institucional: aplicação ou omissão na gestão das políticas sociais pelo Estado e pelas instituições de assistência. 
iii) Violência familiar ou interpessoal: diz do ambiente familiar e caracteriza-se pelas formas de comunicação e de interação cotidiana. 
Percebe-se a ausência de políticas sociais eficazes por parte do Estado que visem garantir que a família cumpra seu papel no que se refere à proteção e ao cuidado ao idoso. 
O âmbito familiar é caracterizado por uma ambiguidade, em razão de ao mesmo tempo ali predominarem relações íntimas e afetivas, e também relações conflituosas e abusivas. 
Quando se trata da violência familiar, deve-se considerar qualquer tipo de relação de abuso praticado no contexto particular da família contra qualquer um dos seus membros. 
Ministério da Saúde (2001): a violência intrafamiliar é toda ação ou omissão que interfira no bem-estar, na integridade física, psicológica ou na liberdade e no direito ao desenvolvimento de outro membro da família. 
A dificuldade que o idoso expõe ao proteger seu agressor familiar (esposo/a; filhos e netos), por medo de denunciá-lo, em virtude de muitas vezes temer por sofrer represálias ou piorar o seu convívio, retarda a efetivação de seus direitos defendidos pelos instrumentos legais de proteção. 
A pessoa idosa no contexto familiar o papel do cuidador 
Tarefas de Cuidar: com a palavra, as mulheres cuidadoras de idosos de alta dependência
Geralmente a demanda de cuidados recai sobre um único membro da família: o cuidador primário.
O cuidador primário precisará conciliar suas atividades profissionais, conjugais, sociais e familiares. 
Existe uma expectativa social de que a mulher assuma esse papel de cuidado, sendo a atividade de cuidar entendida como naturalmente feminina (SILVA, 1998). 
Relatos de ônus dos cuidados se relacionam às condições e ao exercício de atividades problemáticas que ameaçam seu equilíbrio emocional.
Para a literatura da psicogerontologia, esse ônus é descrito como pressões ou estressores na medida em que mobilizam os recursos emocionais do (a) cuidador (a). 
Eventos objetivos e subjetivos para o (a) cuidador (a):
Objetivos: Distúrbios nas finanças; competição de papéis; conflitos familiares; redução das relações com amigos e vizinhos.
Subjetivos: Sentimentos de embaraço, sobrecarga; ressentimento; exclusão. 
Objetivos da pesquisa científica:
Identificar a estrutura psicológica subjacente à avaliação que cuidadoras primárias de idosos altamente dependentes fazem a respeito de prestar cuidados e identificar as necessidades apresentadas pelas cuidadoras. 
Participantes do Estudo:15 cuidadoras primárias selecionadas em um banco de dados de uma pesquisa envolvendo idosos (com 65 anos ou mais) de alto grau de dependência funcional residentes na área de abrangência do Centro de Estudos de Envelhecimento da UNIFESP- São Paulo
Participantes do Estudo:
Alta dependência funcional: Comprometimento de, pelo menos, dez atividades instrumentais de vida diária e/ou atividades de autocuidado, avaliadas mediante um questionário validado para uso brasileiro. Os idosos foram avaliados pelo Mini-exame do Estado Mental. 
Perfil dos idosos: Média de idade: 83,7; 11 mulheres e 4 homens; nove viúvos, três casados; dois solteiros e um divorciado. 14 deles já moravam com as cuidadoras antes de se tornarem dependentes. 
Resultados: 
As tarefas mais difíceis foram descritas como as tarefas de cuidados pessoais e instrumentais rotineiros, que o cuidador realiza sozinho, e tarefas esporádicas que envolvem outras pessoas e sua realização. 
Estressores primários relatados: sentimentos de sobrecarga, perda de relações.
Esforço físico e demora nas atividades não foram relatados como ônus para essas cuidadoras.
 
Cuidadoras que trabalhavam fora, precisavam prestar os cuidados antes de sair de casa e depois ao regressarem;
Discussões: Cuidadores que veem o cuidar como dever de reciprocidade tendem a identificar seus familiares idosos como doentes em declínio biológico. 
Cuidadores que veem sua obrigação como consequência de laços afetivos rendem a perceber a dependência do idoso como uma regressão à infância e tratá-los como crianças. 
Talvez não seja importante para os cuidadores encorajar os idosos com déficits cognitivos porque possuem baixas expectativas em relação ao mesmo e fazer por ele pressupõe menos perda de tempo e dá maior controle a eles.

Continue navegando