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1 REPÚBLICA DE ANGOLA MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO TÉCNICO MÉDIO PRIVADO DE SAÚDE GUILHERME HANDANGA MATERIAL DE APOIO DE SAÚDE MENTAL Elaborado por: Ana Zeferino Sebastião Docente Luanda, Março ∕2020 2 SUMÁRIO UNIDADE I: APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 1.1 Evolução histórica 1.2 conceitos (Saúde ∕ Doente Mental) 1.3 Política Nacional 1.4 Organização, estrutura e funcionamento 1.5 Níveis de atendimento UNIDADE II: SAÚDE MENTAL 2.1 Fases do crescimento e desenvolvimento humano Fisiológico, estrutural e psicológico 2.2 Fatores que condicionam a Saúde Mental 2.3 Situações que interferem na Saúde Mental UNIDADE III.RELACIONAMENTO DOS PROFISSIONAL COM O UTENTE E FAMÍLIA 3.1 Importância da família na identificação precoce de sintomas e durante o tratamento 3.2 Importância da cooperação do paciente na identificação precoce de sintomas e durante o tratamento 3.3 Técnica de entrevista com o paciente e família Colheita de dados individuais e familiares Observação do comportamento 3.4 Técnica de relacionamento com o paciente e família Quando em tratamento ambulatório, hospitalizado e após a alta UNIDADE IV: TRANSTORNOS MENTAIS MAIS COMUNS 4.1 Tipos de transtornos Causas ∕ Factores de riscos Cuidados de enfermagem integral e humanizada UNIDADE V: ESTUDO DAS DOENÇAS E DOS DOENTES MENTAIS E SUA ASSISTÊNCIA 5.1 Tipos de doenças Conceito Sinais e sintomas ∕ Transtorno 3 Educação para a saúde CAPÍTULO I. APRESENTAÇÃO DE DISCIPLINA Em um passado não muito distante, os pacientes doentes mentais não tinham sequer o direito de receber os cuidados necessários em relação ao seu sofrimento psíquico. Com o passar dos anos essa realidade foi sendo modificada, e esses pacientes foram adquirindo direitos que precisam ser respeitados. No Brasil, desde a época do império, a saúde mental já tinha certa atenção, decorrente da chegada da família real. As pessoas portadoras de algum transtorno mental que fossem oriundas de famílias tradicionais e ricas da sociedade carioca, eram tratadas em espécies de asilos ou intituladas Casas de Misericórdia para que fossem então afastadas do convívio social. Causava um grande espanto e vergonha às famílias abastadas ter em seu convívio um parente que fosse considerado doente mental ou, de acordo com o termo utilizado à época, loucos (SANTOS; MIRANDA, 2015). A assistência prestada ao indivíduo com problemas mentais surgiu quando se definiu a pessoa louca na sociedade. A partir do século XVII começou-se a ocorrer uma distinção entre as pessoas normais, das que não eram normais. Era preciso libertar a sociedade daqueles que a perturbavam. Se um indivíduo se diferenciasse dos padrões de normalidade da sociedade, ele era considerado como um louco, ou então improdutivo socialmente (CORDEIRO et al., 2012). De acordo com Santos, Miranda (2015), a forma de excluir os portadores de doenças mentais deu-se por anos e anos, em princípio pelo conceito de anormal e normal. Esta exclusão gerou a necessidade de abrigar os doentes mentais em ambientes segregadores, como uma forma de extirpá-los do meio social e, assim tratar as suas patologias em locais de contenção por suas subjetividades e diferenças. Todavia, o objetivo maior da criação desses locais, denominados de hospitais psiquiátricos era o de resolver os problemas gerados pelos anormais, o caráter de dar uma assistência humanizada ficou em último plano e, devido a isso, o surgimento dos manicômios, no Brasil, se associa em muito ao modelo prisional, e não terapêutico (SANTOS; MIRANDA, 2015). Historicamente, durante muitos anos, havia várias suposições para a loucura aparecer, segundo Figueiredo, Delevati, Tavares (2014, p. 124): Com a antiguidade clássica, até a era cristã, a loucura era vista sob alguns enfoques: o de Homero com um enfoque mitológico religioso; o de Eurípedes com a concepção passional ou psicológica; e o de Hipócrates e Galeno com o as disfunções somáticas (RAMMINGER, 2002). Na idade média iniciou-se a predominância da loucura como possessão diabólica feita por iniciativa própria ou a pedido de alguma bruxa. Havia duas possibilidades de possessão, sendo a primeira o alojamento do diabo no corpo da 4 pessoa, e a segunda a obsessão, na qual o demônio altera percepções e emoções da pessoa. De acordo com Saraiva, Santos, Sousa (2016), historicamente, a partir do período em que o louco é definido como aquele que foge dos padrões de normalidade, esse indivíduo precisava ser excluído da sociedade. Desta forma, não havia a menor preocupação com a criação de propostas de tratamentos para a recuperação dessas pessoas, diferente do que acontecia nas outras especialidades médicas, onde os doentes recebiam seus cuidados. De 1950 em diante, as políticas de saúde mental passaram por muitas modificações, essas mudanças começaram em países como a Itália, a França e os Estados Unidos, que posteriormente influenciaram o Brasil. Essas mudanças se intensificaram nas décadas de 80, 90 e do século XX. O Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental reivindicava mudanças no modelo assistencial, que incorpora outros segmentos sociais, os usuários, suas famílias e associações, o que configura num movimento de luta antimanicomial que prega a desinstitucionalização, e focaliza no cuidar das pessoas com transtornos mentais (HIRDES, 2009). É importante frisar que a Reforma Psiquiátrica surgiu no bojo da Reforma Sanitária, a qual lhe deu sustentação política. Com o passar do tempo, a Reforma Psiquiátrica organizou-se como um movimento social independente que incluiu em seus princípios “o desenho de um novo modelo de serviços que tem como premissa fundamental a cidadania do usuário do serviço” (BARROS, 1996, p. 1). Essa luta pela cidadania necessita de redefinição política e ética do espaço público que garanta o direito à diferença pautada no direito de não sermos iguais uns aos outros, de termos nossas próprias indagações, escolhas e projetos; direito a sermos sujeito. Corroborando essa afirmação, Saraceno (1999, p. 18) afirma que “a cidadania do paciente psiquiátrico não é a simples restituição de seus direitos formais, mas a construção de seus direitos substanciais; e é dentro de tal construção (afetiva, relacional, material, habitacional, produtiva) que se encontra a única reabilitação possível”. Foi na década de 70 que se consolidou o movimento denominado Reforma Sanitária, caracterizado não apenas por fazer denúncias contra a ditadura e os interesses econômicos nela envolvidos, mas, ainda, por apresentar um projeto de transformação do sistema de saúde vigente, marcado pelo caráter centralizador, em nível federal, e por um modelo hospitalocêntrico de atenção. Com a superação do regime militar e o surgimento da Nova República em 1985, esse movimento social intensificou-se e a discussão sobre o projeto da Reforma Sanitária criou vulto. As principais propostas do Movimento da Reforma Sanitária, explicitadas na 8ª Conferência Nacional de Saúde – universalidade, integralidade, equidade, regionalização e controle social –, foram incorporadas ao texto Constitucional nos artigos 194 a 196 e regulamentadas pelas Leis 8.080/90 e 8.142/90, criando o Sistema Único de Saúde (SUS). 5 O SUS pode ser definido como “uma nova formulação política e organizacional para o reordenamento dos serviços e ações de saúde estabelecida pela Constituição de 1988”. Esse sistema, portanto, define normas, princípios e diretrizes para a atenção à saúde em todo o país, inclusive na área de saúde mental. (SILVA, 1999.) O movimento preconizado pela Reforma Psiquiátrica vem cumprir um importantepapel nas transformações ocorridas na assistência prestada ao doente mental. Esse movimento é definido por Amarante (1995, p. 91) como “o processo histórico de formulação crítica e prática que tem como objetivos e estratégias o questionamento e a elaboração de propostas de transformação do modelo clássico e do paradigma da psiquiatria”. A atual Reforma Psiquiátrica vem se contrapor ao modelo hegemônico de assistência centrado no hospital psiquiátrico e na exclusão social do doente mental. Rompendo paradigmas, criando novas formas de convivência com a loucura, buscando a transformação da realidade assistencial, inserindo novos atores em sua história, ela surge desestabilizando e criticando o modelo dominante da assistência na área da saúde mental. Reorientar esse modelo de atenção para fora dos hospitais psiquiátricos, desconstruindo saberes, criando novas culturas para a convivência com o doente mental, devolvendo-lhe o direito à vida, à liberdade e à cidade, além de garantir assistência à saúde de qualidade torna-se um grande desafio. A superação do aparato manicomial implica, sobretudo, a desestruturação de velhos fazeres e saberes sobre a loucura, no aprendizado do novo, na possibilidade da convivência, no estar fora. O caminho é longo e requer analisar as diferenças e as reais condições socioeconômicas e afetivas existentes em cada família, em cada comunidade. 1.2 CONCEITOS (SAÚDE ∕ DOENÇA MENTAL Todo estado de saúde e doença é determinado, portanto, pela cultura na qual o sujeito se insere. Para Foucault (1978, p. 186), “o louco não pode ser louco para si mesmo, mas apenas aos olhos de um terceiro que, somente este, pode distinguir o exercício da razão da própria razão”. Portanto, a maneira como entendemos e lidamos com a saúde e a doença mental está inscrita no mundo social-histórico e é definida pela cultura e legitimada pelo senso comum. Nas relações que o sujeito mantém com o seu grupo e classe social é construída uma rede de significados que apontam a saúde e a doença como construções de sua cultura. A saúde mental é intrínseca à saúde e ao bem- -estar do indivíduo (Patel et al., 2010; Prince et al., 2007). PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight 6 O entendimento da saúde mental não se esgota apenas na ausência de doença mental. Segundo a Organização Mundial de Saúde (2014), é um estado de bem- estar em que cada indivíduo percebe o seu próprio potencial, conseguindo lidar com as tensões normais da vida, trabalhar de forma produtiva e frutífera e com capacidade de contribuir para a sua comunidade. Nesta definição estão incluídos conceitos de bem-estar subjetivo, auto-eficácia, autodeterminação, autonomia, competência social, dependência Inter geracional e autorrealização do potencial intelectual e emocional (WHO, 2001). Não existe apenas uma definição de saúde mental. Esta depende em muito da influência cultural na construção do conceito, da subjetividade do próprio conceito e das diversas perspectivas profissionais. OMS afirma que não existe definição oficial de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a ‘saúde mental’ é definida. Saúde Mental é um termo usado para descrever o nível de qualidade de vida cognitiva ou emocional. A saúde mental pode incluir a capacidade do indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica. Admite-se que o conceito de saúde mental é mais amplo que ausência de transtornos mentais. Saúde mental é estar bem consigo mesmo e com os outros, aceitar as exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também com as agradáveis. (Alegria, tristeza, coragem, medo, amor ódio serenidade raiva, ciúme culpa frustrações). Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário. 1.3 POLÍTICA NACIONAL A política Nacional de Saúde Mental é uma ação do governo federal coordenada pelo Ministério de Saúde, que compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país para organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em saúde mental. Abrange a atenção a pessoas com necessidades relacionadas a transtornos mentais como depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo compulsivo, etc, e pessoas com quadro de uso nocivo e dependência de substância psicoativas, como álcool, cocaína, crack, tabaco e outras drogas. Política e legislação são dois métodos complementares para melhorar a atenção e os serviços de saúde mental, mas, a menos que também haja vontade política, recursos adequados, instituições funcionando corretamente, serviços de apoio comunitário e pessoal de boa formação, a melhor política e a melhor legislação terão pouca importância. PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight 7 Todas as políticas de saúde mental exigem apoio político para garantir que a legislação seja corretamente implementada. O apoio político também é necessário para emendar a legislação, após ela ter sido aprovada, para corrigir qualquer situação indesejada que possam minar os objetivos da política. A política de saúde mental depende do marco legal para alcançar seus objetivos e proteger os direitos e melhorar as vidas de pessoas afetadas por transtornos mentais. * O objetivo fundamental da legislação de saúde mental é proteger, promover e melhorar a vida e o bem-estar social dos cidadãos. A atual política do Ministério da Saúde para a área da saúde mental tem como diretriz a “implantação de uma rede integrada, de base comunitária, com ofertas complexas de atenção médico-social, sob a diretriz da reabilitação psicossocial” (DELGADO, 2001). O processo de elaboração de uma política de saúde mental deve incluir ampla variedade de interessados (usuários, familiares, profissionais), fixando prioridades e definindo objetivos de acordo com as necessidades identificadas na comunidade e estabelecendo os recursos disponíveis. Esse levantamento das necessidades da comunidade deve: a) identificar os determinantes psicossociais dos transtornos psíquicos; b) realizar o levantamento dos recursos e dos serviços existentes; c) detectar os grupos vulneráveis que apresentam necessidades especiais de assistência em saúde mental (crianças, idosos, adolescentes, mulheres). Embora o estigma e a discriminação acerca da doença mental tenham origem na comunidade, não podemos nos esquecer de que essa mesma comunidade pode se transformar em importante recurso para a reabilitação psicossocial do doente mental. Além dos serviços governamentais, as organizações não-governamentais são recursos comunitários valiosos para a saúde mental, trazendo soluções inovadoras no nível local. Elas se mostram, muitas vezes, mais sensíveis às realidades dos municípios do que os programas de governo (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2001). Os formuladores de políticas nos governos (aos níveis nacional, regional e distrital), o setor privado e a sociedade civil, que podem ter relutado em buscar mudanças no status que, podem ser obrigados a fazê-lo com base em uma injunção legislativa; outros que podem ter sido restringidos de desenvolver políticas progressivas podem encontrar essa possibilidade mediante mudanças legislativas. As leis podem inibir objetivos da política por impor exigências que não permitem as modificações políticas desejadas ou efetivamente impedir tais modificações. PAI CELESTIAL Highlight 8 O desenvolvimento de políticas de tratamento comunitário para pessoas com transtornos mentais, por exemplo, tem sido impedido em muitos países por leis que não incluem disposições relativas ao tratamento comunitário. Além disso, até sob estruturas legais permissivas a política pode ser obstada devido à falta de poderes de aplicação. Em suma, legislação de saúde mentale política de saúde mental estão estreitamente ligadas. A legislação de saúde mental pode influenciar o desenvolvimento e implementação da política, ao passo que o inverso também é verdadeiro. O Contexto da Legislação de Saúde Mental: Questões Centrais • A legislação é complementar às políticas, planos e programas de saúde mental, e pode servir para reforçar metas e objetivos das políticas. • Pessoas com transtornos mentais são um segmento vulnerável da sociedade e necessitam de proteções especiais. • A legislação de saúde mental é necessária para proteger os direitos das pessoas com transtornos mentais em ambientes institucionais e na comunidade. • A legislação de saúde mental é mais do que apenas legislação de “atenção e tratamento”. Ela propicia um marco legal para tratar de questões críticas de saúde mental, tais como o acesso a atenção, reabilitação e cuidados na convalescença, a plena integração das pessoas com transtornos mentais à comunidade e a promoção da saúde mental nos diferentes setores da sociedade. •. Os governos têm obrigação de respeitar, promover e cumprir os direitos fundamentais das pessoas com transtornos mentais, conforme definidos em documentos internacionais e regionais de direitos humanos. • Questões legislativas pertinentes à saúde mental podem ser consolidadas em um único estatuto ou podem ser distribuídas em diferentes documentos legislativos. • A legislação progressista de saúde mental deve incorporar proteções aos direitos humanos, tais como incluídos em documentos e normas técnicas internacionais e regionais de direitos humanos. A legislação também deve possibilitar a consecução de objetivos da política de saúde pública e da saúde em geral. 1.4 ORGANIZAÇÃO, ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO Modelo de atenção em saúde mental. Todo modelo de atenção em saúde mental estabelece intermediações entre o aspecto técnico e o político e nele devem estar presentes os interesses e as necessidades da sociedade, o saber técnico, as 9 diretrizes políticas e os modos de gestão dos sistemas públicos. Isso implica um processo de contínua criatividade voltado para as necessidades mutáveis dos usuários, para as características sócios regionais e para o oferecimento dos serviços. Para Merhy (1991, p. 84), “ao se falar de modelo assistencial estamos falando tanto da organização da produção de serviços de saúde a partir de um determinado arranjo de saberes da área, bem como de projetos de construção de ações sociais específicas, como estratégia política de determinados agrupamentos sociais”. É por meio da definição de um modelo assistencial que elaboramos as ações de saúde a serem desenvolvidas, delimitamos o seu universo de atendimento, traçamos o perfil dos profissionais e os objetivos a serem alcançados. O modelo é, portanto, a mola mestra para a organização e direcionamento das práticas em saúde. Modelo assistencial e atenção básica à saúde. Em saúde mental precisamos saber, por exemplo, se a construção do projeto terapêutico será centrada nas necessidades do usuário levando em conta sua opinião e de seus familiares, se a prioridade de atendimento será definida pela gravidade e não pela ordem de chegada, se há o compromisso do município de promover ações intersectarias possibilitando novas formas de inserção sociofamiliar, etc. Estes são alguns aspectos que caracterizam o modelo proposto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que, também, contemplam os princípios propostos pelo Movimento da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Na sociedade contemporânea, torna-se cada vez mais difícil praticar a ciência na certeza da estabilidade e do enquadramento. Somos, cada vez mais, propensos a entender os fenômenos de nossa vida cotidiana como algo em constante transformação e movimento. Nenhum fenômeno, por menor que seja, tem sua origem definida por uma única matriz. Compreender o mundo atual nos direciona, com mais frequência, a percorrer caminhos diversos: o social, cultural, biológico, econômico e psíquico. Entretanto, ainda existe a tendência a buscarmos a causa biológica como o fator desencadeante da maioria das doenças em detrimento de outras causas de igual importância. Mas podemos afirmar que qualquer doença só pode ser entendida quando inserida na sociedade em que ocorre, considerando a classe social do indivíduo. Explicar a origem e o curso da doença referenciando-os apenas no biológico é fechar os olhos para a inserção do sujeito na cultura e nas redes de relações sociais das quais participa como produtor e como produto. Pense nisso... Não podemos reduzir a saúde mental à ausência de transtornos psíquicos. Ela vai mais além. 1.5 NÍVEIS DE ATENDIMENTO PAI CELESTIAL Highlight 10 a) Nível Primário: 1- Unidade Básica de Saúde: usuários com transtornos mentais leves recebe matricialmente do NASF e CAPS porta de entrada para a Rede referência e contra referência AMENT e CAPS b) Nível Secundário: 1- Assistência Multidisciplinar de Média Complexidade em Saúde Mental (AMENT) - usuários com transtornos mentais moderados cuidado intermediário entre a Atenção Básica e o CAPS não é porta de entrada para a Rede (necessidade de encaminhamento) necessidade de encaminhamento da Atenção Básica e CAPS funcionamento em Unidade própria ou em Ambulatório Especializados já existentes 2- Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) - Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) usuários com transtornos mentais graves agudizados ou cronificados acompanhamento intensivo reabilitação psicossocial porta de entrada para a Rede atendimento em crise matriciamento para a Atenção Básica 3- Serviços de Urgência e Emergência- usuários com transtornos mentais graves agudizados UPA e Portas de Pronto Socorro em geral (que tenham ou não médico psiquiatra no plantão) atendimento por demanda espontânea atendimento referenciado por outros Serviços atendimento por encaminhamentos do SAMU. c) Nível Terciário: 1- Hospitais Gerais: pacientes com transtornos mentais graves agudizados preferência a pacientes COM risco ou presença de comorbidade clínica internações breves com encaminhamento para outros pontos de atenção da Rede para seguimento 2- Hospitais Psiquiátricos Especializados: pacientes com transtornos mentais graves agudizados preferência a pacientes SEM risco ou presença de comorbidade clínica internações breves com encaminhamento para outros pontos de atenção da Rede para seguimento d) Serviços com Fins à Saúde: 1- Unidade de Acolhimento (UA) - (Adulto e Infantil juvenil) usuários com transtornos mentais graves relacionados ao uso de álcool e drogas baixo suporte social e familiar vinculada a um CAPS AD 2- Serviço Residencial Terapêutico (SRT) - moradores egressos de internações longas em Hospitais Psiquiátricos processo de Desinstitucionalização. 3- Comunidade Terapêutica - usuários com transtornos mentais graves relacionados ao uso de álcool e drogas história de múltiplas recaídas insucesso de PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight 11 tratamentos prévios necessidade de acolhimento de longo prazo necessidade de manter contato com Serviços de Saúde da RAPS para articular encaminhamento apropriado do usuário (PORTAS DE ENTRADA DA REDE) Equipes AMENT (Assistenciais) Atenção Básica SRT CAPS (INTERNAÇÕES) Hospital Psiquiátrico Hospital Geral Serviços de Urgência e Emergência Unidade de Acolhimento (UA) Comunidade Terapêutica. CAPÍTULO II. SAÚDE MENTAL 2.1 Fases do crescimento e desenvolvimento humano Fisiológico, estrutural e psicológico 2.1.1. Ramos da psicologia do desenvolvimento Ao falar do crescimento e desenvolvimento humano estamos diante de uma fase que começa desde o nascimento até a velhice. A Psicologia do Desenvolvimento vem interferir neste processo com o objetivo analisar e investigar as mudançaspsíquicas ao longo do desenvolvimento e divide-se nos seguintes ramos: 2.1.2Psicologia Infantil - Recém-nascidos (primeiros dias) a) Infância - lactente – até 1 ano - 1ª Infância – 1 a 3 anos a) Pré-escolar – 4 a 6 anos b) Escolar – 7 a 10 anos 2.1.3. Psicologia do Adolescente – 11 à 14 anos 2.1.4. Psicologia do Jovem – 15 à 17 anos PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight 12 2.1.5. Psicologia do Adulto – 18 à 64 anos 2.1.6. Geronto Psicologia – 65 anos em diante 2.1.7. Importância do desenvolvimento O Desenvolvimento é de grande importância, porque nos dá a conhecer as características de cada etapa do desenvolvimento humano de acordo com a idade. 2.1.8. Desenvolvimento humano O desenvolvimento humano é a evolução progressiva da estrutura do sujeito e da sua personalidade, através dos diferentes estádios, consistindo dum determinado número de princípios a saber: • Do simples para o complexo; • Do geral para o específico; • Do sensório-motor para o operativo. Todo este processo de desenvolvimento assenta na inteiração de dois grandes pilares: a hereditariedade e o meio. 2.1.9. Aspectos do desenvolvimento humano Os aspectos do desenvolvimento humano mais relevantes são os seguintes: 1. Aspecto físico-motor – refere-se ao crescimento orgânico, a maturação neurofisiológica. Ex: A criança que leva a chupeta a boca. 2. Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento e raciocínio. Ex. a criança de dois anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está debaixo dum móvel. 3. Aspecto afetivo-emocional – é o modo particular de o indivíduo integrar as suas experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto. Ex A vergonha que sentimos em algumas situações. PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Underline PAI CELESTIAL Highlight 13 4. Aspecto social é a maneira como o indivíduo reage perante as situações que envolvem outras pessoas. Ex. quando num grupo, há uma criança que desamparada. 2.1.10. Critérios, diversão e carácter histórico dos períodos Vimos anteriormente que a personalidade do sujeito é determinada em cada período de desenvolvimento e, é nos primeiros tempos predominam os aspectos psicomotores; afetivos; os cognitivos, por último os axiológicos (morais) e de relacionamento social. Os analistas do desenvolvimento utilizam com frequência diferentes nomenclaturas como: período, estádio, sub-estádio, fase e etapa. Atualmente os mais usuais e considerados fundamentais em Psicologia do Desenvolvimento são os termos: fase etária e estádio. 2.1.11. Fase etária Fase estaria é uma etapa ou período de desenvolvimento que se determina a partir da idade. Por exemplo, o período dos 0 aos 2 anos ou dos 10 anos aos 15 anos. Esta divisão assenta-se apenas no critério das idades. Também poderíamos fazer a divisão tendo em conta os meses, o que acontece normalmente nas primeiras fases de desenvolvimento devido à aceleração que se verifica nesse período. 2.1.12. Estádio ou estágio Trata-se uma fase ou período de desenvolvimento pelo qual se pretende determinar momento de evolução em que se encontra uma criança ou adolescente. O estádio insere-se no tempo como uma determinada fase que pressupõe por parte do sujeito uma determinada estrutura que lhe permite realizar um número considerável de tarefas ou atividade possíveis. PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight 14 A determinação de um estádio implica a existência de um modelo de evolução e a estabilidade sujeita segundo a ordem de aparição das características dos diferentes estádios. Para definir o estádio de desenvolvimento Piaget indica as seguintes características: • Que a ordem de sucessão das aquisições seja constante e não penas cronológica; • Que tenha carácter integrador (as estruturas construídas num dado estádio integram-se nas estruturas do estádio seguinte); • Que corresponda a uma estrutura de conjunto (não seja mera justaposição de partes distintas); • Que se possa distinguir um momento inicial e um final; • Que apresente na sua ordem de sucessão um processo de formação e suas formas de equilíbrio final. 2.1.13. PERIODIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS (Piaget, Wallon Freud e Erik Erikson) 2.1.14. Periodização dos Estágios Segundo Piaget Numa perspectiva interativa, Piaget defendia que a transição de um estádio para o outro ocorria quando a criança atingia um nível adequado de maturidade e estava exposta a tipos de experiências relevantes. Assim, a evolução dos estádios reflete-se no funcionamento intelectual, nas capacidades de linguagem, no desenvolvimento social e emocional. Os quatros estádios de Piaget são conhecidos como períodos sensório-motor, pré-operatório, operações concretas e das operações formais. 1º Período sensório-motor (do nascimento aos 2 anos); durante o qual a criança tem pouca aptidão para representar o contexto utilizando imagens, linguagem ou outros símbolos. 2º Período pré-operatório (dos 2 aos 7 anos) é caracterizado pelo desenvolvimento da linguagem. As crianças desenvolvem sistemas representacionais internos que lhes permite descrever, pessoas, acontecimentos e sentimentos. Chegam mesmo a utilizar símbolos quando brincam. PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Underline PAI CELESTIAL Highlight 15 3º Período das operações concretas (dos 7aos 12 anos) é caracterizado pelo pensamento lógico e pela perda do egocentrismo. 4º Período das operações formais (dos 12 até a idade adulta) nesta etapa marca início da adolescência e, é caracterizado por um novo tipo de pensamento abstrato, forma e lógico. O pensamento deixa de estar associado a acontecimentos que são observados no contexto, e recorre a técnicas lógicas para solucionar problemas. 2.1.15. Periodização dos Estágios Segundo Sigmund Freud A teoria psicanalítica de Freud diz que antes de atingir a maturidade a crianças passa por 5 fases de desenvolvimento psicossexual. Cada fase é definida pela fonte de gratificações predominante para as necessidades instintiva do indivíduo. Assim sendo, propôs as seguintes fases: *1ª Fase oral (primeiro ano de vida) a criança satisfaz as suas necessidades pela boca através do movimento de sucção. É importante a satisfação das necessidades nesta fase caso contrário, pode provocar na criança sensação de frustração e fixação. Exemplo: fumar, roer as unhas. *2ª Fase anal (segundo e terceiro ano de vida) o centro das experiências agradável fixa-se na região anal do corpo. A criança obtém prazer ao controlar os movimentos intestinais e a bexiga. Grande parte deste prazer deriva da resposta dos pais a nova habilidade adquirida pela criança. A não satisfação do prazer nesta fase provocar comportamentos inadequados. *3ª Fase fálica (terceiro ao quinto ano de vida) o prazer da criança centra-se na genitália. De acordo como Freud, os interesses da criança focalizam prazer sexual. É nesta fase que nasce o complexo de édipo e Electra por parte das meninas e dos meninos com seus progenitores. As frustrações que nascem deste relacionamento mãe-filho, são consideradas pelos psicanalistas como as pedras fundamentais da identificação de papéis do sexo e do desenvolvimento moral. *4ª fase latência (quinto ao décimo segundo ano de vida) é um período de calmo em que as necessidades intensas de prazer são recalcadas. Nesse período a criança adquire as habilidades e crenças que lhe vão permitir adaptar-se à sociedade.PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Underline PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Highlight 16 5ª Fase genital (inicia aos 12 anos com a adolescência) é caracterizada por impulsos sexuais. Durante este período o objetivo da satisfação já não é a mãe, mas sim os outros membros da sociedade. 2.1.16. Periodização dos Estágios Segundo Wallon A teoria de Wallon analisa do desenvolvimento a partir dos transtornos patológicos; descrevendo assim as etapas do desenvolvimento da criança. Esta teoria apresenta dois fatores importantes para explicar desenvolvimento. 1º análise genética e a 2º concepção de homem social. Wallon considera que o início do desenvolvimento da inteligência da criança está na motricidade que, é sempre sinónimo de psicomotor; classificando o movimento quanto as formas de deslocamento e musculatura. Quanto à forma de deslocamento existem três tipos: passivo ou exógeno, ativo ou autógeno e de reações posturais, 1º deslocamento refere-se aos automatismos de postura, responsável pela compreensão e o reajustamento do corpo em ação na gravidade, por exemplo, as mudanças da cabeça em relação o tronco; o 2º deslocamento refere-se às respostas de compreensão dos objetos e à locomoção do corpo no espaço; o 3º refere-se aos deslocamentos dos segmentos corporais em relação aos outros corpos, tendo carácter mais psicológico. Quanto à musculatura existem duas funções: cinética ou clônica e postural ou tónica. A função clônica refere-se aos alongamentos e encurtamento dos músculos, e implica um nível de tenção muscular exigido pelo movimento. A função tónica do movimento é a mais importante, pois expressa as atitudes, as mímicas as posturas e, é a expressão da vida afetiva. É também o resultado da maturação do sistema nervoso, através da maleinizarão das fibras nervosas que apresentam características individuais para se desenvolver. As variações dos tónus musculares podem provocar estados hipertónico e hipotônico. O 1º referem-se ao aumento do tónus, como na cólera, na ansiedade, no esforço físico ou reflexão; o 2º refere-se ao baixo nível de rigidez do tónus, como no estado de depressão, medo e tristeza. 2.1.17. Desenvolvimento psicomotor de Wallon (7 estádios) PAI CELESTIAL Highlight 17 1º Estádio da motilidade pré-natal (período anterior ao nascimento) neste período embrionário ocorrem as contrações autónomas e, no período fetal os primeiros movimentos ativos. 2º Estádio da impulsividade (do nascimento até ao primeiro mês de vida) aqui os movimentos são automáticos e ligados às reações reflexas. As atividades musculares tónicas e clónicas estão indiferenciadas. A simbiose é característica predominante, inicialmente é orgânica e posteriormente, passa a ser afetiva. 3º Estádio emocional (do segundo mês e o primeiro ano de vida) caracteriza-se pela maturação dos centros corticais, que regulam o comportamento afetivo e o relacionamento da criança com o meio familiar. É um período de subjetivismo radical e de sincretismo subjetivo. 4º Estádio sensório – motor (vai do 1º ano de vida e prolonga-se até à metade do 2º) neste período a criança conquista a autonomia de andar e de manipular objetos. Em muitas crianças este estágio é exemplo, porque sentem a necessidade de ampla investigação do mundo à sua volta, por isso, as sensibilidades são exteroceptivas e os sentidos orientam as ações da criança. Para tal, a inteligência encontra-se associada às atividades de manipulação de objetos, por isso é chamada também inteligência pratica. A representação tem origens nesta fase, através da capacidade da criança em imitar e fazer uso da linguagem. 5º Estádio projetivo ou de movimentos (começa na fase anterior e vai até ao terceiro ano), dá-se a maturação dos centros piramidais responsáveis pela motricidade e pela linguagem. Termina com o advento da consciência objetiva e da representação autónoma. Nesta fase a criança faz a descoberta de si, com assimilação progressiva e completa compreensão do seu próprio corpo. 6º Estádio categorial manifesta -se pelo desaparecimento progressivo do sincretismo em virtude da entrada em ação da auto-disciplina mental e pelo aparecimento do pensamento categorial propriamente dito. Verifica-se o domínio do tempo. 7º Puberdade-adolescência (11-15 ou 16 anos) caracteriza-se pela crise de um sentimento de instabilidade motivada por transformações somáticas, fisiológicas, pelo despertar de uma grande consciência de si e pela entrada na dimensão social de um modo mais determinante. 18 2.1.18. Periodização dos Estágios Segundo Erik Erickson De acordo com Erikson, as mudanças no desenvolvimento que ocorrem ao longo das nossas vidas podem ser vistas como oito fases de desenvolvimento psicossocial inclui as mudanças nas nossas interações e a compreensão uns dos outros, assim como o nosso conhecimento e compreensão de nós próprios como membros da sociedade. Assim sendo, personalidades de um indivíduo é um reflexo da maneira como cada conflito foi resolvido. Sugere ainda, que a potência máxima para o desenvolvimento da personalidade ocorre durante os seguintes período etários: 1º. Fase da confiança e desconfiança (do nascimento aos 18 meses) a mãe representa a sociedade. É caracterizada pela confiança ou desconfiança. 2º. Fase da autonomia, vergonha e duvida (dos18 meses aos 3 anos), nesta idade a criança caminha, corre, puxa, empurra, vive em movimento. Os pais devem respeitar os limites de segurança e deixar desenvolver atividades variadas. Se os pais forem muito exigentes na disciplina, repreendendo e castigando com frequência ela crescerá com vergonha e duvida. 3º. Fase da iniciativa e sentimento de culpa (dos 3 aos 6 anos), a criança quer explorar o ambiente, faz perguntas sobre tudo e sobre todos, brinca e fala. Está cheia de curiosidade para explorar, conhecer e descobrir o mundo. Dependendo da atitude dos pais diante desses comportamentos a criança desenvolverá iniciativa ou ficará à espera de ordens para agir e desenvolverá sentimento de culpa. 4º. Fase da competência e inferioridade (dos 6 aos 12 anos) é considerado como a idade da meninice intermédia, na qual o professor passa a ser uma espécie de agente da sociedade. A atenção está centrada nas tarefas escolares e no desenvolvimento das relações com os colegas do grupo. Com apoio dos pais e professores a criança desenvolverá o senso de realização. Ao contrário surgira o sentimento de inferioridade. 5º. Fase da identidade e confusão de papéis (dos 12 aos 18 anos), abrange a adolescência. Se a criança desenvolver nos estádios anteriores a confiança, autonomia, iniciativa e atividades, teremos agora um jovem com uma identidade definida. Mas se as crises dos períodos anteriores não forem resolvidas teremos jovens que viverão uma crise de identidade e confusão totalmente depende dos grupos e multidões. Exibirão comportamentos de conformidade cega. 19 6º. Fase da intimidade e isolamento (dos 18 aos 45 anos) adulto-jovem. A intimidade caracteriza-se pela busca e realização de relações pessoais profundas, intimas e satisfatórias. Pode ser uma amizade profunda em sua forma mais comum, a união com um parceiro do sexo oposto. O isolamento é apresentado pela fuga e medo das relações pessoais, íntimas e pelo rompimento dos laços de união. 7º. Fase da produtividade e estagnação (dos 45-65 anos) adulto-intermédio, é a idade da produtividade ou relatividade e estagnação. Esta fase no seu aspecto positivo caracteriza-se pelo sentimento de realização pessoal e pelo desejo de realizar algo pela comunidade e pela futura geração. Do lado negativo há a estagnação. A pessoa sente-se, inválida e inútil. 8º Fase da integridade e desespero (65 anos em diante/envelhecimento), o senso da integridadeé vivido por aqueles que ao olhar para trás sentem-se ajustados as suas vitórias e aos seus fracassos. Aceitam o que são e o que conseguiram fazer. O desespero é vivido por que não sentem satisfação pelos anos vividos e passam o resto do tempo preocupados com o que poderiam ter feito e não o fizeram. 2.1.19. PRINCIPIOS GERAIS DO DESENVOLVIMENTO CORPORAL DA CRIANÇA E DO JOVEM 2.1.20. PRINCÍPIOS GERAIS O desenvolvimento é um processo contínuo que principia com própria vida, na altura da concepção e termina com a morte. Esse evento ocorre no momento em que o óvulo é fecundado. Imediatamente, após a concepção, inicia-se o processo de mitose. A medida que o desenvolvimento prossegue, as novas células assumem funções especializadas, convertendo-se em parcelas de vários sistemas do corpo. A sequência do desenvolvimento pré-natal é fixa e invariável. A cabeça, os olhos, o tronco, as pernas, os órgãos genitais internos desenvolvem-se na mesma ordem e idades pré-natais em todos os fetos. 20 Diversos e amplos princípios de desenvolvimento operam tanto no período pré- natal como nos primeiros tempos do pós-natal. Todos os bebés podem mover a cabeça antes de poderem estender as mãos. Após o nascimento, o bebé cresce e as suas capacidades motoras aumentam de um modo padronizado. Embora o desenvolvimento seja contínuo, nem sempre é suave e gradual. Há súbitos impulsos no crescimento físico e no funcionamento psicológico como: Acentuado surto celular, durante os anos pré-escolares; aumento brusco na estrutura, no peso e nas dimensões dos órgãos genitais, assim como a súbita melhoria nas capacidades de resolução de problema durante a primeira fase da adolescência. Além disso, existem períodos críticos para o desenvolvimento de certos órgãos ou funções; a interferência no desenvolvimento normal em tais períodos pode resultar em deficiências ou disfunções permanentes. Erik Erikson sugeriu que o primeiro de vida é um período crítico para o desenvolvimento da confiança em outras pessoas. As experiências, numa dada fase de maturidade, afetam a evolução futura. Se uma mulher gestante, por exemplo, contrair doença infecciosa causada por vírus no 1º trimestre, pode causar malformação no feto fazendo com que a criança nasça defeituosa e assim permanecer até a morte. 2.1.21. ORGANIZAÇĂO DO DESENVOLVIMENTO O desenvolvimento motor é caracterizado por três padrões organizacionais seguintes: Ação de massa para a ação específica, organização céfalo-caudal e a organização próximo distal. 1ºAcção de massa para a ação específica. Inicialmente, os movimentos da criança utilizam somente os grandes músculos do corpo e envolvem o corpo todo, ao invés de partes específicas. Quando um braço se mexe, o outro braço e as pernas também se movimentam, isto significa, que para alcançar um objetivo envolve um movimento de balanço no braço inteiro, ou até mesmo do corpo todo. Quando a criança adquire mais idade, as ações motoras tornam-se mais específicas, isto é, são usados conjuntos menores de músculos para compreender uma ação. Por exemplo: um braço pode mover-se sem que outras 21 partes do corpo se movam. Estas mudanças em uso dos músculos e atividade motora representam uma mudança de ação de massa para a ação específica. 2º Organização céfalo-caudal O desenvolvimento dos músculos começa com os que estão mais próximos da cabeça e prossegue para os dos membros inferiores. Este padrão de desenvolvimento é chamado Céfalo (cabeça) caudal (cauda). Por exemplo: o bebé primeiramente desenvolve o controlo dos músculos oculares e, pouco depois, ergue a cabeça (um mês de idade), mas é somente por volta de um ano de idade que se desenvolvem os músculos das pernas para que a criança possa andar. 3º Organização próximo distal. O desenvolvimento da coordenação motora começa com os músculos mais próximos do tronco e prossegue para as extremidades do corpo. Este padrão de desenvolvimento é chamado de próximo (perto) distal (longe). Por exemplo: a criança desenvolve a capacidade de movimentar o braço todo, desde o ombro, antes de prender a manipular o punho ou os dedos. 2.1.22. DESENVOLVIMENTO SENSÓRIO-MOTOR Os bebés adquirem um mundo de conhecimentos a respeito de si próprio e do ambiente em que vivem, durante os seus primeiros dois anos de vida. Piaget via o processo cognitivo dos bebés refletido em suas acções sensoriais e motoras organizadas. Ele descreve os seus estágios de desenvolvimento sensório- motor, através dos quais as crianças possam durante os dois primeiros anos. 1º Estágio (0-1 mês) - reflexos Durante este tempo as reacções do recém-nascido ao ambiente são reflexos naturais. É através da modificação desses reflexos que o bebé evolui para o segundo estágio do desenvolvimento cognitivo sensório-motor. 2º Estágio (1-4 meses) - reacções circulares primárias 22 Neste estágio, o acto reflexo modifica-se dependendo da fonte de estimulação que o alicia. Os bebés estão ocupados com sua própria actividade e não com os efeitos que estas tenham sobre os objectos com que interagem. Reacção circular refere-se ao carácter repetitivo da acção. O bebé é capaz de exibir uma forma primitiva de descriminar e classificar os objectos e pessoas. 3º Estágio (4-8 meses) - reacções circulares secundárias. Este é caracterizado, por um desinteresse total por parte dos bebés pelo seu próprio corpo e as suas acções; passando a interessar-se pelas características e acções de outros objectos que estão fora deles. Os comportamentos são repetidos, quando resultam em uma sequência positiva e interessante. Assim, a memória pode ser estudada como forma de reconhecimento ou de recordação. 4º Estágio (8-12 meses) - coordenação sequencial de esquema. É caracterizado pela emergência de comportamento que reflecte a percepção do bebé do relacionamento entre meios e fins. Durante este tempo, o bebé consegue combinar duas acções separadas a fim de atingir um único objectivo. Ele pode empenhar-se em um padrão de acção que não resulta directamente o objectivo ou evento procurado mas, possibilita numa 2ª acção que ocasionará os objectos pelo seu aspecto físico e agrupa-los segundo essas características. 5º Estágio (12 - 18 meses) - reacções circulares terciárias. É caracteriza-se pela emergência da verdadeira exploração entre o ensaio e erro. As crianças já não se contentam com o uso dos antigos padrões de acção em combinação para a consecução de objectivos. A criança tenta activamente descobrir o relacionamento existente entre causa e efeito e procura os objectos desaparecidos. Não tem ainda certas habilidades para compreender objectos falantes. 6º Estágio (18-24 meses) - emergência de representação simbólica. 23 O sexo estágio diferencia-se do quinto pela capacidade da criança utilizar símbolos que são distintos dos objectivos e eventos que representam. Este estágio é de grande importância porque especificamente desenvolve-se a palavra como símbolo. Este desenvolvimento tem ramificações para quase o total do funcionamento cognitivo sensório-motor pra o pré-operacional. 2.1.23. DESENVOLVIMENTO FÍSICO E MUDANÇAS PSICOLÓGICAS Pode-se verificar o crescimento de tecido cerebral com a idade e mudanças importantes como peso do cérebro. No que respeita a quantidade não haverá expressivas mudanças decorrentes no cérebro e no sistema nervoso da criança. Por exemplo: mudança de desenvolvimento no peso do cérebro não significa que as crianças mais velhas tenham mais neurónios (células básicas do sistema nervoso)com relação às mais novas. Quando fisicamente possível, a coordenação motora delicada por ser exercitada e desenvolvida de muitas formas. O desenvolvimento súbito de técnica e a capacidade é uma característica dos anos escolares que podem muito bem, depender do desenvolvimento neurofisiológicoestrutural. Portanto, a estrutura do cérebro é que desempenha um papel importante para a conservação da atenção e da consciência. A mielinização (cobertura de gorduras das células nervosas presente no nascimento) progressiva da estrutura importante para atenção pode incluir a capacidade crescente de concentração e atenção dirigida que aparece como característica da infância. 2.1.24. CRESCIMENTO FÍSICO E MUDANÇAS NAS RELAÇÕES SOCIAIS Existem várias crenças a respeito da forma pela qual atributos físicos estão relacionados com o comportamento. Em sua maioria, essas crenças não têm fundamento. Mas, o conjunto dessas regras, ideia de constituição corporais ou físicos diferentes se associam a temperamentos característicos ou conjuntos atribuídos à personalidade do homem desde a Grécia antiga. Assim sendo, Sheldon fala de três composições corporais básicas que são: endomorfos, ectomorfos e os mesomorfos. 1 - Endomorfos- são baixos, fortes e gordos; 2- Ectomorfos - são altos e magros; 3- Mesomorfos - são musculosos e comparados com outros tipos, têm largos e quadris estreitos. 24 Esses estereótipos porém não estão em si mesmo relacionados com idade. Há muitas formas pelas quais se espera que o comportamento das crianças mude à medida que amadurecem. O choro é um exemplo óbvio de comportamento diante do qual as expectativas mudam. Fry e Willis (1971) relatam sugestivo que demonstra uma alteração em uma categoria implícita de comportamento. Observaram reacções adultas a crianças desconhecidas de cinco, oito e dez anos de idade que invadiram o espaço individual dos adultos. Espaço individual é a zona de distância que as pessoas mantêm uma das outras mais ou menos de 45 cm. É tida como zona de privacidade. Só as pessoas íntimas podem penetrar essa zona. Se outra pessoa se aproxima, o indivíduo afastar-se-á ou mostrará sinais de desconforto. 2.1.25.PROBLEMAS DE AJUSTAMENTO NA MENINICE Os problemas de ajustamento ocorrem quando surgem mudanças dramáticas na vida de um indivíduo. Assim, a idade escolar ou a meninice é iniciada por uma mudança cognitiva e social. A criança passa do período de pensamento pré- operacional para as operações concretas; tipicamente, ingressa no mundo da educação formal. A fase intermédia da meninice termina com a chegada da puberdade e vai até aos vinte anos. Os problemas de ajustamento para as crianças nos anos escolares, surgem em consequência de tais mudanças. 2.1.26.FONTES DE DIFICULDADES DE AJUSTAMENTOS NA MENINICE Existem três factores que contribuem para o surgimento dos problemas de ajustamento na meninice: a escola, os pais e os relacionamentos sociais. 1- Escola – a escola faz exigências não sofridas anteriormente pelas crianças e muitas delas acham-na uma experiência de fracasso. Sempre que um indivíduo prevê um fracasso, naturalmente desenvolve defesas contra as emoções negativas geradas. Essas defesas, frequentemente resultam em problemas de comportamento. 2 - Pais – nesta fase os pais devem reconhecer a independência dos filhos e encorajá-los ao desenvolvimento, autonomia e ao mesmo tempo proporcioná-los o apoio e aceitação. Neste período a criança começa a identificar-se pessoas e grupos fora da família. Tais relacionamentos se modificam frequentemente e resultam em conflitos entre as necessidades dos pais e as dos filhos. Estes o conflito podem produzir na criança emoções negativas, na qual terá de se defender. 25 3- Relacionamentos sociais – os anos intermediários da meninice são importantes para o desenvolvimento de relacionamentos sociais e, para a criança de seis aos doze anos o aspecto mais importante é ser aceite pelos outros. 2.1.27.TIPOS DE PROBLEMAS DE AJUSTAMENTO Os conflitos na meninice média podem resultar em vários problemas comportamentais. a) Agressão: a agressividade física e verbal é um problema comum de comportamento durante esta etapa, muitas crianças estimadas em 8% exibem um acesso de raiva pelo menos uma vez por mês e para 10% das crianças tal acesso ocorre diariamente. Muitas vezes, o acto agressivo é uma resposta à raiva, gerada pela frustração da satisfação das necessidade que ela julga importante. Por vezes, o acesso é dirigido a pessoas ou propriedade não relacionadas à fonte da raiva ou de maneira indirecta. b) Retraimento: é natural que uma pessoa procure evitar emoções negativas. Portanto, a forma eficaz evitar tais emoções é fugir das situações que podem alimentá-las. Para algumas crianças, esta defesa resulta em retraimento de muitos contactos sociais ou desafios intelectuais. O retraimento pode assumir a forma de acanhamento ou resultar na criança um mundo do faz de contas, cuja a realidade não pode ser testada por falta de comunicação com outras pessoas. c) Regressão: uma pessoa sob tensão pode exibir comportamentos referentes a fase anterior na qual se encontra. Esta regressão não é incomum nos anos intermediários da meninice. d) Medo: o medo nas crianças de seis a doze anos manifesta-se de maneira diferente com relação as de maior idade. Enquanto as crianças pequenas tendem a temer danos físicos e criaturas imaginárias, as da meninice média temem a rejeição social e o desconhecido. Com oito anos a morte é uma das principais fontes de medo. Estes medos fortes são chamados de fobias. e) Sintomas físicos: são reacções que causam maior stresse emocional e manifestam-se normalmente com uma erupção cutânea, dor de estômago e de cabeça, mas também, podem ser observados problemas maiores. 2.1.28.ADOLESCÊNCIA CONCEITO Adolescência etimologicamente é uma palavra que provém do latim: adolescere que significa “crescer”. Pode-se definir a adolescência como sendo a fase do desenvolvimento do ser humano que inclui além das modificações corporais, psicológicas e sociais, a fase que sucede à infância e antecede a idade adulta. Uma 26 das dificuldades ao falar-se desta etapa reside na delimitação etária deste período, tendo em conta que existem vastas diferenças entre as etnias, meio geográfico, condições socio-económicas e até culturais. Nesta fase coabitam desejos ambivalentes de crescer e de regredir; de se sentir ainda criança e ao mesmo tempo adulto, de autonomia e de dependência ao passado e de vontade de se projectar no futuro. O desenvolvimento mental, que se completa por volta dos 11 ou 12 anos, é acompanhado pela maturidade do instinto sexual e marcado por desequilíbrios momentâneos. A razão desse desequilíbrio provisório deve, necessariamente, ser associada à idade, segundo a qual todas as passagens de um estádio para outro são susceptíveis de provocar essas oscilações temporárias. No entanto, a adolescência não pode ser vista obrigatoriamente como uma fase de perturbações, porque as conquistas próprias deste período asseguram ao pensamento e à afectividade um equilíbrio superior ao que existia na fase anterior. STANLEY Hall afirmava que o adolescente opunha-se à criança pela intensa vida interior de reflexão sobre os sentimentos vivenciados e os factores sócio culturais que são importantíssimos para a caracterização desta fase. Deste modo, atingimos apenas um dos aspectos da revolução total que caracteriza o adolescente quando o reduzimos à puberdade. Durante todo este período dão-se profundas transformações fisiológicas, afectivas, intelectuais e sociais. 2.1.29.CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DA ADOLESCÊNCIA As principais características do desenvolvimento na adolescência são: a) Aspectos fisiológicos: o crescimento estrutural é acompanhado por uma alteração do esquema físico que prepara as transformações fisiológicas da puberdade, isto é, a possibilidade de ejaculação, menstruação e consequentemente, a capacidade de procriação. A par destas transformações ocorrem também a ossificação da mão que se completa, bem como um aumento do tamanho do coração e dos pulmões. Frequentemente acontecem modificaçõesnos odores corporais manifestadas no suor. b) Aspectos afectivos: o adolescente vive conflitos intensos e as transformações corporais levam o jovem a voltar-se para si próprio procurando perceber o que se está a passar para se entender mais profundamente enquanto pessoa. Geralmente, os adolescentes acompanham com grande ansiedade as transformações que 27 ocorrem no seu corpo, sendo muito comum não apreciar algumas das características físicas ora apresentadas. Nota-se uma certa tendência do adolescente em libertar-se do adulto, embora na prática continue dependente deste. O facto de pretender ser aceite pelos amigos e pelos adultos é bastante promissor para a sua inserção na vida social. O melhor amigo, do mesmo sexo assume uma importância vital para muitos adolescentes na medida em que ajuda a encontrar respostas para várias inquietações e pode contribuir para trazê-lo de volta do estado de introversão em que se encontra. c) Aspectos intelectuais – o pensamento formal ou abstracto permite ao adolescente realizar as operações no plano das ideias sem necessitar de manipulação ou referências concretas. Progressivamente, o adolescente vai dominar a capacidade de abstrair e generalizar, criando teorias sobre o mundo, principalmente dos aspectos que gostaria de reformar. Em paralelo exacto com a colaboração das operações e o acabamento das construções do pensamento, a vida afectiva do adolescente afirma-se pela dupla conquista da personalidade de sua inserção na sociedade adulta. A aquisição da personalidade constrói-se no nível mental da adolescência, visto que supõe o pensamento formal e as construções reflexivas que derivam deste. Na visão de Piaget, poder-se-ia dizer que há personalidade, a partir do momento em que se forma um programa de vida, que seja ao mesmo tempo fonte de disciplina para a vontade e instrumento de cooperação. No entanto, a realização desse plano de vida supõe a intervenção do pensamento e da reflexão livre e, é por isso que só se elabora quando certas condições intelectuais são preenchidas, precisamente as do pensamento formal ou hipotético-dedutivo. d) Aspecto social – as relações sociais do adolescente são marcadas, inicialmente, por uma fase de interiorização com ralação a família e não aceita os conselhos dos adultos. Com a nova personalidade o adolescente coloca-se em plano de igualdade com os mais velhos, mas sente-se outro, diferente deles pela vida nova que se agita em si. Isto, leva-o a pretender ultrapassá-los, espantá-los e ao mesmo tempo querer transformar o mundo, tendo como alvo de reflexão constante a sociedade. Na realidade, a sociedade que lhe interessa é aquela que ele quer reformar, pois nota- se nele um certo desprezo e desinteresse pela sociedade real, que ele condena. A verdadeira adaptação à sociedade far-se-á finalmente quando atingir o equilíbrio entre o pensamento e a realidade, isto é, quando compreender a importância da reflexão da sua acção sobre o mundo real. 28 O grupo de amigos é de grande importância para o adolescente, pois determina o seu vocabulário, o seu vestuário e outros aspectos do seu comportamento. Ele começa a estabelecer a moral individual, que tem como base a moral do grupo e aos poucos a conquistar o estatuto de adulto. 2.1.30.ETAPAS DA ADOLESCÊNCIA Geralmente as raparigas atingem a adolescência um ou dois anos mais cedo do que os rapazes. No entanto, é muito comum observar alguns adolescentes precoces bem como retardados. Por vezes dá-se um notável avanço físico acompanhado por um atraso intelectual ou o contrário. Tais variações aparecem condicionadas por qualquer doença, clima, meio ambiente, factores e hereditários. Para melhor entendimento, a adolescência foi dividida em três períodos, de acordo com as características inerentes a cada um deles. 1º Adolescência inicial ou pré adolescência – vai dos 11 aos 13 anos nas raparigas e dos 12 aos 14 nos rapazes. Este tempo coincide com o máximo crescimento físico e sexual, processo que termina na menina com a primeira menstruação (menarca) e no rapaz com a ejaculação espontânea e mudança de voz. Todo este processo desencadeia-se quando as glândulas sexuais são estimuladas pela hipófise e começam a desenvolver-se provocando os caracteres sexuais secundários. 2º - A adolescência média ou propriamente dita – vai dos 13, 15 ou 16 anos para as raparigas e dos 14, 16 ou 17 anos, para os rapazes. Trata-se de uma fase mais positiva e dinâmica que sucede o período turbulento e instável anterior. Entretanto, não está isento de crises, sendo um período de transição para a fase mais serena. 3º Adolescência final ou alta – ocorre entre os 16 ou 17 anos na rapariga e no rapaz respectivamente; terminando aos 21 anos ou mais (dependendo muito da evolução psíquica do individuo). Trata-se de uma fase de encontro final consigo mesmo, de harmonização e objectivação após o desfasamento e desequilíbrio anterior. O jovem prepara-se para entrar no mundo dos adultos, com algumas dificuldades. 2.1.31.MUDANÇAS FÍSICAS NA ADOLESCÊNCIA As mudanças físicas dividem-se em 4 (quatro) categorias, a saber: - Crescimento do corpo - Características sexuais primárias. 29 - Características sexuais secundárias. - Estimuladores bioquímicos. Crescimento do corpo A partir dos dois anos de idade as crianças crescem em uma taxa firme. Mas no início da idade têm um surto de crescimento rápido. Por exemplo, por ano o surto de crescimento nos rapazes é diferente em relação às meninas. Assim para os rapazes a média é de 10 cm e para as meninas 9 cm, fenómeno este que varia de um adolescente para outro, cuja taxa é de 7 a 12 cm para os meninos 6 a 11cm para as meninas. A idade média em que ocorre o pico do surto de crescimento é de aproximadamente 12 anos e meio para meninas é de catorze para os meninos. Características sexuais primárias (principais) Características sexuais primárias são as estruturas físicas envolvidas no processo de reprodução e que estão presentes quando a criança nasce. No sexo masculino incluem os testículos, o pénis, a glândula prostática e a vesícula seminal. No sexo feminino incluem os ovários, útero, vagina e o clítoris. Características sexuais secundárias O desenvolvimento das características sexuais secundárias indica a maturidade biológica da pessoa para a reprodução. Nas meninas, aparece a primeira menstruação, sinal de que o seu organismo já produz óvulos maduros. Estimuladores bioquímicos O crescimento acelerado observado na adolescência é o resultado impressionante de mudanças hormonais. Estas ocorrem em três níveis: no hipotálamo, hipófise, glândulas e nos órgãos periféricos. 2.1.32.TIPO DE PROBLEMAS DE AJUSTAMENTO NOS ADOLESCENTES. Os conflitos e confusões que muitos adolescentes enfrentam, criam neles uma atmosfera propícia para o desenvolvimento de psicopatologia. Consideram-se duas influências principais para responder por um ajustamento considerado bem ou mau durante este período: os pais e os pares. Os pais maduros ou seguros envolvem os filhos na tomada de decisão e em assuntos da família. Apresentam razões para o que solicitem e proporcionem experiências graduais para a afirmação de independência. Os pais autoritários preferem tácticas punitivas e duras quando surgem conflitos. Insistem em obediência absoluta. Para os pais permissivos todos os membros da família são 30 livres para fazerem o que quiserem. Raramente estes pais tomam decisões ou aceitam responsabilidades. Os adolescentes filhos de pais autoritários e permissivos tendem especialmente a ter problemas de ajustamento. Durante a adolescência os pares tornam-se cada vez mais influentes quando há grandes diferenças em expectativas entre amigos e famílias; são mais influentes do que os pais; os amigos se empenham e apoiam comportamentos que constituem problemas. Quando as defesas contraos conflitos na adolescência resultam em problemas, são referidas como perturbações psicofisiológicas e reacções de retraimento. 1- Perturbações psicofisiológicas a) Hipocondria. b) Anorexia nervosa. c) Enuresia. 2- Reacções de retraimento a) Depressão. b) Agressão. c) Regressão d) Medos e) Sintomas físicos. 2.1.33.JUVENTUDE 2.1.34.CONCEITO DE JUVENTUDE – LIMITES EVOLUTIVOS Em psicologia evolutiva define-se a juventude como estádio de desenvolvimento que inicia com a maturação sexual e termina com o advento da idade adulta. Esta definição em que o primeiro limite é o fisiológico e o segundo é o social, mostra que o fenómeno é complexo e pode ser considerado de diferentes maneiras. A atenção dos investigadores centra-se nos papéis que o homem deve assumir, na formação das sua orientação de valores e nos problemas vinculados com o ingresso na vida de trabalho, estes problemas psicológicos individuais derivam dos sociais. Olhando para a complexidade do problema da idade juvenil deve-se combinar o aspecto psicossociológico com a consideração das leis anteriores de desenvolvimento. 31 Isto, torna-se bastante difícil porque os ritmos e fases do desenvolvimento psicossociológicos nem sempre coincidem com os prazeres de maturidade social. E, como resultado da aceleração, há maior velocidade do desenvolvimento físico, as crianças actuais crescem mais rapidamente e alcançaram sua estrutura completa, assim como a sua maturação sexual, em média, um ou dois anos antes do que as duas ou três gerações passadas. Este processo de acordo com a aparição dos caracteres sexuais secundários, é dividido em três fases: pré-púbere, púbere, pós- puber. Como resultado da velocidade do desenvolvimento físico, os limites da adolescência são alterados e iniciam antes da idade juvenil. O conteúdo concreto desta etapa do desenvolvimento é determinado pelas condições sociais, porque disto depende a posição da juventude na sociedade, o conjunto de conhecimento assimilar e uma série de outros factores. 2.1.35.DESENVOLVIMENTO FÍSICO É na idade juvenil que termina o período de desenvolvimento físico do homem. O crescimento longitudinal do corpo faz-se mais lento em comparação com a adolescência. As raparigas atingem o seu crescimento completo entre os 16 e 17 anos, os rapazes entre os 17 e os 18. Aproximadamente um ano depois de terminado o crescimento, o homem atinge a força muscular normal de um adulto, mas isto depende do regime alimentar e da prática de desporto. Sobre o desenvolvimento sexual, a maioria dos rapazes e raparigas nesta idade já se encontra no período pós-puberdade. Os prazos de maturidade sexual não dependem apenas de características racionais e do clima, mais sim, reflectem diferenças no carácter da alimentação e de outros factoressocio-económicos. É importante ter em conta a falta de consciência da norma geral com a norma fisiológica individual. Algumas pessoas completamente normais desenvolvem-se com grandes vantagens ou atraso em relação aos prazos médios gerais. Isto não quer dizer que se deva considerar um caso patológico. 2.1.36.SITUAÇÃO SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO JUVENIL. O jovem ocupa uma situação social intermédia entre a adolescência e a idade adulta, ao tornar-se complexa a actividade vital, opera-se nele, não só uma ampliação quantitativa de papéis sociais e interesses, mais também uma modificação qualitativa, uma vez que lhe são imposto cada vez mais papéis adultos com grau correspondente de independência e responsabilidade. 32 No nosso país os jovem aos 18 anos atingem a maior idade, passa a ser responsável pelos delitos que comete e nessa idade muitos deles começam a actividade laboral. Mas a par desses elementos do estado adulto, o jovem ainda conserva traços de dependência que aproxima sua posição ao da criança. Alunos com o curso superior ainda vivem sobre a tutela dos pais, e na escola por um lado recordam-lhes a cada instante que são adulto, mas por outro lado exigem- lhes permanentemente obediência como se fossem crianças. 2.1.37.ARTICULARIDADE DA ACTIVIDADE MENTAL DOS JOVENS Nesta etapa já não se observa no homem um crescimento tão rápido como na infância o denominado surto de crescimento, assim como o aperfeiçoamento das capacidades físicas e mentais. A assimilação de operações intelectuais complexas e enriquecimento conceptual, fazem com que a actividade mental dos jovens sejam mais estáveis e eficiente tornando-se aproximando-se mais da actividade do adulto. Desenvolvem-se com particular rapidez as capacidades especiais que combinadas com a crescente diferenciação na orientação dos interesses, faz com que a estrutura da actividade mental dos jovens seja muito mais complexa e individual que nas crianças. A especialização das capacidades e dos interesses é mais notória e significativa como também muitas outras diferenças individuais. É de considerar que a formação de capacidades individuais especiais está condicionada no mais alto grau, pelo carácter e orientação do ensino e educação. Podemos concluir que nesta fase termina a maturação e a formação da personalidade. O jovem procura conhecer as próprias qualidades, assimilar conhecimentos, valorizar-se e estruturar a sua conduta sobre a base de critérios e normas conscientemente elaboradas. Este fenómeno manifesta-se no desenvolvimento da autoconsciência. Desenvolvimento da autoconsciência A autoconsciência é uma estrutura psicológica complexa que envolve primeiro a consciência da própria identidade; segundo a consciência do próprio individuo (eu) como principioactivo; terceiro a tomada de consciência de sua própria qualidade psíquica; quarto o determinado sistema de auto-avaliação ético social. 33 Todos esses elementos estão vinculados entre si funcional e geneticamente, mais não se formam de modo simultâneo. Os germes da consciência de identidade aparecem durante o período de latência, a consciência do «eu» aproximadamente aos três anos ou quatro quando a criança começa a utilizar correctamente os pronomes pessoais. A tomada de consciência das suas qualidades psíquica e da auto-valorização têm a máxima significação na adolescência e na idade juvenil. A imagem do próprio corpo adquirido no período da adolescência continua a crescer e a conservar-se na juventude. A imagem do próprio corpo é o mais importante componente da autoconsciência juvenil. A auto-avaliação adquire a significação máxima na idade juvenil. A imagem do próprio corpo manifesta-se nas características da auto afirmação, no interesse próprio “eu” e suas propriedades. Em especial o jovem começa a perceber de um modo diferente o seu aspecto físico. Esse interesse conserva-se também na idade adulta. Ao estudar rigorosamente as mudanças da sua aparência rapazes e raparigas experimentam muitas vezes uma grande inquietude a este respeito. Para o jovem é importante a qualidade de que depende o prestígio e a popularidade entre os seus companheiros. Há muitos jovens inquietos a sua baixa estatura, gordura, acne na face (doenças cutâneas), particularidades penosas às vivências que fazem sofrer os rapazes que amadurecem tardiamente; o atraso na aparição dos caracteres sexuais secundários que os desprestigia entre os seus coetâneos, mais também provoca um sentimento de inferioridade pessoal. Estas vivências, geralmente mantém-se em segredo. A imagem do próprio corpo é uma componente de auto consciência juvenil mais importante. Tomada de consciência e auto-avaliação (qualidades pessoais) A tomada de consciência das próprias qualidades, especialmente de traços psico- morais tão complexas como a valentia, fineza e a lealdade, a princípio, já inclui os aspectos de avaliação emocional e comparação social. Alguns psicólogos, as vezes criticam negativamente a auto-reflexão juvenil, pois só vêem nela o perigo do isolamento eda realidade face ao mundo imaginário dos sonhos. Existem duas formas modo de auto- avaliação: uma consiste em comparar o nível das pretensões com o resultado obtido. Mais a limitação da experiência juvenil dificulta esta comparação. A segunda forma de auto-avaliação é a comparação social e a confrontação de opiniões que se tem daqueles que se encontram à volta. Portanto não só as auto-avaliações pessoais deferem os indivíduos, como também 34 surgem os critérios da necessidade de se eleger, comprovar, e medir por si mesmo. A auto análise juvenil, é por um lado, a tomada de consciência do eu, por outro a sua posição no mundo. Para o jovem a auto-análise se converte em elemento de autodeterminação social e moral. É com frequência ilusória como são em muitos aspectos os planos de vida juvenil. A necessidade de auto-analise é um sintoma imprescindível duma personalidade desenvolvida com alta educação e determinado objectivo. A profundidade e intensidade da auto-reflexão juvenil depende de muitos factores sociais (origem, meio social e nível de ilustração), individuais tipológicos (grau de introversão e extroversão) e biográficos (condição de educação familiar, relações com os seus coetâneos, tipos de leitura) cujo relação ainda se encontra em estudo. Auto-estima e as suas funções Um traço excepcionalmente importante da personalidade que se forma em grande parte na idade juvenil é auto-estima, isto é, auto-avaliar o grau de aceitação ou não aceitação de si mesmo como personalidade. O grau de auto-estima próprio de cada personalidade, é diferente da auto-avaliação pessoal relativamente estável. Para a formação da auto-estima tem-se em conta os factores como: a atitude dos pais, a posição entre os coetâneos e outros colegas. Por mais desagradável que se seja a presunção juvenil, do ponto de vista psicológico é muito mais perigoso uma auto-estima diminuída. Quanto mais baixa for a auto-estima maior será a probabilidade do indivíduo isolar-se. Por não confiar nas próprias forças, este indivíduo não conquista os objectivos por ele traçados. 2.1.38.O ADULTO 2.1.39.A VIDA ADULTA A vida adulta, começou a ser estudada num período relativamente recente e, é pela gerontologia, embora não se passa negar que foram realizadas as primeiras investigações psicológicas com adultos. Hoje ainda sabe-se muito pouco sobre a etapa da vida adulta que vai dos 20 aos 60 anos ou dos 18 aos 65 anos. Na vida adulta ocorrem transformações associadas às mudanças biológicas dos organismos, mudanças sociais e culturais. Todavia, é comum associar a chegada à idade adulta somente com as mudanças biológicas. No dicionário Aurélio, por exemplo, encontramos a seguinte definição de alto: «é o ser vivo que atingiu o PAI CELESTIAL Highlight 35 máximo de crescimento» não encontrou-se, porém, referencias às dimensões culturais e sociais desta fase do desenvolvimento, que são tão importantes para determinação do desenvolvimento. Este capítulo tem como objectivo apresentar algumas questões relativas ao desenvolvimento na idade adulta e na velhice. Nos estudos anteriores, apresentamos as características do desenvolvimento em vários aspectos como: cognitivo, emocional, perceptor, linguístico e nas diferentes fases do desenvolvimento da criança áadolescência, apresentou-se esta transformação no psiquismo humano. Portanto, no estudo do adulto e da velhice, como se sabe estes aspectos encontram-se plenamente desenvolvidos ou construídos. Esta etapa da vida divide-se em três partes: adulta jovem, meia-idade e a velhice . Adulto jovem Por volta da segunda década da vida, a pessoa deixa a adolescência e entra na vida adulta. O jovem adulto passa por vários períodos e momentos em que aprenderam algumas tarefas importantes que devem ser enfrentadas e transpostas. Nesta fase, o desenvolvimento cognitivo e emocional já se encontra plenamente construído, mas o desenvolvimento psicológico do indivíduo continua. Podemos listar algumas questõesimportantes que influenciama actividade psicológica do jovem adulto: Relacionamentos afectivos. Escolha da profissão. Os directos sociais. A meia-idade A meia-idade é o período compreendido entre os 40 e os 65 anos. Nesta fase, o ajustamento psicológico gira em torno da questão dos filhos, finanças da família, sucesso e do fracasso profissional, cuidados com o futuro individual e familiar e dos destinos da sociedade. Neste momento, as mulheres vivenciam a menopausa, que é o fim da capacidade de ovular ou menstruar e a consequente perda da fertilidade. A menopausa é apontada, por muitos, como um momento importante no desenvolvimento da mulher. É o resultado natural do envelhecimento. A mulher torna-se estéril, quando a quantidade de hormônios, fenómenos produzidos pelo ovário lentamente diminui e deixa de ovular. A redução na produção de hormônios se processa gradualmente através dos anos, mas os ovários continuam a produzir pequenas quantidade de estrogénios e o mesmo ocorre com as glândulas supra- renais e outras. PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Underline PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Underline 36 Já a andropausa é a cessação da função sexual activa masculina da senescência e associada a manifestação de desequilíbrio neurovegetativo. Pois é gradual de forma que o idoso do sexo masculino continue a sua actividade sexual e uma certa percentagem conserve a capacidade de procriar. Assim foram encontrados espermatozóideactivo no sémen dos homens com mais de 80 anos. Podem ocorrer conflitos emocionais associados à ansiedade sobre o desempenho sexual e o relacionamento familiar. As pesquisas apontam que características individuais podem influenciar positiva ou negativamente os conflitos emocionais neste momento. Por tanto, o trabalho de profissionais da área de saúde pode auxiliar na diminuição dos seus efeitos. A velhice O estudo do problema da velhice é muito recente na pesquisa científica do processo de envelhecimento, no desenvolvimento da medicina, na psicologia das especialidades de gerontologia e psicogerontologia. A psicogerontologiaou a psicologia evolutiva da velhice, desenvolveu-se praticamente a partir dos anos 60. Da mesma forma, a geriatria ou medicina gerontológica é uma disciplina que ganhou impulso depois da 2ª guerra mundial, com a consolidação das chamadas sociedades de bem-estar e consumo. O aumento da expectativa de vida provocou o prolongamento do estágio da velhice em alguns países, ao contrário do nosso em que se começou a distinguir etapas nesse estágio, como por exemplo, pré-senilidade, terceira e quartas idades (acima de 80 anos). O envelhecimento da população ocasiona modificações económicas como a diminuição do consumo, da produção e o aumento das despesas públicas. Com o crescimento da população idosa, aumentam também as pressões na esfera política e social para atender as necessidades específicas dos mais velhos. O envelhecimento não pode ser definido através da idade, pois factores biológicos e ambientais alteram o processo de envelhecimento no homem. Pode ser definido com o alterações biológicas de um organismo através do tempo; caracterizando-se pela diminuição das capacidade motoras, intelectuais e adaptativa em relações ao meio. Chamamos de senescência ao processo normal de envelhecimento, e de senilidade a desintegração orgânica e funcional que compromete significativamente as capacidades humanas. PAI CELESTIAL Highlight PAI CELESTIAL Underline 37 O envelhecimento biológico manifesta-se através da diminuição da taxa metabólica e da capacidade da proliferação das células. Este processo é programado geneticamente (Pikunas, em 1979). Durante o envelhecimento todos os sistemas do organismo se debilitam estruturalmente e funcionalmente. O declínio fisiológico pode em muitos casos provocar perda das funções cognitivas, e também,
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