Buscar

Provas em espécie

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Prof. Me. Paulo Younes
	Aula 07
DIREITO PROCESSUAL PENAL – II
· Provas
- Provas em Espécie (arts. 158/250):
Prova testemunhal (artigos 202 a 225): depoimento de uma pessoa que sabe algo relevante sobre a imputação feita contra o acusado. 
a) Natureza jurídica: meio de prova.
b) Fundamento jurídico: qualquer pessoa pode ser testemunha. Diz o artigo 202 que qualquer pessoa capaz de perceber os acontecimentos ao seu redor e narrar o resultado destas suas percepções pode testemunhar.
c) Autoridade responsável pela captação: autoridade policial e jurídica.
d) Momento: investigação e processo. 
e) Meio de produção: direto.
f) Classificação das testemunhas: doutrinariamente, tem-se aplicado a seguinte classificação das testemunhas:
· Testemunha referida: é aquela que, embora não tenha sido arrolada nos momentos ordinários (denúncia ou queixa para acusação, resposta à acusação, para o réu), poderá ser inquirida pelo juiz ou a requerimento das partes por ter sido citada por outra testemunha.
· Testemunha judicial: aquela inquirida pelo juiz independentemente de ter sido arrolada por qualquer das partes ou de ter sido requerida na oitiva.
· Testemunha própria: é a testemunha chamada para ser ouvida sobre o fato objeto do processo, seja porque os tenha presenciado, seja porque deles ouviu dizer.
· Testemunha imprópria ou instrumental: é a que prestada depoimento sobre fatos que não se referem diretamente ao mérito da ação penal. Neste caso, a testemunha não estará depondo sobre algo que presenciou ou soube do ocorrido, e sim sobre um ato de persecução criminal que tenha assistido ou participado.
· Testemunha numérica: corresponde à testemunha regularmente compromissada na forma do artigo 203 do CPP.
· Testemunha não compromissada ou informante: contempladas no artigo 208 do CPP, são aquelas dispensadas do compromisso em razão da presunção de serem suspeitas as suas declarações.
· Testemunha direta: trata-se da testemunha que presenciou os fatos por meio dos sentidos.
· Testemunha indireta: é aquela que declara ao magistrado sobre o que não presenciou, mas soube ou ouviu dizer.
g) Número de testemunhas: a quantidade de testemunhas que podem ser arroladas pelas partes depende do procedimento, a saber:
· Oito testemunhas: procedimento comum ordinário; procedimento do júri; procedimento dos crimes de responsabilidade de funcionário público; procedimento dos crimes contra a honra; procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial; procedimento dos crimes de competência dos tribunais dos Estados, tribunais regionais federais e tribunais superiores; procedimento dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima superior a quatro anos.
· Cinco testemunhas: procedimento comum sumário; procedimento dos crimes falimentares; procedimento dos juizados especiais criminais, por analogia ao artigo 522 do CPP (inaplicável o artigo 34 da lei 9099/95, por ser especifico dos juizados especiais cíveis); procedimento previsto na lei de drogas (artigos 54 e 55 da lei 11343/2006); procedimentos dos crimes eleitorais, quando punidos com pena máxima de inferior a quatro anos.
· Três testemunhas: procedimento do crime de abuso de autoridade.
· Importante: o número de testemunhas deve levar em consideração a quantidade de crimes imputados (para o Ministério Publico) e da quantidade de réus no processo (para a defesa).
h) Características da prova testemunhal:
· Oralidade: em regra, o depoimento da testemunha deverá ser prestado oralmente perante a autoridade responsável.
· Objetividade: a testemunha deverá depor objetivamente sobre os fatos, não lhe sendo permitido fornecer impressões pessoais, salvo quando forem essas inseparáveis da narrativa.
· Individualidade: as testemunhas serão ouvidas individualmente.
· Incomunicabilidade: não é permitido que as testemunhas se comuniquem entre si.
· Retrospectividade: a testemunha prestará depoimento sobre fatos passados, nunca sobre fatos futuros.
i) Outras considerações:
· Testemunha faz depoimento.
· Toda testemunha é advertida pelo julgador que poderá ser presa se mentir ou omitir algum fato. É o chamado compromisso. 
j) Estão isentos do compromisso: os menores de 14 anos; doentes mentais; parentes do réu enumerados no artigo 206 do CPP: ascendente, descendente, irmão e cônjuge, ainda que separado judicialmente; pai, mãe ou filho adotivo e os afins em linha reta (sogro, sogra, enteado, etc.).
k) É possível a contradita nos seguintes casos: em relação aos menores de 14 anos, doentes mentais ou parentes do réu. Estas pessoas são dispensadas do compromisso, podendo ser ouvidas como informantes.
Em relação à pessoa que seja proibida de depor, que são aquelas que têm ciência do fato em virtude da profissão (exemplo: padre, psicólogo, etc.), se acolhida a contradita pelo juiz, essa testemunha deve ser excluída do processo. Vale dizer, não deve ser tomado seu depoimento pelo juiz.
No caso das testemunhas cujo depoimento, apesar de não ser impedido ou suspeito, possa sugerir não ser isenta (como no caso de amigos íntimos, por exemplo), a parte contrária pode-se fazer a argüição de defeito.
l) Uma vez regularmente notificada para depor, a testemunha tem obrigação de comparecer a juízo, sob pena de condução coercitiva, pagamento das despesas da condução, multa e, até mesmo, processo criminal por desobediência. Esta regra possui duas exceções: 
a) pessoas que, em razão de doença ou idade, estiverem impossibilitadas de comparecer a juízo; Presidente, Vice.
b) Presidente, senadores, deputados federais, ministros de estado, governadores de estado, secretários de estado, prefeitos, deputados estaduais, membros do Poder Judiciário, ministros e juízes dos Tribunais de Contas da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como do Tribunal Marítimo.
· Uma vez compromissada, a testemunha não pode mentir, sob pena de responder processo criminal por falso testemunho (artigo 342, CP).
Reconhecimento de pessoas e coisas (artigos 226 a 228): ato pelo qual uma pessoa afirma certa a identidade ou qualidade de algo ou alguém (auto de reconhecimento).
a) Formalidades: o artigo 226 do CPP estabelece as formalidades de efetivação do reconhecimento (tanto de pessoas quanto de coisas), quais sejam:
· A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida;
· A pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidandose quem tiver de fazer o reconhecimento a apontála;
· Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
· Do ato de reconhecimento lavrarseá auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais.
b) Natureza jurídica: meio de prova.
c) Fundamento jurídico: necessidade de reconhecimento.
d) Autoridade responsável pela captação: autoridade policial e judiciária.
e) Outras considerações:
· O reconhecimento por meio de fotografia é um meio legitimo de prova.
· Havendo mais de uma pessoa que deva proceder ao reconhecimento, cada uma fará a prova em separado, impedindo-se qualquer comunicação entre elas.
· Se a pessoa estiver presa, pode-se proceder o reconhecimento através de videoconferência.
Acareação (artigos 229 e 230): ato procedimental de confronto entre pessoas, para que esclareçam, mediante confirmação ou retratação, aspectos que se evidenciaram contraditórios.
a) Natureza jurídica: meio de prova.
b) Fundamento jurídico: detectar a contradição e esclarecê-la.
c) Autoridade responsável pela captação: autoridade policial, na fase de inquérito, que pode ser por intermédio de sua própria iniciativa ou provocada por requisição do juiz ou do Ministério Público; e judiciária, na fase processual, determinada pelo juiz de ofício ou a requerimento das partes.
d) Momento: investigação e processo.
e) Meio deprodução: direta.
f) Outras considerações:
· Podem ser acareados os acusados, as testemunhas e ofendidos, entre si ou uns com os outros.
· Peritos não são sujeitos a acareação.
· Não se deve constranger alguém a ser acareada. Porém, nada impede que essas pessoas sejam conduzidas à Delegacia de Polícia ou ao Juízo na hipótese do não comparecimento injustificado.