Buscar

O princípio da proporcionalidade

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

O princípio da proporcionalidade
Yanna Alencar[footnoteRef:1] [1: Acadêmico do Curso de Direito - Faculdade Paraíso do Ceará (FAPCE) - Rua da Conceição, 1.228 - São Miguel - CEP: 63.010-465 - Juazeiro do Norte - CE - E-mail: yannalencar@aluno.fapce.edu.br
] 
É abordado esse assunto principalmente quando se fala sobre direitos fundamentais e até onde o legislador poderá restringi-los com seu poder de conformação, como também deve ser questionado se ele está agindo de forma correta ou deixando de agir, sendo omisso, vislumbre feito ao analisar a eficácia, se é adequado e necessário. “O princípio da proporcionalidade é invocado, igualmente, quando Poderes, órgãos, instituições ou qualquer outro partícipe da vida constitucional ou dos processos constitucionais colocam-se em situações de conflito. Daí a aplicação do referido princípio nas situações de conflito de competência entre União e Estado ou entre maioria e minoria parlamentar ou, ainda, entre o parlamento e um dado parlamentar.” 
“A jurisprudência da Corte Constitucional alemã parece aceitar que o fundamento do princípio da proporcionalidade reside tanto no âmbito dos direitos fundamentais quanto no contexto do Estado de Direito. Todavia, afigura-se inegável que, não raras vezes, a aplicação do princípio da proporcionalidade decorre de uma compreensão ampla e geral da ordem jurídica como um todo”. Em tais palavras é possível compreender que a importância da proporcionalidade para que haja equilíbrio em todos âmbitos jurídicos, quando estes estiverem diante de uma inadequação entre meios e fins, ele serve para proteger o indivíduo contra excessos do Estado, como também direitos constitucionalmente garantidos.
“Uma lei será inconstitucional, por infringência ao princípio da proporcionalidade ou da proibição de excesso, diz a Corte Constitucional alemã, “ se se puder constatar, inequivocamente, a existência de outras medidas menos lesivas”.” Ou seja, na consecução do fim, deve usar aquele estritamente adequado, havendo dentre as medidas aquela que se mostre menos onerosa, menos restritiva de direitos, mas que seja eficaz, sendo necessária, é ela que deve ser aplicada ao caso concreto. E é vista sua prova pelo teste da necessidade, que tem maior relevância do que a da adequação, como ressaltam Pieroth e Schlink. 
Canotilho afirma que o princípio da proibição de excesso “constitui um limite constitucional à liberdade de conformação do legislador”. É possível notar que trata-se justamente da conduta do legislador ativo que incide a norma de forma além da necessária, atinge o indivíduo de forma extremamente onerosa, a restrição passa do que seria o suficiente para o caso abordado. Visto que os meios utilizados pelo legislador devem ser adequados e necessários à consecução dos fins desejados, esse meio é adequado se, com a sua utilização, o acontecimento intencionado pode ser alcançado.
Ao lado desse princípio, está o da proibição da proteção insuficiente, servindo também como um juízo para adequar normas. A proporcionalidade é usada como instrumento do Supremo Tribunal Federal quando há colisão entre direitos fundamentais, utilizando como forma de ponderação, para conciliar a questão abordada, seja na ação ou omissão do Estado e em relação também dos direitos fundamentais.
Este segundo princípio é o descarte sanções mais rígidas para o anteparo social, um conteúdo ínfimo a partir da própria constituição lembrado nesse momento por exemplo o mínimo existencial, políticas públicas a fim de garantir a dignidade da pessoa humana, direitos sociais. Mas é a partir do princípio da proteção insuficiente que são feitas as efetivações sociais e que nenhuma delas esteja abaixo do necessário.
Consiste em não permitir o déficit dado pelo legislador, para que não fique em estado de desproteção os bens jurídicos tutelados pelo Estado. Como exemplo, em um momento e lugar hipotético, uma sociedade de extrema violência contra um gênero em específico, pelo motivo de ser aquele gênero, entra como decisão, campanhas em prol deles e que seja feita a diminuição da ferocidade social contra eles. É notável o quanto foi omisso o legislador na tentativa de barrar o delito, na tentativa de ser eficaz, quando na verdade esse meio não atinge o objetivo pretendido.
Esse caso metaforicamente posto, pode ser exemplificado na cultura atual brasileira, onde temos a legislação do feminicídio, que veio para restringir condutas extremas contra as mulheres, passando pela prova, é adequado, eficaz e necessário. Incide na lei penal, a última ratio, já trazendo o rigor do ordenamento, como também a criação da Lei Maria da Penha, mais um meio para se atingir o objetivo esperado, onde é possível observar que outras normas, como a do feminicídio advieram.  
De forma resumida, temos que, a proporcionalidade surge como função, instrumento, para que haja conforme equilíbrio diante decisões e saber para que lado a balança está mais pesando, seja na falta ou no excesso, é de suma importância compreender de que o sistema, o ordenamento jurídico tem que estar em consonância, harmonia. Não sair de beiradas judiciais, o extremo e não estar tão conciso e diminuído, como sentir a ausência do legislador, daí se tem a ligação com o poder de conformação.

Continue navegando