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Princípio de Le Châtelier O químico francês Henri Louis Le Chatelier criou uma das leis mais conhecidas da Química que prevê a resposta do sistema químico em equilíbrio quando exposto a uma alteração. Com os resultados dos seus estudos, ele formulou uma generalização para o equilíbrio químico que enuncia o seguinte: “Quando um fator externo age sobre um sistema em equilíbrio, este se desloca, sempre no sentido de minimizar a ação do fator aplicado.” Quando o equilíbrio de um sistema químico é perturbado, o sistema age para minimizar essa perturbação e voltar a estabilidade. Sendo assim, o sistema apresenta: · um estado inicial de equilíbrio. · um estado "não equilibrado" com a mudança de um fator. · um novo estado de equilíbrio que se opõe a mudança. São exemplos de pertubações externas que podem afetar o equilíbrio químico: Fator Perturbação Efeito Concentração Aumento Consome-se a substância Diminuição Produz-se a substância Pressão Aumento Move-se para o menor volume Diminuição Move-se para o maior volume Temperatura Aumento Absorve-se calor e altera a constante de equilíbrio Diminuição Libera-se calor e altera a constante de equilíbrio Catalisador Presença Acelera-se a reação Esse princípio tem grande importância para indústria química, pois as reações podem ser manipuladas e tornar os processos mais eficientes e econômicos. Um exemplo disso é o processo desenvolvido por Fritz Haber, que utilizando o princípio de Le Chatelier, criou de forma econômica uma rota de produção de amônia a partir de nitrogênio atmosférico. 1. Concentração: Se, em uma reação em equilíbrio, com temperatura constante, aumentarmos a concentração de um, ou de todos os reagentes, a reação será deslocada no sentido direto, pois para entrar em um novo equilíbrio o sistema terá que gerar mais produtos. O contrário também ocorre: se aumentarmos a concentração dos produtos a reação se deslocará no sentido inverso, fornecendo mais reagentes. 2. Pressão: Se aumentarmos a pressão de uma reação gasosa em equilíbrio, sem alterarmos a temperatura, ocorrerá uma contração do volume. Portanto, o equilíbrio se deslocará no sentido do menor volume, ou seja, que possui menos quantidade de matéria em mol. Já se diminuirmos a pressão, o volume dos gases se expandirá, deslocando o equilíbrio no sentido da reação com maior volume (maior número de mol). 3. Temperatura: Aumento da temperatura: o equilíbrio será deslocado no sentido da reação endotérmica (reação que absorve calor). Diminuição da temperatura: o equilíbrio será deslocado no sentido da reação exotérmica (reação que libera calor). Le Chatelier enunciou o princípio que leva seu nome, sobre perturbações em equilíbrios químicos. Equilíbrio iônico da água (KW) A água pura se ioniza muito fracamente da seguinte forma: A constante de equilíbrio KC é dada pela expressão: Como a água está no estado líquido, a sua concentração mantém-se constante, então não participa da fórmula e podemos mulitiplicá-la pelo KC, obtendo uma nova constante. Neste caso, a KW, ou seja, o produto iônico da água. A KW é a constante de equilíbrio iônico da água. A letra w vem da palavra inglesa water que significa água. Esta constante depende da temperatura. A 25°C a constante de equilíbrio iônico da água vale: A unidade é adimensional, assim como as demais constantes de equilíbrio. Veja algumas constantes para temperaturas diferentes: TEMPERATURA (°C) KW 0 0,11.10-14 40 3,0.10-14 100 51,3.10-14 Tipos de soluções aquosas As soluções aquosas das substâncias quimicas podem ser classificadas em três tipos: - solução ácida - solução básica - solução neutra Solução ácida É a solução que contém a concentração do íon H+ maior do que a concentração do íon OH-. Solução básica É a solução que contém a concentração do íon OH- maior do que a concentração do íon H+. Solução neutra É a solução que contém a concentração do íon OH- igual à concentração do íon H+. Hidrólise de sais Hidrólise de sais é um processo químico produzido pela mistura de um sal à água, o que pode resultar na formação de ácido ou base ou em ambas as substâncias. Hidrólise de sais é um equilíbrio químico que ocorre após a adição de um sal (YX) à água. Esse processo acontece por causa da ionização da água, a qual produz o cátion hidrônio (H+) e o ânion hidróxido (OH-), e da dissociação do sal, que libera um cátion qualquer (Y+) e um ânion qualquer (X-). Em resumo, a hidrólise dos sais é a interação entre os íons do sal com os íons da água, isto é, o cátion de um com o ânion do outro, o que pode resultar nas seguintes substâncias: · Cátion do sal (Y+) com o ânion da água (OH-) = base inorgânica (YOH) · Cátion da água (H+) com o ânion do sal (X-) = ácido inorgânico (HX) Porém, a interação entre os íons não ocorre quando a base ou o ácido formados são fortes, uma vez que essas substâncias fortes apresentam um elevado grau de dissociação, ou seja, uma tendência a permanecer na forma de íons. Assim, quando misturamos um sal à água, podemos obter ou não a formação de ácido ou base (hidrólise), ou de ambos. Isso pode influenciar diretamente no pH do meio da seguinte forma: · Formação de ácido e base: não haverá a presença de íons hidrônio e hidróxido na solução, o que tornará o meio neutro (com pH = 7); · Formação apenas da base: existirá a presença de íons hidrônio na solução, o que tornará o meio ácido (com pH < 7); · Formação apenas do ácido: haverá a presença de íons hidróxido na solução, o que tornará o meio básico (com pH > 7); · Não existirá formação de ácido nem de base: haverá os íons hidróxido e hidrônio na solução, o que tornará o meio neutro (com pH = 7). Hidrólise de sais com formação de meio neutro A hidrólise de sais com a formação de um meio neutro ocorre em duas situações: 1ª- Quando o sal apresenta cátion capaz de formar base forte e ânion capaz de formar ácido forte; Para facilitar o entendimento, vamos utilizar o exemplo da hidrólise do iodeto de potássio (KI). · Íons no iodeto de potássio: O iodeto de potássio apresenta o cátion potássio (K+1) e o ânion iodeto (I-1). · Relação entre o cátion do sal e o ânion hidróxido (OH-) da água: Como o potássio pertence à família IA, seu cátion não sofre hidrólise, ou seja, não interage com o hidróxido, resultando na base forte hidróxido de potássio [KOH]. Dessa forma, restarão íons hidróxido na solução. · Relação entre o ânion do sal e o cátion hidrônio (H+) da água: Se o ânion iodeto (I-1) interagisse com o hidrônio (H+), haveria a formação do hidrácido ácido iodídrico (HI), que é um dos três hidrácidos considerados fortes (além do HCl e do HBr). Dessa forma, o iodeto não sofre hidrólise, restando cátions hidrônio na solução. Após a adição do iodeto de potássio, como existirão cátions hidrônio e ânions hidróxido, a solução será neutra. 2ª- Quando o sal apresenta cátion capaz de formar base fraca e ânion capaz de formar ácido fraco. Para facilitar o entendimento, vamos utilizar o exemplo da hidrólise do sulfeto de magnésio (MgS). · Íons no sulfeto de magnésio: O sulfeto de magnésio apresenta o cátion magnésio (Mg+2) e o ânion sulfeto (S-2). · Relação entre o cátion do sal e o ânion hidróxido (OH-) da água: Mesmo com o magnésio pertencendo à família IIA, seu cátion sofre hidrólise, ou seja, interage com o hidróxido e forma a base fraca hidróxido de magnésio [Mg(OH)2]. · Relação entre o ânion do sal e o cátion hidrônio (H+) da água: Se o ânion sulfeto (S-2) interagisse com o hidrônio (H+), haveria a formação do hidrácido ácido sulfídrico (H2S), que é fraco, já que apenas HCl, HBr, HI são hidrácidos fortes. Dessa forma, o sulfeto sofre hidrólise, não restando cátions hidrônio na solução. Após a adição do sulfeto de magnésio à água, como não haverá cátions hidrônio e ânions hidróxido, a solução será neutra. Hidrólise de sais com formação de meio ácido A hidrólise de sais pode formar um meio ácido quando um sal apresenta cátion capaz de formar base fraca e ânion capaz de formar ácido forte. Para facilitar o entendimento, vamos utilizar o exemploda hidrólise do sulfato de ferro II (FeSO4). · Íons no sulfato de ferro II: O sulfato de ferro II apresenta o cátion ferro II (Fe+2) e o ânion sulfato (SO4-2). · Relação entre o cátion do sal e o ânion hidróxido (OH-) da água: Como o ferro não pertence às famílias IA, IIA (com exceção do magnésio) e IIIA, seu cátion ferro II sofre hidrólise, ou seja, interage com o hidróxido e forma a base fraca hidróxido de ferro II [Fe(OH)2]. Obs.: Não há a presença de íons hidróxido na solução. · Relação entre o ânion do sal e o cátion hidrônio (H+) da água: Se o ânion sulfato (SO4-2) interagisse com o hidrônio (H+), haveria a formação do oxiácido ácido sulfúrico (H2SO4). Esse ácido é considerado forte, uma vez que, para os oxiácidos, o resultado da subtração entre oxigênios e hidrogênios deve ser maior ou igual a dois. Dessa forma, restarão íons hidrônio na solução, o que faz dela uma solução ácida. Hidrólise de sais com formação de meio básico A hidrólise de sais com formação de um meio básico ocorre quando um sal apresenta cátion capaz de formar base forte e ânion capaz de formar ácido fraco. Para facilitar o entendimento, vamos utilizar o exemplo da hidrólise do cianeto de cálcio [Ca(CN)2]. · Íons no cianeto de cálcio: O cianeto de cálcio apresenta o cátion cálcio (Ca+2) e o ânion cianeto (CN-1). · Relação entre o ânion do sal e o cátion hidrônio (H+) da água: Se o ânion cianeto (CN-1) interagisse com o hidrônio (H+), haveria a formação do hidrácido ácido cianídrico (HCN), que é fraco, já que apenas HCl, HBr, HI são hidrácidos fortes. Dessa forma, o cianeto sofre hidrólise, não restando cátions hidrônio na solução. · Relação entre o cátion do sal e o ânion hidróxido (OH-) da água: Como o cálcio pertence à família IIA, seu cátion não sofre hidrólise, ou seja, não interage com o hidróxido, pois resulta na base forte hidróxido de cálcio [Ca(OH)2]. Dessa forma, restarão íons hidróxido na solução, o que faz dela uma solução básica. Atividade Realize um mapa conceitual bem explicativo sobre este assunto aqui apresentado. Seja criativo.
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