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AULA 04 DIREITO DE FAMÍLIA O CASAMENTO, UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO

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LEGISLAÇÃO SOCIAL I
DIREITO DE FAMÍLIA – O CASAMENTO, 
UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO
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Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Conhecer a visão constitucional de família;
2. estudar o casamento, seus princípios, suas formalidades, deveres, regime de bens e as formas de dissolução;
3. identificar as entidades familiares.
1 Introdução
Para conhecermos o Direito de Família, precisamos iniciar o aprendizado pela definição de família, que pode ser
conceituada como o conjunto de pessoas ligadas entre si pelo casamento. ou pela união estável ou pela filiação.
Com base nessa definição extraímos os pilares do Direito de Família: o casamento, a união estável e a filiação.
Gilberto Cotrim explica os parâmetros da importância da ascendência através de suas funções, que na visão do
autor são:
• Função procriativa
Essa função em gerar filhos, garantindo a expansão e a preservação da espécie humana. Fundada nos
princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, a Constituição Federal
considera o planejamento familiar uma livre decisão do casal.
• Função educativa
Consiste no dever dos pais prestar ensinamentos aos filhos, transmitindo-lhes os fundamentos da vida
em sociedade.
• Função emocional
É o equilíbrio psicológico proporcionado ao indivíduo mediante o clima de amor que deve existir entre o
marido e a mulher, transmitindo-se dos pais para os filhos
• Função econômica
Consiste no trabalho dos pais a fim de garantir a família uma vida materialmente digna. Esclarece ainda
que esta função não é um dever apenas dos pais, de fundamentando que cabe também ao Estado
proteger solidariamente a família, melhorando, entre outras coisas, a condição social do trabalhador.
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2 Princípios do Direito da Família
O Direito de Família no Brasil é regido por diversos princípios, dentre os quais merecem destaque:
- livre matrimônio — consagra que o casamento deve se originar da livre vontade dos cônjuges e a sua
continuidade está intimamente ligada ao afeto do casal. Caso isso termine, o casamento poderá ser extinto pelo
divórcio, como descreve o artigo 226, § 6°, da Constituição da República Federativa do Brasil.
- Igualdade jurídica dos cônjuges — na lição de Gilberto Cotrim, "os direitos e deveres referentes à sociedade
conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher".
- Igualdade jurídica dos filhos — a Constituição de 1988 acabou com a distinção entre os filhos naturais e
adotivos, assegurando que eles terão os mesmos direitos e qualificações, bem como vedou qualquer tratamento
discriminatório (art. 227, § 6°). Agora que dimensionamos o Direito de Família, vamos continuar o estudo dos
seus pilares.
Casamento
A nossa Constituição, em seu artigo 226, reconheceu a família como aquela que é constituída através do
casamento.
No ensinamento de Gilberto Cotrim, o casamento é “a união do homem e da mulher, de conformidade com a lei, a
fim de compartilharem plenamente suas vidas”. Isso pode ser observado também no nosso Código Civil através
da redação do artigo 1.511:
Art. 1.511. O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos
cônjuges.
Com base na expressão “de conformidade com a lei” utilizada pelo autor, explicaremos as formalidades para a
celebração do casamento.
Formalidades preliminares
O casamento é um ato solene e, como tal, a sua celebração é precedida de formalidades preliminares, realizadas
em um procedimento próprio, definido processo de habilitação do casamento, que corre perante o oficial do
Cartório de Registro Civil. O artigo 1.525 do Código Civil disciplina essas formalidades, que devem ser
observadas pelos nubentes da seguinte forma: Art. 1.525.0 requerimento de habilitação para o casamento será
firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido. por procurador, e deve ser instruído com os
seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente;
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra;
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III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir
impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem
conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento,
transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Vamos verificar a sua aplicação ao conteúdo já assimilado nesta aula? Nesse dispositivo legal podemos ver um
dos princípios que regem o Direito de Família, que tal identificá-lo no texto legal?
R.: O caput do artigo explicita um dos princípios que regem o Direito de Família, que é o do livre matrimônio, ou
seja, o casamento deve ser fruto da vontade dos nubentes. Isso pode ser visto no trecho no qual o legislador
exige que o casal faça o requerimento de próprio punho, ou através de procurador com poderes específicos para
isso.
Após a apresentação da documentação necessária pelos pretendentes, o oficial do cartório os proclamas do
casamento.
Proclama é o aviso noticiando o casamento, devendo ser afixado em lugar público. Isso pode ser verificado
através do artigo 1.527 do Código Civil:
Art. 1.527.Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas
circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se
houver.
Essa publicidade da celebração do casamento é regra geral, porém, o legislador também previu algumas
situações em que poderá ocorrer a dispensa do proclama, como podemos observar através da leitura do
parágrafo único do mencionado dispositivo legal:
Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação.
A autoridade competente a quem o legislador de refere é o juiz que autorizará a dispensa do proclama em
situações de urgência como: moléstia grave de um dos nubentes que está prestes a morrer; a necessidade de
viagem inadiável, etc.
A celebração do casamento se efetuaráno dia, na hora e no lugar previamente designados pela autoridade que irá
presidir o ato. No momento da celebração, o presidente do ato deverá ouvir dos nubentes a afirmação de que
persistem no proposito de casarem por livre e espontânea vontade. Depois da celebração do casamento, este
deverá ser assentado no Livro de Registros.
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Esse registro é extrema importância, pois o casamento em nosso País se prova através da Certidão de
Casamento, feito ao tempo de sua celebração. Isso pode ser verificado através da leitura do artigo 1.543 do
Código Civil:
Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão de registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
Deveres do Casamento:
Após a celebração do casamento temos o início da família matrimonial, que traz direitos e deveres para os
cônjuges.
O artigo 1.566 descreve os deveres dos cônjuges na forma abaixo:
I - fidelidade recíproca;
II - vida cm comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência;
IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
Regime de bens entre os cônjuges:
De acordo com o magistério de Gilberto Cotrim, o regime de bens "é o conjunto de normas que regulamentam os
interesses econômicos dos cônjuges durante o casamento".
O Código Civil prevê quatro regimes tipos de regime de bens:
• comunhão parcial;
• comunhão universal;
• da participação final nos aquestos;
• separação de bens.
Compete aos nubentes, antes da celebração do casamento, estipular o que julgam conveniente em relação aos
seus bens. Esta convenção anterior ao casamento é denominada de pacto antenupcial.
Caso não façam essa convenção, vigorará, em relação aos bens dos cônjuges, o regime da comunhão parcial.
Entretanto,se não quiserem esse regime e sim um dos trás que restam, deverão celebrar o pacto antenupcial, no
qual manifestarão a sua escolha.
De acordo com o artigo 1.667 do Código Civil, a comunhão universal importa na comunicação de todos os bens
presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas. O legislador. no artigo 1.668 do Código Civil. excluiu.
dentre outros, da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar:
II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário. antes de realizada a condição
suspensiva:
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III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em
proveito comum:
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade:
Regime da participação final nos aquestos
Através desse regime, cada cônjuge possui patrimônio próprio e lhe cabe, à época da dissolução da sociedade
conjugal, direito à metade dos bens adquiridos pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento. Com
base nisso, podemos diferenciar esse regime da comunhão parcial. Na participação final dos aquestos, somente
os bens adquiridos onerosamente, em conjunto pelo casal, entrarão na divisão, enquanto que na comunhão
parcial todos os bens adquiridos na constância do casamento entrarão na divisão.
Separação de bens
Através desse regime, os bens permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os
poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. Cabe ressaltar ainda que ambos os cônjuges são obrigados a
contribuir para as despesas do casal, na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo
estipulação em contrário no pacto antenupcial (art. 1.688).
Dissolução do casamento
O artigo 1.571 do Código Civil disciplina que a sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial;
IV - pelo divórcio.
Entretanto, precisamos explicar a separação judicial e o divórcio de acordo com a disciplina trazida pelo Código
Civil para compreendermos a Emenda Constitucional 66/2010.
Através da separação judicial, ocorria a separação de corpos e de bens, mas não havia a extinção dos laços
matrimoniais, isso é. do casamento. A separação poderia ser de duas espécies:
Consensual — na qual há o mútuo consentimento dos cônjuges, manifestado perante o juiz. Só era admitida se
os cônjuges fossem casados a mais de um ano.
Litigiosa — que pode ser pedida por apenas um dos cônjuges, qualquer que seja o tempo do casamento, quando
o outro praticou ato considerado grave violação dos deveres do casamento e que torne insuportável a vida em
comum.
O divórcio. por sua vez, é o mecanismo judicial que extingue o casamento, permitindo aos divorciados celebração
de novo casamento.
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A Constituição disciplinava que o divórcio somente poderia ser concedido depois: - de um ano da decisão que
proferiu a separação judicial (divórcio indireto); - de comprovada a separação de fato (de corpos) por mais de
dois anos.
Em 2010 foi publicada a Emenda Constitucional 66 que disciplinou que os casais que desejam se divorciar
podem fazê-lo sem a necessidade da separação prévia. A medida extinguiu os prazos que eram obrigatórios para
dar entrada no pedido.
De acordo com a mencionada Emenda para pedir o divórcio, basta o advogado representante do casal se dirigir a
qualquer tabelionato de notas com a certidão de casamento, o RG e o CPF.
Entidade familiar
Ao iniciarmos a nossa aula vimos que o Direito de Família tem como pilar o casamento. a união estável e a
filiação. O legislador constituinte disciplinou que a família é constituída através do casamento, mas reconheceu
como entidades familiares a união estável e a família monoparental. Vamos conhecer os principais aspectos de
cada uma dessas entidades familiares?
União Estável
A união estável é a convivência pública, contínua e duradoura entre o homem e a mulher, com o objetivo de
constituição de família. Considera-se a união estável como entidade familiar. sendo esta a razão que motivou o
legislador constituinte a orientar a conversão em casamento. Da definição de união estável podemos retirar os
seus requisitos:
- Convivência prolongada entre um homem e uma mulher como se casados fossem;
- ausência de impedimento para casarem um com o outro, ou separados de fato ou de direito dos respectivos
cônjuges:
- A união não pode ser adulterina ou incestuosa, nem concomitante com outras uniões.
Observe que a definição trata de convivência prolongada e não exige um período de tempo específico, mas sim
que a convivência tenha como objetivo ser duradoura. A união estável traz para os companheiros os mesmos
deveres que o casamento:
- lealdade;
- respeito;
- assistência e guarda dos filhos.
Família monoparental
O legislador constituinte reconheceu também como entidade familiar a família monoparental, que é formada por
qualquer dos pais e seus descendentes. O legislador no artigo 226 da Constituição, ao reconhecer a união estável
e a família monoparental como entidades familiares, não foi taxativo, ou seja, não fechou o reconhecimento para
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outros modelos que se apresentassem ao longo do tempo. Isso fundamentou a decisão do Supremo Tribunal
Federal ao reconhecer a união de pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, denominada união
homoafetiva.
O que vem na próxima aula
•O poder familiar;
• s institutos da tutela e da curatela; O
• violência doméstica. A 
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• compreendeu a visão constitucional de família;
• aprendeu sobre o casamento, seus princípios, suas formalidades, deveres, regime de bens e as formas de 
dissolução;
• analisou as demais entidades familiares.
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	Olá!
	1 Introdução
	Função procriativa
	Função educativa
	Função emocional
	Função econômica
	2 Princípios do Direito da Família
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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