Buscar

RESUMO-DIREITO-FAMÍLIA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 55 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo de Direito de Família 
 
 
1 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
DIREITO DE FAMÍLIA 
 
I – CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
 
Antes de mais nada, é preciso consignar a existência dos 
seguintes princípios constitucionais informadores do Direito de 
Família (Carlos Alberto Bittar): 
- princípio da família como base da sociedade; 
- princípio da igualdade entre homens e 
mulheres na sociedade conjugal; 
- princípio da dissolubilidade do vínculo 
matrimonial; 
- princípio da igualdade de direitos entre 
filhos; 
- princípio da identificação de direitos 
fundamentais da criança, do adolescente e do idoso; 
- princípio da proteção à entidade familiar 
- princípio do casamento como formador da 
família. 
 
A propósito, a Constituição Federal de 1988 reconhece a família 
como base da sociedade e considera como entidade familiar não 
somente aquela formada pelo casamento, como também a resultante 
de união estável entre o homem e a mulher (art. 226, §3°) e a 
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. 
 
Diante disso, pode-se Classificar a família em: 
I - legítima ou matrimonial- resultante do casamento; 
II - natural ou não matrimonial - resultante da união estável; 
III – monoparental - resultante da comunidade formada por qualquer 
dos pais e seus filhos. 
IV - anaparental – Conceitua-se como sendo aquela família unida por 
algum parentesco, mas sem a presença de pais. É constituída pela 
convivência entre parentes dentro de um mesmo lar, com objetivos 
comuns, sejam eles de afinidade ou até mesmo econômico. Podemos 
citar como exemplo: dois irmãos ou primos que convivem juntos. 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
2 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
V – homoafetiva – Esta espécie de família é constituída por pessoas 
do mesmo sexo, unidas por laços afetivos. 
VI – Substituta – A família substituta é aquela oriunda da adoção, 
seja esta temporária ou permanente. Nessa espécie de família, os 
membros não são aliados por laços sanguíneos, mas sim por 
afinidade, carinho, compaixão e amor, ou seja, os pais não são os 
pais biológicos dos filhos, mas agem como assim o fossem. 
 
II - DO CASAMENTO 
1 – CONCEITO: É o ato solene pelo qual um homem e uma mulher 
se unem, de conformidade com a lei, a fim de legitimarem suas 
relações sexuais, prestarem mútuo auxílio espiritual e material, 
procriarem e educarem a prole comum. Gera a família legítima ou 
matrimonial. 
Segundo o Código Civil, "o casamento estabelece comunhão plena de 
vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges", 
sendo "defeso a qualquer pessoa, de direito público ou privado, 
interferir na comunhão de vida instituída pela família". 
 
2- NATUREZA JURÍDICA: 
- Teoria contratualista ou individualista - originária do direito 
canônico, considera o casamento como um contrato civil; 
- Teoria institucionalista ou supra-individualista - adotada por 
Maria Helena Diniz e por Amoldo Wald - considera o casamento como 
uma instituição social, retratando uma situação jurídica que surge da 
vontade dos nubentes, sujeita, entretanto, às normas, forma e 
efeitos preestabelecidos em lei; 
- Teoria eclética ou mista - adotada pela doutrina moderna 
considera o casamento como um ato complexo, que se caracteriza 
como um contrato em sua formação e como uma instituição no seu 
conteúdo. 
 
3 - CARACTERES: 
- liberdade de escolha do nubente; 
- solenidade do ato nupcial; 
- caráter público da legislação respectiva; exclusividade de união; 
- permanência da união (diferente de indissolubilidade). 
 
 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
3 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
4 - ESPONSAIS, PROMESSA DE CASAMENTO OU NOIVADO. 
É o "compromisso de casamento entre duas pessoas 
desimpedidas, de sexo diferente, com o escopo de possibilitar que se 
conheçam melhor, que aquilatem suas afinidades e gostos" (Antônio 
Chaves, citado por MHD). 
Anteriormente, nosso ordenamento jurídico atribuía natureza 
contratual aos esponsais, cujo inadimplemento resolvia-se em perdas 
e danos. Entretanto, a Lei de Casamento Civil de 1890, o Código Civil 
de 1916 e o novo Código Civil deixaram de regulamentar 
expressamente o instituto. 
Não obstante isso admite-se, excepcionalmente, a 
responsabilidade extracontratual ou aquilina, no caso de rompimento 
dos esponsais e desde que verificados os requisitos para tanto, 
dentre os quais pode-se citar os seguintes: 
1 - livre formalização da promessa de casamento pelo noivo 
responsável pelo rompimento; 
2 – recusa deste em cumprir tal promessa; 
3 - ausência de motivo justo; 
4 - ocorrência de um dano. 
Essa recusa culposa ou dolosa ao cumprimento da promessa de 
casamento, embora não se caracterize como inadimplemento 
contratual, pode, em casos excepcionais, acarretar consequências 
como a devolução dos presentes trocados e a indenização por danos 
morais e materiais ao não responsável pelo rompimento dos 
esponsais. 
Jurisprudência sobre o assunto: 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ 
RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO 
– DANO MORAL – ROMPIMENTO DE 
NOIVADO – 1. FALTA DE MOTIVO PARA A 
RUPTURA DO NOIVADO – FATO QUE GERA 
A RESPONSABILIDADE – 2 . AFIRMAÇÃO DA 
AUTORA NA PETIÇÃO INICIAL DO 
ROMPIMENTO SEM MOTIVO PLAUSÍVEL – 
FATO NÃO IMPUGNADO PELO RÉU NA 
CONTESTAÇÃO – PRESUME-SE 
VERDADEIRO (CPC, ART. 302, CAPUT) – 3 . 
RÉU QUE MUDA A VERSÃO DA CAUSA DA 
RUPTURA – CONDUTA DAS PARTES – 
EFICÁCIA PROBATÓRIA – 4 . DANO MORAL 
PELA DOR, SOFRIMENTO DA AUTORA PELO 
ROMPIMENTO DO NOIVADO NAS VÉSPERAS 
DO CASAMENTO – CONFIGURAÇÃO – 5 . 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
4 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
FIXAÇÃO DO VALOR DO DANO MORAL – 
OBSERVÂNCIA DA SITUAÇÃO 
SÓCIOECONÔMICA DA VÍTIMA E DO 
OFENSOR – REPERCUSSÃO DO FATO – 
VALOR QUE DEVE SER FIXADO COM BOM-
SENSO – RECURSO PROVIDO. 
O noivado não tem sentido de 
obrigator iedade. Pode ser rompido de modo 
uni lateral até o momento da celebração do 
casamento, mas a ruptura imotivada gera 
responsabi l idade civi l , inclusive por dano 
moral. 
O valor do dano moral tem efe i to reparatór io 
ou compensatór io ( reparar ou compensar a dor 
sof r ida pela v í t ima) e também o efe i to puni t ivo 
ou repress ivo (para que o réu não cometa 
out ros fatos desta natureza) . A f ixação do 
valor não pode ser também fator de 
enr iquecimento fác i l e indevido da ví t ima. A 
reparação é um sucedâneo da dor , do 
sof r imento. 
TJPR – AC 52.648-3 – 4ª C.Cív. – Rel . Ju iz 
Conv. Lauro Laer tes de Ol ive i ra – DJPR 
11.05.199805.11.1998 
 
Mais a inda: 
TJMT - Tr ibunal de Just iça do Mato Grosso. 
QUARTA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE 
APELAÇÃO CÍVEL Nº 73459/2006 - CLASSE I I 
- 20 - COMARCA DE VÁRZEA GRANDE. 
Par tes: APELANTE: VIVIANE DA CUNHA 
BARBOSA. APELADO: JÂNIO YAMAZAKI 
Ementa: 
DANO MORAL - ROMPIMENTO NOIVADO - 
AUSÊNCIA DE PROVAS DA EXISTÊNCIA DO 
NOIVADO - RECURSO IMPROVIDO. 
Não havendo prova segura da ex is tência d o 
noivado com promessa de casamento ent re a 
autora e o réu, inv iável se torna o defer imento 
da indenização por dano moral , embasado em 
rompimento de noivado. 
 
- UNIÕES HOMOAFETIVAS 
Os ministros do Supremo Tribunal Federal 
(STF), ao julgarem a Ação Diretade Inconstitucionalidade (ADI) 4277 
e a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
5 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
132, reconheceram a união estável para casais do mesmo sexo. As 
ações foram ajuizadas na Corte, respectivamente, pela Procuradoria-
Geral da República e pelo governador do Rio de Janeiro, Sérgio 
Cabral. 
O ministro Ayres Britto argumentou que o 
artigo 3º, inciso IV, da CF veda qualquer discriminação em virtude de 
sexo, raça, cor e que, nesse sentido, ninguém pode ser diminuído ou 
discriminado em função de sua preferência sexual. “O sexo das 
pessoas, salvo disposição contrária, não se presta para desigualação 
jurídica”, observou o ministro, para concluir que qualquer depreciação 
da união estável homoafetiva colide, portanto, com o inciso IV do 
artigo 3º da CF. 
Os ministros Luiz Fux, Ricardo Lewandowski, 
Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes, Marco Aurélio, Celso de Mello e 
Cezar Peluso, bem como as ministras Cármen Lúcia Antunes Rocha e 
Ellen Gracie, acompanharam o entendimento do ministro Ayres Britto, 
pela procedência das ações e com efeito vinculante, no sentido de dar 
interpretação conforme a Constituição Federal para excluir qualquer 
significado do artigo 1.723 do Código Civil que impeça o 
reconhecimento da união entre pessoas do mesmo sexo como 
entidade familiar. 
OBS: 
 A IN 52/2012 do INSS permitiu o requerimento de pensão por 
morte nos casos de uniões homoafetivas. 
 O CFM editou resolução permitindo a utilização de técnicas de 
reprodução assistida entre casais homoafetivos. 
 Conforme o texto da resolução 175 do CNJ, caso algum cartório se 
recuse a concretizar o casamento civil entre pessoas do mesmo 
sexo, o cidadão deverá informar o juiz corregedor do Tribunal de 
Justiça local e, “a recusa implicará imediata comunicação ao 
respectivo juiz corregedor para providências cabíveis." 
 
5 - CASAMENTO CIVIL E RELIGIOSO 
Atualmente, por força do disposto na Constituição e na 
legislação infraconstitucional, "o casamento é civil" (art. 226, §1°) e 
"o casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei" (art. 226, 
§2°), ou seja, desde que atenda às exigências legais para a validade 
do casamento civil. 
O casamento religioso, para que tenha tal efeito, deve se 
realizar por uma das seguintes formas: 
1 - mediante prévia habilitação, seguida da celebração pela 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
6 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
autoridade eclesiástica e de sua comunicação (pelo celebrante ou por 
qualquer interessado) ao ofício competente, no prazo de 90 dias a 
contar da realização. Após esse prazo, o registro dependerá de nova 
habilitação; 
2 - sem habilitação anterior à celebração, devendo o casal requerer o 
registro do casamento religioso no registro civil, a qualquer tempo, 
após a necessária habilitação perante a autoridade competente. O 
requerimento de registro, neste caso, deve ser feito no prazo de 
eficácia da habilitação. 
Em qualquer caso, o registro produzirá efeitos jurídicos a contar 
da celebração do casamento (art. 1.515, CC/2002). 
De acordo com o art. 1.516, §3°, do Código Civil, será nulo o 
registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos 
consorciados houver contraído com outrem casamento civil. 
 
6 - DO PROCESSO DE HABILITAÇÃO PARA O CASAMENTO 
O casamento, dada a importância social de que se reveste, 
encontra-se sujeito a diversas formalidades prescritas em lei, razão 
pela qual é considerado por muitos autores como um dos atos mais 
solenes que existem em nosso ordenamento jurídico. 
Dentre essas formalidades pode-se citar a prévia habilitação 
matrimonial, que se destina a constatar a capacidade para o 
casamento e a inexistência de impedimentos matrimoniais, bem 
como a dar publicidade à pretensão dos nubentes. O requerimento 
respectivo deve ser assinado de próprio punho por ambos os 
nubentes, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com 
os seguintes documentos: 
1 - certidão de nascimento dos noivos ou documento equivalente; 
2 - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal 
estiverem, ou ato judicial que a supra; 
3 - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que 
atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento, que os iniba 
de casar; 
4 - declaração do estado civil, do domicilio e da residência atual dos 
contraentes e de seus pais, se forem conhecidos (memorial), sendo 
que o Ministério Público pode exigir a apresentação de atestado de 
residência firmado pela autoridade policial ou outro elemento de 
convicção admitido em direito; 
5 - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de 
nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do 
registro da sentença de divórcio; 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
7 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
6 - certificado de exame pré-nupcial, no caso de casamento entre 
colaterais do 3° grau (Decreto-lei nº 3.200/41). 
Tal requerimento deve ser dirigido ao cartório do domicílio de 
ambos os nubentes ou, se domiciliados em municípios ou distritos 
diversos, perante o Cartório de Registro Civil de qualquer deles, 
publicando-se, entretanto, o edital em ambos. 
É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito 
dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como 
sobre os diversos regimes de bens. 
Apresentada tal documentação e estando ela em ordem, o 
oficial extrairá o edital (proclamas), que se afixará, durante quinze 
dias, nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, 
obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver. 
Após as demais formalidades necessárias, dentre as quais se 
incluem a oitiva do MP, o decurso do prazo de 15 dias a contar da 
expedição dos editais, o julgamento de eventuais impugnações e 
oposições de impedimentos. 
Em seguida, verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial 
do registro extrairá o certificado de habilitação. A eficácia da 
habilitação será de 90 dias, a contar da data em que for extraído o 
certificado (prazo de caducidade). A não realização do casamento em 
tal prazo impõe a renovação do processo de habilitação matrimonial, 
para que seja possível celebrá-lo posteriormente. 
Nessa fase da habilitação, o Juiz só se pronunciará se 
houverem impugnações. Caso contrário, após a oitiva do MP e demais 
formalidades acima, o oficial já poderá emitir o certificado de 
habilitação. 
Admite-se a justificação de fato necessário à habilitação para 
o casamento (art. 68 da LRP), cujos autos devem ser anexados ao 
processo de habilitação matrimonial. . 
Havendo urgência, admite-se a dispensa de proclamas pela 
autoridade judiciária competente. 
OBS: A V Jornada de Direito Civil realizada em 2011 estabeleceu o 
entendimento de que o Juiz pode dispensara apenas o prazo das 
proclamas, mas não a publicação. 
O Código Civil assegura a gratuidade da celebração do 
casamento e, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as 
penas da lei, também da habilitação, do registro e da primeira 
certidão. 
 
 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
8 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
7 - IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS E CAUSASSUSPENSIVAS 
- Conceito - "Impedimento matrimonial é a ausência de requisito ou 
a existência de qualidade que a lei articulou entre as condições que 
invalidam ou apenas proíbem a união civil" (Pontes de Miranda). 
Segundo Maria Helena Diniz, "a causa suspensiva da celebração do 
matrimônio é denominada por alguns autores de impedimento 
impediente ou meramente proibitivo ou, ainda, de impedimento 
suspensivo. Mas, na verdade, não se trata de impedimento, visto ser 
fato suspensivo do processo de celebração". 
- Distinção entre incapacidade e impedimento/causa 
suspensiva Incapacidade é a proibição de a pessoa casar-se com 
quem quer que seja, ao passo que o impedimento e as causas 
suspensivas consistem na proibição de casar-se com determinada ou 
determinadas pessoas. O impedimento e a causa suspensiva estão 
ligados à idéia de falta de legitimação. O Código Civil faz tal 
diferenciação, arrolando os impedimentos matrimoniais no art. 1.521, 
tratando das causas de incapacidade no capítulo da "invalidação do 
casamento" e intitulando como "causas suspensivas" os 
anteriormente chamados impedimentos impedientes ou proibitivos 
(arts. 1.523 e s.). 
- Incapacidade para o casamento - O homem e a mulher com 16 
anos (idade núbil) podem casar, exigindo-se autorização de ambos os 
pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a 
maioridade civil. Se houver divergência entre os pais, é assegurado a 
qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo. Até a 
celebração do casamento podem os pais, tutores ou curadores 
revogar a autorização. A denegação do consentimento, quando 
injusta, pode ser suprida pelo juiz. Excepcionalmente, será permitido 
o casamento de quem ainda não alcançou a idade núbil, para evitar 
imposição ou cumprimento de pena criminal (admite-se a 
interpretação extensiva, para aplicar a regra mesmo diante da 
possibilidade de imposição ou cumprimento de medida sócio-
educativa) ou em caso de gravidez. Entretanto, em todos esses casos 
em que houver necessidade de suprimento judicial, será obrigatório o 
regime da separação de bens. 
- Impedimentos matrimoniais - Correspondem aos anteriormente 
denominados impedimentos dirimentes públicos ou absolutos e têm 
por base razões éticas, baseadas no interesse público. Sua 
inobservância acarreta a nulidade do casamento. 
 São os seguintes casos: 
a) Resultantes do parentesco: 
- Impedimento de consangüinidade: ascendentes com descendentes, 
no caso de parentesco natural; os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
9 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
demais colaterais até o terceiro grau inclusive. Neste último caso, 
admite-se o casamento entre colaterais do terceiro grau, desde que 
dois médicos os examinem e lhes atestem a sanidade, afirmando não 
ser inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e 
da prole, a realização do casamento. Sobre o assunto, leciona Maria 
Helena Diniz: "o impedimento entre colaterais de 3° grau, isto é, 
entre tios e sobrinhas, não é mais invencível ante os termos dos arts. 
1° a 3° do Decreto-lei n.3.200, de 19 de abril de 1941, norma 
especial, que dispõe sobre a organização e proteção da família, e, por 
isso, recepcionada pelo novo Código Civil, apesar de anterior a ele.” 
- Impedimento de afinidade: os afins em linha reta. 
- Impedimento de adoção: ascendentes com descendentes, no caso 
de parentesco civil; o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o 
adotado com quem foi cônjuge do adotante; o adotado com o filho do 
adotante; 
b) Resultantes de vínculo: as pessoas 
casadas; 
c) Resultantes de crime: o cônjuge 
sobrevivente com o condenado por homicídio (doloso) ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. 
* Não mais estão impedidos de se casarem o 
cônjuge adúltero com o seu co-réu, por tal condenado. 
 
- Causas suspensivas do casamento. Correspondem aos 
anteriormente denominados impedimentos impedientes ou 
proibitivos, sendo estabelecidas no interesse da prole do leito 
anterior; ou no propósito de evitar a confusio sanguinis, em caso de 
segundas núpcias; ou então, no interesse do nubente, 
presumivelmente influenciado pelo outro cônjuge. Sua inobservância 
gera apenas alguns efeitos (ex.: obrigatoriedade do regime de 
separação de bens e hipoteca legal em conformidade com o art. 
1489, II, CC/2002), mas não invalida o casamento. 
 Os casos são os seguintes: 
- a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou por 
ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal, salvo se provar nascimento de 
filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo; 
 
- o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não 
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
- o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
10 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
partilha dos bens do casal; 
- o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados, ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, 
enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas 
as respectivas contas; 
Nos três últimos casos, é permitido aos 
nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas 
suspensivas, provando-se a inexistência de prejuízo, 
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa 
tutelada ou curatelada; 
Não mais se veda o casamento do juiz, ou 
escrivão e seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com órfão ou viúva, da circunscrição territorial onde 
um ou outro tiver exercício. 
As restrições que se caracterizavam como 
impedimentos dirimentes relativos ou privados na vigência do 
CC/1916 agora são apenas causas de anulabilidade do matrimônio, 
conforme se verá adiante. 
 
8 - DA OPOSICÃO DOS IMPEDIMENTOS E DAS CAUSAS 
SUSPENSIVAS 
É o ato praticado, antes da celebração do 
casamento, pelo qual a pessoa a que a lei atribui legitimidade, noticia 
a existência de impedimento matrimonial ou causa suspensiva do 
matrimônio ao oficial do Registro Civil perante o qual se processa a 
habilitação ou à autoridade competente para celebrar o casamento: 
Os impedimentos podem ser opostos, até o 
momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. 
Se o juiz, ou o oficial de registro tiver conhecimento da existência de 
algum impedimento, será obrigado a declará-lo. 
Por sua vez, as causas suspensivas da 
celebração do casamento somente podem ser arguidas pelos 
parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou 
afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também 
consanguíneos ou afins, dentro do prazo de 15 dias dos editais de 
proclamas. Carlos Roberto Gonçalves, contudo, esclarece: "Entende 
Pontes de Miranda que se deve admitir, também, a oposição do que 
fora casado com a mulher que quer novamente se casar antes dos 
trezentos dias, em caso de nulidade ou anulação de casamento, 
porque tal causa suspensiva (art. 183, XIV, do CC/1916, 
correspondente a art. 1.523, II, do atual) tem por fim evitar a 
turbatio sanguinis (Tratado de direito de família, 3. ed., 1947, v. /, § 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
11 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
25, n. 4)". 
Tanto os impedimentos quanto as causas 
suspensivas devem ser opostos em declaração escritae assinada, 
instruída com as provas do alegado, ou com a indicação do lugar 
onde possam ser obtidas. 
Havendo a oposição de impedimento ou de 
causa suspensiva, a habilitação ou a celebração devem ser 
imediatamente suspensas, só prosseguindo após decisão favorável 
aos nubentes. 
O oficial do registro dará aos nubentes ou, a 
seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as 
provas e o nome de quem a ofereceu. Podem os nubentes requerer 
prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados. 
Em seguida, o oficial remeterá os autos a 
juízo; produzidas as provas pelo oponente e pelos nubentes, no prazo 
de 10 dias, e ouvidos os interessados e o Órgão do MP em 05 dias, 
decidirá o juiz em igual prazo. 
Conforme esclarece Maria Helena Diniz, "a 
decisão no processo de habilitação não faz coisa julgada, logo, não 
obsta à propositura da ação de nulidade baseada no mesmo 
impedimento arguido". 
Podem os nubentes promover as ações civis e 
criminais contra o oponente de má-fé. 
 
9 – DA CELEBRACÃO DO CASAMENTO 
- Formalidades essenciais: 
a) petição dos nubentes dirigida à autoridade 
que houver de presidir o ato, acompanhada da certidão de 
habilitação, a fim de que designe data, hora e local para o ato; a 
solenidade realizar-se-á, em regra, na sede do cartório, ou, querendo 
as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício 
público ou particular; 
b) publicidade do ato nupcial, que deve ser 
celebrado a portas abertas; 
c) presença simultânea dos nubentes, em 
pessoa ou por procurador especial, das testemunhas, do oficial do 
registro e do presidente do ato; 
d) afirmação dos nubentes de que pretendem 
casar por livre e espontânea vontade; 
e) declaração pelo presidente do ato de que 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
12 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
se encontra efetuado o casamento, nos seguintes termos: "De acordo 
com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos 
receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro 
casados". Pelo art.1.514 do Código Civil, o casamento se realiza no 
momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a 
sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara 
casados; 
f) lavratura do assento de matrimônio no livro 
de registro, a ser assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, 
pelas testemunhas e pelo oficial de registro - esta formalidade tem 
objetivo meramente probatório. 
- Casos de suspensão: 
a) se algum dos contraentes recusar a solene afirmação de sua 
vontade, declarar que esta não é livre e espontânea ou 
manifestar-se arrependido. 
OBS: O nubente que, por algum desses fatos, der causa à 
suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia; 
b) oposição séria de impedimento; 
c) retratação do consentimento dos pais, tutor ou curador, cuja 
autorização for necessária; 
d) revogação da procuração, no caso de o casamento ser realizado 
mediante a apresentação da mesma. 
- Número de testemunhas: 
a) se o casamento for realizado na casa de audiências - duas 
testemunhas, parentes ou não dos contraentes; 
b) se o casamento for realizado em casa particular e se algum dos 
contraentes não souber ou não puder escrever- quatro 
testemunhas; 
c) se o casamento for realizado no local onde se encontrar um dos 
nubentes, por estar acometido de moléstia grave - duas 
testemunhas que saibam ler e escrever; 
d) casamento nuncupativo - seis testemunhas que com os 
nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na 
colateral, até segundo grau; 
 Outras formas de casamento: 
 Casamento por procuração - O casamento pode celebrar-se 
mediante procuração, por instrumento público, que outorgue 
poderes especiais ao mandatário para receber, em nome do 
outorgante, o outro contraente. A eficácia do mandato não 
pode ultrapassar 90 dias. Pode o mandato ser revogado apenas 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
13 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
por instrumento público e, neste caso, não necessita chegar ao 
conhecimento do mandatário. Entretanto, se houver revogação 
e o casamento mesmo assim for celebrado sem que o 
mandatário ou o outro contraente dela tenham ciência, 
responde o mandante por perdas e danos, além de se tornar 
anulável o matrimônio, salvo, quanto a este último efeito, se 
tiver sobrevindo coabitação- entre os cônjuges. 
OBS: Sendo o casamento realizado no Brasil, pode o estrangeiro 
casar mediante procuração, ainda que a lei de seu país seja 
omissa ou contrária a esse casamento (art. 7°, §1°, da LlNJB – 
antiga LICC). 
 Casamento no caso de moléstia grave de um dos contraentes - 
O presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o 
impedido, e, sendo urgente, ainda à noite, perante duas 
testemunhas, que saibam ler e escrever. 
A falta ou o impedimento da autoridade 
competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer de 
seus substitutos legais, e a do oficial do registro civil por outro ad 
hoc, nomeado pelo presidente do ato. O termo avulso que o oficial ad 
hoc lavrar será registrado no respectivo registro dentro em cinco 
dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado. 
 Casamento nuncupativo ou in extremis vitae momentis ou in 
articulo mortis - Quando um dos nubentes se encontrar em 
iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à 
qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o 
casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que 
com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou/na 
colateral, em segundo grau. O nubente que não estiver em 
iminente risco de vida poderá fazer-se representar no 
casamento nuncupativo. 
Realizado o casamento, devem as 
testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima, 
dentro em dez dias, pedindo que lhes tome por termo a declaração 
de que foram convocadas por parte do enfermo, que este parecia em 
perigo de vida, mas em seu juízo, e que, em sua presença, 
declararam os contraentes, livres e espontaneamente, receber-se por 
marido e mulher. 
Se as testemunhas não comparecerem 
espontaneamente, poderá qualquer interessado requerer a sua 
notificação. Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz 
procederá as diligências para verificar se os contraentes podiam ter-
se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o 
requererem, dentro em quinze dias. Se o Juiz que colher as 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
14 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
declarações não for o competente, deve encaminhá-las, depois de 
autuadas, à autoridade que o for, para a adoção das aludidas 
providências. 
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o 
casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso 
voluntário às partes. Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela 
passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará 
registrá-la no livro de Registro de Casamentos. 
O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos 
do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração. 
Serão dispensadas as aludidas formalidades, se o enfermo 
convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade 
competente e do oficial do registro. 
Sobre o assunto, leciona Carlos Roberto 
Gonçalves: "Não se trata de novo casamento, mas de confirmação do 
já realizado. Essa ratificação faz-se por termo no livro de Registro de 
Casamentos, devendo vir assinada tambémpelo outro cônjuge e por 
duas testemunhas. Antes da lavratura do termo, exige-se os 
documentos do art. 1.525 e o certificado do art. 1.531, 
comprobatório da inexistência de impedimentos. Se, porém, o 
restabelecimento - ocorrer após já efetuado o registro, não se faz 
necessária a ratificação". 
 Casamento perante autoridade diplomática ou consular - "O 
casamento de estrangeiros pode celebrar-se perante as 
autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os 
nubentes". Valerá no Brasil, como se tivesse sido realizado no 
exterior. Sendo ambos os nubentes brasileiros, poderá o 
casamento ser realizado perante nosso cônsul, desde que a 
legislação local reconheça efeitos aos casamentos assim 
celebrados. Todavia, este casamento deve ser registrado no 
Brasil. 
 
10 - PROVAS DO CASAMENTO: 
- Diretas: 
a) Específicas: 
1. casamento celebrado no Brasil- certidão do registro (sistema da 
prova pré-constituída); 
2. casamento celebrado fora do Brasil - de acordo com a lei do 
país onde se celebrou (locus regit actum), devendo o 
documento estrangeiro ser autenticado, segundo as leis 
consulares para produzir efeitos no Brasil; 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
15 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
3. casamento contraído perante agente consular brasileiro - 
certidão do assento no registro do consulado. Entretanto, o 
casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as 
respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser 
registrado em 180 (cento e oitenta) dias, a contar da volta de 
um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do 
respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1° Ofício da Capital 
do Estado em que passarem a residir. 
b) Supletórias: qualquer outra espécie de prova, se restar justificada 
a falta ou a perda do registro civil. 
c) Indiretas: posse do estado de casado - "É a situação ostensiva de 
duas pessoas de sexo diverso que vive como marido e mulher, no 
propósito de figurar como tal aos olhos de todos". 
c.1) Requisitos: 
- nomen - uso pela mulher do nome do marido; 
- tractatus - serem os cônjuges tratados como casados e; 
- fama - reconhecimento pela sociedade de sua condição de 
cônjuges. 
Em regra o matrimônio não se presume. 
Somente excepcionalmente se admite a prova do casamento pela 
"posse do estado de casado", desde que estejam satisfeitos os 
seguintes requisitos: impossibilidade de os cônjuges manifestarem 
vontade, inclusive no caso de terem falecido; comprovação 
exclusivamente em benefício da prole comum; ausência de prova 
direta do casamento; e ausência de certidão do Registro Civil que 
prove que já era casada alguma daquelas pessoas, quando contraiu o 
casamento impugnado. 
A "posse do estado de casado" também se 
presta a autorizar o julgamento em favor do casamento, quando os 
cônjuges viverem ou tiverem vivido em tal situação e houver dúvida 
nas provas favoráveis e contrárias. In dubio pro matrimonio. 
Alguns autores vislumbram na "posse do 
estado de casado" um elemento saneador de eventuais defeitos de 
formação do casamento. Entretanto, Caio Mário da Silva Pereira 
leciona que a regra in dubio pro matrimonio, sugerida pela posse de 
estado, é acolhida para dirimir a incerteza se ocorreu ou não o ato de 
sua celebração, mas é inidôneo para convalescer um vício que o 
invalida. 
- Prova da celebração de casamento 
resultante- de processo judicial- o registro da sentença no livro do 
Registro Civil produzirá todos os efeitos civis desde a data do 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
16 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
casamento, tanto no que tange aos cônjuges como no que diz 
respeito aos filhos. 
 
11 - DEFEITOS DO CASAMENTO 
 - Casamento Inexistente - não previsto 
no Código Civil e criticado por alguns autores. Pode-se citar, dentre 
outros, os seguintes casos: 
a) inexistência de celebração; 
b) inexistência de manifestação de vontade 
dos nubentes. 
- Efeitos: Em princípio, dispensa ação judicial 
para sua desconstituição, eis que não há o que desconstituir. 
Entretanto, havendo registro ou sendo necessária a produção de 
provas, pode se tornar necessária a propositura de ação judicial para 
a desconstituição deste (registro), em obediência aos princípios do 
contraditório e da ampla defesa. Não se convalida pela ratificação ou 
pela prescrição, nem admite declaração de putatividade. 
 
- Casamento nulo - Casos: 
a) contraído com infringência de impedimento. 
Efeitos: 
a) podem requerer a declaração da nulidade, 
através de ação direta, qualquer interessado e o Ministério Público; 
b) não se encontra sujeito a prazo 
prescricional ou decadencial, não podendo ser suprido ou ratificado; 
c) admite a declaração de putatividade; 
d) requer pronunciamento judicial para sua 
invalidação, não podendo ser decretada de oficio pelo juiz; 
e) a sentença que decretar a nulidade do 
casamento retroagirá à data da sua celebração (efeitos ex tunc), sem 
prejudicar a aquisição de direitos, a título oneroso, por terceiros de 
boa-fé, nem a resultante de sentença transitada em julgado. 
Ressalvam-se, ainda, algumas consequências que não são 
prejudicadas pelo efeito ex tunc da decretação da nulidade, tais 
como: comprovação da filiação, proibição do casamento nos 10 
meses subsequentes à dissolução da sociedade e do vínculo conjugal 
pela sentença que decreta a nulidade, etc.; 
f) é decretada no interesse de toda a 
coletividade; 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
17 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
g) ainda que nenhum dos cônjuges esteja de 
boa-fé ao contrair o casamento, seus efeitos civis aproveitarão aos 
filhos comuns; 
h) quando o casamento é anulado por culpa 
de um dos cônjuges, este incorre na perda de todas as vantagens 
havidas do cônjuge inocente e na obrigação de cumprir as 
promessas, que lhe fez, no contrato antenupcial; 
i) admite prévia separação de corpos 
 
- Casamento anulável: Casos: 
a) De quem não completou a idade mínima 
para casar. Têm legitimidade para requerer a anulação do casamento 
nesta hipótese: o próprio cônjuge menor, seus representantes legais 
e seus ascendentes. 
Entretanto, não se anulará, por motivo de 
idade, o casamento de que resultou gravidez. Não bastasse isso, o 
menor que não atingiu a idade núbil pode, depois de completá-la, 
confirmar seu casamento, com a autorização de seus representantes 
legais, se necessária, ou com suprimento judicial. O prazo 
decadencial para pleitear a anulação em tal caso é de 180 dias, a 
contar, para o menor, do dia em que perfizer 16 anos e, para seus 
representantes legais ou ascendentes, da data do casamento. 
b) Do menor em idade núbil, quando não 
autorizado por seu representante legal. Contudo, não se anulará o 
casamento quando à sua celebração houverem assistido os 
representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, 
manifestado sua aprovação. O casamento do menor em idade núbil; 
quando não autorizado por seu representante legal, só pode ser 
anulado se a ação for proposta em 180 dias, por iniciativa do incapaz, 
ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus 
herdeiros necessários. Tal prazo é contado do dia em que cessar a 
incapacidade, caso a ação seja proposta pelo incapaz; do dia do 
casamento, se proposta por seus representantes legais; e da morte 
do incapaz, se, proposta por seus herdeiros necessários. 
c) Por vício de vontade, se houver por parte 
de umdos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do 
outro. O prazo decadencial para pleitear a anulação no caso sub 
examine é de três anos, a contar da celebração do casamento. 
Considera-se erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge: 
c.1) o que diz respeito à sua identidade, sua 
honra e boa fama, sendo esse erro tal, que o seu conhecimento 
ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
18 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
c.2) a ignorância de crime, anterior ao 
casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida 
conjugal; 
c.3) a ignorância, anterior ao casamento, de 
defeito físico irremediável ou de moléstia grave e transmissível, pelo 
contágio ou herança, capaz de por em risco a saúde do outro cônjuge 
ou de sua descendência; 
c.4) a ignorância, anterior ao casamento, de 
defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de 
moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de 
pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; 
d) Por vício de vontade, se o casamento for 
contraído em virtude de coação, quando o consentimento de um ou 
de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor 
de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua 
ou de seus familiares. O prazo decadencial nessa hipótese é de 
quatro anos a contar da celebração. 
e) Do incapaz de consentir ou manifestar, de 
modo inequívoco, o consentimento. A anulação, neste caso, deve ser 
pleiteada no prazo de 180 dias a contar da celebração do casamento. 
f) Realizado pelo mandatário, sem que ele ou 
o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não 
sobrevindo coabitação entre os cônjuges. Equipara-se à revogação a 
invalidade do mandato judicialmente decretada. Neste caso, o prazo 
para pleitear a anulação é de cento e oitenta dias, a partir da data, 
em que o mandante tiver conhecimento da celebração. 
g) Por incompetência da autoridade 
celebrante. Todavia, subsiste o casamento celebrado por aquele que, 
sem possuir a competência exigida na lei, exercer publicamente as 
funções de juiz de casamentos e, nessa qualidade, tiver registrado o 
ato no Registro Civil. O prazo decadencial para se pleitear a anulação 
do casamento neste caso é de dois anos, a contar da celebração. 
 
Efeitos: 
a) a anulabilidade do casamento pode ser 
alegada apenas por algumas pessoas; 
b) O casamento anulável encontra-se sujeito a 
prazos decadenciais relativamente exíguos, podendo ser confirmado, 
tacitamente, pelo decurso do tempo; 
c) admite a declaração de putatividade; 
d) requer pronunciamento judicial para sua 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
19 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
invalidação, não podendo ser decretada de ofício pelo juiz; 
e) produz efeitos ex nunc; 
f) é decretada no interesse da vítima ou de 
um grupo de pessoas; 
g) ainda que nenhum dos cônjuges esteja de 
boa-fé ao contrair o casamento, seus efeitos civis aproveitarão aos 
filhos comuns; 
h) quando o casamento é anulado por culpa 
de um dos cônjuges, este incorre na perda de todas as vantagens 
havidas do cônjuge inocente e na obrigação de cumprir as 
promessas, que lhe fez, no contrato antenupcial. 
 
- Casamento irregular - contraído com infração a causa 
suspensiva. 
Efeitos: 
a) não acarreta a nulidade ou a anulabilidade 
do casamento; 
b) acarreta a obrigatoriedade do regime da 
separação de bens. 
 
- Casamento putativo - Casamento nulo ou anulável contraído de 
boa-fé por um ou por ambos os cônjuges, o qual produz todos os 
efeitos civis, quanto àquele ou àqueles que se encontravam de boa-fé 
e aos filhos, até o dia da sentença anulatória. A ignorância do vício 
que macula o casamento pode decorrer de erro de fato ou de direito, 
devendo aquela (ignorância) existir ao tempo da celebração. O 
casamento nulo ou anulável produz todos os efeitos em relação aos 
filhos comuns, ainda que nenhum dos cônjuges esteja de boa-fé ao 
contrair o matrimônio. 
 
- Ação de anulação ou de nulidade - Sujeita-se ao procedimento 
ordinário, com intervenção do MP. Admite prévia separação de corpos 
e arbitramento de alimentos provisionais. A sentença que declarar a 
nulidade ou anular o casamento, depois do trânsito em julgado, deve 
ser averbada no livro de casamento e não mais se sujeita ao reexame 
necessário, em virtude da alteração introduzida no art. 475, I, do CPC 
pela Lei n. 10.352, de 26/12/2001. 
 
 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
20 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
12 - DOS EFEITOS JURÍDICOS DO CASAMENTO 
Efeitos sociais: 
I - cria a família legítima; 
II - emancipa o cônjuge menor; 
III - estabelece o vínculo de afinidade entre 
um cônjuge e os parentes do outro. 
 
Efeitos pessoais: 
I - deveres de ambos os cônjuges: fidelidade 
recíproca, vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência, 
respeito e consideração; 
II - assunção pelos cônjuges da condição de 
consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família, 
havendo igualdade de direitos e deveres; 
III - direção conjunta da sociedade conjugal, 
no interesse do casal e dos filhos; havendo divergência, qualquer dos 
cônjuges pode recorrer ao juiz, que decidirá tendo em consideração 
tais interesses; se qualquer dos cônjuges estiver em lugar remoto ou 
não sabido, encarcerado por mais de cento e oitenta dias, interditado 
judicialmente ou privado, episodicamente, de consciência, em virtude 
de enfermidade ou de acidente, o outro exercerá com exclusividade a 
direção da família, cabendo-lhe a administração dos bens; 
IV - concorrer, na proporção de seus bens e 
dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação 
dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial; 
V - fixação conjunta do domicílio conjugal, 
podendo um e outro se ausentar dele para atender a encargos 
públicos, ao exercício de sua profissão ou a interesses particulares 
relevantes; 
VI - proteção do outro cônjuge em sua 
integridade física e/ou moral; 
VII - possibilidade de qualquer dos nubentes, 
querendo, acrescer ao seu o sobrenome do outro; 
VIII- guarda e educação dos filhos. 
 
Efeitos patrimoniais: 
I - decorrentes do regime de bens - serão analisados adiante; 
II - não decorrentes do regime de bens: 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
21 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
 restrições à liberdade de ação dos cônjuges: 
 um cônjuge não pode, sem a autorização do outro: 
 alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis, ainda que do 
domínio particular de qualquer deles; 
 pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; 
 prestar fiança ou aval; 
 fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou 
dos que possam integrar futura meação, salvo as doações 
nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem 
economia separada. 
Observações: 
Em caso de falta de autorização de um dos 
cônjuges, por motivo injusto ou por impossibilidade de concedê-la, 
admite-se seu suprimento judicial. 
A falta de autorização, não suprida pelo juiz, 
quando necessária, torna anulável o ato praticado, podendo o outro 
cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a 
sociedadeconjugal. A aprovação torna válido o ato, desde que feita 
por instrumento público, ou particular, autenticado. 
A decretação da invalidade dos atos 
praticados sem outorga, sem consentimento, ou sem suprimento do 
juiz, só pode ser demandada pelo cônjuge a quem cabia concedê-la, 
ou por seus herdeiros. 
A anulação dos aludidos atos assegura ao 
terceiro, prejudicado com a sentença favorável ao autor, direito 
regressivo contra o cônjuge que realizou o negócio jurídico, ou 
seus herdeiros; impenhorabilidade do bem de família; dever recíproco 
de sustento e de prestação de alimentos; direito sucessório do 
cônjuge sobrevivente. 
III- relações econômicas entre pais e filhos (decorrem mais do poder 
familiar e da relação de parentesco entre pais e filhos, do que 
propriamente do casamento): 
- dever de sustentar os filhos menores; 
- prestação de alimentos aos filhos; 
- administração dos bens do filho menor; 
- usufruto dos bens dos filhos que estiverem 
sob o poder familiar. 
 
 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
22 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
13 - DO REGIME DE BENS 
13.1-.CONSIDERACÕES GERAIS 
Regime de bens "é o estatuto que regula os interesses 
patrimoniais dos cônjuges durante o matrimônio" (SR). 
Início: na data do casamento. 
Término: com a dissolução da sociedade conjugal; pela morte de um 
dos cônjuges, pela separação judicial, pelo divórcio, pela anulação ou 
pela declaração de nulidade. 
Princípios: variedade de regimes, liberdade de 
pactos antenupciais (exceto se obrigatória a separação de bens) e 
imutabilidade relativa. A propósito, pelo Código Civil/2002, é 
admissível a alteração do regime de bens, mediante autorização 
judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a 
procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de 
terceiros. 
Pacto antenupcial - deve ser feito por 
escritura pública, sob pena de nulidade, e ser seguido do casamento, 
sob pena de ineficácia. Somente se afigura necessário no caso de 
adoção de regime diverso do legal. A eficácia do pacto antenupcial, 
realizado por menor, fica condicionada à aprovação de seu 
representante legal, salvo nas hipóteses de regime obrigatório de 
separação de bens. 
OBS: É nula a convenção ou cláusula dela que 
contravenha disposição absoluta da lei. 
 
Regimes legais: 
1 - comunhão parcial - é o regime que vigora 
na ausência de convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, desde que 
não seja obrigatória a separação de bens; 
2 - separação de bens - é obrigatória nos 
seguintes casos: 
a) inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
b) casamento de pessoa maior de 70 anos1 
c) casamento de todos os que dependerem, 
 
1
 10 Conforme adverte Carlos Roberto Gonçalves, "decidiu-se, porém (TJSP, 2ª Câm. Ap. 7.512-4-
SJRPreto, j. 18.;8-1998, v.u.), que já não vige tal restrição, por ser incompatível com as 
cláusulas constitucionais de tutela da dignidade da pessoa humana, da igualdade e da 
intimidade, bem como com a garantia do justo processo da lei, tomado na acepção substancial 
(CF, arts. 11, lU, e 51, I, Xe LlV)" 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
23 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
para casar, de suprimento judicial. 
 
Convenções antenupciais perante terceiros - As convenções 
antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de 
registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do 
domicílio dos cônjuges. Assim, na ausência de registro, vigorará, em 
relação a terceiros, o regime legal. 
Responsabilidade do cônjuge que estiver na 
posse de bens particulares do outro, perante ele e seus herdeiros: 
I - como usufrutuário, se o rendimento for 
comum; 
II - como procurador, se tiver mandato, 
expresso ou tácito, para os administrar; 
III - como depositário, se não for 
usufrutuário, nem procurador. 
 
13.2 - COMUNHÃO PARCIAL OU COMUNHÃO LIMITADA 
Conceito: "É aquele em que, basicamente, se excluem da comunhão 
os bens que os cônjuges possuem ao casar ou que venham a adquirir 
por causa anterior e alheia ao casamento, como as doações e 
sucessões; e em que entram na comunhão os bens adquiridos 
posteriormente" (SR). Com efeito, dispõe o art. 1.658 do Código 
Civil: "No regime da comunhão parcial, comunicam-se os bens que 
sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções 
dos artigos seguintes". 
 
Bens e dívidas excluídos da comunhão (incomunicáveis): 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar 
e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação 
ou por sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
OBS: "...0 imóvel adquirido antes do 
casamento sob regime de comunhão parcial de bens não integra o 
patrimônio comum. Ainda que o bem tenha sido financiado, o 
pagamento de algumas prestações, já vigente o regime de bens, 
torna a ex-esposa credora do executado na proporção de sua 
contribuição, mas não lhe assegura a condição de condômina ou 
meeira do imóvel que permanece sob propriedade exclusiva do 
marido" (TJDFT, 1a Câmara Cível, ARC 46995-DF, Rel.: José Hilário 
de Vasconcelos). 
II - os bens adquiridos com valores 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
24 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges, em sub-rogação 
dos bens particulares; 
III - as obrigações anteriores ao casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos 
ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; 
v - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada 
cônjuge; 
 
OBS: Acerca do assunto, Sílvio Rodrigues ressalta o seguinte: 
"Entretanto só os proventos, enquanto tais, não se comunicam. No 
exato instante em que se transformam em patrimônio, por exemplo, 
pela compra de bens, opera-se, em relação a estes, a comunhão, 
pela incidência da regra contida nos arts. 1.658 e 1.660, I, até 
porque não acrescente o inciso em exame, a hipótese e os bens sub-
rogados em seu lugar. 
Entendimento diverso contraria a essência do 
regime da comunhão parcial, e levaria ao absurdo de só se 
comunicarem os bens adquiridos com o produto de bens particulares 
e comuns ou pelo fato eventual, além dos destinados por doação ou 
herança ao casal. 
Aliás, é importante salientar que não apenas 
os bens adquiridos com os proventos do trabalho de um dos cônjuges 
entram para a comunhão, mas, também, o próprio dinheiro que 
constitui a remuneração, ao ser esta paga. O que o dispositivo busca 
evitar é apenas que, dissolvida a sociedade conjugal, seja partilhado 
o direito de cada cônjuge continuar a receber o seu salário. Maria 
Helena Diniz, contudo, parece discordar desse entendimento, ao 
lecionar que "o produto do trabalho dos consortes e os bens com ele 
adquiridos não se comunicam. Sobre eles têm os cônjuges todos os 
poderes de gozo, disposição e administração, exceto no que concerne 
aos imóveis, cuja alienação requer outorga marital ou uxória". 
 
VII - pensões (quantias pagas 
periodicamente, em razão da lei, decisão judicial, ato inter vivos ou 
causa mortis, a alguém, visando sua subsistência), meios-soldos 
(metade do soldo que o Estado paga a militar reformado), montepios 
(pensão paga pelo Estado aos herdeiros de funcionário falecido, em 
atividade ou não) e outras rendas semelhantes. 
OBS: Como alerta Carlos Roberto Gonçalves, "o que não se comunica 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.brResumo de Direito de Família 
 
 
25 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
é somente o direito ao percebimento desses benefícios às quantias 
mensalmente recebidas na constância do casamento, a esse título, 
porém, entram para o patrimônio do casal e comunicam-se logo que 
percebidas”. Aliás, a cláusula de inalienabilidade inclui a de 
incomunicabilidade. 
VIII - os bens cuja aquisição tiver por título 
uma causa anterior ao casamento; 
IX - as dívidas, contraídas por qualquer dos 
cônjuges na administração de seus bens particulares e em benefício 
destes; 
X - os direitos patrimoniais do autor, 
excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, salvo 
pacto antenupcial em contrário (art. 39, Lei n° 9.610/98). 
 
Entram na comunhão (comunicáveis): 
I - os bens adquiridos na constância do 
casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos 
cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, com 
ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior (ex.: loteria, 
avulsão etc.); 
III - os bens adquiridos por doação, herança 
ou legado em favor de ambos os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particulares de 
cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos 
particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do 
casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão; 
VI - as dívidas contraídas para atender aos 
encargos da família, às despesas de administração e às decorrentes 
de imposição legal. 
 
Bens móveis - presumem-se adquiridos na 
constância do casamento, quando não se provar com documento 
autêntico, que o foram em data anterior. 
Administração: A administração do patrimônio 
comum compete a qualquer dos cônjuges (sistema da co-gestão). 
Contudo, a anuência de ambos os cônjuges É necessária para os 
atos, a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens 
comuns. Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir é 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
26 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
administração a apenas um dos cônjuges. A administração e a 
disposição dos bem constitutivos do patrimônio particular competem 
ao cônjuge proprietário, salve convenção diversa em pacto 
antenupcial. 
Aquestos - nome que se dá aos bens 
adquiridos na constância do casamento. 
 
13.3- COMUNHÃO UNIVERSAL 
É o que importa a comunicação de todos os 
bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com 
algumas exceções previstas em lei. 
 
Bens e dívidas excluídos da comunhão (incomunicáveis): 
I - bens doados ou herdados com a cláusula 
de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; 
II - bens gravados de fideicomisso e o direito 
do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição 
suspensiva; 
III - dívidas anteriores ao casamento, salvo se 
provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em 
proveito comum; 
IV - doações antenupciais feitas por um dos 
cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de cada 
cônjuge; 
VII - pensões, meios-soldos, montepios e 
outras rendas semelhantes; 
VIII - os direitos patrimoniais do autor, 
excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, salvo 
pacto antenupcial em contrário (art. 39, Lei n° 9.610/98). 
OBS: A incomunicabilidade dos aludidos bens 
não se lhes estende aos frutos, quando se percebam ou vençam 
durante o casamento. 
Administração: A administração do patrimônio 
comum compete a qualquer dos cônjuges (sistema da co-gestão). 
Contudo, a anuência de ambos os cônjuges é necessária para os atos, 
a título gratuito, que impliquem cessão do uso ou gozo dos bens 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
27 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
comuns. Em caso de malversação dos bens, o juiz poderá atribuir a 
administração a apenas um dos cônjuges. A administração e a 
disposição dos bens constitutivos do patrimônio particular competem 
ao cônjuge proprietário, salvo convenção diversa em pacto 
antenupcial. 
Extinção da comunhão - Extinta a comunhão, 
por uma das formas de dissolução da sociedade conjugal, e efetuada 
a divisão do ativo e passivo, cessa a responsabilidade de cada um dos 
cônjuges para com os credores do outro. 
 
13.4 - PARTICIPACÃO FINAL NOS AQUESTOS 
Segundo Sílvio Rodrigues, "representa tal regime um regime 
híbrido, ou misto, ao prever a separação de bens na constância do 
casamento, preservando, cada cônjuge, seu patrimônio pessoal, com 
a livre administração de seus bens, embora só se possa vender os 
imóveis com a autorização do outro, ou mediante expressa 
convenção no pacto dispensado a anuência (arts. 1672, 1673, 
parágrafo único clc o art.1656). Mas, com a dissolução, fica 
estabelecido o direito à metade dos bens adquiridos a título oneroso 
pelo casal na constância do casamento (art. 1672)". 
 
Situação na constância da sociedade conjugal: 
Integram o patrimônio próprio os bens que 
cada cônjuge possuir ao casar e os por ele adquiridos, a qualquer 
título, na constância do casamento. 
A administração desses bens é exclusiva de 
cada cônjuge, que os poderá alienar livremente, se forem móveis. 
O direito à meação exercitável por ocasião da 
dissolução da sociedade conjugal não é renunciável, cessível ou 
penhorável na vigência do regime matrimonial, tratando-se de norma 
de ordem pública. 
No caso de bens adquiridos pelo trabalho 
conjunto, terá cada um dos cônjuges uma quota igual no condomínio 
ou no crédito por aquele modo estabelecido. 
Os bens imóveis são de propriedade do 
cônjuge cujo nome constar do registro. Impugnada a titularidade, 
caberá ao cônjuge proprietário provar a aquisição regular dos bens. 
As coisas móveis, em face de terceiros, 
presumem-se do domínio do cônjuge devedor, salvo se o bem for de 
uso pessoal do outro. . 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
28 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
Situação no caso de dissolução da 
sociedade conjugal: sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, 
apurar-se-á o montante dos aquestos, excluindo-se da soma dos 
patrimônios próprios: 
1. os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-
rogaram; 
2. os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou 
liberalidade; 
3. as dívidas relativas a esses bens. 
 
Observações: 
Salvo prova em contrário, presumem-se 
adquiridos durante o casamento os bens móveis. 
Ao computar-se o montante dos aquestos, 
computar-se-á o valor das doações feitas por um dos cônjuges, sem 
a necessária autorização do outro; nesse caso, o bem poderá ser 
reivindicado pelo cônjuge prejudicado ou por seus herdeiros, ou 
declarado no monte partilhável, por valor equivalente ao da época da 
dissolução. 
Incorpora-se ao monte o valor dos bens 
alienados em detrimento da meação, se não houver preferência do 
cônjuge lesado, ou de seus herdeiros, de os reivindicar. 
Na dissolução do regime de bens por 
separação judicial ou por divórcio, verificar-se-á o montante dos 
aquestos à data em que cessou a convivência. 
Se não for possível nem conveniente a 
divisão de todos os bens em natureza, calcular-se-á o valor de 
alguns ou de todos para reposição em dinheiro ao cônjuge não-
proprietário. 
Não se podendo realizar a reposição em 
dinheiro serãoavaliados e, mediante autorização judicial, alienados 
tantos bens quantos bastem. 
Na dissolução da sociedade conjugal por 
morte, verificar-se-á a meação do cônjuge sobrevivente de 
conformidade com os critérios anteriores, deferindo-se a herança aos 
herdeiros da forma regulada pelo Direito das Sucessões. 
 
Dívidas: 
Pelas dívidas posteriores ao casamento, 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
29 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
contraídas por um dos cônjuges, somente este responderá, salvo 
prova de terem revertido, parcial ou totalmente, em benefício do 
outro. 
As dívidas de um dos cônjuges quando 
superiores à sua meação, não obrigam ao outro, ou a seus herdeiros. 
Se um dos cônjuges solveu uma dívida do 
outro com bens do seu patrimônio, o valor do pagamento deve ser 
atualizado e imputado, na data da dissolução, à meação do outro 
cônjuge. 
 
13.5 - SEPARACÃO DE BENS 
Conceito: É aquele em que cada cônjuge conserva, com 
exclusividade, o domínio, posse e administração de seus bens 
presentes e futuros e a responsabilidade pelos débitos anteriores e 
posteriores ao casamento (MHD). 
Regra - incomunicabilidade dos bens e dívidas, presentes e futuros, 
de cada cônjuge. 
OBS: O regime de separação de bens, quando não obrigatório, 
admite a modificação de suas regras no pacto antenupcial. 
Separação de bens obrigatória - Segundo a Súmula 377 do STF, 
"no regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos 
na constância do casamento". Sem embargo disso, o ST J tem 
restringido o alcance de tal súmula aos aquestos resultantes da 
conjugação de esforços do casal. 
 
Dívidas contraídas por qualquer dos cônjuges para a aquisição 
das coisas necessárias à economia doméstica 
 os bens de ambos os cônjuges ficam obrigados pelas mesmas. 
 
Obrigação de contribuir para as despesas do casal 
Esta obrigação cabe a ambos os cônjuges, na 
proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo 
estipulação em contrário no pacto antenupcial. 
Aliás, as dívidas contraídas com ou para a 
aquisição de coisas necessárias à economia doméstica obrigam 
solidariamente ambos os cônjuges. 
 
Administração, alienação e oneração 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
30 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
Os bens móveis e imóveis permanecem sob a administração 
exclusiva de cada um dos cônjuges, que os pode livremente alienar 
ou gravar de ônus reais. 
 
14 - DA DISSOLUCÃO DA SOCIEDADE E DO VÍNCULO 
CONJUGAL 
14.1 – CONSIDERACÕES PRELIMINARES 
A dissolução da sociedade conjugal pode se dar por alguma 
das seguintes formas: 
 pela morte de um dos cônjuges, 
 pela nulidade ou anulação do casamento, 
 pela separação judicial ou pelo divórcio. 
 
OBSERVAÇÕES: 
- Entretanto, o casamento válido somente se dissolve pela morte de 
um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção de óbito 
estabelecida quanto ao ausente. 
- Como se vê, a separação judicial, apesar de acarretar a dissolução 
da sociedade conjugal, não põe fim ao casamento válido. Logo, não 
autoriza os cônjuges a contraírem novas núpcias. 
- Por força da EC 66/10 que alterou o § 6º do artigo 226 da CF, 
existe uma corrente que entende que a separação judicial deixou de 
existir, uma vez que tal instituto existia como requisito prévio para 
concessão do divórcio e, com a entrada edição da referida Emenda 
Constitucional que eliminou tal requisito, teríamos então a revogação 
tácita dos dispositivos que tratam do assunto no Código Civil. 
- Não obstante, ainda existem entendimentos em sentido contrário. 
 
14.2 – MORTE DE UM DOS CÔNJUGES 
- Acarreta a dissolução da sociedade conjugal e do casamento, 
mesmo na hipótese de ser presumida. 
14.3 - NULIDADE E ANULAÇÃO DO CASAMENTO 
Já foram analisadas anteriormente. 
 
14.4 – SEPARAÇÃO JUDICIAL (COM AS RESSALVAS 
DECORRENTES DA EC 66/10) 
Considerações gerais: Não acarretando a dissolução do casamento, 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
31 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
mas tão somente da sociedade conjugal, a separação se apresenta 
como medida provisória e preparatória de um futuro divórcio. 
Espécies: 
a) separação consensual ou por mútuo consentimento - exige 
que o casamento conte mais de um ano; 
b)separação litigiosa: 
- como sanção - cabível no caso de grave violação dos deveres 
do casamento que torne insuportável a vida em comum; 
- como falência -cabível no caso de ruptura da vida em comum 
há mais de um ano consecutivo, não havendo possibilidade de 
sua reconstituição; 
- como remédio: cabível quando um dos cônjuges estiver 
acometido de grave doença mental, manifestada após o 
casamento, que torne impossível a continuação da vida em 
comum, desde que, após uma duração de 02 (dois) anos, a 
enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. 
- Neste caso, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver 
pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que 
levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o 
permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade 
conjugal. 
- Segundo o Código Civil, podem caracterizar a impossibilidade 
da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes 
motivos: 
a) adultério; 
b) tentativa de morte; 
c) sevícia ou injúria grave; 
d) abandono voluntário do lar conjugal durante um ano contínuo; 
e) condenação por crime infamante; 
f) conduta desonrosa; 
g) outros fatos que, a critério do juiz, tornem evidente a 
impossibilidade de vida em comum. 
Efeitos: 
- Põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca, 
bem como ao regime matrimonial de bens; 
- Autoriza sua conversão em divórcio após o decurso de um ano, 
a contar do trânsito em julgado da sentença que houver 
decretado a separação judicial, ou da decisão concessiva da 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
32 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
medida cautelar de separação de corpos. A propósito, pelo art. 
8° da lei n° 6.515/77, "a sentença que julgar a separação 
judicial produz seus efeitos à data de seu trânsito em julgado, 
ou à da decisão que tiver concedido separação cautelar". 
Entretanto, "a sentença que decretar ou homologar a separação 
judicial do empresário e o ato de reconciliação não podem ser 
opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no 
Registro Público de Empresas Mercantis" (art. 980,CC/2002); 
- Não torna possível a celebração de novo casamento, enquanto 
não convertida em divórcio; 
- Partilha dos bens, mediante proposta dos cônjuges e 
homologada pelo juiz ou por este decidida; 
- Suprime o direito sucessório entre os cônjuges; 
- Garante pensão alimentícia aos filhos menores e maiores 
inválidos, bem como ao cônjuge desprovido de recursos, desde 
que não seja o culpado pela separação litigiosa. 
 
OBSERVAÇÕES: 
- Mesmo após a separação, se um dos cônjuges separados 
judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o outro 
obrigado a prestá-las mediante pensão a ser fixada pelo juiz, 
caso não tenha sido declarado culpado na ação de separação 
judicial, sendo que se o cônjuge declarado culpado vier a 
necessitar de alimentos, e não tiver parentes em condições de 
prestá-las, nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será 
obrigado a assegurá-los, fixando o juizo valor indispensável à 
sobrevivência (art. 1.704, CC/2002). 
- Na vigência do CC/1916, o STJ vinha entendendo que a 
renúncia a alimentos manifestada por um dos cônjuges no 
acordo quanto à separação judicial era irretratável. Todavia, o 
CC/2002 parece ter afastado a possibilidade de haver renúncia 
quanto a tais alimentos, notadamente em face do disposto em 
seus arts. 1.704 e 1.707; 
- Cessa o dever de prestar alimentos, com o casamento, a união 
estável ou o concubinato do credor, bem como se este tiver 
procedimento indigno em relação ao devedor. 
- O STJ já decidiu que é válida e eficaz a cláusula de renúncia a 
alimentos, quando não ficou estabelecida qualquer cláusula que 
obrigava o ex-marido a prestar alimentos à ex-mulher, em 
acordo de separação. 
- Segundo o STJ, quem renuncia, renuncia para sempre. o 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
33 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
casamento válido se dissolve pelo divórcio. Dissolvido o 
casamento, desaparecem as obrigações entre os então 
cônjuges. A mútua assistência é própria do casamento. 
- Separação de corpos, admitindo-se esta, inclusive, como 
medida preparatória; 
- Atribuição da guarda dos filhos menores e maiores incapazes 
segundo o que os cônjuges acordarem a esse respeito na 
separação consensual ou por deliberação do juiz, caso não haja 
acordo. Nesta hipótese, deve tal guarda ser atribuída a quem 
revelar melhores condições para exercê-la, admitindo-se, 
inclusive, no caso de os filhos não deverem permanecer sob a 
guarda de seus genitores, o deferimento da mesma a pessoa 
que revele compatibilidade com a natureza da medida, de 
preferência levando em conta o grau de parentesco e a relação 
de afinidade e afetividade. Aliás, havendo motivos graves, o 
juiz pode, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular a 
situação deles para com os pais de maneira diferente da 
estabelecida acima; 
- Não altera o vínculo de filiação; 
- Assegura ao genitor que não tiver a guarda dos filhos o direito 
de visitá-los e de tê-los em sua companhia, segundo o que 
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como 
de fiscalizar sua manutenção e educação; 
- Perda por um cônjuge do direito de usar o sobrenome do outro, 
no caso de ser declarado culpado na ação de separação judicial, 
desde que tal providência seja expressamente requerida pelo 
inocente e que a alteração não acarrete: 
I - evidente prejuízo para a sua identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome de família e o dos filhos 
havidos da união dissolvida; 
III - dano grave reconhecido na decisão judicial. O cônjuge inocente 
na ação de separação judicial pode renunciar, a qualquer tempo, ao 
direito de usar o sobrenome do outro. Nos demais casos de 
separação, cabe a opção pela conservação do nome de casado; 
- Possibilidade de os cônjuges restabelecerem a sociedade 
conjugal, a qualquer tempo, por ato regular em juízo. Neste 
caso, a reconciliação não prejudica os direitos de terceiros, 
adquiridos antes e durante a separação, seja qual for o regime 
de bens; 
- Impossibilidade do cônjuge do sócio que se separou 
judicialmente exigir desde logo a parte que lhe cabe na quota 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
34 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
social, podendo, entretanto, concorrer à divisão periódica dos 
lucros, até que se liquide a sociedade (art. 1.027, CC/2002); 
- A doutrina e a jurisprudência vêm admitindo a possibilidade de 
indenização por dano moral em separação judicial ou divórcio. 
 
14.5 - DIVÓRCIO 
Espécies: 
1 - divórcio indireto- PREVISTO ANTES DA EC 66/10, exigia 
separação judicial por mais de um ano, contando-se este prazo do 
trânsito em julgado da sentença que houver decretado a separação, 
ou da decisão concessiva da medida cautelar de separação de corpos. 
O eventual relacionamento ou convivência dos cônjuges durante esse 
prazo de separação judicial não impede a conversão desta em 
divórcio. Pode ser litigioso ou consensual; As pessoas que se 
encontravam separadas judicialmente antes da EC 66/10 
devem realizar tal procedimento. 
 
2 - divórcio direto – Deixou de existir com a entrada em vigor da 
EC 66/10. Essa espécie exigia comprovada separação de fato por 
mais de dois anos. Como não se exige mais prazo prévio para 
decretação do divórcio, essa modalidade deixou de existir. 
 
Efeitos: 
- Põe termo à sociedade conjugal e ao vínculo matrimonial, com 
cessação dos deveres recíprocos dos cônjuges; 
- Torna possível a celebração de novo casamento; 
- Partilha dos bens, embora o divórcio possa ser concedido sem 
que ela seja definida previamente; 
- Suprime o direito sucessório entre os cônjuges; 
- Garante pensão alimentícia aos filhos menores e maiores 
inválidos, bem como ao cônjuge desprovido de recursos, desde 
que, neste último caso, a sentença de divórcio imponha essa 
obrigação (art. 1.709, CC/2002), atendendo às mesmas 
diretrizes estabelecidas para a fixação da prestação alimentar 
entre cônjuges na separação judicial; 
- A sentença que a julgar produz seus efeitos depois de 
registrada no registro público competente; 
- Atribuição da guarda dos filhos menores e maiores incapazes 
segundo o que os cônjuges acordarem a esse respeito no 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
35 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS JÚNIOR 2.017 
 ageuadvocacia.com.br 
divórcio consensual ou por deliberação do juiz, caso não haja 
acordo. Nesta hipótese, deve tal guarda ser atribuída a quem 
revelar melhores condições para exercê-la, admitindo-se, 
inclusive, no caso de os filhos não deverem permanecer sob a 
guarda de seus genitores, o deferimento da mesma a pessoa 
que revele compatibilidade com a natureza da medida, de 
preferência levando em conta o grau de parentesco e relação 
de afinidade e afetividade. Aliás, havendo motivos graves, o 
juiz pode, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular a 
situação deles para com os pais de maneira diferente da 
estabelecida acima; 
- Não modifica os direitos e deveres dos pais em relação aos 
filhos, nem mesmo no caso de novo casamento de algum 
daqueles; 
- Assegura ao genitor que não tiver a guardados filhos o direito 
de visitá-los e de tê-los em sua companhia, segundo o que 
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como 
de fiscalizar sua manutenção e educação; 
- Possibilidade, de o cônjuge manter o nome de casado, salvo, no 
divórcio indireto, se dispuser o contrário a sentença de 
separação; 
- Impossibilidade de os cônjuges restabelecerem a sociedade 
conjugal, salvo mediante novo casamento. 
 
Procedimento: 
- Trata-se de ação personalíssima, sujeita portanto, ao disposto 
no art. 485, IX do NCPC. 
 
III - CONCUBINATO E UNIÃO ESTÁVEL 
1 - CONSIDERACÕES PRELIMINARES 
Antes do advento da CF/88, os Tribunais 
pátrios já asseguravam à concubina certos direitos, tais como o de 
ser indenizada pelos serviços domésticos prestados, desde que 
restasse comprovada essa prestação, ou à participação sobre os bens 
adquiridos com esforço comum; desde que comprovasse sua 
contribuição para a aquisição dos mesmos, durante o tempo de 
convivência. 
Sobre o assunto, o E. STF editou sua Súmula 
380, segundo a qual "comprovada a existência de sociedade de fato 
entre os concubinos, é cabível a sua dissolução judicial com a partilha 
do patrimônio adquirido pelo esforço comum". 
mailto:%20ageujunior@ibest.com.br
Resumo de Direito de Família 
 
 
36 
Prof. AGEU CAVALCANTE LEMOS

Outros materiais