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Prova Direito Constitucional - Teoria Constitucional e Direitos Fundamentais - AV1

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Bruna Rodrigues França
Professora: Claudia Fernanda Souza de Carvalho Becker Silva
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Direito Constitucional Teoria Constitucional e Direitos Fundamentais 
História das Constituições Brasileiras 
Em 1821, temos a convocação da Corte Constituinte para elaborar a Constituição portuguesa. As notícias sobre a revolução chegaram ao Brasil, o rei declara ilegais as Cortes reunidas em Portugal. É neste momento que começa no Brasil o movimento constitucional em 25 de fevereiro de 1821. 
Devido aos movimentos que começam a acontecer o Rei envia seu filho mais velho, com um decreto que prometia adotar para o Brasil a Constituição de Portugal, porém coloca que seriam feitas modificações que encontrasse necessárias. Tal proposta não foi aceita, devido aos protestos, acolhe integralmente a Constituição. Com todas as revoltadas que estavam acontecendo, o Rei teve que escolher onde ficaria. Ao final optou por sair do Brasil deixando seu filho D. Pedro como regente.
Aos poucos foi se mostrando evidente o desligamento do Brasil perante a coroa. Um exemplo se mostra em janeiro de 1822, onde o Governo regencial decide que as leis votadas em Lisboa deveriam receber a sanção do príncipe regente para ter a execução.
Em 08 de junho de 1822, D. Pedro convocou a novel Assembleia Constituinte, para a elaboração da primeira Constituição. Não satisfeito com as inibições de seu poder, decidiu pôr fim a esta assembleia, optando por outorgar uma constituição. 
Pelo decreto de 13 de novembro de 1823, criou-se o Conselho de Estado que foi incumbido de elaborar a nova Constituição. E no dia 11 de março de 1824 por meio de decreto D Predo I outorga a primeira Constituição Brasileira. 
Direitos e garantias fundamentais: Previa um extenso rol de direitos e garantias individuais, porém sem muita eficácia pratica, já que era desprovida de força normativa previu direitos políticos e o direito à educação; Nome oficial: Império do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: O Brasil era um Estado Unitário, havia os representantes das Províncias, mas para aprovação de documentos era necessário o aval do Imperador. Sendo um governo Monárquico, “Hereditário e Representativo”; Separação dos poderes: Adotou-se a quadripartição de poderes, de Benjamin Constant (Executivo, Legislativo, Judicial e Moderador). É previsto uma possiblidade de o imperador poder dissolver a Câmara dos Deputados (art 101, V) e suspender os magistrados; Reforma Constitucional: Nos primeiros quatro anos era imutável e, depois, semirrígida; Controle Constitucional: Não havia previsão.
Após a abdicação de D Pedro I em 1831 surge forte pressão para reformar a Constituição de 1824, solicitando a eliminação da vitaliciedade do Senado e uma relativa descentralização política, não chegando a poder ser comparada ao federalismo americano. 
Alguns fatores enfraqueceram o apoio da elite dominante a Monarquia e ao Reinado de D Pedro II: a) a condução dada a Guerra do Paraguai; b) a questão sucessória; c) a abolição da escravidão. 
Foi no dia 03 de dezembro de 1889, onde o Governo Provisório constituiu por meio de um Decreto uma comissão especial incumbida de elaborar o anteprojeto da Constituição, este que foi entregue em 24 de maio de 1890, e foi por meio de promulgação em 24 de fevereiro de 1891 que a Constituição entra em vigor. 
Esta Constituição foi marcadamente liberal, tem forte influenciada pela Constituição norte-americana.
Direitos e garantias fundamentais: Previu, além de direitos políticos (excluídos mendigos, analfabetos e mulheres), direitos individuais. Previu o habeas corpus, que tutelava quaisquer direitos; Nome oficial: Estados Unidos do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: o Brasil era uma República Federativa, adotando-se o Presidencialismo como Sistemas de Governo, já possuía aspectos parecidos com a atual constituição, como a indissolubilidade dos entes federativos bem como excepcionalmente a intervenção; Separação dos Poderes: Adotou-se a tripartição de Poderes, prevendo a harmonia e independência entre eles, o bicameralismo do Congresso Nacional, e criou-se o Supremo Tribunal Federal; Reforma Constitucional: Era rígida, adotando um procedimento mais rigoroso de alteração, e pela primeira vez previa cláusulas pétreas; Controle de constitucionalidade: Previu o controle difuso de constitucionalidade, cabendo ao Poder Judiciário, no caso concreto, apreciar a constitucionalidade das leis e atos normativos. 
O início republicano conhecido como “República Velha”, compreende os períodos entre a sua proclamação, e a eclosão da Revolução de 1930.
Nosso primeiro período republicano foi marcado por fraudes eleitorais. Em 1930 houve revoltas após a derrota de Getúlio Vargas como candidato à presidência, provocando assim a Revolução de 1930. Getúlio Vargas assume a chefia do ‘Governo Provisório” em 03 de novembro de 1930. 
No dia 11 de novembro, expediu-se um decreto no qual se instituíram juridicamente as linhas mestras da competência deste “Governo Provisório”, funcionando assim como uma “constituição provisória ou “pré-constituição”. 
O governo Federal após derrubar a revolução Constitucionalista de 1932, decide convocar eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, tal eleição ocorreu em maio de 1933 e foi instalada em 15 de novembro do mesmo ano. 
O texto constitucional de 1934 teve como principais influências a Constituição alemã de 1919 e a Constituição espanhola de 1931. 
Direitos e garantias fundamentais: Quanto aos direitos e garantias individuais, previu pela primeira vez o mandado de segurança e a ação popular. Quanto aos direitos políticos foi a primeira constituição a prever o voto feminino. A primeira a prever os direitos sociais; Nome oficial: República dos Estados Unidos do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: Foram mantidos a Forma de Estado, a Forma de Governo e o Sistemas de Governo; Separação dos Poderes: Manteve a tripartição de poderes, mas esvaziou os poderes do Senado, que passou a ser auxiliar da Câmara dos Deputados. No Judiciário, denominou o órgão de cúpula “Corte Suprema”, criou a Justiça do Trabalho e a Justiça Eleitoral, bem como previu expressamente o Ministério Público e o Tribunal de Contas; Reforma Constitucional: Era uma Constituição super-rígida, pois, além de possuir um processo rigoroso de alteração, previu também cláusulas pétreas; Controle de constitucionalidade: Manteve o controle difuso de constitucionalidade, acrescendo duas novidades: cláusula de reserva de plenário; participação do Senado na suspensão da execução da lei. Criou a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva.
O Direito Constitucional estava em profunda crise em muitos países. Na Alemanha a ascensão de Hitler ao poder. Na Itália, nos anos 1925 e 1926, Benito Mussolini impôs um partido único, iniciando uma ditadura fascista. Na Espanha, a Guerra Civil, que resultou na ascensão de Franco como Chefe do Estado.
No Brasil talvez inspirado por Hitler, criou-se um estopim para implantar um regime de exceção: o Plano de Cohen, um documento feito, para simular uma revolução comunista no Brasil. Cinquenta dias após a proclamação do “estado de guerra”, Getúlio Vargas cercou a Câmara, e impôs o recesso ao Poder Legislativo e outorgou a nova Constituição em 10 de novembro de 1937. 
Direitos e garantias fundamentais: Houve sérios retrocessos na garantia de direitos fundamentais. Mandado de Segurança e Ação Popular deixaram de ser previstos. Admitiu-se a pena de morte, não apenas nos crimes militares. Os direitos políticos, foram suspensos. Quanto aos direitos sociais, foram proibidos a greve e o lock-out; Nome oficial: Estados Unidos do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: O sistema de governo continuou a ser Presidencialismo. A República e a Federação eram apenas nominais. O Presidente não foi eleito, nem tinha mandato temporário. Houve concentração dos poderes e competência na União, em detrimento dos Estados; Separação dos Poderes: Manteve a tripartição de Poderes, apenas nominal. O Legislativo
foi suspenso até realização de um plebiscito (que nunca houve). Concentrou-se no Presidente a função executiva e legislativa (por meio de decretos-leis). O Judiciário pressionado, na medida em que funcionários civis e militares poderiam ser aposentados compulsoriamente, a critério do governo; Reforma Constitucional: Era uma Constituição rígida, que admitia reforma através de um procedimento mais rigoroso. Houve dezenas de leis constitucionais, editadas sem a participação do legislativo pelo Presidente-ditador; Controle de constitucionalidade: Manteve o controle difuso de constitucionalidade, com a cláusula de reserva do plenário. Todavia, ensejou um grave retrocesso na medida que o Presidente poderia submeter ao Legislativo as decisões de inconstitucionalidade proferidas pelo Judiciário, podendo revertê-las. Revogou a Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (ADI Interventiva) implantada pela Constituição de 1934. 
Começou a sofrer forte oposição as ditaduras implantadas em todo mundo, fica evidenciado isso com a chegada da Segunda Guerra Mundial. Em janeiro de 1942, a maioria dos países do continente decide por condenar os ataques feitos pelos japoneses aos Estados Unidos em 7 de dezembro de 1941. Rompendo assim as relações diplomáticas com os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
Iniciasse um momento contraditório na política, o Brasil defendia a democracia internacional, mas se mantinha em uma ditadura internamente. Importantes lideranças civis e liberais mineiras lançam um documento contestando o regime ditatorial em 1943. 
Por parte das pressões internas o Presidente então elabora uma Lei Complementar n° 9, de 28 de fevereiro de 1945, com o propósito de redemocratizar o país convocando então novas eleições. 
Após a deposição do ditador Getúlio Vargas, iniciasse as eleições Presidenciais e para a Assembleia Constituinte, em 02 de dezembro de 1945, instalando assim a Assembleia em 02 de fevereiro de 1946. A redação final foi publicada em 17 de setembro, aprovada solenemente no dia 18.
Podemos considerar esta Constituição como uma recuperação dos direitos alcançados. Apesar de passarmos por um período de extrema turbulência no cenário político está Constituição nos restabeleceu os valores primários do Estado de Direito. 
Direitos e garantias fundamentais: Restabeleceu vários direitos que haviam sido revogados pela Constituição anterior, aboliu a pena de morte, salvo em caso de guerra declarada e criou direitos; Nome oficial: Estados Unidos do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: Manteve o presidencialismo, a República e a Federação, deixaram de ser nominal. Os governantes eram eleitos democraticamente pelo voto direto e para um mandato determinado; Separação dos Poderes: Manteve a tripartição de Poderes, deixando de nominal. O Poder Legislativo da União, voltou a ser bicameral, com o ressurgimento do Senado Federal. Criou o Tribunal Federal de Recursos e considerou a Justiça do Trabalho órgão do Poder Judiciário; Reforma Constitucional: Era super-rígida, na medida em que possuía um procedimento mais rigoroso de alteração, bem como cláusulas pétreas; Controle de constitucionalidade: Manteve o controle difuso de constitucionalidade, com a cláusula de reserva do plenário e participação do Senado, com a possibilidade de suspensão da execução da lei declarada inconstitucional. Reestabeleceu a Ação Direta e Inconstitucionalidade Interventiva. Por meio de Emenda Constitucional, criou a ADI Genérica, ajuizada no STF e de iniciativa exclusiva da Procurador- Geral da República. 
Em 03 de outubro de 1960, por meio de votação foi eleito o presidente da República Jânio da Silva Quadros, seu mandato deveria seguir de 1961 até 1965. Porém só exerceu a função por sete meses, neste período implantou uma política de negócios externos independentes se relacionando com todos os países, inclusive os da área socialista. O que não agradou os setores mais conservadores da política. 
Jânio foi pressionado principalmente pelos militares a renunciar ao cargo, em 21 de agosto de 1961. Com a renúncia quem deveria assumir era o vice-presidente eleito João Goulart. Acusado pelos militares de ser comunista, sofrendo assim seria resistência para poder assumir o cargo. Com o intuito de solucionar o impasse, optasse por implementar o parlamentarismo por meio de Emenda Constitucional. Entretanto em 1962 houve um plebiscito onde o povo votou para que retornasse ao regime presidencialista. 
Em 1964 houve um movimento reacionário, com o intuito de se evitar a implantação de um regime semelhante ao socialismo. Em 13 de março do mesmo ano no durante a realização de um comício, João Goulart decretou a nacionalização das refinarias privadas de petróleo e a desapropriação, para fins de reforma agrária, de propriedade às margens de ferrovias e rodovias. Após este decreto a oposição militar ao governo cresceu exponencialmente. 
Ao contrário do que se ocorreu nos momentos em que militares tiveram que se envolver na política para assegurar a transmissão do poder a outro civil, resolvem assumir o poder diretamente, instaurando assim um regime autoritário, centralizador e burocrático. 
No Preâmbulo da Constituição de 1967, afirma ser uma Constituição promulgada, porém é apenas nominal a mesma era de fato outorgada. Flávio Martins (e.d 4, p 285) “Ora, o governo militar, por meio do Ato Institucional n. 2, extinguiu a maioria dos partidos políticos. Mandatos parlamentares foram cassados pelo governo militar [...].”
Direitos e garantias fundamentais: Reduziu vários direitos individuais e sociais, embora previsto direitos políticos, praticamente não foram exercidos, em razão do uso sistemático das eleições indiretas e das cassações de mandatos e suspensões arbitrárias de direito políticos; Nome oficial: República Federativa do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: Manteve o presidencialismo, mas prevendo eleições indiretas para Presidente da República (e governadores e prefeitos). República e a Federação voltaram a ser nominais. O poder político era concentrado de forma autoritária no Poder Executivo da União, comandado pelos militares; Separação dos Poderes: Manteve a tripartição de Poderes, embora houvesse a concentração dos poderes no Poder Executivo da União. O poder Legislativo da União era bicameral, mas teve suas atividades suspensas pelo Presidente. O Judiciário teve suas garantias suspensas pelo Ato Institucional n. 5; Reforma Constitucional: Era super-rígida, na medida que possuía um procedimento mais rigoroso de alteração, bem como algumas matérias que não poderiam ser suprimidas; Controle de constitucionalidade: Manteve o controle difuso de constitucionalidade, com a cláusula de reserva do plenário e participação do Senado, com a possibilidade de suspensão da execução da lei declarada inconstitucional. Manteve a ADI interventiva e a ADI genérica. 
Desde o golpe militar de 1964, ocorre a luta pela redemocratização do país, intensificando este movimento com o Ato Institucional n. 5 de 1968. Na década de 1980, acarretou a agitação do movimento, com a população indo para as ruas solicitando as “Diretas Já”. Onde se pleiteava a eleição direta para Presidente da República.
A Emenda Constitucional não foi aprovada pelo Congresso Nacional. Seria então feitas novas eleições indiretas, mas dessa vez com candidatos civis. Nesta votação Tancredo Neves foi eleito Presidente da República, infelizmente veio a falecer sem conseguir efetivar a pose ao cargo. Seu vice-presidente José Ribamar Sarney, veio a sumir o cargo com pelos poderes. Dando continuidade as propostas de Tancredo, Sarney nomeou a Comissão para fazer a elaboração do anteprojeto de uma nova Constituição. 
Tal Constituição foi nomeada por Ulysses Guimarães como “Constituição Cidadã”, por conta de seu foco ser a redemocratização do país. 
Direitos e garantias fundamentais: Houve grande ampliação dos direitos individuais, como a proibição da tortura, a vedação da censura e licença, a proibição de provas ilícitas etc. Houve também ampliação dos direitos sociais.
Quanto aos direitos políticos, admitiu-se o voto do analfabeto e o voto direto, secreto, universal e periódico passou a ser cláusula pétrea; Nome oficial: República Federativa do Brasil; Forma de Estado e forma de Governo: Manteve a República como forma de Governo e a Federação como forma de Estado. Como sistemas de governo, manteve o Presidencialismo, com o Presidente eleito por voto direto para mandato determinado; Separação dos Poderes: Manteve a tripartição de Poderes, com os princípios da independência e harmonia. Manteve o bicameralismo federal do Poder Legislativo, criou o Superior Tribunal de Justiça e, com o advento da Reforma do Poder Judiciário (EC 45/2004), também o Conselho Nacional de Justiça; Reforma Constitucional: É super-rígida, na medida que possuía um procedimento mais rigoroso de alteração, bem como matérias que não poderiam ser suprimidas. Ampliou o rol de cláusulas pétreas; Controle de constitucionalidade: Manteve o controle difuso, com a cláusula de reserva do plenário e participação do Senado, com a possibilidade de suspensão da execução da lei declarada inconstitucional. Manteve a ADI interventiva e a genérica, cujos legitimados ativos foram ampliados. Criou a ADI por omissão, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental e a Ação Declaratória de Constitucionalidade.
O Direito Constitucional Brasileiro passou por várias alterações antes de chegarmos no atual cenário. Fica demostrado a importância de conhecer esta evolução para entendermos nossa própria historia Constitucional. 
Referência 
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os Conceitos Fundamentais e a Construção do Novo Modelo. São Paulo: Saraiva, 2009.
MARTINS, Flávio. Curso de Direito Constitucional. – 4 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2020. 
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra: Almeida, 2012.

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