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Prova Fundamentos do Direito Processual - AV1

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Bruna Rodrigues França
Professora: Rodrigo Jansen 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI 
Fundamentos do Direito Processual
1. Qual o diploma legal que disciplina o processo civil brasileiro?
Conforme a Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015, que instituiu o novo Código de Processo Civil, o diploma legal que disciplina o processo civil brasileiro é a Constituição da República Federativa do Brasil. Ela é discutida no LIVRO I, das normas processuais fundamentais do processo civil, assim descrito em seu artigo primeiro: 
“Art. 1 – o processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, observando as disposições deste Código. 
2. Qual a estrutura básica do atual Código de Processo Civil (CPC)?
A estrutura básica do atual Código de Processo Civil foi organizada conforme a separação da própria Lei 13.105/2015, o atual Código de Processo Civil conta com 1.072 artigos, cuja sistemática adotada para sua elaboração consiste na seguinte divisão: 
Parte Geral 
LIVRO I – Das normas processuais fundamentais (art. 1º ao art. 15);
LIVRO II – Da função jurisdicional (art. 16 ao art. 69);
LIVRO III – Dos sujeitos do processo (art. 70 ao art. 187);
LIVRO IV – Dos atos processuais (art. 188 ao art. 293);
LIVRO V – Da tutela provisória (art. 294 ao art. 311);
LIVRO VI – Da formação, da suspensão e da extinção do processo (art. 312 ao art. 317);
A Parte Geral, portanto, está subdivida conforme seus seis livros. Assim, ela trata das normas gerais do direito processual civil brasileiro, dispondo de regras aplicáveis a todos os procedimentos. Abrange, então, questões de jurisdição, competência, sujeitos e atos processuais.
A Parte Especial, por sua vez, está dividida em três livros e um livro complementar com as disposições finais e transitórias. Diferente da Parte Geral, ela, dispõe, sobretudo, sobre as ações e procedimentos específicos do processo no que diz respeito, por exemplo, ao processo de conhecimento, processo de execução e meios de impugnação. 
LIVRO I– Do processo de conhecimento e do cumprimento de sentença (art. 318 ao art. 770); 
LIVRO II – Do processo de execução (art. 771 ao art. 925);
LIVRO III – Dos processos nos tribunais e dos meios de impugnação das decisões judiciais (art. 926 ao art. 1.044); 
LIVRO COMPLEMENTAR – Disposições finais e transitórias (art. 1.045 ao art. 1.072).
3. Cite pelo menos 3 (três) mudanças significativas no (novo) CPC.
 Criação de novos mecanismos para a busca da conciliação entre as Partes - Seguindo a tendência da Lei dos Juizados Especiais de pequenas causas, o Novo Código de Processo Civil traz regras que privilegiam a Conciliação entre as Partes, enquanto forma de solução amigável para o litígio. Estabelece o Código que em todas as ações que tratem de direitos dos quais as Partes podem dispor, o Juiz deverá realizar uma audiência de conciliação antes da apresentação de defesa pelo Réu.
Mudanças na contagem de prazos para as Partes - O Novo Código de Processo Civil aboliu a contagem de prazos processuais em dias corridos e instituiu uma contagem em dias úteis apenas, ampliando os prazos e consagrando o direito dos advogados ao descanso nos finais de semana.
Desconsideração da Personalidade Jurídica da Sociedade - O novo Código estabelece requisitos e regras procedimentais para a desconsideração da personalidade jurídica das sociedades, medida que autoriza a responsabilização direta dos sócios por dívidas da Sociedade em caso de fraudes ou desrespeito à lei. O Código Civil anterior era obscuro nesse ponto e não trazia de forma clara o procedimento a ser seguido para obtenção da medida.
4. Qual foi o prazo da vacatio legis estabelecido para a entrada em vigor do (N)CPC?
A lei 13.105, de 16/3/15, que cria o novo CPC, foi publicada em 17 de março de 2015. O artigo 1.045 estipula um período da vacatio legis e diz: "Este Código entrará em vigor após decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial."
5. Com a entrada em vigor do (novo) CPC, o que ocorreu com os processos findos, pendentes e os ainda por instaurar?
   Na seção IV do novo Código de Processo Civil, prevê em seu artigo 1.046, nas chamadas "Disposições Finais e Transitórias", a aplicação imediata de suas disposições aos processos pendentes, ou seja, processos sem sentença. Portanto, segundo a disposição do artigo citado a aplicação da nova lei é imediata aos casos já em andamento.
Portanto o atual Código de Processo Civil adotou o sistema de isolamento dos atos processuais, ou seja, o ato praticado na vigência da lei processual anterior é valido e produz seus efeitos jurídicos normalmente. Conforme assim estabelece o artigo 1.046, no qual determina a aplicabilidade do código nos feitos em curso, sendo então vedada a retroatividade da lei, conforme estabelece o art. 5º, inc. XXXVI da Carta Magna de 1988.
O novo Código de Processo Civil não pode, portanto, atingir o direito da parte em um ato já praticado na vigência da norma anterior. Já os atos havidos na vigência do novo Código de Processo Civil deverão obedecer às novas regras processuais, conforme está exposto nos artigos anteriormente mencionados.
6. O que ocorreu com o Código de Processo Civil anterior, diante no “novo” Código de Processo Civil?
Em regra, a teoria do isolamento dos atos processuais, aplicada pelo NCPC diz respeito à aplicação da lei processual no tempo, ou seja, a lei processual tem aplicação imediata, inclusive nos processos pendentes, respeitando-se sempre os atos praticados sob a vigência da legislação anterior.
No entanto, existem algumas situações peculiares em que o NCPC não adota a teoria do isolamento dos atos processuais, haja vista, que se utilizara da TEORIA DAS FASES PROCESSUAIS.
O sistema das fases processuais, de sua vez, secciona o processo em etapas distintas (postulatória, probatória, decisória e recursal). Sendo, cada uma dessas etapas, um módulo mais ou menos autônomo do processo, seria possível restringir a aplicação da lei processual mais moderna às fases subsequentes, mantida a regulação pela lei antiga à fase em curso no momento da alteração. 
Com a entrada em vigor do código de processo civil de 2015, não ab-rogou o antigo diploma processual, ou seja, o que houve foi apenas uma Derrogação, ainda há situações em que se aplicara o antigo CPC, seja pela situação regulamentada ter sido iniciada na vigência do CPC antigo e tendo fim no amparo do CPC de 2015, seja pelo nascimento de ato processual novo, em situação que o novo CPC diz que não fora criada nova lei processual para regulamentar a matéria.
No entanto, esta Derrogação do CPC de 1973, brevemente e com o passar do tempo, ira transformar-se em ab-rogação, uma vez que circunstâncias que se iniciaram sob a vigência da norma antiga irão se findar, e, lei processual nova ira ser criada para regular matéria ainda regulamentada sob o CPC de 1973.

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