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3 AULA - ADM E PLANJ SOCIAL

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2 ÉTICA NA ADMINiSTRAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL DO
ADMINISTRADOR
2.1 Ética e moral
1
É possível considerar a moral como se fosse “o conjunto de preceitos e normas que a generalidade dos indivíduos de uma comunidade aceitam como adequados ou válidos” (FERNANDES; BARROS, 2003, p. 106).
A ética, por sua vez, pode ser vista como:
[...] a reflexão teórica sobre as razões, o porquê de considerarmos válidos — bons e justos — os costumes e as normas da comunidade ou do grupo social a que pertencemos, assim como a reflexão sobre os princípios que regem as diversas morais assumidas por pessoas de grupos e comunidades diferentes da nossa (FERNANDES; BARROS, 2003, p. 106).
PÁG. 21
Ainda de acordo com fernandes e barros (2003), a ética é uma qualidade humana que não está nem acima nem depois dos comportamentos morais, ela não está “suspensa” sobre eles. isso deve-se ao fato de que a ética pertence de modo intrínseco ao caráter do ser humano.
logo, deve-se considerar que:
A dimensão ética das nossas ações [...] manifesta-se quando, no decorrer da nossa vida cotidiana, [nos] deparamos com situações que exigem uma decisão na qual estão em jogo as nossas noções de bem e de mal, de justo e de injusto e outros valores da mesma natureza. Nesses casos, é frequente colocarmo-nos perante dilemas morais (FERNANDES; BARROS, 2003, p. 105).
A ética aborda dois diferentes problemas:
• ética aplicada: refere-se a problemas morais concretos (aborto, eutanásia, direitos dos animais, igualdade de oportunidades, discriminação etc.);
• ética normativa: com argumentos filosóficos, estabelece princípios gerais para um comportamento ético.
Esse termo também pode ser definido como um conjunto sistemático de conhecimentos racionais e objetivos a respeito do comportamento humano moral (VÁZQUEZ, 1982).
A ética pode ser confundida com a moral. Porém, são duas coisas diferentes:
• ética: teoria do comportamento moral dos homens em sociedade;
• moral: costume, isto é, conjunto de regras adquiridas com o passar do tempo.
A ética é o aspecto científico da moral. A ética e a moral pertencem ao campo da filosofia, da história, da psicologia, da religião, da política, do direito, enfim, da estrutura social à qual pertence o ser humano. Pág. 22
A moral é um conjunto de regras de conduta ou hábitos julgados válidos para qualquer tempo ou lugar e é direcionada para grupos ou pessoas determinadas (FERREIRA, 2008).
Por conseguinte, a moral se constitui na formação do caráter de cada pessoa e tem como base os ensinamentos aprendidos com os pais e, na maioria das vezes, na orientação espiritual que tiveram (cristã, católica, budista, brahmanista, espírita etc.).
Um caráter bem formado apresenta características próprias da liberdade dos cidadãos. Aqui, o conceito de liberdade deve ser entendido com as limitações que a própria lei natural impõe ao ser humano (VÁSQUEZ, 1982).
Vale salientar que o conceito de liberdade não se relaciona ao de libertinagem. Afinal, este abrange princípios como infidelidade conjugal, promoções obscenas e todo tipo de depravações que não edificam
os seres humanos. Pág. 23
Observação
a ética nos negócios é fundamental para a sobrevivência das empresas no universo das transações comerciais.
Todo trabalho profissional está sujeito a avaliações morais diversas. Afinal, a presença da mídia e uma denúncia infundada podem derrubar um profissional e sua empresa. Às vezes, a restauração moral demora muito tempo. Em outras ocasiões, os danos são irreversíveis (SROUR, 2000).
2.1.2 O intuito, o propósito, o objeto e o sujeito do estudo da ética
A excelência moral se relaciona com as emoções e as ações, nas quais tanto o excesso como a falta são uma forma de erro. O meio termo, no entanto, é tomado como um acerto (ARISTÓTELES, 2001).
Por virtude, Aristóteles compreende uma prática. Para ele, a virtude é a forma mais plena da excelência moral e, por tal razão, não poderia existir em seres incompletos ainda em formação, como é o caso das crianças. Pág. 24
A virtude, como excelência moral, corresponderia à ideia de uma razão reta correspondente às questões da conduta. Ora, tal disposição do caráter humano teria por suposto a precedência de uma escolha dos atos a serem praticados e um hábito firmado pela repetição para conduzir à ação reta.
 Pág. 24
Para Aristóteles, a felicidade corresponde ao exercício continuado da prática da virtude e da prudência: “o melhor governo [é] aquele em que cada um melhor encontra aquilo de que necessita para ser feliz” (ARISTÓTELES, s. d., p. 45).
Para o filósofo, ética e política são práticas que se definem pela ação. Com a ação ética, adquire-se a prática da virtude. Além disso, a educação com correção transforma cada pessoa em educador, pois educar supõe a mimesis (imitação de ações exemplares). De acordo com Aristóteles: Pág. 26
[...] segundo o caráter, as pessoas são tais ou tais, mas é segundo as ações que são felizes ou o contrário. Portanto, as personagens não agem para imitar os caracteres, mas adquirem os caracteres graças às ações. Assim, as ações e a fábula constituem a finalidade da tragédia, e, em tudo, a finalidade é o que mais importa (ARISTÓTELES, 1981).
2.1.4 A ética do interesse próprio
A ética parece contrapor-se a interesses pessoais. Em contrapartida, consideram-se os atos daqueles que declinam de oportunidades de ascensão profissional por escrúpulos éticos ou daqueles que decidem doar seus bens a causas nobres como sacrifício de seus interesses em detrimento de ditames da ética (SINGER, 2006). Pág. 27
2.1.6 Códigos de ética.
O mundo atual pede mais ética a cada dia. Empresas nacionais e multinacionais do setor público e privado criaram seus códigos de ética, que demarcam as proibições de condutas consideradas imorais.
Renato Janine Ribeiro (s. d.) apresenta alguns exemplos de comportamento antiético, como as relações sem medida entre um funcionário público e uma empresa que ele fiscaliza.
Está errado utilizar-se de informações privilegiadas das decisões do governo (muitas vezes sigilosas) para beneficiar uma empresa em particular, por qualquer que seja o motivo.
Está errado, inclusive, receber presentes pessoais que possam influenciar o referido funcionário em suas decisões. Pág. 29
2.2 Ética e responsabilidade social
Empresas acostumadas apenas a obter cada vez mais lucros tiveram seu comportamento significativamente alterado em função das profundas transformações socioeconômicas que o mundo atravessou nos últimos trinta anos.
O setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de riqueza e sua responsabilidade e poder crescem a cada dia. Isso se dá em função da capacidade criativa existente e dos recursos financeiros e humanos já disponíveis. É por esse motivo que as empresas apresentam uma intrínseca responsabilidade social.
Ainda existe os que podem confundir o conceito de responsabilidade social com o de filantropia. Porém, o que move o novo paradigma é o bem-estar social e, principalmente, um melhor desempenho nos negócios, o que consequentemente gera uma maior lucratividade. Pág. 30
A inclusão da sustentabilidade e da responsabilidade social às práticas diárias de gestão de muitas empresas até agora representa um grande desafio para a maior parte das organizações brasileiras.
O compromisso de associar esses conceitos à gestão dos negócios (a começar pelo público interno) traduz a qualidade do tema na cultura organizacional, que pertence a todos os escalões da empresa de forma permanente e estruturada. Desse modo, uma organização consegue ratificar
sua identidade. Pág. 32
É por esse motivo que a sustentabilidade e a responsabilidade social empresarial não podem ser atribuídasapenas à instituição, mas devem ser ratificadas por seu público interno, já que este reconstruirá o contexto organizacional inclusivo.
A nova postura de uma organização pressupõe profundas transformações na cultura organizacional e, também, nos processos, produtos e modelos de negócio. Pág. 33
Boa noite

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