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Direito da União Europeia - Resumos
Direito da União Europeia (Universidade de Coimbra)
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INTRODUÇÃO 
 
1. Generalidades 
A União Europeia é constituída por três comunidades, pela CECA 
(Comunidade europeia do Carvão e do Aço), pela EURATOM (Comunidade 
europeia da Energia Atómica) e pela CEE (Comunidade Económica Europeia), e 
mais duas organizações de política externa (duas políticas inter-
governamentais): Política Externa e Segurança Comum Cooperação Policial e 
Judiciária em Matéria Penal. 
A União Europeia foi criada em 1992, pelo tratado de Maastricht e entrou em 
vigor em 1993. 
O tratado da União Europeia institui a União Europeia, dizendo que estas são 
constituídas pelas três comunidades mais duas de políticas externas (PESC e 
CPJMP). Foram pelo tratado de Amesterdão em 1997 e pelo tratado de Nice em 
2000. 
Os Estados criaram as comunidades e transferem para elas certas 
competências e assim auto-limitaram-se. 
 
2. Instituições 
a) Comissão 
Composta por vinte comissários, é um órgão executivo, é a guardiã dos 
tratados.1[1] 
b) Parlamento Europeu 
Só a partir de 1992 passa a ter poderes legislativos e apenas conjuntamente 
com o Conselho, mas não tem poderes legislativos autónomos. Tem poderes 
consultivos, e agora tem a função decisória mas só em conjunto com o 
Conselho. 
Na função legislativa a Comissão apresenta a proposta, o Conselho vai 
decidir, mas o Parlamento Europeu vai dar a sua opinião, o seu parecer, tem 
uma função decisória, mas está subordinado ao Conselho. Controla 
politicamente as instituições e tem funções próprias. 
c) Conselho da União Europeia 
É o órgão decisório (arts. 202º e 203º TCE). A presidência é rotativa pelos 
Estados membros de seis em seis meses. 
d) Conselho Europeu 
Regulado pelo art. 4 TUE, a presidência varia de seis em seis meses, pelos 
Estados membros, a presidência compete ao chefe de Estado que tem a 
presidência do Conselho da União Europeia. 
e) Tribunal de Justiça; 
f) Tribunal de Contas. 
 
3. Alargamentos 
 
1[1] O presidente em 2002 e Romano Prodi. 
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Inicialmente, em 1950, eram seis Estados: a França, a Alemanha, a Itália, a 
Bélgica, a Holanda e Luxemburgo. 
Em 1973, houve o primeiro alargamento, e entrou a Dinamarca, a Irlanda e o 
Reino Unido. 
Depois, houve um segundo alargamento em 1981, onde entrou a Grécia. 
Em 1986, com o terceiro alargamento entraram Portugal e Espanha. 
Por fim, em 1995, deu-se o quarto alargamento, entrando a Suécia, a Áustria 
e a Finlândia. 
Dos quinze Estados, o Reino Unido, a Dinamarca e a Suécia não fazem parte 
da União Económica e Monetária, que funciona com doze Estados. 
Direito comunitário originário, são todos os tratados que alterem ou 
modifiquem os tratados de adesão2[2]. 
Direito comunitário derivado, são actos das instituições para dar cumprimento 
aos tratados. Estes actos pode ser regulamentos3[3], directivas4[4], decisões, 
recomendações e pareceres, vindo referidos no art. 249º TCE. 
 
2[2] Tratados de Paris, Roma, Maastricht, Amesterdão, Nice. 
3[3] Têm aplicabilidade directa e imediata, tem uma obrigação que os Estados têm de cumprir. 
4[4] Têm de ser transpostas para uma Lei ou Decreto-lei, obrigando a um resultado, e deixa liberdade quanto à forma e 
aos meios, a directiva tem um prazo e os tratados têm de cumprir aquela data, senão a comissão pode intentar uma 
acção de incumprimento no Tribunal de Justiça.~ 
 
 
 
 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO 
 
4. Introdução histórica 
A unificação europeia assentou na livre vontade dos Estados, e no livre 
consentimento destes. 
As circunstâncias que conduziram ao processo de integração são: 
1) Necessidade de assegurar a paz duradoura entre os países da Europa 
Ocidental; 
2) Necessidade de estabelecer laços de coesão entre os países da Europa 
Ocidental; 
3) Necessidade de sobrevivência económica. 
A Europa viveu durante séculos na balança de poderes, que assentava na 
ideia de alianças entre Estados nacionais e na hierarquia de potências. A 
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Europa baseada na balança de poderes era geradora de conflitos e esta 
situação tinha de ser alterada; reconhecendo a igualdade entre estados, esta 
ideia passava pelos Estados aceitarem restrições à sua liberdade de acção. Era 
preciso estabelecer a paz e organizar em novos modelos os Estados da Europa, 
fazendo com que os Estados aceitassem restrições à sua liberdade de acção e 
foi aqui que assentou o processo de integração. 
Em 1947, em Haia, Churchill profere um discurso, dando a ideia de que era 
necessário criar instituições capazes de organizar em novas bases o Estado 
Europeu, havendo um denominador comum: estas organizações (a criar) 
deveriam intensificar os laços de coesão entre os Estados da Europa Ocidental. 
A influência deste discurso levou a que no congresso de Haia se formem duas 
correntes: 
1) Corrente Federalista: a ideia era a criação dos Estados Unidos da 
Europa, os estados continuavam a ser soberanos, tinha que haver 
unanimidade da decisão; 
2) Corrente pragmática: queria uma Europa unida com uma cooperação 
entre os Estados soberanos. 
Os esforços de reconstrução da Europa realizaram-se em duas frentes: da 
cooperação e da integração, funcionando as duas em simultâneo. 
Como característica importante das organizações de integração das 
Comunidades Europeias, os Estados ao participarem nestas organizações há 
determinadas competências que cabem às organizações, o que vai restringir a 
liberdade de acção dos Estados. 
Havia a ideia que as organizações deviam começar pelo terreno económico, 
esta opção económica foi desenvolvida em dois modelos distintos: 
1) Através de uma simples área de comércio livre4[5]; 
2) Através de um mercado comum4[6]. 
 
5. Tratado da União Europeia 
Devido às grandes alterações no panorama político que colmatouem 1989 
com a queda do Muro de Berlim, houve necessidade de alterar os tratados até aí 
existentes. 
Procedem-se a uma revisão dos tratados e convocou-se duas conferências 
inter-governamentais para rever os tratados, sobre a União Política e sobre a 
União Económica que decorreram entre 1991 e 1992, que deram origem ao 
Tratado da União Europeia4[7]. Este tratado tem uma estrutura tripartida: 
- Pilar económico (vertente económica), constituído pelas comunidades, 
destacando-se dentro desta a União Económica e Monetária como 
objectivo das comunidades. 
- Duas políticas inter-governamentais (vertente política, que são os pilares 
políticos: 
 Política Externa e Segurança Comum; 
 Cooperação nos domínios da Justiça e dos Assuntos Internos. 
 
6. Criação das comunidades 
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No seguimento do congresso de Haia, em 9 de Maio de 1950, Chuman, 
ministro dos negócios estrangeiros, por sugestão se Jean Monet, propôs à RFA 
a gestão conjunta das produções do carvão e do aço estabelecendo uma 
estrutura organizativa que os outros Estados europeus pudessem participar4[8], 
havendo assim um controlo bilateral de duas matérias-primas para qualquer 
guerra; o acordo iniciou-se com a França e a Alemanha, ao qual se juntaram a 
Bélgica, Holanda, Luxemburgo e Itália. Foi lançado deste modo as bases para a 
criação da CECA, visavam resolver três questões: 
1) Questão económica; 
2) Questão política; 
3) Unificação da Europa. 
Assim surgiu o tratado de Paris a 18 de Abril de 1951, que entrou em vigor a 
25 de Julho de 1952. 
O que caracterizou a CECA que desde logo a distinguiu das outras 
organizações, foi que os Estados ao criarem esta organização e a transferirem 
certas competências, que eram competências estatais para estas organizações, 
a partir desse momento, não podem mais exercer essas competências 
livremente, eles auto-limitaram-se. Criaram estas organizações e dotaram-na de 
órgãos com poderes efectivos: poder de criar legislação própria; produção 
legislativa autónoma, isto é, produção de legislação independentemente dos 
Estados. 
Na conferência de Mecina, foi criada a comissão Spack que foi encarregue de 
estudar novos projectos. Esta comissão apresentou um novo projecto com a 
criação de duas novas comunidades: para a economia em geral CEE; outra para 
o sector da energia atómica CEEA ou EURATOM. Foram assinados dois 
tratados que criaram as duas novas comunidades, Tratado de Roma em 25 de 
Março de 1957, que entrou em vigor a 14 de Janeiro de 1958. 
Os três tratados comunitários (CECA, EURATOM, CEE) foram ao longo do 
tempo alvo de alterações que decorreram não só das adesões dos novos 
Estados, como ainda de revisão gerais dos tratados como o Acto Único Europeu 
(1987), o Tratado da União Europeia (1998/1993) e o Tratado de Amesterdão 
(1997/1999). Para além destas alterações houve algumas alterações 
introduzidas pelos tratados de adesão. Outras alterações estabelecem uma 
estrutura orgânica comum às três comunidades; em 1957 o Parlamento Europeu 
e o Tribunal passaram a ser comuns às três comunidades; em 1965, realiza-se o 
tratado de fusão dos executivos, estabelecendo uma Comissão e um Conselho 
únicos. 
 
7. Dimensão económica e política, da CECA até à União Europeia 
O objecto da Comunidade Económica Europeia era estabelecer um mercado 
comum extensivo aos diversos sectores da vida. Pretendia-se que as 
mercadorias circulassem livremente entre os Estados. O mercado comum 
assentava em quatro ideias: 
1. Criação de uma União Aduaneira (pressupõe uma livre circulação de 
mercadorias); 
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2. Livre circulação dos factores de produção: pessoas (trabalhadores), bens, 
serviços e capitais (reconhecimento das quatro liberdades básicas de 
circulação); 
3. Existência de regras de concorrência (política comum de concorrência); 
4. Conjunto de políticas comuns a todos os Estados. 
O Tratado da Comunidade Europeia no art. 23º, define a União Aduaneira, 
abrange a totalidade do comércio de mercadorias, proibição entre os Estados-
membros de direitos aduaneiros ou encargos equivalentes, adopção de uma 
pauta aduaneira comum nas relações com terceiros. A União Aduaneira implica, 
para além da livre circulação de mercadorias originárias (art. 23º TCE), a 
proibição de obstáculos de natureza quantitativa ou de natureza pautal. 
Pressupõe ainda uma protecção ao comércio exterior comum (pauta aduaneira 
comum). 
Um mercado comum pressupõe uma política comum de concorrência. A 
existência de um mercado comum leva à obrigação de definição de regras 
comuns de concorrência, que possibilitam aos operadores económicos dos 
Estados-membros possam competir em igualdade de circunstâncias. 
São proibidas três práticas: 
1) Acordos entre empresas (art. 81º TCE); 
2) Uso abusivo de uma posição dominante (art. 82º TCE); 
3) Auxílio do Estado às empresas (art. 87º TCE). 
Tem-se então uma União Aduaneira, um mercado comum e uma união 
económica4[9]. 
Com o Acto Único Europeu que introduziu alterações nos tratados originários, 
visava eliminar os obstáculos ainda existentes à livre circulação4[10]. 
Havia a ideia de que era preciso harmonizar as lesões dos Estados através 
de directivas, vincula o Estado-membro quanto a um resultado que tem de ser 
alcançado. 
Havia, a ideia de concretizar, de pôr em marcha o mercado comum, agora 
designado de mercado interno: 
 Alterações ao conteúdo institucional (que vão no sentido de agilizar o 
processo de tomada de decisões a nível do Conselho através do recurso à 
regra da maioria). Os tratados deixaram de recorrer de forma sistemática 
aos acordos de Luxemburgo, ou seja, à votação por unanimidade, à 
possibilidade de vetarem uma decisão. 
 Consagra uma série de novas políticas comuns (política de 
acompanhamento, nomeadamente nas áreas da investigação científica, 
ambiente, política social, política regional). 
Foi com o Acto Único Europeu que surgiu o conceito de coesão económica e 
social4[11]. 
O mercado comum caracteriza-se por uma livre circulação de mercadorias e 
livre circulação dos outros factores de produção. 
 
8. Evolução em termos monetários e políticos 
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O sistema monetário europeu revelou-se uma experiência bem sucedida 
porque conseguiu uma substancial redução das variações cambiárias no interior 
da comunidade. Para além disso estabeleceu ainda a criação do ECU que é 
uma verdadeira unidade monetária e que de simples instrumento de conta evolui 
para uma unidade monetária (o ECU não é uma moeda, é uma cabaz de 
moedas). 
O sistema monetário europeu teve uma crise na década de 1990 que levou à 
sua falência, levou à queda deste sistema. 
A União Económica e Monetária tem objectivos políticos. 
Em 1988 houve a tomada de decisão de criar um novo grupo de trabalho para 
estudar os meios para caracterizar a União. Jacques Delors apresentou um 
relatório para o projecto da União Económica e Monetária um ano depois para a 
principal base das disposições que existem hoje nos tratados relativas à União 
Económica e Monetária.Este relatório previa o estabelecimento de uma União Económica e Monetária 
em três fases, de forma a atingir o objectivo da moeda única. 
1ª Fase: 
Tem início em 1990 até 31 de Dezembro de 1993, e teve como principal 
objectivo a liberalização total de capitais no interior da comunidade. 
2ª Fase: 
Tem início em Janeiro de 1994 a 1999, cujo objectivo era a de assegurar a 
convergência das políticas económicas dos diversos Estados. 
Em Maio de 1998 o Conselho (chefes de Estado e de Governo) determinou 
quais os países e deliberou quais os Estados passariam em 1 de Janeiro de 
1999 à 3ª fase. 
3ª Fase: 
Teve início a 1 de Janeiro de 1999 e é marcada pela fixação das taxas de 
conversão fixas e irreversíveis entre as moedas nacionais, entre os Estados 
participantes nesta 3ª fase e pela instituição do Sistema Europeu de Bancos 
Centrais. 
A União Económica e Monetária foi a via que os Estados encontram em 
Maastricht para aprofundar o processo de integração e garantir a sua 
irreversibilidade. Tem claros objectivos políticos e foi um processo de integração 
bastante polémico pois foi estabelecido rigorosos critérios económicos e 
financeiros, foi privilegiado o rigor financeiro e a luta contra a inflação. Foram 
privilegiados os critérios de origem financeira em deterimento dos de origem real 
(por ex. o nível de vida). 
 
9. Política externa e segurança comum (PESC) 
Na década de 70 começou a surgir a cooperação a nível político entre os 
Estados, e o objectivo desta cooperação era o da afirmação duma política 
externa comum aos diversos Estados-membros. No entanto estas práticas de 
cooperação política tinham lugar fora do quadro estabelecido nos tratados, eram 
meras práticas sem órgãos próprios para o efeito e o respeito pela regra da 
unanimidade. 
Descarregado por Joana Silva (joanacrsilva09@gmail.com)
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Esta prática eram simples acordos inter-governamentais instituídos nos 
tratados pelo Acto Único Europeu e que foram reforçados com a Política Externa 
e Segurança Comum no Tratado da União Europeia. 
Com o Tratado da União Europeia reforçou-se a vertente da política externa. 
O art. 11º TUE, consagra a Política Externa e Segurança Comum e no art. 29º 
TUE a Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal. 
Estas duas políticas são políticas inter-governamentais o que é diferente de 
políticas comuns porque o seu modo de funcionamento é diferente, a regra de 
deliberação, a sua iniciativa, as regras de financiamento, são diferentes de todas 
as políticas comuns: 
 Financiamento, são financiadas pelos orçamentos de Estado; 
 Regra de deliberação, é a unanimidade; 
 Iniciativa, não compete à Comissão4[12]; 
 Quem decide não é o Conselho. 
 
10. Aprofundamento do projecto comunitário 
O grande objectivo do Acto Único Europeu era concretizar o mercado comum. 
A Comunidade pressupõe a existência de políticas comuns. 
O Acto Único Europeu deu impulso aos tratados e veio concretizar o mercado 
comum. 
Designa-se Acto Único Europeu porque com um único acto se procedeu à 
revisão dos três tratados: CECA, EURATOM, CEE; e porque num único 
instrumento são tratadas as questões relativas às comunidades europeias e à 
cooperação política europeia que até aqui corria à margem do quadro das 
comunidades. 
O grande objectivo do Tratado da União Europeia foi impulsionar no domínio 
económico4[13] e dotar as comunidades de objectivos políticos através do reforço 
e aperfeiçoamento dos mecanismos das relações externas4[14]. 
O princípio da subsidiariedade vem determinar a quem compete o exercício 
de determinada competência4[15]. As decisões devem ser tomadas o mais 
próximo possível do cidadão. 
 
11. Conteúdo do Tratado de Amesterdão 
O Tratado de Amesterdão é a terceira grande revisão dos tratados, mas é a 
primeira do Tratado da União Europeia. 
Este tratado não revendo as disposições relativas à União Económica e 
Monetária completando o Tratado de Maastricht vem dotar a União de maior 
democracia e eficácia fazendo uma revisão nas instituições e adoptando a 
Europa ao pós-comunismo. 
A conferência inter-governamental que originou o Tratado de Amesterdão 
iniciou-se em Março de 1996 e em cumprimento do art. N, n.º 2 do TUE. As 
negociações terminaram em Junho de 197 e foi assinado em Outubro de 1997, 
entrou em vigor em Maio de 1999. 
Em primeiro lugar fez-se a revisão de todas as disposições, fez-se a revisão 
de todos os tratados, depois, fizeram-se as alterações formais eliminando as 
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disposições caducadas e remunerando o conjunto de disposições alteradas. 
Este tratado limitava-se a fazer a revisão dos tratados. Tem aspectos positivos: 
 Manteve-se a estrutura em três pilares do Tratado da União Europeia, 
mas ao manter-se, convém salientar a comunitarização da matéria civil da 
Cooperação nos domínios da Justiça e dos Assuntos Internos. 
 A Política Externa e Segurança Comum não foi comunitarizada, mas 
introduziram-lhe algumas alterações para ficar mais próxima das políticas 
comunitárias, mantendo-se o mesmo conteúdo. 
 Aumentou-se o número de casos em que se decide por maioria (reforçou-
se a regra da maioria). 
 No pilar comunitário, os Estados introduziram alterações no sentido de 
dotar a comunidade de objectivos sociais. 
 Reforçou-se os direitos fundamentais da União Europeia (art. 6º - 49º 
TUE), um Estado para aderir tem que respeitar os princípios do art. 6º 
TUE. 
 Existência dum procedimento que permite constatar a existência de 
violações graves e persistentes dos direitos presentes no art. 6º TUE pelos 
Estados-membros e poder ser retirado o direito de voto no seio do 
Conselho (art. 7º TUE). 
A principal crítica é a de que não ter aproveitado esta ocasião para fazer a 
reforma das instituições comunitárias, com vista aos próximos alagamentos. 
O tratado de Amesterdão avança no domínio social, enquanto que noutros 
domínios o avanço foi escasso. Ou outro avanço neste tratado foi a cooperação 
reforçada. 
 
12. Cooperação reforçada 
É um mecanismo que permite a alguns Estados avançarem em deterimento 
de outros. Traduz-se numa aceitação de uma construção diferenciada na 
Europa. Esta ideia de diferenciação já se encontra noutros domínios, 
nomeadamente, na União Económica e Monetária. 
A cooperação reforçada põe em causa a uniformidade e a unidade da 
aplicação do direito comunitário. 
Permite que um número de Estados, não inferior a oito (art. 43º/1-d TUE e 
11º TCE) avançar quer no pilar comunitário quer no terceiro pilar relativo à 
cooperação policial e judiciária em matéria penal desenvolvendo acções 
conjuntas sem que os outros Estados participem. 
É um mecanismo de cariz subsidiário, porque só é possível accionar este 
mecanismo, quando não seja possível actuar no âmbito dos processos 
comunitários. Foi instituído para desbloquear situações de impasse; este 
mecanismo está aberto a todos os Estados, podendo participar desde o início ou 
juntarem-se a estes posteriormente (art. 43º/1-g TUE). 
As cláusulas gerais do art. 43º TUE, vêm juntar-se as cláusulas do art. 11º 
TCE, se é uma cooperação reforçada a desenvolver no âmbito do pilar 
comunitário ou juntar-se as cláusulas do art. 40º TUE, se é uma política 
reforçada no âmbito do terceiro pilar. 
Descarregado por Joana Silva (joanacrsilva09@gmail.com)
lOMoARcPSD|6532604Os Estados têm em primeiro lugar que obter autorização por parte do 
Conselho, que deliberar por maioria qualificada (62 votos dos 87). O Conselho 
vai decidir com base numa proposta apresentada pela Comissão e após parecer 
dos Parlamento Europeu (parecer obrigatório, mas não vinculado). A Comissão 
detém o monopólio exclusivo da iniciativa neste domínio. Os Estados têm que 
solicitar à Comissão um pedido para a instituição da cooperação reforçada. A 
Comissão pode apenas apresentar a proposta ao Conselho, caso a Comissão 
não apresente essa proposta os Estados são informados das razões que a 
levaram a isso (art. 11º TCE). 
Os Estados que não participem desde o início da cooperação reforçada e que 
o queiram fazer mais tarde, podem-no fazer, notificado a sua intenção ao 
Conselho e à comissão (art. 11º/3 TCE) é a técnica de spill-over. 
Durante a implementação da cooperação reforçada e durante o 
desenvolvimento das políticas da cooperação reforçada, só tomam parte nas 
votações os Estados que participem nessa cooperação reforçada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATUREZA JURÍDICA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS 
 
13. Natureza jurídica 
É impossível determinar a natureza jurídica das Comunidades Europeias4[16], 
porque as Comunidades Europeias são ainda uma organização recente e ainda 
não se sabe qual o modelo que vai ser determinado. 
Actualmente a tendência tem sido o inter-governamental, porque cada vez 
mais se estão a reforçar os pilares inter-governamentais. 
Há diversas teses para aferir a natureza jurídica das Comunidades Europeias. 
1) Tese Estadual; 
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2) Tese Federal; 
3) Tese Confederal; 
4) Tese Internacional Clássica; 
5) Tese Supranacional. 
 
14. Tese Estadual 
Determina que as Comunidades seriam um Estado porque beneficiam duma 
atribuição de competências dos Estados para as instituições competentes e por 
outro lado a existência duma estrutura orgânica idêntica à estrutura dos Estados. 
Os tratados seriam equiparados às constituições estaduais. 
Críticas: 
Os tratados são efectivamente vistos muitas vezes como a constituição 
comunitária e são, mas não podem ser equiparados às constituições dos 
Estados. 
As comunidades não dispõem de poder constituinte, quem faz a revisão dos 
tratados são os Estados. As Comunidades não são um Estado. Elas não têm o 
poder de auto-organização, característica dos Estados. 
As competências das comunidades são dominadas pela lógica da 
especialidade, só têm as competências que lhe foram atribuídas, as 
competências dos Estados têm vocação universal, os Estados têm todas as 
competências, em princípio. 
 
15. Tese Federal 
Há uma aproximação das comunidades ao modelo federal devido à sua 
evolução histórica e também devido aos Estados atribuírem competências, as 
que eram concorrentes passaram a ser exclusivas. A regra de deliberação das 
comunidades é a regra da maioria e não a unanimidade. O Conselho foi 
pensado como órgão federal. 
Estes factores contribuíram para a aproximar as comunidades do modelo 
federal. Apesar desta aproximação das Comunidades à tese federal, ela não é 
um Estado Federal, porque não é um Estado. O que se encontra é uma ordem 
jurídica comunitária autónoma da ordem jurídica interna dos Estados, própria e 
hierarquizada. As normas de direito comunitário, vão ter aplicação imediata na 
ordem jurídica interna dos Estados. A ordem comunitária é caracterizada pela 
força do Tribunal de Justiça. 
O Tratado da União Europeia acabou por reforçar esta vertente federal, 
através de três vectores. 
 Cidadania da União; 
 Política Externa e Segurança Comum; 
 União Económica e Monetária. 
As comunidades, embora tenham características de uma federação, não o 
são. 
A ordem jurídica comunitária é constituída pelo direito comunitário derivado e 
originário, mas nunca pela ordem jurídica interna dos Estados. 
1) Tese Confederal 
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A definição de confederação que pressupõe a associação de Estados 
determinada por tratado de que vai resultar a criação de órgãos comuns, que 
vão prosseguir determinadas competências, geralmente vai resultar a criação de 
órgãos comuns que vão prosseguir determinadas competências geralmente 
competências internacionais. 
As diferenças partem desde logo do facto da comunidade não atingir as 
competências políticas de uma confederação, as comunidades têm 
competências políticas em termos de Política Externa e Segurança Comum4[17], e 
Cooperação Policial e Judiciária em Matéria Penal. 
Com as comunidades a integração dos Estados que se conseguiu foi por via 
do económico e não por via do político. 
 
16. Tese internacional clássica 
Tese que afere as comunidades como uma organização internacional 
clássica. Parte de uma premissa correcta que é a de que o acto constitutivo das 
comunidades é o tratado internacional. 
Outro elemento a favor desta tese é que a modificação do estatuto 
comunitário dos tratados assenta na vontade dos Estados. 
O facto das relações entre os Estados serem regidos pelas normas de direito 
internacional, há um certo número de situações que ainda se decide por 
unanimidade. 
Partem de uma premissa correcta4[18], mas não conseguem explicar as outras 
características das comunidades: 
 Princípio da aplicabilidade directa; 
 Efeito directo; 
 Princípio do primado; 
 Força executória das decisões do tribunal de justiça; 
 Alargamento das competências; 
 Capacidade das comunidades é autónoma (ao criarem regras de direito). 
O direito comunitário parte da ideia da divisibilidade da soberania dos 
Estados. 
4[16] Aquilo que elas deveriam ser. 
4[17] É uma política inter-governamental que assenta na vontade dos Estados. 
4[18] As comunidades serem criadas por um tratado. 
 
 
 
 
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COMPETÊNCIAS DAS COMUNIDADES 
 
 
17. Paralelo entre competência das comunidades e competência dos 
Estados 
Enquanto que as competências dos Estados são tendencialmente universais 
as comunidades estão limitadas pelo princípio da especialidade, têm a acção 
limitada pelos seus fins, só podem praticar os actos para prosseguir os fins das 
comunidades. 
Os Estados são determinados pela vocação universal, o princípio base é o da 
competência das competências que é característico dos Estados unitários. 
As comunidades estão dominadas pela lógica da especialidade, pelo se retira 
o princípio da competência de atribuição, significa que as comunidades só 
têm as competências que os Estados previamente lhe atribuíram, pelo que, 
todas as competências que não são atribuídas às comunidades e não apenas as 
que são expressamente reservadas, permanecem no âmbito dos Estados. 
Se as comunidades só têm as competências que os Estados lhes atribuem, 
todas as outras competências são dos Estados, mesmo as que os Estados não 
reservaram para isso, não tem que haver uma reserva expressa das 
competências para que elas sejam dos Estados. 
As instituições comunitárias, só têm as competências que os Estados lhes 
atribuíram, e não podem invadiras competências dos outros órgãos para 
cumprimento das disposições dos tratados. 
A atribuição de competências pode ser feita por duas formas: 
 Ou através de uma enumeração expressa; 
 Ou através do método funcional de atribuição de competências. 
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No primeiro método enumera-se quais as competências (este método não foi 
seguido), a enumeração expressa é o chamado método de lista que é corrente, 
utilizado na construção dos Estados Federais. 
O segundo método (seguido pelas comunidades), é o método utilizado pelos 
autores dos tratados, que se serviram dos objectivos das comunidades, para 
desta forma lhe atribuírem as competências necessárias para os atingir. Tem-se 
dois sistemas de repartição de competências. 
1) O sistema vertical: verifica-se entre as comunidades e os Estados-
membros; 
2) No interior da comunidade tem-se um sistema horizontal de repartição de 
poderes de acordo com o qual, cada instituição tem os poderes que os 
tratados lhe atribuíram para exercer as competências que os tratados 
prevêem. 
Quando existem conflitos de competências ou poderes, são sempre 
resolvidos e atribuídos pelo Tribunal de Justiça. 
O princípio das competências de atribuição sofreu um desgaste por duas vias 
distintas: 
1) Jurisprudencial, através da acção do Tribunal de Justiça; 
2) Política, por acção do Conselho de ministros (Conselho da União 
Europeia). 
O Tribunal de Justiça partiu dos fins de integração comunitária (objectivos 
dos tratados) para com a utilização de determinados métodos de interpretação 
opera uma mutação das competências concorrentes em competências 
exclusivas, através da técnica da ocupação do terreno normativo. Essa mutação 
dava-se pelo seu simples exercício por parte das instituições comunitárias 
excluindo-se qualquer intervenção das instâncias nacionais. 
Houve o desvirtuar do princípio das competências de atribuição através do 
recurso ao mecanismo consagrado no art. 308º TCE, em virtude do recurso a 
este mecanismo, o Conselho alargou substancialmente o elenco das 
competências comunitárias e o alargamento das competências concorrentes em 
exclusivo, entendendo-se que uma acção era importante para atingir o 
funcionamento do mercado comum recorrendo a este mecanismo. 
 
18. Princípio da subsidiariedade 
A União Europeia assenta no princípio da subsidiariedade, tal como 
especificam os artigos A e B do Título I do Tratado da União Europeia. Este 
princípio contribui para o respeito da identidade nacional dos Estados-membros 
e constitui uma salvaguarda das respectivas competências. O seu objectivo 
consiste em que as decisões no âmbito da União Europeia sejam tomadas ao 
nível mais próximo possível dos cidadãos. 
O art. 5º TCE contém três elementos principais: 
- Um limite estrito à acção comunitária (primeiro parágrafo); 
- Uma regra (segundo parágrafo) para responder à pergunta: “A 
comunidade deverá intervir?” Esta regra aplica-se a domínios que não são 
da competência exclusiva da Comunidade; 
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- Uma regra (terceiro parágrafo) para responder à pergunta: “Qual deverá 
ser a intensidade ou a natureza da acção da Comunidade?” Esta regra 
aplica-se quer a acção seja ou na competência exclusiva da Comunidade. 
Estes três parágrafos abrangem três conceitos jurídicos distintos, que têm 
antecedentes históricos nos actuais tais tratados comunitários ou na 
jurisprudência do Tribunal de Justiça: 
- O princípio de que a Comunidade só pode intervir quando lhe forem 
conferidas competências para tal – o que implica que as competências 
para tal – o que implica que as competências nacionais são a regra e as 
da Comunidade a excepção – foi sempre um aspecto fundamental do 
ordenamento jurídico comunitário (princípio da atribuição de poderes); 
- O princípio de que a Comunidade só deve intervir quando um 
determinado objectivo for melhor atingido a nível comunitário do União 
Europeia a nível dos Estados-membros está presente de forma 
embrionária ou implícito em algumas disposições do Tratado CECA e do 
Tratado CEE; o Acto Único Europeu definiu explicitamente este princípio 
em matéria de ambiente (princípio da subsidiariedade em sentido jurídico 
estrito); 
- O princípio de que os meios utilizados pela Comunidade deverão ser 
proporcionais aos fins em vista é já referido em jurisprudência confirmada 
no Tribunal de Justiça. Este princípio tem, porém, sido limitado no seu 
alcance e desenvolvido sem o apoio de um artigo específico do Tratado 
(princípio da proporcionalidade ou da intensidade). 
O princípio da subsidiariedade não tem a ver, nem poderá por em causa, as 
competências atribuídas à Comunidade Europeia pelo Tratado, de acordo com a 
interpretação do Tribunal de Justiça; fornece, no entanto, uma orientação sobre 
a forma como tais competências deverão ser exercidas a nível comunitário. A 
aplicação do princípio deverá respeitar as disposições gerais contidas no 
Tratado de Maastricht, incluindo a da “manutenção da integridade do acervo 
comunitário”, sem prejudicar o primado do direito comunitário e se colocar em 
questão o princípio definido no n.º 3 do art. F do Tratado da União Europeia, 
segundo o qual a União se dotará dos meios necessários para atingir os seus 
objectivos e realizar com êxito as suas políticas. 
A subsidiariedade é um conceito dinâmico que deverá ser aplicado à luz dos 
objectivos fixados no Tratado. Permite que a intervenção comunitária seja 
alargada, se necessário, e, por outro lado, permite igualmente que ela seja 
limitada ou interrompida, se deixar de se justificar. 
Sempre que da aplicação do critério da subsidiariedade resultar a exclusão da 
intervenção comunitária, os Estados-membros continuarão, todavia, a dever 
cumprir, na sua acção, as regras gerais contidas no art. 5º do Tratado, 
nomeadamente tomando todas as medidas adequadas para assegurar o 
cumprimento das suas obrigações dele decorrentes e abstendo-se de tomar 
quaisquer medidas susceptíveis de pôr em perigo os objectivos do mesmo. 
Não se pode considerar que o princípio da subsidiariedade produza efeitos 
directos; todavia, a sua interpretação e a verificação do seu cumprimento ficarão 
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sujeitas ao controlo do Tribunal de Justiça, para as questões abrangidas pelo 
Tratado que institui a Comunidade Europeia. 
É um princípio que vem regular o exercício das competências; não atribui 
competências a nenhum órgão, não vem afectar os sistemas de repartição de 
competências, apenas vem regular o exercício de competências (art. 5º TUE). O 
exercício de uma competência, em princípio, cabe aos Estados. 
Critérios de aplicação do princípio da subsidiariedade: 
- Critério da suficiência; 
- Critério transfronteiriço; 
- Critério da dimensão da acção; 
- Critério da eficácia da acção. 
Grande objectivo, aproximar as decisões dos cidadãos. Da aplicação deste 
princípio, tem-se que averiguar (duas teses): 
1) Eficácia comparativa vai-se ver se os Estados têm os meios necessários 
para atingir aquele objectivo; 
2) Valor acrescentado4[19] analisa-se a eficácia da acção comunitária e a sua 
dimensão. 
Tem-se que analisar em cada momento, se se verifica estes pressupostos.Primeiro analisa-se se os Estados têm os meios necessários para desenvolver 
aquela acção, se não tiverem, passa para as comunidades. 
 
19. Instituições 
As três comunidades europeias4[20] são associações de Estados que 
correspondem em larga medida ao conceito clássico de organizações 
internacionais inter-governamentais4[21]. 
As três comunidades europeias dispõem, actualmente, dos seguintes órgãos: 
a) Órgãos de direcção política: aos quais cabe, com a liberdade de 
apreciação necessária a quem actua no plano político, fazer as opções e 
tomar as grandes decisões sobre a evolução do processo de integração 
europeia, estes órgãos políticos são três. 
1) Conselho Europeu, constituído pelos chefes de Estado ou de Governo 
dos países membros; 
2) Conselho da União Europeia, constituído por representantes dos 
Estados membros, de nível ministerial; e 
3) Parlamento Europeu, composto por representantes (eleitos) dos povos 
dos estados-membros. 
b) Órgãos de direcção, decisão e execução: aos quais incumbe, com 
inteira autonomia de apreciação e de decisão, no quadro de competências 
que os próprios tratados lhes conferem, definir as orientações, adoptar os 
actos de carácter normativo, realizar as acções necessárias e tomar, em 
geral, as medidas adequadas à boa aplicação dos tratados. Esses órgãos 
são: 
1) Parlamento Europeu; 
2) O Conselho da União Europeia; 
3) A Comissão das comunidades europeias 
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c) Órgãos de controlo 
1º De controlo orçamental e de controlo político da actividade comunitária 
a cargo do Parlamento Europeu; 
2º De controlo jurisdicional, a cargo do Tribunal das Comunidades 
Europeias, a que está associado o tribunal de primeira instância, 
incumbidos de “assegurar o respeito do direito na interpretação e 
aplicação” dos tratados; 
3º De controlo financeiro, a cargo do Tribunal de contas, ao qual compete 
a fiscalização da cobrança de receitas e da regularidade da efectivação 
das despesas das comunidades. 
d) Órgãos auxiliares, órgãos consultivos, órgãos administrativos, e 
órgãos de apoio financeiro de diversa índole. 
 
COMISSÃO 
 
20. Composição da Comissão 
É uma instituição de carácter predominantemente técnico, mas de uma 
importância fundamental na engrenagem comunitária. É constituída por altas 
personalidades nomeadas pelos Estados-membros, mas independentes destes. 
É composta por vinte membros (comissários), número que poder modificado 
pelo Conselho, deliberando por unanimidade. Só os nacionais dos Estados-
membros podem ser nomeados comissários europeus; deve incluir pelo menos, 
um nacional de cada estado-membro e nunca mais de dois com a mesma 
nacionalidade, embora, na prática a Espanha, a França, a Alemanha, a Itália e 
Reino Unido, nomeiam dois comissários cada (art. 213º TCE). 
Os comissários têm de ser independentes, ou seja, não devem solicitar 
informações ao seu governo e ao Conselho, são técnicos que oferecem 
garantias de independência. 
Exercem funções por um período de cinco anos (art. 214º TCE). Os 
comissários desempenham as suas funções no interesse geral das 
comunidades e não dos Estados. Embora, tenham o poder de autorizar os 
Estados a adoptar cláusulas de salvaguarda, derrogatórias das regras dos 
tratados. 
 
21. Nomeação da Comissão 
Os comissários são escolhidos por um processo que vem referido no art. 214º 
TCE e funciona a dois momentos: os governos dos Estados membros designam 
de comum acordo a personalidade que gostavam de ter como presidente da 
Comissão, depois o presidente da Comissão com os governos dos Estados-
membros designam conjuntamente as personalidades que tencionam nomear 
membros da Comissão. 
Estabelece-se nos tratados uma obrigação de aprovação do Parlamento 
Europeu para a composição da Comissão. A consulta do Parlamento Europeu é 
obrigatória num primeiro momento para a figura do presidente e num segundo 
momento para o colégio dos comissários. 
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O presidente e os demais membros são sujeitos a um voto de aprovação do 
Parlamento Europeu, a aprovação é colegial e não individual. 
A cessação de funções dos comissários pode ser individual ou colectiva: 
Individual, por demissão voluntária, sucessões normais ou por morte (art. 
215º TCE) ou compulsiva (art. 216º TCE) é uma sanção que só o Tribunal de 
Justiça a pedido do Conselho ou da própria Comissão, pode aplicar a qualquer 
comissário europeu que deixe de preencher os requisitos necessários ao 
exercício das suas funções ou que tenha cometido falta grave. 
Colectiva, verifica-se quando o Parlamento Europeu aprova uma moção de 
censura às actividades da Comissão (art. 201º TCE). 
 
22. Independência da Comissão e dos seus membros 
A Comissão é um órgão colegial, cada um dos seus membros individualmente 
gozam da independência efectiva, quer em face dos Estados-membros, quer do 
Conselho (arts. 213º a 216º TCE). 
Politicamente, porém, a Comissão depende do Parlamento Europeu e os seus 
actos estão sujeitos a controlo jurisdicional a cargo do Tribunal de Justiça. A 
independência resulta concretamente: 
 Das qualidades pessoais dos membros da Comissão; 
 Do regime do exercício do cargo: os membros da Comissão 
desempenham as suas funções no interesse geral da comunidade e com 
total independência (art. 213º/2 TCE); 
 Do regime de remuneração que garante dependência económica, a nível 
elevado, dos membros da Comissão; 
 Dos poderes que lhe são conferidos pelos tratados, de autorizar os 
Estados a recorrer, em caso de necessidade, a cláusulas de salvaguarda e 
a utilizar a possibilidade de derrogação às regras de concorrência (art. 
249º TCE); 
 Da competência que cabe à Comissão, na sua qualidade de guardiã dos 
tratados, de velar pela aplicação das suas disposições (art. 211º TCE), 
agindo contra os Estados que as violem e podendo mesmo, quando em 
seu critério o julgue oportuno, proceder judicialmente contra eles (art. 26º 
TCE), no Tribunal de Justiça das comunidades europeias. 
Convém referir que a Comissão não deve, de modo algum, ser considerada 
como um órgão hierarquicamente inferior ao Conselho e, portanto, subordinada 
a este último; a Comissão é dele totalmente independente, como de resto lhe é 
imposto pelo exercício das competências que os tratados lhe conferem. 
 
23. Competências da Comissão 
Embora a Comissão seja uma única, as suas atribuições são diferentes 
consoante o âmbito do tratado. 
a) Competência da Comissão no âmbito do tratado CECA 
A Comissão propõe, decide e executa, ela tem o essencial de todos os 
poderes, ela tem praticamente todos os poderes e o Conselho só em casos 
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excepcionais tem o poder de decisão, o Conselho tem essencialmente um poder 
consultivo, é um órgão consultivo. 
Cabe ao Conselho o poder de decisão, mas vai adopta-lo com base na 
proposta da Comissão e parecer do Parlamento Europeu. 
b) Competências da Comissão ao nível do TCE 
Tem o poder de iniciativa, a regra é de que o Conselho não pode tomar uma 
decisão sem ser com base numa proposta previamente apresentadapela 
Comissão, podendo vir a ser anulado pelo Tribunal de Justiça (se o fizer sem a 
proposta da Comissão). 
Se a Comissão se recusar a apresentar propostas, há um mecanismo referido 
no art. 208º TCE que estabelece que o Conselho solicite à Comissão que esta 
lhe apresente propostas. No entanto é lícito à Comissão não acatar o pedido de 
apresentar propostas do Conselho se se traduzir em propostas que sejam 
violações das regras dos tratados. Mas quando não se traduz numa violação às 
regras dum tratado pode ser intentado um recurso por omissão contra a 
Comissão se esta nada disser (recurso implícito), art. 232º TCE; sendo uma 
recusa explícita, à lugar a um recurso de anulação, art. 230º TCE, se houver 
uma tomada de posição mesmo que se traduza numa negação à tomada de 
propostas há um recurso de anulação. 
À Comissão cabe desencadear o processo apresentando propostas que o 
Conselho vai decidir, apresentado ao Parlamento Europeu para seu parecer. 
 
24. Propostas da Comissão 
Duas regras, que estão expostas no art. 250º TCE. 
O Conselho pode adoptar um acto diferente da proposta apresentada pela 
Comissão, mas só por unanimidade. 
A Comissão pode alterar a sua proposta as vezes que achar necessário, mas 
quando o texto final é substancialmente diferente à proposta apresentada ao 
Parlamento Europeu, esta tem de ser apresentada novamente (como se de uma 
nova proposta se tratasse). 
A proposta, no seio da Comissão, é elaborada em três fases: 
a) Fase da documentação 
Há um estudo de direito comparado com dados estatísticos nos diversos 
Estados; há uma recolha de legislação nos diversos Estados sobre aquela 
matéria. 
b) Fase da consulta 
A direcção geral que tem a responsabilidade pelo pelouro, vai ter de consultar 
técnicos e está em permanente contacto com especialistas técnicos para discutir 
aquela proposta, e com os serviços que entender necessários, especializados 
para o efeito. 
c) Fase da decisão 
A Comissão funciona em colégio, delibera por maioria, podendo ainda 
deliberar por reunião ou por escrito. 
 
25. Organização 
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A comissão funciona e delibera em colégio, o que significa que as 
competências que lhe são atribuídas pelo direito comunitário pertencem ao 
colectivo dos seus membros e devem exprimir-se sob a forma de actos-
decisões, directivas, regulamentos, recomendações, pareceres ou propostas 
(art. 249º TCE) – resultantes de uma deliberação colegial adoptada em reunião 
da Comissão formalmente convocada e na qual as deliberações são tomadas 
por maioria dos membros que a compõem (art. 219º TCE). 
A Comissão só pode deliberar validamente se na reunião estiver presente o 
número mínimo de membros (quórum) fixado no seu Regulamento Interno (art. 
219º TCE, art. 7º RI). 
a) O sistema de deliberação por escrito 
O Regulamento Interno da Comissão prevê que o acordo dos seus membros 
em relação a qualquer proposta de um deles possa ser dado por escrito (arts. 4º-
b, 12º RI). 
A deliberação por escrito efectua-se através de um texto escrito que é 
transmitido aos comissários para eles manifestarem a sua opinião, se não 
levantarem reservas deliberam por escrito ou então solicitam a inscrição para 
uma deliberação de debate oral. 
Uma proposta sobre a qual nenhum membro da comissão haja manifestado 
reservas ou objecções durante o prazo fixado para o processo de deliberação 
por escrito é considerada como aprovada pela comissão, do que se fará menção 
na acta da reunião seguinte. 
O funcionamento do sistema da deliberação por escrito exige, a unanimidade 
(expressa ou tácita) dos membros da comissão (art. 12º RI). 
b) Delegação de poderes 
O Regulamento Interno (art. 13º) prevê que as actividades da comissão sejam 
repartidas por sectores ou pelouros e que cada um destes, abarcando uma ou 
mais direcções gerais, fique colocado sob a chefia de um comissário habilitado a 
tomar, sob a responsabilidade da comissão, todas ou parte das medidas 
exigidas pela preparação e execução das deliberações do órgão colegial. 
A delegação de poderes assim operada a favor dos membros da Comissão 
poderá também ser conferida a funcionários superiores ou a órgãos 
dependentes da comissão. 
Tal delegação deverá, porém ser feita em termos que não impliquem a 
transferência para o delegatário de poderes de decisão autónomos em relação à 
Comissão. 
 
26. A Comissão como guardiã dos Tratados 
A Comissão é a guardiã dos tratados, cabe a ela, velar pelo correcto 
cumprimento dos tratados, pela correcta aplicação dos tratados. 
A Comissão não é só a guardiã dos tratados, mas de todo o direito 
comunitário (originário e derivado), tendo esses sujeitos a obrigação de prestar 
as informações à Comissão, art. 21º TCE. 
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Para o cumprimento desta missão de guardiã dos tratados, a Comissão 
dispõe de três categorias de poderes cujo uso é adquirido pelo bom 
funcionamento das comunidades. 
- Poderes de controlo; 
- Poderes de apreciação e autorização do recurso pelos Estados-membros 
a cláusulas de salvaguarda e outras medidas derrogatórias das 
disposições dos tratados; 
- Poderes de sanção. 
a) Poderes de controlo 
Tendo em vista assegurar o bom cumprimento dos tratados, dispõe a 
Comissão de importantes poderes de controlo com que se pretendem habilitá-la 
a bem cumprir as missões a seu cargo e que se traduzem em poderes de 
fiscalização e no direito de acção contra os que violem a legalidade 
comunitária. 
1) Poderes de fiscalização: A Comissão tem o direito de exigir dos 
Estados-membros e das empresas as informações de que careça para 
o desempenho das suas atribuições, bem como o de proceder às 
verificações que julgar necessárias (arts. 10º e 284º TCE). 
2) Direito de acção: no cumprimento da sua missão de guardiã dos 
tratados cumpre à Comissão velar pela estrita observância das regras 
comunitárias, tanto por parte dos Estados-membros como por parte das 
outras Instituições e procurar coagi-los – judicialmente se necessário – 
a respeitá-las: 
 Acção por incumprimento (art. 26º TCE); 
 Recurso de anulação (art. 230º e 231º TCE); 
 Recurso por omissão (art. 232º TCE). 
b) Poderes para autorizar a adopção de medidas derrogatórias das 
disposições dos tratados 
Cabe à Comissão apreciar e decidir da legalidade, necessidade e 
oportunidade do recurso, por parte dos Estados-membros ou das empresas, a 
certas medidas que impliquem derrogação das disposições dos tratados: 
 Autorização de medidas de salvaguarda; 
 Fiscalização da concessão, pelos Estados, de ajudas a empresas 
nacionais (arts. 87º, 88º/2 TCE); 
 Derrogação de certas regras de concorrência (art. 81º TCE). 
c) Poderes de sanção 
A Comissão pode exercer poderes de sanção: 
 Contra os Estados: a Comissão pode propor ao Tribunal de Justiça, no 
caso previsto no art. 228º/2 CE, que este aplique sanções pecuniárias aos 
Estados que persistam no incumprimento das suas obrigações 
pecuniárias. 
 Contra operadores comunitários (indivíduos ou sociedades). 
 
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27. Poderes de execução da Comissão 
Ele pode exercer a função de execução delegada pelo Conselho (arts. 211º, 
último paragrafo e 202º último paragrafo TCE).O Conselho ao contrário da Comissão não é um órgão permanente, daí que o 
conselho delegue essa competência de execução num órgão permanente, que é 
a Comissão. 
O Conselho vai delegar, mas não se abstrai de controlar e fiscalizar; 
acompanha a acção da Comissão através de comités constituídos por 
representantes dos Estados a nível de funcionários que agem de acordo com as 
instruções nacionais são comités criados especialmente para o efeito. São os 
chamados comités de gestão e regulamentação. 
Outro poder da Comissão, é o poder de gestão administrativa relativamente 
aos seus serviços e funcionários; patrimonial (art. 282º TCE), a Comissão e 
dotada de personalidade jurídica, podendo contrair contratos e estar em juízo, 
quanto à gestão financeira (arts. 273º e 274º TCE). 
A Comissão gere ainda os fundos comunitários. 
Outro poder da Comissão, é a sua participação de acordos internacionais (art. 
300º TCE). Cabe à Comissão apresentar uma recomendação no sentido da 
necessidade de negociar determinado acordo. Existem dois processos de 
negociação: 
 Expedito: não é necessário o parecer do Parlamento Europeu; 
 Longo: é necessário o parecer do Parlamento Europeu. 
 
 
CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA 
 
28. Natureza 
Tem uma dupla natureza: inter-governamental pela sua composição, é 
composto pelos representantes dos Estados membros a nível ministerial que 
participam no Conselho enquanto representantes do Estado; é também um 
órgão comunitário porque o objectivo do Conselho é realizar os objectivos da 
comunidade sendo que estes objectivos da comunidade vão contra os 
interesses dos Estados, porque votam por maioria e mesmo que um Estado vote 
contra, a decisão pode ser aprovada e começar a vigorar nesse estado. 
O Conselho responde ao conceito tradicional de órgão inter-governamental de 
carácter representativo, o que equivale a dizer que os seus membros participam 
nas deliberações na qualidade de representantes dos Estados-membros – que 
neles delegaram um poder de representação – e não, em nome pessoal (art. 
203º TCE). 
Este carácter de órgão representativo dos Estados é acentuado pela 
circunstância de que algumas das suas deliberações obedecem à regra da 
unanimidade. 
O Conselho surge como uma instituição dotada de uma dupla natureza – 
inter-governamental e comunitária – em que o carácter de órgão da União 
Europeia ou de órgão da colectividade dos Estados que nele participam avulta 
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mais ou menos consoante os problemas de que se ocupa e os termos é 
chamado a resolvê-los. 
 
29. Composição do Conselho 
O Conselho é composto por um representante de cada Estado-membro (art. 
203º TCE). Estes representantes são obrigatoriamente de nível ministerial. 
Os representantes dos governos nacionais no Conselho não são 
representantes permanentes dos Estados-membros. Cada Governo far-se-á 
representar pelo seu membro que, consoante as matérias a tratar e as 
circunstâncias do momento, lhe pareça o mais indicado para assegurar em cada 
reunião do Conselho a defesa dos interesses nacionais. 
A presidência do Conselho das Comunidades Europeias é exercida, 
rotativamente, por cada um dos seus membros, pelo período de seis meses. 
 
30. COREPER 
É o comité dos representantes permanentes, o Conselho não é um órgão 
permanente, daí que os Estados-membros tenham decidido instituir em Bruxelas 
um representante assistido por um representante adjunto. 
Vai preparar os trabalhos do Conselho e exercer os mandatos que o 
Conselho lhe confiar (art. 207º TCE e 17º RI). 
A criação do COREPER surge na década de 60, na mesma altura da fusão 
dos executivos, é uma instância de diálogo e de controlo. São grupos de 
trabalho constituídos por técnicos nacionais para análise do assunto em causa. 
Não obstante o papel cada vez mais importante que o COREPER tem vindo a 
desempenhar no processo comunitário de decisão, não se trata de um comité de 
suplentes dos ministros, habilitados a decidir em seu nome. É que, tal como 
acontece com a Comissão, não é permitido ao Conselho delegar os seus 
poderes de decisão. 
O COREPER apresenta-se simultaneamente como uma instância de diálogo 
e um órgão de controlo. 
O diálogo tem lugar, antes de mais, entre os próprios representantes 
permanentes dos Estados-membros, que confrontam e tentam concertar os 
diversos pontos de vista nacionais; a par disso, entre cada representante 
permanente e o respectivo Governo, o qual apresenta os pontos de vista tanto 
dos seus parceiros como da comissão, procurando obter uma clara definição da 
posição nacional que o habilite a agir com segurança no quadro comunitário, 
finalmente, entre o COREPER e a Comissão que com ele debate todas as 
propostas que devam ser objecto de deliberação do Conselho. 
 
31. Deliberações do Conselho 
O Conselho funciona de acordo com o Regulamento Interno (art. 207º/3 TCE). 
Para que o Conselho possa deliberar validamente tem que estar presentes oito 
membros do Conselho dos quinze representantes. 
O Conselho funciona em regime de colégio: as suas deliberações resultam de 
uma discussão e votação que exigem, em princípio a reunião de todos os 
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membros do Conselho, sem prejuízo de qualquer deles poder ser representado 
por outro em caso de votação (art. 205º/3 e 206º TCE; arts. 3º e 9º RI). 
A Comissão participa nas reuniões do Conselho, quando o Conselho analisa 
uma proposta sua para que o processo decisório seja mais célere e para que 
exista uma maior colaboração entre os dois órgãos. 
Quanto às deliberações do Conselho: 
O princípio é a deliberação colegial à semelhança do que acontece na 
Comissão (art. 206º TCE e art. 3º RI). 
A deliberação pode ser por escrito em casos de urgência desde que todos os 
membros estejam de acordo em deliberar desta forma. 
 
32. Votação segundo as regras dos Tratados 
Esta processa-se de um dos seguintes modos: 
a) Maioria simples; 
b) Maioria qualificada; 
c) Maioria duplamente qualificada; 
d) Unanimidade. 
O art. 205º/1 TCE consagra a regra que é a maioria simples “salvo disposição 
em contrário”4[22]; o n.º 2 do art. 205º TCE no primeiro parágrafo, refere-se à 
maioria qualificada (62 votos dos 87). 
No segundo parágrafo do art. 205º/2 TCE, estão referidas as situações em 
que é necessário maioria duplamente qualificada, existindo para isso duas 
condições: 62 votos que exprimam a votação favorável de dez Estados-
membros. É necessário que o Conselho delibere por maioria duplamente 
qualificada quando não existe proposta da Comissão. 
Quando se refere que o Conselho delibera por maioria qualificada sob 
proposta da comissão, é maioria qualificada simples, mas quando não refere 
proposta da comissão é por maioria duplamente qualificada, porque quando a 
comissão apresenta uma proposta deve ter em conta os interesses 
comunitários, quando isso não acontece, exige-se as duas condições4[23] para 
salvaguardar os interesses comunitários. 
O art. 205º/3 TCE refere-se à unanimidade, as abstenções dos membros 
presentes ou representados não impede que sejam tomadas deliberações do 
Conselho que exijam unanimidade. 
Foram aumentados os casos em que se delibera pelo processo de co-decisão 
o Conselho delibera conjuntamente com o Parlamento Europeu. 
O Conselho para além destes modos de deliberar, também delibera por co-
decisão (art. 251º TCE), introduzido pelo Tratado de Maastricht, no Tratado da 
União Europeia decide o Conselho com o Parlamento Europeu,é mais 
democrático porque o Conselho não pode impor a sua posição ao Parlamento 
Europeu; e cooperação (art. 252º TCE), introduzido pelo Acto Único Europeu 
apenas em matérias relativas à União Económica e Monetária. 
Existiram, quanto às regras de deliberação, duas perturbações históricas, que 
são os acordos de Luxemburgo e de Joanina. 
a) Acordo de Luxemburgo 
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Quando chegou o momento (1965, ainda com seis Estados) de passar da 
regra da unanimidade para a regra da maioria que estava prevista nos tratados, 
a França opôs-se. Era então o General De Gaulle presidente da república 
francesa, abandonou a reunião do Conselho não participando nas reuniões 
durante seis meses (crise da cadeira vazia), porque se insurgiria contra os 
elevados poderes que a Comissão tinha. 
Quando foi ultrapassada a crise, visto que a França bloqueou o processo de 
decisão, os outros cinco Estados apresentam à França a vontade de continuar 
com o projecto das comunidades. Mas a França não queria ficar de fora deste 
projecto, a solução encontrada foi o acordo de Luxemburgo, este compromisso 
consiste numa declaração comum relativamente ao modo de deliberação e 
sobre as relações, a cooperação entre a Comissão e o Conselho. 
Sempre que no seio do Conselho uma decisão deva ser tomada por maioria 
qualificada, e sempre que um Estado invocar um interesse muito importante 
devem num prazo razoável encontrar uma solução que possa ser adoptada por 
todos os membros do conselho. A França ao contrário dos outros cinco Estados, 
considera que quando se trata de interesses muito importantes deve chegar-se a 
uma acordo unânime para todos os outros basta a maioria. 
b) Acordos de Joanina 
Na altura, com doze Estados-membros e estando para entrar os quatro 
países nórdicos e por iniciativa da Inglaterra, foi estabelecido um regime 
provisório de maioria qualificada que devia vigorar até à conferência de 1996 
que culminou com o tratado de Amesterdão. 
O Reino Unido pretendia, tendo em conta o alargamento e o aumento do 
número de votos, o que tornava mais difícil o Reino Unido atingir uma minoria de 
bloqueio que era formado por vinte e três votos e passar a ser com vinte e seis 
votos4[24], então estabeleceu-se com o acordo dos outros Estados um regime 
provisório de minoria de bloqueio com vinte e três votos até 1996.4[25] 
 
33. Competências do Conselho da União Europeia 
Assegura a coordenação das políticas económicas gerais dos Estados-
membros4[26]. 
O poder de decisão é o principal poder no âmbito do Tratado de Roma4[27]. É 
um poder de decisão condicionado às propostas apresentadas pela comissão, 
não é um poder de decisão autónomo porque isso é excepcional, a regra é o 
poder de decisão, que o conselho tem é dependente de uma proposta da 
Comissão. 
A Comissão tem um poder de decisão no âmbito do Tratado da União 
Europeia (primeiro pilar da comunidade), mas também dos outros dois pilares a 
nível comunitário (Política Externa e Segurança Comum e Cooperação Policial e 
Judiciária em Matéria Penal). 
É um poder decisório-normativo, mas em alguns casos é partilhado com o 
Parlamento Europeu. O Parlamento Europeu tem vindo a ver os seus poderes 
políticos e decisórios alterados e reforçados a nível decisório, com o Acto Único 
Europeu, foram reforçados com a cooperação; e depois com a co-decisão no 
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Tratado da União Europeia em que o Parlamento Europeu tem um poder de 
decisão conjuntamente com o Conselho. É um poder de decisão que é 
partilhado cada vez mais com o Parlamento Europeu, são cada vez mais os 
casos em que se estabeleceu o processo de co-decisão em vez do processo 
regra ou comum (processo de consulta). 
O Conselho temo seu poder de decisão limitado aos actos estabelecidos na 
legislação comunitária, são expressamente previstos, isto é, não têm uma 
competência normativa geral. Quando uma acção do Conselho for necessária 
para atingir um objectivo da comunidade sem que se tenha previsto os poderes 
para o efeito, aplica-se o art. 308º TCE, chamado por “saco sem fundo”. O 
Conselho decide por unanimidade com base na proposta da Comissão e sob 
consulta do Parlamento Europeu. 
 
CONSELHO EUROPEU 
 
34. Introdução 
Na versão originária dos tratados, não estava previsto a existência do 
Conselho da Europa, estava previsto o Parlamento Europeu, a Comissão, o 
Tribunal de Justiça e um Conselho (da União Europeia). Mas os Estados 
começaram a sentir a necessidade de concretizar as políticas nacionais com as 
políticas seguidas pela comunidade. 
Os chefes de Estado e de Governo começaram a reunir-se (os mais altos 
representantes do Estado), só que eram reuniões esporádicas, eram reuniões 
importantes, mas o seu funcionamento fugia ao quadro comunitário, em que se 
resolvia problemas comunitários. 
Na década de 70, decidiu-se que era necessário um órgão para tomar estas 
decisões de consertação comunitária, e na Cimeira de Paris em Dezembro de 
1974 nasceu o conselho, que assentou na vontade dos Estados por sufrágio 
universal e directo, tendo sido consagrado pelos tratados no Acto Único 
Europeu. 
 
35. Composição e funcionamento do Conselho Europeu 
É composto pelos chefes de Estado ou de Governo e são assistidos pelos 
ministros dos negócios estrangeiros dos Estados-membros. 
Reúnem-se pelo menos duas vezes por ano, sob a presidência do chefe de 
Estado ou de governo que exercer a presidência do Conselho da União 
Europeia, que é rotativo de seis em seis meses. 
Quais as implicações que a criação do Conselho europeu teve nas outras 
instituições comunitárias? 
Em termos teóricos não afectou o funcionamento das instituições 
comunitárias, as regras dos tratados na foram adoptadas e a criação do 
Conselho Europeu não afectou. 
Na prática afectou, porque assentou o pendor inter-governamental, reforçou-
se o vector inter-governamental, o papel da comissão e do Conselho da União 
Europeia ficariam afectados porque foi criado um órgão inter-governamental que 
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reúne ao mais alto nível. O próprio Conselho da União Europeia teve o seu 
prestígio diminuído porque deixou de ser dominante e também porque o 
Conselho é um órgão de recursos onde vão ser analisados problemas ao mais 
alto nível. Obviamente que existe uma relação entre Conselho da União 
Europeia e o Conselho Europeu que é feita pelos ministros dos negócios 
estrangeiros. 
O Conselho Europeu é um órgão distinto do Conselho da União Europeia, e a 
diferença reside apenas na sua composição, existia uma grande confusão entre 
eles, porque o Acto Único Europeu não refere as competências do Conselho 
Europeu. Entendia-se que o Conselho era um só e diferia de designação 
dependente de quem reúne, se é a nível ministerial ou ao mais alto nível. O 
Tratado da União Europeia vem definir as competências do Conselho Europeu, 
distinguindo-se assim os dois órgãos. 
O Conselho Europeu é um órgão de consertação de política no quadro 
comunitário, é um órgão importante para a definição da Política Externa e 
Segurança Comum. 
 
PARLAMENTO EUROPEU 
 
36. Natureza do Parlamento Europeu 
Embora organizado e funcionadosegundo o modelo dos parlamentos 
nacionais, a verdade é que o Parlamento Europeu não possui todas as 
competências que normalmente são atribuídas às assembleias dos Estados-
membros, o Parlamento Europeu, com efeito: 
- Só em determinados casos participa no exercício do poder normativo; 
- Tem uma intervenção limitada no estabelecimento do orçamento 
comunitário; 
- É reduzido o seu poder de controlo político do Conselho das 
Comunidades Europeias, 
Isto não impede, porém, que caibam ao Parlamento Europeu importantes 
competências: 
- Controla politicamente a Comissão das Comunidades Europeias, 
influenciando por diversas formas as actividades desta instituição; e 
embora seja reduzida, é inegável a sua competência para exercer o 
controlo político do Conselho. 
- Exerce uma importante competência consultiva; 
- Participa por diversas formas no processo comunitário de decisão; 
- Intervém de uma forma limitada mas determinante, no estabelecimento do 
orçamento comunitário. 
 
37. Sua composição 
O Parlamento Europeu vem consagrado nos arts. 189º a 201º TCE. É 
composto pelos representantes dos povos dos Estados reunidos na comunidade 
e exerce os poderes que lhe são atribuídos pelo Tratado das Comunidades 
Europeias. 
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O Parlamento Europeu é comum às três comunidades. Quanto à sua sede, 
esta é em Estrasburgo, onde se realizam as doze sessões plenárias mensais, 
incluindo a sessão orçamental. As sessões plenárias suplementares realizam-se 
em Bruxelas (art. 196º TCE; arts. 10º, 11º e 12º RI). 
Os membros do Parlamento Europeu agrupam-se em grupos políticos e não 
em grupos nacionais (famílias políticas), art. 298º RI. O número mínimo para a 
constituição de grupos políticos varia consoante as nacionalidades. 
As comissões especializadas são diversas, dependendo das propostas em 
causa e compete-lhes tomar as resoluções que o Parlamento Europeu irá tomar 
numa sessão plenária. 
 
38. Competências do Parlamento Europeu 
Embora organizado e funcionando segundo o modelo dos parlamentos 
nacionais, a verdade é que o Parlamento Europeu não possui todas as 
competências que normalmente são atribuídas às assembleias parlamentares 
dos Estados-membros. 
- Só em casos determinados participa no exercício do poder normativo; 
- Tem uma intervenção limitada no estabelecimento do orçamento 
comunitário; 
- É reduzido o seu poder de controlo político do Conselho das 
Comunidades Europeias. 
Isto não impede, porém, que caibam ao Parlamento Europeu importantes 
competências: 
- Controla politicamente a Comissão das Comunidades Europeias: 
influenciado por diversas formas as actividades desta Instituição; e, 
embora seja reduzida, é inegável a sua competência para exercer o 
controlo político do Conselho. 
- Exerce uma importante competência consultiva; 
- Participa por diversas formas no processo comunitário de decisão. 
- Intervém, de forma limitada mas determinante, no estabelecimento do 
orçamento comunitário. 
 
39. Controlo político da Comissão e do Conselho 
Segundo os tratados, a Comissão é politicamente responsável perante o 
Parlamento Europeu que pode, mediante a aprovação de uma moção de 
censura forçá-la a demitir-se. 
O Parlamento Europeu conseguiu, através de um conjunto de práticas que ao 
longo dos tempos foram sendo estabelecidas, dispor de diversos meios que lhe 
permitem exercer um controlo permanente e influenciar eficazmente a acção da 
comissão e do Conselho. 
a) A moção de censura à Comissão 
O Parlamento Europeu é um órgão de controlo político da Comissão e do 
Conselho, e exerce-o através da moção de censura (art. 201º TCE). 
Este poder do Parlamento Europeu de provocar, através da aprovação de 
uma moção de censura, a demissão colectiva dos comissários europeus, é o 
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reflexo no quadro institucional das Comunidades Europeias do princípio da 
responsabilidade do Governo perante o respectivo parlamento nacional. 
Só a Comissão é no entanto, passível de uma moção de censura. 
Nos termos do art. 34º do Regulamento Interno do Parlamento Europeu, um 
décimo dos membros que compõem o Parlamento Europeu pode apresentar ao 
Presidente do Parlamento Europeu uma moção de censura à Comissão. 
A moção deverá conter a menção “moção de censura” e ser fundamentada. A 
moção será transferida à Comissão. 
Para a aprovação da moção é necessário a maioria de dois terços dos votos 
expressos, a qual deverá igualmente corresponder à maioria dos membros que 
compõem o Parlamento Europeu. O resultado da votação será notificado aos 
Presidentes do Conselho e da Comissão. 
b) Outros processos de controlo político 
1) Intervenção parlamentar na nomeação do Conselho: cabe aos Estados-
membros designar, de comum acordo, a personalidade que tencionam 
nomear presidente da Comissão, só a podem designar após a 
aprovação do Parlamento Europeu. O Presidente e demais membros da 
Comissão “são colegialmente sujeitos a um voto de aprovação do 
Parlamento Europeu”, e só após essa aprovação poderão ser 
nomeados, tomar posse e assumir funções (art. 214º TCE). 
2) O debate da investidura: o Presidente da Comissão designado 
comparece perante o Parlamento Europeu para aí expor, em declaração 
aprovada, os seus propósitos como responsável do executivo 
comunitário (art. 140º TCE, 32º Regulamento Interno do Parlamento 
Europeu). 
3) As questões escritas e orais: é permitido aos Parlamentares europeus 
pôr questões sobre qualquer assunto, tanto à Comissão como ao 
Conselho (art. 197º TCE; arts. 42º a 44º Regulamento Interno do 
Parlamento Europeu). Tais perguntas podem ser escritas ou orais. As 
perguntas são sempre formuladas por escrito; as respostas é que 
podem ser dadas por escrito ou oralmente. 
4) Controlo exercido pelas comissões permanentes: as comissões do 
Parlamento Europeu seguem a prática de convidar os membros da 
Comissão a comparecer perante elas para lhes expor os seus projectos 
ou intenções sobre problemas pendentes, e responder às suas 
perguntas. 
5) As resoluções e recomendações: as resoluções do Parlamento 
Europeu visam exprimir a sua posição sobre uma questão importante ou 
de princípio, a fim de influenciar uma questão importante ou de 
princípio, a fim de influenciar a acção da Comissão ou do Conselho e 
alertar para tal questão a opinião pública europeia (arts. 48º a 54º 
Regulamento Interno do Parlamento Europeu). Tais resoluções são 
votadas pelo Parlamento Europeu a encerrar um debate geral, com 
base na proposta de resolução elaborada pela comissão parlamentar 
competente na matéria de que se trata. 
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40. A competência consultiva do Parlamento Europeu 
O Parlamento Europeu é frequentemente solicitado a dar pareceres sobre os 
mais importantes actos que o Conselho ou a Comissão se propõem adoptar. 
Os pareceres do Parlamento Europeu não são em geral vinculativos; mas 
qualquer caso permitem-lhe exprimir por essa via, em relação às matérias sobre 
que é consultado, o ponto de vista dos representantes “dos povos dos Estados 
reunidos na comunidade”. Tais pareceres incidem sobre quatro categorias de 
texto: 
1) Projectos de actos da autoridade comunitária;

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