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1 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 1. INTRODUÇÃO O processo inflamatório consiste em uma resposta protetora do organismo aos danos causados tanto por microrganismos quanto por lesões celulares, como a necrose. Trata-se de uma reação complexa nos tecidos, consistindo, principalmente, de uma alteração na permeabilidade vascular, presença de proteínas plasmáticas específicas, células do sistema imune (macrófagos, neutrófilos, células dendríticas, linfócitos) e de fibroblastos. Agentes infeciosos, como os microrganismos, as células necróticas (independentemente da causa de morte) e a hipóxia celular podem disparar a produção de medidores inflamatórios (citocinas), que iniciarão o processo. Esses mediadores amplificam a resposta inflamatória, determinando o seu padrão, severidade e manifestações clínicas e patológicas. O tipo de inflamação pode ser agudo ou crônico, dependendo da natureza do estímulo e da efetividade da reação inicial em eliminar a causa. O processo inflamatório acaba quando o agente agressor é eliminado. Após a eliminação do agente agressor, a permeabilidade vascular é restaurada e outras células do sistema imune, como linfócitos e macrófagos, são recrutadas para finalizar o processo inflamatório, seguidas pelos processos de limpeza e reparo (regeneração) do tecido injuriado. O processo de inflamação possui efeitos benéficos ao organismo, pois seu objetivo principal é eliminar o patógeno ou célula necrótica que está causando a injúria tecidual. No entanto, em algumas situações, ele é responsável por causar reações subjacentes às doenças crônicas comuns, tais como doenças autoimunes, artrite reumatoide e aterosclerose, assim como reações de hipersensibilidade (picadas de inseto, fármacos e toxinas), que podem causar risco à vida do paciente. mailto:contato@algetec.com.br 2 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS 2. INFLAMAÇÃO AGUDA A inflamação aguda é uma resposta rápida do organismo que tem por finalidade recrutar as células do sistema imunológico e as proteínas plasmáticas, como os anticorpos, para o sítio de infecção ou tecido danificado. Ela é acelerada no início e tem curta duração, persistindo por horas ou poucos dias. Suas principais características são a formação de edema, pelo acúmulo de exsudato proveniente de fluido de proteínas do plasma, a migração de leucócitos, como macrófagos, mastócitos, células dendríticas, e a predominância de neutrófilos (também denominados polimorfos nucleares). O processo inflamatório agudo possui quatro principais fases: reconhecimento do patógeno ou célula necrótica; extravasamento leucocitário; resolução; e recuperação do tecido. A fase de reconhecimento do patógeno ocorre através da ativação da fagocitose dos macrófagos após o primeiro contato, sendo o desfecho a morte do agente agressor e a liberação de restos celulares no endotélio. Na fase do extravasamento leucocitário, ocorre alteração no calibre vascular, provocando afrouxamento das células do endotélio, a fim de facilitar a entrada dos neutrófilos no tecido e a eliminação do agente agressor. Nesse momento, também há o aumento do fluxo sanguíneo, o qual irá causar calor e eritema local. Essa entrada leucocitária é realizada através do movimento de rolamento, que consiste no reconhecimento das moléculas de adesão endoteliais (quimiotaxia). A resolução é a fase em que há o término do processo inflamatório e o processo de recuperação do tecido lesado é iniciado. Nesse momento, o endotélio vascular volta ao seu estado normal (homeostasia), para que não haja o extravasamento de células circulatórias e proteínas plasmáticas. Os restos celulares do agente agressor presentes no tecido são eliminados pelos macrófagos e células dendríticas. A recuperação tecidual pode ter como consequência a fibrose; a formação de fibrose se dá quando o dano é maior e não é possível restabelecer a estrutura normal do tecido ou órgão lesado, sendo a área de necrose substituída por uma cicatriz fibrosa. As características histopatológicas do tecido injuriado são as seguintes: infiltrado de leucócitos (neutrófilos) nas regiões de inflamação aguda, congestão vascular ocasionada pelo aumento do fluxo e das células sanguíneas, resultando em estase, áreas de necrose e ulceração, exsudato e pouca fibrose (Figura 1). mailto:contato@algetec.com.br 3 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS Figura 1 – A: micrografia (40x) apresentando corte histológico de pulmão humano saudável, sem alterações celulares e morfológicas (ID da foto: 797494915) – 1 e 2: espaços brônquio-alveolares limpos e sem alterações celulares e 3: vaso sanguíneo sem congestão. B: micrografia (40x) apresentando corte histológico de pulmão humano com inflamação aguda causada por pneumonia (ID da foto: 1054509680) — 4: invasão do lúmen brônquio- alveolar por neutrófilos, macrófagos e proteínas plasmáticas; 5 e 6: congestão e aumento da permeabilidade vascular. Coloração por H&E (hematoxilina e eosina). 3. INFLAMAÇÃO CRÔNICA A inflamação crônica é o processo inflamatório de duração prolongada, ou seja, pode persistir por semanas, meses ou até anos, sendo a injúria tecidual e as tentativas de reparo coexistentes em variadas combinações. Ela pode ocorrer após a inflamação aguda ou surgir como uma resposta de baixo grau e latente ao agente agressor, sem nenhuma manifestação aguda. Esse tipo de processo inflamatório sem manifestação aguda anterior é a causa de dano tecidual em algumas patologias, como artrite reumatoide, aterosclerose, tuberculose e fibrose pulmonar. As características morfológicas contrastam com a manifestação aguda, cujas ocorrências são mudanças vasculares, edema e infiltração de neutrófilos. O processo inflamatório segue semelhante ao da inflamação aguda em suas fases, porém o agente agressor não é imediatamente destruído ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado, causando, por exemplo, a formação de abscessos. Com a persistência do estímulo nocivo, há predominância de células (macrófagos, linfócitos e fibroblastos), tanto para tentar eliminar a causa como para realizar o reparo tecidual. Quando persistente, esse tipo de inflamação causa destruição do tecido acometido e fibrose. 2 1 3 4 5 6 mailto:contato@algetec.com.br 4 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS A inflamação crônica geralmente surge em três seguintes situações: infecção persistente, doenças autoimunes e exposição prolongada a determinadas substâncias. A infecção persistente é provocada por um microrganismo que não é eliminado pelo sistema imune, como o bacilo da tuberculose, cuja resposta, algumas vezes, apresenta um padrão específico chamado de reação granulomatosa. Nas doenças autoimunes, o processo inflamatório crônico possui um papel importante na ativação excessiva ou inapropriada do sistema imunológico, fazendo com que ele ataque as células e os tecidos do próprio indivíduo (exemplo: lúpus eritematoso sistêmico). Essas doenças podem apresentar padrões morfológicos de inflamação aguda e crônica misturados, pois são caracterizadas pelos processos inflamatóriosrepetidos, assim como a fibrose pode dominar os estágios tardios. A exposição prolongada ocorre quando o indivíduo permanece em constante contato com agentes irritantes e potencialmente tóxicos, como a sílica particulada inalada por períodos prolongados. As características histopatológicas do tecido injuriado são: infiltrado de macrófagos, linfócitos e fibroblastos; destruição do parênquima (exemplo: alvéolo pulmonar normal substituído por espaços revestidos por epitélio cuboide) e substituição do tecido conjuntivo (fibrose) (Figura 2). Figura 2 – A: micrografia (40x) apresentando corte histológico de fígado humano saudável, sem alterações celulares e morfológicas - 1: espaço porta entre os lóbulos hepáticos; 2: veia centrolobular; 3: sinusoides com células de Kupffer e 4: hepatócitos sem alterações (ID da foto:1817584823); B: micrografia (40x) apresentando corte histológico de fígado humano apresentando inflamação crônica causada por Schistosoma mansoni (ID da foto: 1468314308) — 5: infiltrado de linfócitos e eosinófilos; 6: formação de granuloma causado pela calcificação do ovo do parasita e área de fibrose ao redor; 7: destruição do parênquima e células gigantes. Coloração por H&E (hematoxilina e eosina). 3 1 2 4 5 6 7 mailto:contato@algetec.com.br 5 ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE CITOPATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia Celular e Molecular. 8ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2015. ROBINS & CONTRAN. Bases Patológicas das Doenças. 8ª edição. São Paulo: Elsevier Editora Ltda, 2010. mailto:contato@algetec.com.br
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