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A importância da Inteligência Emocional nas organizações

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A IMPORTÂNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NAS ORGANIZAÇÕES
*Rebeca Castelo Branco Fidalgo
RESUMO
Nos dias atuais, muito tem se falado sobre a necessidade do desenvolvimento da inteligência emocional para o sucesso pessoal e profissional. A inteligência emocional se mostra como uma competência essencial para os profissionais de uma empresa, ajudando-os a lidar com a pressão, conflitos nos relacionamentos internos e desafios do cotidiano, o que está diretamente relacionado aos impactos, positivos e negativos, na produtividade e qualidade dos serviços prestados. Sabe-se o quanto pode ser difícil a busca pelo equilíbrio nas relações profissionais. Saber lidar com o autocontrole, além de precisar saber lidar também com emoções e sentimentos dos outros, ainda parece ser um desconhecido para muitas pessoas. Nesse contexto, o seguinte trabalho tem como objetivo abordar a importância e os benefícios da inteligência emocional nas relações corporativas e conscientizar os leitores sobre a relevância do tema para o crescimento pessoal e profissional, se fazendo necessário, inclusive, na educação das crianças. Para o desenvolvimento do presente artigo, foram realizadas pesquisas bibliográficas, tendo como base os principais autores sobre o assunto abordado, como Daniel Goleman e Augusto Cury, além de pesquisas em sites e revistas de alta confiabilidade.
Palavras-chave: competência estratégica; inteligência emocional; organização; sucesso profissional
1 INTRODUÇÃO
Por muito tempo, acreditou-se que o sucesso corporativo era baseado apenas em habilidades técnicas, teoria que posteriormente foi abandonada com a chegada de novos estudos e conceitos que consideraram e incluíram elementos sociais no processo do sucesso profissional, o que gerou a expressão “inteligência emocional”.
A Inteligência emocional (IE) é um assunto cada vez mais presente no ambiente organizacional e mesmo assim, muitas pessoas ainda se mostram resistentes ao assunto. O profissional dotado de inteligência emocional é aquele que tem a capacidade de superar, motivar e manter foco em seus objetivos, mesmo atuando em um ambiente onde o cenário não seja tão favorável. 
Hoje vivemos a era da informação, onde tudo se torna cada vez mais dinâmico, facilitando o acesso e circulação da comunicação em um contexto geral. Diante disso, a busca por profissionais flexíveis e adeptos a mudanças, tem crescido de forma exponencial. Parte dessas mudanças exigidas á um bom profissional, estão relacionadas com a necessidade do desenvolvimento da IE nas relações presentes nos ambientes intra e interorganizacional.
Este trabalho tem como objetivo geral, abordar a importância e os benefícios da inteligência emocional para os indivíduos e organizações. De acordo com Cury (2006):
A Importância do controle das emoções como fator essencial para o desenvolvimento do indivíduo como líder e na melhoria da comunicação/relacionamento interpessoal, tornando o ambiente de trabalho, mais atrativo, saudável e produtivo.
	Segundo Goleman (2007):
O controle das emoções pode trazer transformações significativas, tanto no ambiente profissional quanto familiar, uma vez que o indivíduo se torna mais consciente de suas responsabilidades sobre o bem estar de si mesmo e de outrem, usando as habilidades adquiridas para promover uma mudança cultural e social no meio em que vive e ou trabalha.
	A IE está relacionada a vários aspectos da vida profissional e pessoal de um indivíduo. Se falando em profissional, cita-se escolha de carreira, resolução de conflitos, bem estar, saber ouvir, respeitar as relações interpessoais e a obtenção de resultados satisfatórios. Hoje é muito presente nas organizações, profissionais sobrecarregados, ansiosos, estressados e que constantemente procuram ajuda profissional, como terapeutas e psicólogos.
	A parte emocional, exerce um papel fundamental na vida do ser humano, sendo observada e desenvolvida desde a infância. As emoções são básicas e indispensáveis, já que possibilitam a avaliação dos estímulos do ambiente de maneira extremamente rápida, preparando e motivando para a ações e reações. São formas de expressão típicas que indicam aos outros as próprias intenções e ajudam no controle das relações sociais. As emoções favorecem a convivência, a interação e a ação e dizem muito do que somos e pensamos. Conhecer o que você sente e como seu organismo reage é fundamental para aprender a conviver melhor com esse turbilhão de emoções que nos invade a todo momento.
Neste cenário, após a conclusão deste artigo, visa-se contribuir para a mudança de pensamento dos indivíduos que ainda não acreditam nos benefícios conquistados a partir do assunto abordado, conscientizando-os da relevância de assumir e desenvolver a IE como estratégia de desenvolvimento pessoal e profissional.
2 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A inteligência emocional está atualmente em destaque no contexto geral. A sociedade em geral passa a aceitar amplamente que a inclinação emocional e social é tão essencial, ou consideravelmente mais crítica, do que a parte universal do julgamento, aptidão e personalidade. (GOLEMAN,1995). 
Cada vez mais, é observado a necessidade do desenvolvimento de princípios que efetivem o controle das emoções, a solução pacífica, tranquila, equilibrada e com discernimento de conflitos para uma boa convivência no ambiente de trabalho e no ambiente social. 
Para Goleman (1988), a IE consiste na habilidade de enfrentar e resolver uma situação emocionalmente instável com sucesso, ou seja, aprender a controlar as emoções para que trabalhem a favor do individuo, não sendo possível que o mesmo seja tomado pela emoção negativa culminando em decisões precipitadas e inadequadas.
Embora o estudo das emoções em ambientes de trabalho não seja novo (MASTENBROEK, 2000; WEISS & BRIEF, 2001) a pesquisa sobre o tema tem sido lenta para entrar no campo da ciência na organização. Paralelo a isso, tem havido um aumento no interesse de estudar as emoções na psicologia social (FORGAS, 2001), impulsionado pelos avanços na compreensão da neuropsicologia (DOLAN, 2000).
2.1 Conceito de inteligência emocional
A inteligência emocional (IE) parte do autoconhecimento, autocontrole e empatia para ajudar os indivíduos a gerenciarem seus relacionamentos e desafios de uma forma mais saudável.
Com a globalização, a inteligência emocional se tornou mais importante que nunca, uma vez que as equipes são interculturais e globais, trazendo uma certa complexidade da interação das emoções, bem como a forma como as mesmas são expressadas. A inteligência emocional a nível laboral resume-se, essencialmente, a compreender, expressar e a gerir bons relacionamentos, encontrando as soluções para os problemas, sob pressão.
Existem conceitos diferentes sobre IE, levando em consideração a época de cada definição. Para Salovey e Mayer (1990), IE é um tipo de inteligência social que envolve a capacidade de monitorar as emoções de si e dos outros, discriminá-los e usar as informações para orientar o pensamento e as ações. Já Nadler (2011), diz que a inteligência emocional é exibir um bom equilíbrio das competências pessoais e sociais nas áreas da: autoconsciência, autogerenciamento, consciência social, gerenciamento das relações.
	Cooper (1997) define IE como a capacidade de sentir, entender e aplicar eficazmente o poder e a perspicácia das emoções como fonte de energia, informação, conexão e influência humana.
A inteligência emocional faz com que o indivíduo se motive, não desanime nas dificuldades, controle suas emoções e ansiedade, se sinta confiante.
Foi a partir do conceito de Daniel Goleman, em seu livro Inteligência Emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente, que o termo foi popularizado e seu significado segue até os dias de hoje:
Inteligência emocional é a capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir num objetivo apesar dos percalços; de controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação dos seus desejos; de se manter em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira
na capacidade de raciocinar; de ser empático e autoconfiante (GOLEMAN, 1995).
	Atualmente, a IE é vista como um pilar de melhoria do homem, favorecendo o crescimento e desenvolvimento das relações pessoais e profissionais. É um conceito simples que faz total diferença no dia a dia. A vida é acompanhada de pressões, conflitos e dificuldades nas rotinas dos seres humanos, e o indivíduo que aprende a lidar com tudo isso com serenidade e sem se deixar levar apenas por suas emoções, tem uma grande vantagem competitiva que o torna superior aos demais.
	A IE é a única forma de se viver de maneira saudável, já que é a partir dela que se torna possível equilibrar a razão e as emoções, com o objetivo de neutralizar sentimentos negativos e potencializar sentimentos positivos.
	A IE influencia de forma positiva, a saúde física e mental. Ela previne transtornos psicológicos, como ansiedade e estresse, assim como distúrbios psicossomáticos. A ciência comprovou que doenças cardíacas, câncer e diabetes têm relação com sentimentos não trabalhados corretamente.
2.2 Pilares da Inteligência Emocional	
Inicialmente, Mayer e Salovey classificaram a inteligência emocional em cinco pilares: 
· Autoconhecimento: reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando eles ocorrem; 
· Controle emocional: adequar os sentimentos a cada situação vivida; 
· Automotivação: dirigir as emoções a serviço de uma realização pessoal; 
· Reconhecimento de emoções em outras pessoas: saber o que o outro está sentindo e ter empatia;
· Habilidade em relacionamentos interpessoais: interação de qualidade com outros indivíduos por meio de competências sociais.
Posteriormente, esta definição sofreu adaptações por Goleman, visto que o autor desenvolveu estudos que consideraram a importância dos talentos emocionais para o trabalho que é composto de capacidades vitais denominadas competências emocionais, habilidades adquiridas, apreendidas e desenvolvidas ao longo da vida, estando distribuídas em cinco capacidades fundamentais:
· Autopercepção – saber o que estamos sentindo num determinado momento e utilizar as preferências que guiam nossa tomada de decisão; fazer uma avaliação realista de nossas próprias capacidades e possuir uma sensação bem fundamentada de autoconfiança. 
· Autoregulação – lidar com as próprias emoções de forma que facilitem a tarefa que temos pela frente, em vez de interferir com ela; ser consciencioso e adiar a recompensa a fim de perseguir as metas; recuperarmo-nos bem de aflições emocionais. 
· Motivação – utilizar nossas preferências mais profundas para impulsionar-nos e guiar-nos na direção de nossas metas, a fim de ajudar a termos iniciativa e a sermos altamente eficazes, perseverando diante de reverses e frustrações.
· Empatia – pressentir o que as pessoas estão sentindo, sendo capaz de assumir sua perspectiva ao cultivar o rapport e a sintonia com uma ampla diversidade de pessoas. 
· Aptidões Sociais – lidar bem com as emoções nos relacionamentos e ler com precisão situações e redes políticas; interagir com facilidade e utilizar essas habilidades para liderar, negociar e solucionar divergências, bem como para a cooperação e o trabalho em equipe.
Goleman (2002) diz que, a intuição é uma capacidade essencial de aplicar não só os conhecimentos técnicos, mas também a experiência de vida, a tomada de decisões ocorre naturalmente ao indivíduo autoconsciente.
O mesmo autor completa ainda que, a intuição proporciona aos líderes de IE aguçada, um canal de comunicação direta com sua experiência acumulada sobre um determinado assunto – e é necessária a sintonia interna da autoconsciência para detectar sua mensagem.
2.3 A importância e os benefícios da Inteligência Emocional no âmbito profissional
O cenário do mercado de trabalho está cada vez mais dinâmico e acelerado. As empresas buscam por profissionais que consigam encarar as adversidades, que tenham boas habilidades interpessoais e que sejam capazes de lidar com conflitos e emoções negativas.
O controle das emoções pode trazer transformações significativas, tanto no ambiente profissional quanto familiar, uma vez que o indivíduo se torna mais consciente de suas responsabilidades sobre o bem-estar de si mesmo e de outros, usando as habilidades adquiridas para promover uma mudança cultural e social no meio em que vive e ou trabalha (GOLEMAN, 2007).
Mesmo percebendo diferentes definições e pontos de vista em relação a IE dentre os estudiosos da área, é possível afirmar que existe um consenso entre eles sobre a importância e benefícios da IE na vida profissional.
Por causa da inteligência emocional se relacionar ao gerenciamento de emoções, espera-se que se mostre um desempenho superior, evitando efeitos de emoções negativas e aumentando as emoções positivas (WONG et al., 2013). Aquele que conhece a si mesmo, que sabe das suas próprias emoções e pensamentos e conhece os seus lados poderosos, pode gerir os seus pensamentos e comportamentos e estabelecer relações positivas. (ÇETINKAYA & ALPARSLAN, 2011).
A inteligência emocional pode afetar muitas variáveis relacionadas ao trabalho, como desempenho no trabalho, satisfação no trabalho, liderança, lealdade e comprometimento (ARSLAN et al.,2013).
Para cargos de liderança, a IE se mostra como uma das principais capacidades estratégicas para o sucesso da gestão de equipes. Um gestor precisa se relacionar bem com a sua equipe, caso contrário, o trabalho não vai funcionar e sua liderança será fracassada. Para ser um bom líder, é preciso também conhecer e levar em conta os sentimentos do outro – ou seja, desenvolver a empatia. Ao nutrir esse sentimento por seus colaboradores, naturalmente, eles vão começar a se sentir importantes e as relações pessoais vão acontecer.
O líder capaz de gerenciar suas emoções possibilita trabalhar melhor as emoções dos seus colegas de trabalho. A transparência e a integridade, são valores em que o líder que pratica a autogestão tem que ter, pois passa uma imagem de confiança e é também uma vantagem organizacional. (GOLEMAN, 2002).
Usando a Inteligência Emocional na solução de conflitos, os líderes conseguem ser imparciais e encontrar meios de apaziguar os ânimos, não deixando que o clima de tensão se espalhe por toda a equipe mostrando ao mesmo tempo a importância da harmonia para o trabalho em equipe, direcionando os esforços de todos para se atingir os objetivos da organização.
Os grandes líderes agem por meio das emoções, onde o humor dos mesmos influencia diretamente seus liderados, de forma positiva ou negativa. Os melhores líderes são considerados aqueles que sabem lidar com as emoções, apresentando melhores resultados, retendo talentos na organização, trabalham com motivação e comprometimento. (GOLEMAN, 2002) 
Complementando Goleman disse ainda que, “A tarefa emocional do líder é primal- ou seja, a primeira- em dois sentidos: é tanto o mais original como o mais importante ato da liderança”. (GOLEMAN, 2002, p.5) 
A função emocional primária da tarefa na organização moderna é “canalizar as emoções coletivas em uma direção positiva e limpar o nevoeiro produzido pelas emoções tóxicas. É uma responsabilidade dos líderes em todos os níveis, da diretoria, ao chão de fábrica”. (GOLEMAN, 2002, p.5)
As competências da liderança primal estão ligadas a inteligência emocional, a forma como os líderes lidam com seus relacionamentos e consigo próprio. Estudos sobre o funcionamento do cérebro relatam a natureza em loop aberto “como uma “regulação límbica interpessoal”, por meio da qual uma pessoa emite sinais que podem alterar os níveis hormonais, a função cardiovascular, o ritmo do sono e até função imunológica do corpo da outra”. (GOLEMAN, 2002, p.6)
A autogestão faz parte da inteligência emocional. “Ela nos proporciona a clareza mental e a energia concentrada exigida pela liderança, e impede que as emoções destrutivas nos tirem do prumo” (GOLEMAN, 2002, p.46). 
A consciência social está relacionada à empatia – “que implica ouvir e colocar-se no lugar dos outros – permite que os líderes sintonizem-se com os canais
emocionais”(GOLEMAN, 2002, p.49). 
A habilidade de administrar relacionamentos não é uma tarefa fácil, pois é preciso lidar com as emoções dos outros. “As competências de relacionamento permitem aos líderes pôr em prática sua inteligência emocional”. (GOLEMAN, 2002, p.52). 
O Autocontrole emocional é demonstrado por um líder sendo capaz de gerenciar sentimentos, impulsos e/ou aflição (NADLER, 2011, p.84).
Sobre a importância da IE em cargos de gestão de equipes, Goleman ressalta:
“Um bom mentor comunica sua crença no potencial de cada um e sua expectativa de que consigam fazer o melhor. A mensagem tácita é “acredito em vocês, estou investindo em vocês e espero que se empenhem ao máximo”. Dessa forma, todos percebem que o líder se importa, sentindo-se motivados a manter seus próprios padrões elevados de desempenho, além de se sentirem responsáveis pela boa qualidade de sua atuação”. (GOLEMAN, 2002, p.62)
	O líder agregador promove harmonia, interações amigáveis nos relacionamentos pessoais da equipe e valorizam momentos de tranquilidade, proporcionando mais tempo para que gerenciem capital emocional na organização. A competência essencial da inteligência emocional para o líder agregador é a empatia, onde o líder procura identificar os sentimentos dos funcionários, levando em consideração suas necessidades emocionais em relação aos objetivos profissionais. O líder falha quando utiliza somente do estilo agregador, pois o trabalho fica a mercê dos sentimentos, deixam de dar um feedback corretivo, que poderia melhorar o desempenho dos funcionários. Esse estilo não é aplicado sozinho, apesar de possuir benefícios. (GOLEMAN, 2002).
O despreparo emocional ocasiona vários problemas. Um deles, normalmente encontrado, são líderes sem nenhum preparo emocional, que se utilizam dos seus cargos para menosprezar os demais, que usam a autoridade e o poder, que explodem ao menor sinal de tensão, que afastam e não atraem seus liderados, fazendo do ambiente de trabalho uma verdadeira bagunça emocional. O gestor é responsável por um processo de mudanças e dinâmico em seu cotidiano, seu poder político social.
Indivíduos que conseguem desenvolver IE são cada vez mais valorizados, já que reconhecer suas próprias limitações e trabalhar para ser indulgente com as falhas dos outros são capacidades relacionadas apenas àqueles que estão em constante estado de vigilância na busca pela excelência, o que está diretamente ligado aos pilares de produtividade e excelência das organizações.
Os benefícios da inteligência emocional são diversos e impactam de forma positiva o ambiente de trabalho de quem sabe desenvolver a competência e aplica-la ao seu dia a dia.
Os benefícios mais observados são relacionados a um ambiente de trabalho harmonioso, produtivo com ideias inovadoras, resultados efetivos para a equipe e para a empresa, ampliação da rede de relacionamentos, aprendizado com maior facilidade e até mesmo, aumento do índice de promoções. Quando um profissional se encontra balanceado, com pleno controle de suas emoções, consegue enxergar as coisas e situações de forma diferente, se torna um visionário porque sabe negociar, desenvolve aguçada intuição, escuta mais seus líderes e pares.
Uma equipe com a IR bem desenvolvida consegue lidar melhor com os inevitáveis conflitos que surgem em qualquer relação humana, evitando que essas divergências se tornem problemas maiores para a empresa. Uma relação saudável entre os funcionários contribui para um clima interno melhor o que diminui o estresse da equipe e influencia indiretamente a produção e qualidade do trabalho oferecido. Além disso, a inteligência emocional também ajuda a fortalecer o relacionamento com os clientes, fornecedores e outros públicos importantes para a organização.
Os profissionais de hoje necessitam conhecer, aprender e a dominar as funções da inteligência emocional, visto que vivem em uma sociedade com alto índice de estresse emocional e com significativo número de resultados desastrosos que são frutos evidentes desse descompasso.
Com os grandes avanços tecnológicos assumindo as tarefas manuais, as competências sociais que somente os humanos podem ter serão fundamentais para os profissionais do futuro. Deixar de investir no desenvolvimento da inteligência emocional é uma forma de ficar para trás, tanto para os colaboradores quanto para as empresas.
 2.4 Como desenvolver a Inteligência Emocional
A inteligência emocional é uma competência fundamental, que pode ser trabalhada e desenvolvida em qualquer pessoa, o que resultará de benefícios para toda empresa, independentemente do seu tamanho ou segmento de mercado.  Essa questão está diretamente relacionada com a vontade e esforço dos próprios colaboradores em se aprimorar, buscando desenvolver o autoconhecimento e a empatia para fortalecer sua inteligência emocional, além da motivação para continuar exercitando essa competência diariamente, trazendo a excelência na execução, fazendo com o que se torne cada vez mais fácil aplicar diante as situações do dia a dia. Por outro lado, as empresas devem incentivar a melhora de seus colaboradores, especialmente ao investir em treinamentos específicos que ajudem a resolver as lacunas de conhecimentos e habilidades que possivelmente, ainda tenham. 
As situações vividas nos ambientes organizacionais oferecem grande pressão a todas as pessoas envolvidas no ambiente empresarial, o que torna o controle das emoções uma tarefa difícil de executar e controlar. Essa pressão resulta na maioria das vezes em momentos de forte tensão emocional, onde muitos perdem o controle dos seus atos, carregando resultados indesejáveis do ponto de vista organizacional, resultados que vão desde a desmotivação total da equipe até a ocorrência de acidentes.
De acordo com Augusto Cury (2010), a falta do treinamento emocional tem gerado graves consequências, pois as pessoas não conseguem desenvolver um filtro psíquico, filtro este que represente um processo interno que se refletirá externamente depois de passar pelos filtros sociais e pessoais. Mesmo que alguns percalços sociais e as contrariedades invadam sua psique com grande facilidade, produzindo demasiada importância a situações e fatos irrelevantes do cotidiano ou ainda, favorecendo o contrário, deixando de valorizar experiências (JODELET, 2005).
Embora existam várias escolas pelo mundo, não é garantia que elas ensinarão o indivíduo a ter e colocar em prática a inteligência emocional, isso está relacionado diretamente ao seu autoconhecimento e autogerenciamento, dificilmente essas escolas ensinarão a ser líderes de suas próprias emoções. Possibilitar e favorecer a autoconsciência é o primeiro passo para o desenvolvimento da IE. Assim, é provável que a pessoa adquira controle sobre o seu comportamento e também que compreenda as formas de se motivar. Consequentemente, o processo de autoconhecimento facilita a compreensão do que o outro valoriza e sente.
A Inteligência Emocional pode ser desenvolvida por qualquer indivíduo e sua evolução está associada à atenção e dedicação de cada um. Alguns hábitos básicos podem favorecer ao desenvolvimento inicial desse tipo de competência, são eles:
· Gerenciar emoções negativas: 
Quando se aprende a lidar com essas emoções no ambiente profissional, o dia a dia de trabalho se torna mais leve e menos sobrecarregado. Quando alguém ou determinada situação estiver te incomodando, evite tirar conclusões precipitadas e focar no lado ruim, observe o que está acontecendo de maneira objetiva e sob diferentes perspectivas.
· Comunicar-se de forma clara e persuasiva:
Pessoas emocionalmente inteligentes focam em se tornarem boas comunicadoras no ambiente de trabalho. Elas se afastam de uma comunicação agressiva ou passiva e são capazes de colocar as suas opiniões e se impor sem faltar com o respeito. Ao ser capaz de identificar o que não está ocorrendo tão bem, o indivíduo tem maior probabilidade de abordar o conflito de uma maneira mais inteligente e favorável a seus interesses. 
· Praticar a empatia
É sobre entender o próximo,
como alguém se sente ou se comporta de determinada maneira e poder comunicar essa compreensão a eles. A empatia é essencial no ambiente de trabalho, pois ser capaz de se colocar no lugar dos outros é importante para entender como eles se sentem em variadas situações. Fique atendo as pistas verbais e não-verbais que podem conter informações valiosas sobre o que as pessoas ao seu redor estão sentindo. Antes de julgar ou criticar, procure entender a posição em que aquele indivíduo está e por que ele age de determinada forma. Ter uma postura empática é essencial para a construção de laços genuínos e de confiança.
· Conhecer fatores de estresse pessoal
A partir do momento em que você tem consciência sobre o seu gatilho de estresse, fica mais fácil entender como superar essas adversidades. Procure mudar a forma que você lida com os objetos de estresse, não deixe com que eles te dominem completamente. Esteja consciente de quais são e prepare-se para lidar com as suas dificuldades.
· Recuperar-se das adversidades
A automotivação é essencial no ambiente de trabalho, caso contrário você irá desistir diante a primeira frustração. Evite pensamentos pessimistas e reclamações constantes, deixe de lado o vitimismo e busque se questionar sobre os aprendizados de um desafio e uma situação ruim, são momentos difíceis que mais nos fazem crescer.
· Evitar reagir durante conflitos
Pessoas emocionalmente inteligentes têm clareza de que, durante um conflito, o foco deve ser a resolução e não deixar que a situação ganhe proporções ainda maiores. Para evitar reações descontroladas, mantenha a calma em momentos de estresse, não fale e nem aja de forma impulsiva, optando sempre por deixar as emoções acalmarem para depois, tomar uma decisão assertiva.
· Executar habilidades de escuta ativa
Uma pessoa com a inteligência emocional bem desenvolvida sempre ouve o outro adequadamente e demonstra respeito com quem está falando. Durante as conversas, procure ouvir com atenção antes de responder. É importante compreender o que o outro está dizendo antes de colocar a sua opinião.
· Aprender a lidar com críticas
Um dos pontos importantes para quem deseja aumentar os níveis de inteligência emocional é ser capaz de receber críticas. É importante não levar para o lado pessoal, se sentir ofendido ou se colocar em uma posição defensiva.
A medida que se treina o cérebro com novos comportamentos emocionalmente inteligentes, ele automaticamente, constrói os caminhos necessários para transformá-los em hábitos. Deve-se buscar o desenvolvimento do controle apenas das emoções estressantes e incapacitantes, pois as emoções são o que possibilitam as relações e o que torna a vida rica.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado nas pesquisas realizadas para a elaboração desse artigo, entende-se a importância do desenvolvimento da IE para profissionais e empresas. Falar sobre inteligência emocional remete a pensamentos e teorias enraizadas a cultura da sociedade atual.
Entende-se que a Inteligência Emocional é um conjunto de habilidades e competências imprescindíveis para o sucesso do indivíduo e da organização, uma capacidade que desenvolve o autoconhecimento e permite escolher melhor os caminhos para alcançar objetivos de forma equilibrada e sensata.
Com o grande número de empresas concorrendo entre si e com a grande necessidade de se obter algum recurso que se apresente como diferencial competitivo, torna-se importante ressaltar que o capital humano tem sido um grande diferencial, além dos produtos e serviços prestados pelas organizações. Cada vez mais, as empresas buscam no mercado, profissionais com habilidades comportamentais desenvolvidas, já que aqueles que não tem o poder do controle das suas emoções, se tornam prejudiciais aos resultados produtivos das organizações.
Pesquisas e análises atuais sobre o assunto, identificam um certo déficit de habilidades comportamentais nas equipes de trabalho. Se torna cada vez mais comum, profissionais admitidos pelas suas habilidades técnicas e demitidos por falta de habilidades comportamentais.
Com a globalização e os avanços tecnológicos, muito tem se falado sobre a substituição de humanos por máquinas. Sabe-se que a inteligência artificial não consegue desenvolver emoções, o que faz-se acreditar ser muito difícil essa substituição de forma geral. A IE se mostra ainda, como uma estratégia humana para assegurar suas funções em um mundo altamente informatizado.
Como visto no artigo presente, a inteligência emocional auxilia as equipes de trabalho com o objetivo de maior produtividade e entrega de resultados positivos, além de favorecem a qualidade de vida dos indivíduos envolvidos.
Este artigo confirmou a importância do desenvolvimento da inteligência emocional como estratégia competitiva no espaço corporativo, além de ressaltar a importância do capital humano nas organizações e relações de trabalho. 
REFERÊNCIAS
CURY, Augusto. Inteligência Multifocal: Análise da construção dos pensamentos e da formação de pensadores. São Paulo: Cultrix, 2006.
BRIEF, A. P., & WEISS, H. M. Organizational behavior: affect in the workplace. Annual Review of Psychology, 53, 279-307, (p. 282), 2001.
BRIEF, A. P., & WEISS, H. M. Affect at work: A historical perspective. In: R. L. Payne & C. L. Cooper (Eds). Emotions at work: Theory, Research, and applications for management (pp. 133-172). Chichester, UK: Wiley, 2001.
DOLAN. R. J. Emotional processing in the human brain revealed through functional neuroimaging. In: M. S. Gazzaniga (Ed.), The new cognitive neuroscienses (2nd ed., pp. 1115 – 1131). Cambridge, MA: MIT Press, 2000.
FORGAS, J. P. Introduction: Affect and social cognition. In J. P. Forgas (Ed.), Handbook of affect and social cognition (p. 1–24). Lawrence Erlbaum, 2001.
GONZAGA. A. R. & RODRIGUES. M. C. Inteligência emocional nas organizações. Canoas: Unilasalle, 2018.
GOLEMAN, Daniel. Os mestres da administração. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 25. ed. Tradução de Marcos Santarrita - Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. 
GOLEMAN, Daniel; BOYATZIS, Richard; McKEE, Annie. O poder da inteligência emocional, a experiência de liderar com sensibilidade e eficácia. Rio de Janeiro: Campus, 2002.
JODELET, D. LOUCURAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. Petrópolis: Vozes; 2005.
MASTENBROEK, W. Organizational behavior as emotion management. In N. M. Ashkanasy, C. E. Härtel, & W. J. Zerbe (Eds.), Emotions in the workplace: Research, theory, and practice (p. 19–35). Quorum Books/Greenwood Publishing Group, 2000.
MOREIRA, V. L. A importância da inteligência emocional nas organizações. Gestão e desenvolvimento em revista. V. 1, N. 1, jan-jun 2017, p. 84-96.
NADLER, R. S. Liderando com inteligência emocional: como gerir equipes na prática e conseguir os melhores resultados a partir da confiança e colaboração/ Reldan S. Nadler; Tradução de Eveline Machado – Rio de Janeiro, RJ: Alta Books, 2011.
O artigo científico apresentado, tem como objetivo geral abordar a importância e os benefícios da inteligência emocional para os indivíduos e organizações, no que diz respeito a melhora do dia a dia do trabalho, aumentando a produtividade e assertividade das equipes de trabalho. Diante todo o trabalho apresentado e pesquisa bibliográfica, pude perceber que a inteligência emocional nos dias atuais se tornou um quesito indispensável para o aumento da empregabilidade em todos os ramos. Logo, o objetivo inicial se confirmou nas considerações finais, quando confirmamos que a importância do desenvolvimento da inteligência emocional como estratégia competitiva no espaço corporativo, além de ressaltar a importância do capital humano nas organizações e relações de trabalho.
Para a realização do artigo científico, busquei referências em livros, artigos e sites informativos com o objetivo de ter as orientações necessárias para escrever sobre
o tema escolhido. Como o tema Inteligência Emocional é de certa forma, um tema antigo, já bem discutido por diversos autores, escolhi fundamentar a minha pesquisa de acordo com a definição do autor Daniel Goleman, 1995: Inteligência emocional é a capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir num objetivo apesar dos percalços; de controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação dos seus desejos; de se manter em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar; de ser empático e autoconfiante.
Durante o curso, me identifiquei com vários temas abordados, em especial "Criatividade e Inovação Organizacional". A criatividade e inovação estão relacionadas com a competitividade das organizações. A busca por novidades é constante, ainda mais nos dias de hoje, onde os clientes estão cada vez mais exigentes com serviços/produtos adquiridos. Esse tipo de iniciativa é muito saudável e estimulante, tendo uma função positiva de agregar qualidade ao trabalho, oferecendo um diferencial de mercado que pode fazer toda a diferença no posicionamento da empresa com relação à concorrência. Criatividade é encontrar relações entre conceitos aparentemente desconectados, é materializar soluções que anteriormente só era possível em pensamentos. Já a inovação, é relacionada a pensar diferente, "sair da caixinha" e realmente fazer isso acontecer de maneira única e útil para o negócio. Nesse cenário, podemos entender a importância do desenvolvimento dessas competências, pois para que as empresas atendam as demandas dos clientes, necessitam de pessoas altamente inovadoras, criativas, engajadas, motivadas e felizes.
No curso, vi diversos temas que de extrema importância para o meu futuro profissional, agregando em minhas habilidades como uma futura gestora de equipe de trabalho. Destaco a importância do entendimento sobre as diferenças dos indivíduos que compõem uma equipe de trabalho, onde o gestor precisa levar em consideração a cultura, necessidades e entendimentos diferentes, e conduzir de maneira estratégica para que obtenha o sucesso esperado da equipe.
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*Pós-graduanda em Gestão de Pessoas – Universidade Estácio de Sá. Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Multimídia.
rebeca.castelobranco@gmail.com

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